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Apresentação
A história da Antropologia na Universidade Federal de Roraima/UFRR remonta a criação do Curso de Ciências Sociais, com habilitação em Antropologia, ocorrido em 1992, por meio da resolução do Conselho Universitário de nº 47/92. Logo, partir de sua regulamentação, deu-se início o processo de contratação de professores com formação específica na área do Antropologia.
Em 1995 foi criado o Departamento de Antropologia da UFRR e os antropólogos, lotados no Departamento de Ciências Sociais, migraram para essa nova unidade acadêmica. Em 2003, por iniciativa de professores de antropologia, criou-se o NUHSA – Núcleo Histórico Socioambiental. O objetivo geral do Núcleo era/é fomentar projetos de pesquisa desenvolvidos por professores da UFRR e/ou por instituições e cientistas externos, ligados a UFRR por meio de convênios.
Com a criação do Núcleo, os antropólogos lotados no Departamento de Antropologia a ele se filiaram e passaram a desenvolver projetos nas três linhas de pesquisas existentes: Sociedade e Meio Ambiente, Etnohistória e Etnia de Roraima, estabelecendo-se uma parceria com o Departamento de Antropologia.
Em 2008, o Departamento de Antropologia apresentou proposta de criação do Curso de Graduação Bacharelado em Antropologia Social ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) da UFRR. Aprovado, o projeto foi encaminhado ao Conselho Universitário – CUNI que referendou a proposta.
No final de 2009, foi realizado o primeiro vestibular para o Curso de Graduação Bacharelado em Antropologia Social, ofertou-se quarenta (40) vagas anuais. O início das aulas ocorreu no segundo semestre de 2010. Com essa ação, a UFRR tornou-se a sétima Instituição a oferecer curso na área de Antropologia em âmbito de graduação.
Em 2011, aprovamos um mestrado interinstitucional em Antropologia Social, parceria entre a Universidade Federal de Pernambuco/UFPE e Universidade Federal de Roraima/UFRR, financiado pela Secretaria de Planejamento de Estado e Desenvolvimento de Roraima/SEPLAN. O Minter ofereceu quinze (15) vagas e o curso teve início em agosto do mesmo ano, sediado no NUHSA.
Ainda em 2011, criamos o Instituto de Antropologia – INAN que passou a abrigar o Curso de Bacharelado em Antropologia Social com sede própria, desligando-se então do Centro de Ciências Humanas – CCH.
Em 2015, aprovamos um doutorado interinstitucional, novamente em parceria com a Universidade Federal de Pernambuco/UFPE e Universidade Federal de Roraima/UFRR, finalizado no início de 2020, titulando oito (8) doutores, todos atuando no estado de Roraima em atividades que demandam uma formação antropológica. Já o Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UFRR/PPGANTS, nível de mestrado, foi aprovado pela Capes em dezembro de 2015, sendo que a primeira turma ingressou somente no segundo semestre de 2016. Podemos afirmar que a criação do PPGANTS foi conseqüência de uma trajetória do ensino e pesquisa em Antropologia na UFRR.
Com relação ao histórico das Reuniões Equatoriais de Antropologia – REAs, cumpre mencionar que elas se integram a própria história das Reuniões de Antropólogos Norte e Nordeste – ABANNE. As reuniões das ABANNEs tiveram início em 1985, em caráter bienal, prolongando-se até o ano de 2015. A partir de 2007, ocasião da “X Reunião de Antropólogos Norte Nordeste/ABANNE”, deu-se “I Reunião Equatorial de Antropologia/REA. Essa reunião conjunta ocorreu na Universidade Federal de Sergipe – UFSE e teve como tema “América Equatorial, Cultura na Contemporaneidade”. A “II REA / XI ABANNE”, ocorreu em 2009 na Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN e teve como tema “Direitos, Justiça e Diferença na América Latina”. A “III REA – XII ABANNE”, no ano de 2011, na Universidade Federal de Roraima – UFRR teve como tema: “Diálogos Interculturais na Panamazônia”. A “IV REA – XIII ABANNE”, no ano de 2013, foi acolhida na Universidade Federal do Ceará – UFCE tematizando sobre “Saberes locais e experiências transnacionais: interfaces do fazer antropológico”. A “V REA – XIV ABANNE” em 2015, teve como organizadora a Universidade Federal de Alagoas – UFAL, sendo as discussões voltadas para o tema “Direitos diferenciados, conflitos e produção de conhecimentos”. Em 2017, a edição prevista para ocorrer em Teresina/PI não se concretizou, rompendo uma linha de continuidade, mas sendo retomada em 2019, fortalecendo assim o ensino e pesquisa antropológica no Norte e Nordeste do Brasil, como também a intensificação das relações acadêmicas com os países equatoriais da América Latina e Caribe.
A VI REA só veio ocorrer no ano de 2019, ocasião em que passou a ser titulada “VI Reunião Equatorial de Antropologia” e teve como sede a Universidade Federal da Bahia – UFBA. Nessa ocasião o tema definido foi “Diversidades, adversidades e resistências.
Ano | Evento | Instituição |
1985 | I ABANNE | UFPE |
1991 | II ABANNE | UFPE |
1993 | III ABANNE | UFPA e Museu Emílio Goeldi |
1995 | IV ABANNE | UFPB |
1997 | V ABANNE | UFPE |
1999 | VI ABANNE | UFPA e Museu Emílio Goeldi |
2001 | VII ABANNE | UFPE |
2003 | VIII ABANNE | UFMA |
2005 | IX ABANNE | UFRR e UFAM |
2007 | X ABANNE / 1ª REA | UFSE |
2009 | XI ABANNE / 2ª REA | UFRN |
2011 | XII ABANNE / 3ª REA | UFRR |
2013 | XIII ABANNE / 4ª REA | UFCE |
2015 | XIV ABANNE / 5ª REA | UFPB |
2019 | VI REA/ 6ª REA | UFBA |
Fontes: MOTTA, Antônio e BRANDÃO, Maria do Carmo. O campo da Antropologia e suas margens: pesquisa e sua disseminação em diferentes instituições de ensino superior no Nordeste. In: FILHO, Wilson Trajano e RIBEIRO, Gustavo Lins Ribeiro (Orgs.). O campo da antropologia no Brasil. Contra Capa/ABA, 2004. Programações e Anais das REAs/ABANNEs 2007, 2009, 2011, 213, 215 e da VI REA 2019.
Nossa primeira participação/organização numa Abanne foi proposta na reunião da VIII ABANNE, realizada na Universidade Federal do Maranhão – UFMA em 2003. Naquela ocasião, aceitamos o desafio de realizarmos a IX ABANNE em parceria com a Universidade Federal do Amazonas – UFAM, o que veio ocorrer com o tema “Construindo o Diálogo: Caminhos – Redes – Relacionamentos”. O evento foi realizado entre os dias 29 de agosto e 02 de setembro de 2005 nas cidades de Boa Vista (UFRR) e Manaus (UFAM). Em decorrência da indisponibilidade infraestrutural da UFRR, naquele momento, decidimos que na programação faríamos uma abertura oficial em Boa Vista, seguida de uma mesa redonda: “Antropologia e Etnohistória na Amazônia Hoje”. O evento, por sua vez, teve continuidade nas dependências da UFAM, cidade de Manaus. Durante a “27º Reunião Brasileira de Antropologia/RBA” na UFPA, os antropólogos da UFRR presentes no evento foram convidados a organizar/sediar a “III Reunião Equatorial de Antropologia/XII Reunião de Antropólogos do Norte e Nordeste”, proposta aceita após discussão no âmbito da UFRR.
A “III Reunião Equatorial de Antropologia e a XII Reunião de Antropólogos Norte e Nordeste – Abanne” com o tema: “Diálogos Interculturais na Pan-Amazônia”, marcou o início do Minter em Antropologia e o início do Curso de Graduação Bacharelado em Antropologia Social na UFRR. O evento ocorreu entre os dias 14 e 17 de agosto de 2011, contribuindo para o fortalecimento do intercâmbio entre os antropólogos da região Norte e Nordeste e dos países da Pan-Amazônia (Suriname, República Cooperativista da Guiana, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia). Sediado no NUHSA/UFRR, a reunião proporcionou uma troca de experiência e informações entre pesquisadores da área e áreas afins, afora o diálogo sobre questões amazônicas e divulgação da produção científica inerente ao campo da antropologia. O projeto que ora se apresenta é do NUHSA/UFRR, mais uma vez, organizando a “VII Reunião Equatorial de Antropologia” que terá lugar em Boa Vista, entre 21 e 25 de março de 2022, tendo, então, como promotora a Universidade Federal de Roraima, contando com a participação de outras unidades e instituições superior existente no estado.
Para a 7ª REA, a Comissão Organizadora propõe continuou as reflexões iniciadas na década de 1980, por pesquisadores e profissionais da região Norte e Nordeste, associados à Associação Brasileira de Antropologia – ABA, em encontros regionais que vieram a ser denominados como ABANNE. A partir de 2007, essas reuniões incorporaram a denominação de REA/ABANNE que, por sua vez, foram gradativamente expandindo-se além dos limites regionais, experimentando assim uma crescente participação de pesquisadores antropólogos da região equatorial da América Latina e Caribe. A proposta para a 7ª REA foi dar continuidade a política de visibilidade nacional e internacional da produção antropológica, viabilizando novas oportunidades de parceria e colaboração acadêmica, aspectos fundamentais para consolidação dos Programas de Pós-Graduação.
Ao considerar o cenário da Pandemia, bem como as diversas crises e incertezas que vivenciamos desde o inicio de 2020, a 7ª REA ocorreu na modalidade virtual. Todas as atividades (conferências, mesas redondas, fóruns e sessões temáticas) ocorreram de forma remota por meio de plataforma que foi indicada pela organização do evento.
A importância da realização do evento na UFRR se justificou pelo momento histórico dos projetos que desenvolviam na área da antropologia, tanto na graduação como no Programa de Mestrado em Antropologia criado recentemente. Os cursos citados nasceram a partir da experiência de uma habilitação em antropologia do Curso de Ciências Sociais, iniciado em 1992; da criação do Instituto de Antropologia/INAN e da realização do Minter/Dinter em Antropologia Social UFPE/UFRR. O evento também proporcionou um maior intercâmbio/diálogo entre antropólogos das mais diversas regiões do país e principalmente dos países que compõem a Pan-amazônia. Em âmbito local, deu-se uma visibilidade ao trabalho que estamos desenvolvendo no campo antropológico com a criação do nosso mestrado.
Cabe ressaltar que os problemas amazônicos têm chamado a atenção de todo o mundo, principalmente, a partir da gestão do atual governo. Roraima é um dos estados diretamente afetado com as políticas governamentais as quais põem em risco a vida das populações indígenas, das comunidades tradicionais, conseqüência, principalmente, da expansão dos desmatamentos e aumento do garimpo em terras indígenas. Outra preocupação analisada e discutida foi o aumento dos processos migratórios no território nacional. Podemos citar o caso dos haitianos que entraram no Brasil, em grande parte, através do estado do Amazonas. Mais recentemente, os migrantes refugiados venezuelanos e indígenas refugiados Warao que, fugindo da crise política e econômica da Venezuela, atravessaram a fronteira do Brasil através da cidade de Pacaraima/Roraima, e hoje estão dispersos em todo território nacional. Os Warao experimentam um processo diaspórico jamais visto na história de um povo indígena, atravessando fronteiras de países vizinhos ao de origem, sem um destino, sem esperança e talvez impossibilitados de um caminho de volta aos seus antigos territórios tradicionais. A estes se somam os cubanos, bolivianos, colombianos que se encontram numa situação de vulnerabilidade em todo território nacional.
Nos quatro eixos que norteiaram o evento: direitos, diáspora, migração e deslocamento que se entrelaçavam, levou-nos a refletir sobre os indígenas que, de forma forçada, migram dos seus antigos territórios, em decorrência, entre outros, dos impactos ambientais provocados pela presença de garimpeiros, madeireiros, fenômeno que também atingem comunidades tradicionais, quilombolas e que, por sua vez, violam direitos fundamentais.
Assim, a 7ª REA teve como tema principal migrações, deslocamentos e diásporas e violações de direitos. O foco temático, como já nos reportamos, se entrelaçou com outras questões trabalhadas no campo da Antropologia e que estiveram presentes nas várias atividades propostas.
O evento justificou-se ainda pela oportunidade de agregar antropólogos dos países Pan-amazônicos, promovendo assim melhor integração acadêmica e científica com os países vizinhos. Cabe destacar a importância que o evento trouxe para os antropólogos da UFRR, especificamente aqueles que atuam no Curso de Graduação em Antropologia, no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social e no Instituto Insikiran de Formação Superior Indígena, afora profissionais de outras instituições governamentais e não governamentais que atuavam com as temáticas norteadoras do evento no estado. A 7ª REA veio contribuir na efetivação da missão da UFRR que é produzir, integrar e socializar conhecimentos formando cidadãos comprometidos com o desenvolvimento cultural, social, econômico e ambiental, firmando-se como instituição referência na construção do saber amazônico e fronteiriço.
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Responsável
7reanuhsa@gmail.com
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