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Apresentação
O patrimônio industrial e suas relações com as artes, ofícios e design [1]
O I Encontro
Nacional Arte e Patrimônio Industrial foi concebido dentro da compreensão ampla
de que o tema do patrimônio industrial, sua fruição e entendimento, seu
restauro e preservação dependem de um tripé fundamental, que une a história, a arquitetura
e as artes. Ainda que os campos da história e da arquitetura já venham há algum
tempo compartilhando a discussão sobre patrimônio industrial, a percepção
completa do que há de arte e design na indústria fica comumente em segundo
lugar. Ao dizê-lo, penso na enorme quantidade de gravuras, murais, quadros à
óleo, imagens fotográficas ou filmes (documentários ou não) ou ainda obras
literárias que retratam o ato do trabalho, o local de trabalho, o corpo do trabalhador,
a implantação das fábricas e indústrias nas cidades como “catedrais da
indústria”. Nos edifícios fabris, alegorias mitológicas ou não, representavam a
indústria, a eletricidade ou a tecnologia; vitrais e ladrilhos hidráulicos
narravam as etapas da produção, entre o saber-fazer dos ofícios e as novas
técnicas de produção e massificação de padrões e imagens; celebrava-se a beleza
maquínica dos objetos da engenharia[2].
A mesma realidade
histórica que trouxe a industrialização, a linha de produção e a massificação, abrigou
os movimentos de artes e ofícios, que mais tarde se transladariam em outras
manifestações como o Art Nouveau, a Secessão Vienense, a Wiener
Werkstätte, o construtivismo russo e a Bauhaus. No Brasil, ocorreram
processos assemelhados, em que o conhecimento informal e anônimo dos ofícios
mesclou-se à produção industrial em larga escala, criando as tensões entre as
artes decorativas – artes aplicadas – reduzidas a artes menores dentro da
crescente profissionalização do mercado de belas artes e das exigências do
consumo.
O tema do I
Encontro Nacional Arte e Patrimônio Industrial foi lançado em busca de pesquisas
e reflexões sobre o tema e os resultados surpreenderam: trabalhos inscritos vindos
de São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Minas Gerais, Ceará, Paraíba, Piauí, Paraíba
e Bahia; alguns ainda em construção, outros em fase adiantada de finalização,
no formato de dissertações e teses. Os trabalhos apresentados cobriram as
quatro linhas propostas pelo encontro[3], e
ratificaram a necessidade da realização de um inventário nacional dos remanescentes,
ativos ou não, da indústria nacional.
Um aspecto
fundamental do patrimônio industrial é tratar-se de um campo de investigação vivo,
e não passadista ou morto. Isso porque ele não se limita apenas a um conjunto
de bens arquitetônicos ou sítios cheios de objetos e partes de objetos
interessantes, mas que permite a elucidação da transmissão do saber técnico;
permite estabelecer o elo entre as formas de produzir - o que envolve
homens/mulheres e máquinas - e a cultura; e compreender que a dimensão
das artes e ofícios (Arts and Crafts) não é substituída pela mecanização
da indústria, mas permanece entranhada nessa mesma indústria. A dimensão do
saber fazer, das rotinas de trabalho e de produção, das sociabilidades
operárias, do trabalho fabril e industrial, dos objetos produzidos e das
máquinas e pessoas que produzem esses objetos são aqui concebidas como temas de pesquisa inseparáveis das abordagens da história das imagens e dos princípios da cultura visual.
A representação da indústria: uma historiografia interrompida
A fábrica como um novo objeto pictórico confundiu-se, nas obras de arte, com a sua função social de retratar as diferenças entre a vida na cidade e no campo ou os novos e inquietantes espaços de trabalho. Esse tema foi pioneiramente estudado por Francis D. Klingender (1907-1955), na obra ainda paradoxal Art and Industrial Revolution. Klingender pontuou pela primeira vez que as obras de fim do século XVIII de Joseph Wright of Derby (1734-1797) haviam registrado a novidade da paisagem industrial e do trabalho noturno em desacordo com os ritmos da natureza. Em A Forja de Ferro, vemos a representação das fornalhas e da fundição, em que uma família reúne-se perante o lingote incandescente. A visão romântica da família reunida em um casebre em torno de um fogão aceso transmuta-se para uma família dentro do mundo do trabalho, numa visão impossível (pois o calor de uma fundição seria, a essa distância, insuportável) enfatizando os contrastes claro e escuro e a dramaticidade que o uso dos amarelos e das cores escuras emprestam à cena.
1. Joseph Wright of Derby, An Iron Forge, 1772, Tate Gallery, Londres.
Klingender elegeu o trabalho como um tema viável, artística e politicamente. A obra Art and Industrial Revolution surgiu de modo peculiar: no ano de 1945, o Sindicato dos Operários Técnicos (Amalgamated Engineering) do Reino Unido pediu à Associação Internacional dos Artistas (Artists International Association) que organizasse, para comemorar seu jubileu de prata, uma exposição com o tema amplo de “A engenharia e a vida britânicas”. O processo da preparação desta exposição levou o sociólogo inglês Francis D. Klingender a pensar, ao longo dos anos da Segunda Guerra, sobre o impacto que a Revolução Industrial tivera sobre as artes de maneira geral a partir do século XVIII. A partir desta experiência, surgiu um dos livros mais influentes no assunto, datado de 1947, jamais traduzido para o português e ainda não superado em muitos aspectos.
No ano de 1968, mais de uma década após a precoce morte de Klingender, o historiador Arthur Elton reeditou sua obra, trazendo alterações ao argumento tradicional, fortemente marxista, buscando “suavizar” a obra para os leitores, tornando-a simultaneamente mais palatável ao grande público e menos densa. As alterações trazidas revelam com clareza a opinião do próprio Elton de que, se Klingender fosse vivo, teria reavaliado sua opinião sobre o que considerava como o péssimo gosto da arte vitoriana. Nesta nova versão, Elton retirou a grande quantidade de citações, nomes de artistas, de industriais e de locais e findou por ocultar o enorme esforço de pesquisa e documentação por parte de Klingender [4].
Art and Industrial Revolution não se limitou a identificar apenas a ocorrência do tema da indústria e do trabalho nas artes, mas também a própria transformação da linguagem das artes pela entrada da produção mecânica das imagens, pela expansão técnica da gravura e de sua reprodutibilidade, permitindo a circulação visual destes novos objetos industriais (minas, forjas, moinhos de fiação), retratados como aparições sublimes em meio a paisagens e cenários antes aprazíveis. Estas gravuras pedagógicas, de um gosto quase arqueológico, buscavam indicar com exatidão os instrumentos utilizados, as indumentárias ou os gestos da realização do trabalho. Mesmo as gravuras técnicas que ilustravam enciclopédias ou manuais vieram a ganhar, posteriormente, a categoria de arte. Para Klingender, artistas como o já mencionado Joseph Wright (1734-1797), mas também com o sueco Pehr Hilleström (1732-1816), e o francês Léonard Defrance (1735-1805) realizaram uma reflexão pioneira sobre a imagem do trabalho, das artes técnicas e do trabalhador dentro do primeiro contexto das transformações industriais contemporâneas.
Nesse campo da história social da arte, posteriormente celebrado por Enrico Castelnuovo, as transformações na arte ou os estilos não são autônomos, autóctones ou autossuficientes, mas necessariamente derivados da relação que a arte mantém com as estrutura da sociedade. As obras para as quais chamaram nossa atenção refletiram a dimensão voyeurista ao mundo do trabalho, na romantização do perigo e da fadiga das longas jornadas.
2. A realidade
das fábricas e o registro fotográfico “do real”
No início do
século XIX o retrato de fábricas, de cidades escurecidas por chaminés e de
operários se torna um tema por si só na pintura, fosse em litografias
vastamente comercializadas, em cartões postais (que muitas vezes utilizavam
estas próprias litografias), fosse nas artes plásticas. Álbuns como A
Bélgica Industrial, editado por Jules Géruzet entre 1852-1855 ou a Londres
industrial pitorescamente retratada por Gustave Doré para os jornais franceses
em Londres: uma peregrinação (1869) estabeleceram padrões de representação das
fábricas observadas a partir da perspectiva “vôo de pássaro” e uma narrativa do
proletariado retratado como multidões pelas ruas das grandes
capitais européias. Quando a fotografia veio disputar espaço editorial com as gravuras, dentro da acessibilidade das técnicas de reprodução, os espaços fabris e os trabalhadores rapidamente foram também reconhecidos como temáticas possíveis.
2. Icarus, fotografia
de Lewis Hine, Construção do Empire State Building (1930), originalmente da
coleção Ford Motor Company Collection, doada ao Metropolitan Museum of New
York, EUA em 1987.
A paradigmática representação do operário na construção do Empire State Building em Nova Iorque, aparentemente em vôo pelo ar, na celebração da ousadia e da industriosidade, remete à representação fotográfica como simultaneamente índice de verdade (uma vez que teve o referente diante das lentes) e como interpretação dos espaços de trabalho. Nos acervos públicos ou particulares consultados pelos pesquisadores do patrimônio industrial as imagens fotográficas são comumente encontradas, utilizadas em relatórios anuais, para o acompanhamento das etapas de construção ou ampliação das instalações fabris mas também nos álbuns comemorativos das empresas. Tais imagens, concebidas como ilustrativas ou como registros do real, tem a potencialidade de ser estudadas como uma manifestação das visualidades do patrimônio industrial; permitem, em seu jogo de claros e escuros, redescobrir a poética desses espaços; ainda, subvertem a nossa relação autoral com a imagem, uma vez que boa parte é sem autoria. Nessas imagens, a fotografia é percebida como índice científico, de validade para a representação da ciência e da tecnologia e para o registro das etapas dos processos de construção e funcionamento das instalações industriais. Como observado por Eduardo Romero (2019), ao estudar fotos de obras de engenharia relativas a obras de ferrovias no estado de São Paulo, as fotos anônimas da engenharia indicam o conhecimento técnico não apenas dos processos registrados, mas na obtenção das próprias imagens. Manuais técnicos de engenharia indicavam a partir de que locais privilegiados as imagens deveriam ser registradas - no alto, em triangulação. A presença de figuras humanas em bocas de túneis ou bases de colunas durante os registros de aterros, túneis ou pontes reforçam esse olhar racional que leva em consideração a escala e a compreensão da obra. A predominância do engenheiro como observador privilegiado (e não apenas como leitor da imagem) estabelece as práticas de engenharia como coadjuvantes na composição das fotografias, nas quais o conhecimento topográfico e axiométrico propõem ajustes no posicionamento da câmera, no enquadramento da obra e na composição do espaço. Por fim, a fotografia traz à cena a força de trabalho – a mão de obra – permitindo a leitura sutil das relações de dominação, de hierarquia e solidariedade expressas entre os corpos dos trabalhadores.
3. Proprietários e Escravos da Fábrica de Chapéus Rogick, Foto de Julio Durski. Sorocaba, c. 1880.
O índice de verdade do referente obriga à compreensão de processos industriais próprios ao Brasil, como a convivência entre o trabalho escravo e a primeira onda de industrialização, a presença da força de trabalho feminina em setores como o têxtil ou a clássica representação da mão de obra diante do espaço de trabalho que se repete como padrão para registro da força de trabalho e do poderio econômico da própria fábrica[5].
Se o espaço industrial é fotografado, também a fotografia é um processo industrial sujeito à repetição de padrões, o que pode gerar efeitos estéticos inadvertidos, como na obra do casal Hilla e Bern Becher na década de 1960. Por meio do serialismo e repetição do ato fotográfico e do tema fotografado (caixas d´água, alto-fornos, elevadores), esses fotógrafos criaram um léxico industrial que faz saltar aos olhos os traços do belo industrial.
4. Montagem a partir de páginas da obra Typologies, primeira edição 2004, de Hilla e Bern Becher,
MIT Press.
Como
descreveram os Becher numa entrevista concedida em 1999[6], o
serialismo se relacionava ao enciclopedismo da botânica e da zoologia, no qual plantas
ou animais de mesmo gênero são comparados na mesma página de uma enciclopédia. Nas imagens por eles propostas, criam-se espécies, gêneros e subgêneros das estruturas industriais.
3. Os ofícios e a
celebração do trabalhador
5. Ingresso concebido
por Walter Crane para a Exposição da Sociedade Arts and Crafts de 1903. V&A
Museum, Londres.
Na imagem acima, concebida por Walter Crane (1845-1915) para decorar o ingresso para a Exposição da Sociedade Arts and Crafts, fundada em 1897 para a exibição de artes decorativas e design, salta aos olhos a união entre o trabalho fabril e o artístico, concretizada no aperto de mão entre o artista e o operário, entre o medieval e o século XIX. A Sociedade conduziu exposições de forma irregular, foi presidida por Crane e depois por William Morris (1834-1896) e publicou em 1893 os fundamentai Arts and Crafts Essays, uma influente coleção de ensaios escritos por Crane, Morris,T. J. Cobden-Sanderson, Ford Madox-Brown e May Morris.
Essa percepção da arte e do design como inseparáveis vai se manifestar de distintas formas por movimentos ou grupos artísticos ao longo do século XX, culminando no design industrial tornado acessível proposto pela Bauhaus. Tal observação e mencionada aqui para chamar a atenção para o fato de que a industrialização não supera ou substitui o trabalho manual ou artesanal; ela convive com ele e alimenta o nascimento das propostas artísticas e educativas embasadas nas artes e ofícios. A industrialização pode ser re-narrada a partir do olhar da transformação dos liceus de artes e ofícios em escolas técnicas, e de como as assim entendidas artes menores (lesser arts) como a carpintaria, a marcenaria, a decoração de interiores ou pintura mural vicejaram por décadas de aprendizagem, nas quais a aprendizagem do desenho foi fundamental, até cederem espaço para a formação de mão de obra, igualmente qualificada, para atuar na crescente indústria brasileiras das décadas de 1940 e 50. Como afirmou Walter Crane ao lançar a sociedade de Artes e Ofícios, era necessário ignorar as distinções entre belas artes e artes decorativas acreditar que a real distinção deveria ocorrer entre arte boa e ruim, entre gosto falso e real, entre métodos bons e ruins, evitando classificar a arte de acordo com seu valor comercial ou social. O foco era o reconhecimento da capacidade do trabalhador e dos usos de sua arte para a vida. Essa a motivação política presente no movimento Arts and Crafts culmina na valorização do trabalhador, da realização por meio do trabalho e embasa o socialismo cristão mas também a crítica social.
Nesse esforço pela celebração do artífice, ganhou destaque a valorização do trabalhador, de seu corpo, de seu saber e das rotinas de trabalho. O trabalhador fabril e industrial torna-se um tema pictórico em si. Suas grandes mãos, seus pés fincados ao chão, as torções de seu corpo no esforço da labuta, sua dimensão desproporcional ao lado das máquinas, todos passam a povoar representações artísticas com cunho de denúncia ou celebração. Mesmo na arte realista e de denúncia da pobreza e sofrimento, o trabalhador é alçado ao lugar do sujeito nobre e ganha uma dimensão de herói, aos moldes do Ícaro da fotografia de Lewis Hine. Os mineiros de Constantin Meunier (1831-1905), os murais de Diego Rivera (1886-1957) para os jardins do museu de arte de Detroit, (comissionados pelo próprio filho de Henry Ford) e o realismo socialista de Aleksandr Deineka (1899-1969), independente de escolhas técnicas e estilísticas, seguem um mesmo fio narrativo aqui proposto.
Finalizo trazendo o tema para as artes plásticas nacionais, onde ele começa a ganhar força nas primeiras décadas do século XX.
6. Eugênio Proença Sigaud. Acidente de Trabalho (1944). Museu Nacional de Belas Artes,
Rio de Janeiro.
A representação proletária dos operários do artista Eugênio Proença Sigaud (alcunhado de “pintor de operários” pois, arquiteto, retratou o trabalho na construção civil) ainda está por ser estudada ou reunida em uma ampla exposição que eleja essa temática. Paradigmático de como o tema foi tratado no Brasil, também por suas associações com David Alfaro Siqueiros (1896-1974), Sigaud prossegue na representação dos trabalhadores até seu falecimento em 1979. Ainda, os assim denominados por Mário de Andrade de “pintores operários”, por sua formação inicial na Escola Masculina do Brás (o Grupo Santa Helena) que formou-se sem compromisso conceitual primeiro mas que foi denominado por Mário de Andrade como “pintores operários”, a saber Alfredo Volpi, Fúlvio Penacchi, Aldo Bonadei, Mario Zanini, Clóvis Graciano, Alfredo Rizzotti, Humberto Rosa, Manuel Martins e Francisco Rebolo. Todos de origem humilde, para sobreviver, exerciam atividades artesanais e proletárias. retrataram as vivências de paisagens industriais, dos arredores de uma São Paulo já pontudasa por chaminés. Essa experiência e ssa temática, ate certo limite, não fora, sistematizadas; .Boa parte destas obras repousa em coleções não identificadas ou vai sendo lentamente dispersada em revendas e leilões de arte. Toda essa cultura material e visual que narra o trabalho anônimo e os espaços onde ocorre permanece um campo profícuo para novas pesquisas, compilações e investigações.
Referências
Bibliográficas
FÖHL, Axel. “Decorative Systems
of Industrial Buildings”. Ezelsoren Bulletin of the Institute of History of
Art, Architecture and Urbanism, IHAAU, vol. 1ii, 2010, no. 3
FREITAS, Patrícia Martins Santos. Fábrica
de imagens: análise das paisagens industriais paulistas na obra do Grupo Santa
Helena. 2010. Dissertação (Mestrado) – IFCH, Unicamp, Campinas, 2010.
KLINGENDER, Francis D. Art and the
Industrial Revolution. Reading, Royle Publications, 1947.
LIVINGSTONE, Karen; PARRY, Linda. International
Arts and Crafts. London: V&A Publications, 2005 (1. Ed.)
MENEGUELLO, Cristina. Da ruína ao
edifício. São Paulo: Annablume, 2008.
MENEGUELLO, Cristina. Sigaud, operário
da pintura. História (São Paulo) v.33, n.1, p. 27-49, jan./jun. 2014.
MENEGUELLO,
Cristina. “A representação do trabalhador na arte por meio da obra F.D. Klingender
(1907-1955)”, nos I Simpósio nacional História e Patrimônio Cultural. Porto
Alegre, 2016
MORAIS, Frederico. O trabalho como
temática e norma de vida. O Globo. Rio de Janeiro, 8 ago. 1979.
OLIVEIRA, Eduardo Romero de. “Fotografia
e tecnologia ferroviária: análise do registro fotográfico de estradas de ferro
brasileiras no século XIX”. História, Assis/Franca , v. 38, e2019035,
2019 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php
[1] Esta apresentação é uma versão
resumida das considerações apresentadas pela autora na Mesa de Abertura do I Encontro Arte
e Patrimônio Industrial, em 09/12/2019.
[2] As indústrias
entendidas como novas catedrais, por suas dimensões físicas ou pela
substituição dos valores eternos por valores terrenos da produção da
mercadoria, permanece um tema nas artes plásticas. Simultânea a esse evento
ocorre a primeira exposição da Trienal Gigantisme em Dunquerque
(Hauts-de-France), França, em que instalações de arte contemporânea buscam
dialogar com os espaços industriais da cidade, em silos, armazéns ou peças
abandonadas. https://www.gigantisme.eu/en/gigantisme-art-industrie/
(em 18/12/2019)
[3] O I
Encontro Nacional Arte e Patrimônio Industrial propôs a seus participantes
as seguintes linhas temáticas:
Arte e Patrimônio Industrial 1 – A
arquitetura industrial e suas especificidades: edifícios fabris ou relacionados
ao universo fabril; painéis, murais, vitrais decorativos dentro de
espaços industriais; impasses do restauro e dos usos da arquitetura industrial.
Arte e Patrimônio Industrial 2 – As
representações do trabalho e do trabalhador: artes plásticas, fotografia,
cinema, artes gráficas, literatura.
Arte e Patrimônio Industrial 3 – Máquinas,
ferramentas e objetos: as dimensões estéticas dos equipamentos e objetos
industriais; o design e os designers industriais; a produção
industrial de objetos de consumo, a reinterpretação artística das ferramentas e
máquinas.
Arte e Patrimônio Industrial 4 – A
produção do saber e do ensino: o saber técnico e artístico relacionado à
produção industrial; escolas de artes e ofícios, liceus, escolas técnicas,
livros e manuais técnicos.
[4] A edição original do livro, por sua recolha de materiais associados à arte e à indústria e pela clareza, estabeleceu a entrada da paisagem industrial, do trabalhador e das transformações extremas trazidas pelos novos processos de produção dentro do rol dos temas artísticos. Isso vale tanto no que se referia à poesia (John Dyer com o seu à sua época fracassado poema em quatro volumes The Fleece, de 1757), da gravura (com a obra incomparável de Joseph Wright de Derby) e das ilustrações enciclopédicas e técnicas e, progressivamente, da literatura (em especial os romances de denúncia social como os de Mary Gaskell e Dickens já em pleno século XIX.
[5] Sobre esse tema, remeter-se ao comentário à Exposição “Visualidades do Patrimônio Industrial”, que encerra essa publicação de Anais.
[6] Entrevista concedida em 1999 a Ulf Erdmann Ziegler, traduzida e publicada na Revista ZUM “O léxico industrial de Bernd e Hilla Becher” em 14/10/2005 (https://revistazum.com.br/revista-zum-1/hilla-becher/. Acesso em 18/12/2019)
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