Nosso momento atual é o da constatação de uma desconstrução das relações com o outro, de um individualismo exacerbado e um isolamento social agravado pela pandemia de Covid-19 que ainda deixa suas marcas. A cultura de ódio, a intolerância e a perseguição aos considerados dissemelhantes emergem como sintomas clínico/políticos de um mundo onde prevalece o que Achille Mbembe, por exemplo, nomeia como sociedade da inimizade, na qual prevalece o medo e a desconfiança. Num cenário de contornos necropolíticos, a desconstrução da democracia em prol de regimes totalitários (e que tentam se vender como democráticos) se impõe como agenda de uma extrema direita global. Na Palestina, na Ucrânia, nas favelas, em nossa comunidade e em nossas famílias: o extremismo deixa suas marcas; seja nas relações sociais, ou em nossa vida singular. Frente a este cenário, nós do Laboratório de Psicologia e Processos Psicossociais da Universidade Federal de Jataí buscamos respostas críticas e convidamos todos a pensar, a partir de teóricos e pesquisadores do campo da psicologia social, modos de intervenção e estratégias de resistência no contexto de um cenário tão preocupante.