NECROPOLÍTICA E TERRITÓRIOS PROIBIDOS: A VIOLÊNCIA CONTRA PESSOAS TRANS

ERENITA KARINE PADILHA DEITOSS

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Trabalho

Título do Trabalho

NECROPOLÍTICA E TERRITÓRIOS PROIBIDOS: A VIOLÊNCIA CONTRA PESSOAS TRANS

Autores

ERENITA KARINE PADILHA DEITOSS

Modalidade

Resumo Simples

Área temática

Igualdade de Gênero e Raça

Data de Publicação

21/12/2023

País da Publicação

Brasil

Idioma da Publicação

Português

Página do Trabalho

https://www.even3.com.br/anais/conepeufj/688637-necropolitica-e-territorios-proibidos--a-violencia-contra-pessoas-trans

ISBN

978-65-272-0124-3

Palavras-Chave

Exclusão social, Necropolítica, Territórios Proibidos

Resumo

A aversão à morte é uma reação inerente ao ser humano, mas há contextos históricos e sociais em que essa postura parece se tornar vazia de sentido. Em situações marcadas por guerras, genocídios, pandemias ou áreas de exclusão social, onde a morte violenta faz parte do cotidiano, a hipocrisia se evidencia. Em meio a um cenário em que a violência é exibida diariamente por meio de telejornais sensacionalistas, observamos pessoas sentadas confortavelmente em seus lares, envoltas em suas hipocrisias, acreditando que a morte de indivíduos marginalizados é justificada, enquanto manifestam preocupação quando personalidades mais proeminentes sofrem algum tipo de violência. Torna-se aparente que a carga psicológica da morte se manifesta de forma segmentada em corpos, relacionando-se com diferentes marcadores, como raça, classe social, gênero, idade e religião. Essa manifestação da morte nos corpos está profundamente entrelaçada com a política, onde o poder soberano decide sobre a vida e a morte. Nesse contexto, surge o conceito de Necropolítica, cunhado por Mbembe (2018), que se refere à administração política da morte. Trata-se do conjunto de estratégias e técnicas que determinam quais corpos são passíveis de serem mortos e quais não são. Essa ideia estabelece um diálogo com o pensamento político de Michel Foucault, especialmente com a noção de biopolítica. A compreensão da relação entre Biopoder e Necropolítica é essencial para entender como, no Brasil de 2023, a morte violenta de pessoas trans (transgênero, transexuais e travesti) não apenas é tolerada, mas comemorada por uma parcela considerável da população. A vida diária das pessoas trans é caracterizada pela exclusão, e elas são consideradas como aquelas que "podem morrer" dentro do contexto da Necropolítica. Isso resulta em uma realidade em que essas pessoas não conseguem viver plenamente, pois são forçadas a lutar pela sobrevivência. A violência contra pessoas trans é uma realidade assustadora, como demonstrado por dados divulgados pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) em seu Dossiê sobre assassinatos e violências contra essa população em 2022. Essa marginalização é produto de um sistema político que estigmatiza e segrega pessoas consideradas "fora da norma". Estabelecem-se, então, os chamados "Territórios Proibidos", delimitados não de forma concreta, mas através de uma construção imaginária na mente da sociedade heteronormativa.

Título do Evento: VIII Conepe - Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável
Cidade do Evento: Jataí
Título dos Anais do Evento: Anais do Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão
Nome da Editora: Even3
Meio de Divulgação: Meio Digital

Como citar

DEITOSS, ERENITA KARINE PADILHA. NECROPOLÍTICA E TERRITÓRIOS PROIBIDOS: A VIOLÊNCIA CONTRA PESSOAS TRANS.. In: Anais do Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão. Anais...Jataí(GO) Universidade Federal de Jataí, 2023. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/conepeufj/688637-NECROPOLITICA-E-TERRITORIOS-PROIBIDOS--A-VIOLENCIA-CONTRA-PESSOAS-TRANS. Acesso em: 14/03/2025