OCUPAÇÃO, EXPLORAÇÃO E GÊNERO NO CONGO BELGA: O CASO DA MÚSICA POPULAR CONGOLESA EM LÉOPOLDVILLE

Publicado em 28/09/2020 - ISSN: 2175-6880

Título do Trabalho
OCUPAÇÃO, EXPLORAÇÃO E GÊNERO NO CONGO BELGA: O CASO DA MÚSICA POPULAR CONGOLESA EM LÉOPOLDVILLE
Autores
  • Felipe Anotnio Honorato
Modalidade
Apresentação Oral
Área temática
GT 9 - Migrações internacionais, fronteiras e novas diásporas
Data de Publicação
28/09/2020
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/11snsp/235150-ocupacao-exploracao-e-genero-no-congo-belga--o-caso-da-musica-popular-congolesa-em-leopoldville
ISSN
2175-6880
Palavras-Chave
Música popular congolesa, empoderamento feminino, Congo Belga
Resumo
Entre 1906 e 1960, após um período de 20 anos como território de propriedade particular do rei Leopoldo II, então soberano belga, a atual República Democrática do Congo passou a ser uma colônia do Estado belga, tendo seu nome mudado de Estado Livre do Congo para Congo Belga. Se nos tempos do Estado livre do Congo o extrativismo da borracha e do marfim constituiam-se como as principais atividades econômicas, e a presença de estrangeiros, fossem eles africanos ou europeus, não era maciça, agora a exploração mineral havia se tornado a principal atividade econômica do território, e Kinshasa, capital colonial que então recebia o nome de Léopoldville, consolidou-se como um grande centro industrial regional, fatores que, consequentemente, influenciaram as tendências migratórias do país. O processo de exploração e espoliação da colônia, que era feito através de uma colaboração entre o Estado belga e a iniciativa privada, por meio do chamado “Portfólio Congo”, acabou por intensificar a urbanização e tornar o Congo Belga em um polo migratório, atraindo à colônia belga pessoas de toda a África e europeus, mais notadamente, belgas, gregos e italianos. O Congo Belga acabou por virar um espaço de grande crioulização – ou hibridização -, que teve, como um de seus frutos, a música popular congolesa, formada através da confluência de ritmos como o Hi-fi e o Juju, trazidos por migrantes de outras partes de África, e as músicas marciais e clérigas, influências européias. Por sua vez, alguns dos espaços utilizados para apreciação da música popular congolesa na capital Léopoldville tornaram-se ambientes não só de contestação ao poder colonial, mas também de empoderamento da mulher congolesa: se, em um primeiro momento, as mulheres eram desencorajadas a migrarem a Léopoldville, sendo que as que desafiassem tal costume eram taxadas de prostitutas, elas passaram a comandar os clubes na cidade onde os homens tipicamente iam para ouvir as músicas, tinham influência sobre quais canções se tornavam sucessos e, nesses espaços, privilegiavam as línguas e a culinária locais em detrimento do francês e dos pratos europeus da metrópole. Este trabalho, então, discute, através de uma revisão bibliográfica, a música popular congolesa como um dos resultados de um processo de crioulização causado pelas escolhas do poder colonial para ocupação, exploração e espoliação do antigo Congo Belga, e o papel relevante que este gênero musical teve, dentro deste contexto colonial, para o empoderamento da mulher congolesa na cidade de Léopoldville.
Título do Evento
11 Seminário Nacional Sociologia & Política
Título dos Anais do Evento
Anais XI Seminário Nacional Sociologia & Política
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

HONORATO, Felipe Anotnio. OCUPAÇÃO, EXPLORAÇÃO E GÊNERO NO CONGO BELGA: O CASO DA MÚSICA POPULAR CONGOLESA EM LÉOPOLDVILLE.. In: Anais XI Seminário Nacional Sociologia & Política. Anais...Curitiba(PR) UFPR, 2020. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/11snsp/235150-OCUPACAO-EXPLORACAO-E-GENERO-NO-CONGO-BELGA--O-CASO-DA-MUSICA-POPULAR-CONGOLESA-EM-LEOPOLDVILLE. Acesso em: 29/04/2025

Trabalho

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