Título do Trabalho
A ATMOSFERA DA ANGÚSTIA NO CINEMA DE INGMAR BERGMAN
Autores
  • Thamiris Magalhães Iorio
Modalidade
RESUMO (práticas profissionais ou estudos teóricos)
Área temática
Fenomenologia, pensamento existencial e filosofia: ensaios teóricos
Data de Publicação
02/12/2024
País da Publicação
Portugal | Portugal
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/congresso-internacional-de-psicologia-fenomenologico-existencial/896580-a-atmosfera-da-angustia-no-cinema-de-ingmar-bergman
ISBN
978-65-272-0873-0
Palavras-Chave
Martin Heidegger; Ingmar Bergman; Angústia; Psicoterapia; Fenomenologia-hermenêutica
Resumo
O presente trabalho pretende realizar uma análise fenomenológica existencial acerca da tonalidade afetiva da angústia tal como exposto no filme de Ingmar Bergman Persona (1966). Será utilizado o método fenomenológico de investigação inspirado no pensamento de Martin Heidegger em Ser e Tempo I e a descrição filosófica da experiência da angústia empreendida pelo filósofo nessa obra e em Que é metafísica? Após a análise da narrativa de Bergman, no que toca a angústia existencial, serão elaboradas algumas consequências para uma escuta ética e sensível em psicoterapia de base fenomenológica-hermenêutica. A etimologia da palavra angústia indica sua raiz latina: angus, que pode ser traduzida como “aperto”. Enquanto se sente um “aperto”, não se pode viver. A causa do aperto não é passível de determinação, pois “A angústia se angustia pelo próprio ser-no-mundo” (Heidegger, p. 251). Trata-se da sensibilidade do existente ao impreciso. O cinema de Ingmar Bergman, por sua vez, trata de “histórias de pessoas declaradamente sensíveis” (Rebelo, p. 18), narradas a partir da “cinematização do diálogo” e da “Valorização da palavra” (Cadernos do Cinema pp. 35-39). O estilo narrativo aberto de Bergman possibilita ao espectador papel ativo na interpretação das histórias. Por isso, como colocado por Rebelo (2016), o cinema de Bergman pode ser considerado um autêntico objeto filosófico. Em Persona, “silêncio e palavra abraçam-se igualmente (fundem-se) na mesma dupla imagem” (Bénard da Costa, p. 207). O falatório de Alma (Bibi Andersson) revela a angústia diante da realização do aborto, uma vez que a enfermeira se (des)encontrava perdida pelas prescrições sociais do impessoal e seus desejos singulares. A angústia no silêncio de Elisabet (Liv Ullmann), por sua vez, indica a recusa da atriz a continuar atendendo às ocupações cotidianas constituintes da sua identidade: a maternidade, o casamento e a profissão de atriz. Considerando o recorte da história fictícia exposta, pergunta-se pelo papel da psicoterapia ante a experiência da angústia existencial. Na psicoterapia de base fenomenológico-hermenêutica, considera-se especial a descoberta filosófica de Heidegger: “a forma de nos encontrarmos é tropeçando no nada.” (p. 119). Por isso, uma escuta ética e sensível à experiência do nada possibilita a singularização do ser-aí ante a liberdade de assumir a si mesmo.
Título do Evento
Congresso Internacional de Psicologia Fenomenológico-Existencial
Cidade do Evento
Lisboa
Título dos Anais do Evento
Anais do Congresso Internacional de Psicologia Fenomenológico-Existencial: Reflexões sobre os fundamentos e a práxis clínica: entre a ciência e a arte do saber-fazer
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

IORIO, Thamiris Magalhães. A ATMOSFERA DA ANGÚSTIA NO CINEMA DE INGMAR BERGMAN.. In: Anais do Congresso Internacional de Psicologia Fenomenológico-Existencial: Reflexões sobre os fundamentos e a práxis clínica: entre a ciência e a arte do saber-fazer. Anais...Rio de Janeiro(RJ) Instituto NUCAFE, 2024. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/congresso-internacional-de-psicologia-fenomenologico-existencial/896580-A-ATMOSFERA-DA-ANGUSTIA-NO-CINEMA-DE-INGMAR-BERGMAN. Acesso em: 29/04/2025

Trabalho

Even3 Publicacoes