Carregando
★ {{item.tituloProjeto}} {{casearNomePessoal(item.autores)}} |
Apresentação
Palavras iniciais – Coordenação Geral
O evento é chamado de encontro não à toa. Diferente do que pensamos há produção em nome da gastronomia em muitos outros espaços científicos. Então, a ideia foi reunir, encontrar para conectar...
Afinal já disse Emicida: “É no encontro que nossa existência faz sentido”.
O tema desse ano veio para aclarar, descortinar o que viemos chamando de Gastronomias.
É a perspectiva múltipla e singular que garante a resistência ao que estamos comumente acostumados a ver como gastronomia.
São essas Gastronomias que encontram aqui a sua possibilidade de existir. Porque agora há espaço dedicado a essas expressões.
E à medida que desbravamos os territórios das Gastronomias, vamos deslocando nossos olhares, nossos sentires e o nosso pensar, o nosso saber - porque em uma perspectiva, sentir também é uma forma de saber – e creio que isso seja pertinente para se pensar as Gastronomias. Pois com elas é possível pensar com o corpo todo e não apenas “da cintura pra cima” (Preciado).
Bem... O que quero dizer é que nos Encontros as conexões proporcionadas pelo Enpegastro têm sobretudo deslocado, alargado e, em um certo sentido, ampliado o que sabemos delas, as Gastronomias.
Esses encontros, e aqui falo do encontro de saberes, sentires, ou seja, das diversas conexões, vêm construindo e, sobretudo, fortalecendo o Ensino, a Pesquisa e a Extensão. E por que não falar da formação de professores? Afinal, cito aqui Carlos Chagas Filho: “só se ensina porque se pesquisa”.
O fortalecimento da pesquisa, do ensino e da extensão, acredito, ressoa por outros espaços das Gastronomias, na presença do profissional, na empregabilidade, no seu reconhecimento em diversos espaços e nas novas e diversas possibilidades que vão desenhando um horizonte bastante profícuo para os Gastrônomos e para as Gastronomias.
Por fim, cabe destacar que a recepção de fomento público das duas principais agências de pesquisa do país, CNPq e Capes, e, adicionalmente aqui no Ceará, a Funcap, demonstra, ainda que timidamente, a nossa força. Juntando com muitas outras inscrições na agenda pública, municipal, estadual e nacional, a gente assiste a uma popularização sim, afinal, a Gastronomia está na boca do povo, como costumo dizer, mas também está na ciência, na educação e em nossa mesa.
E para arrematar essas linhas das muitas Gastronomias, importa ratificar que com essa edição aprendemos um pouco mais sobre Encontros, afinal, a realização de um dos valores basilares do Enpegastro é o nomadismo, ou seja, a capacidade de realizar-se em outras Universidades, Centros e Instituições de forma que os diálogos tenham possibilidade de ampliação em perspectiva.
Esse se constitui como um grande desafio para o evento, mas consideramos também como a sua maior força. Não estar sedentário, fixo.
Nesse sentido, o encontro com e na UFC e toda a equipe executiva local foi mais que profícuo. Foi recheado de aprendizagem de forma que saímos mais fortalecidos para a próxima edição.
Até 2026!!!
Profa. Dra. Cláudia Soares
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Coordenação Geral Nacional do Enpegastro
Palavras da Coordenação Geral Local – UFC
Os momentos presenciais do ENPEGASTRO foram uma celebração significativa para o avanço e disseminação do conhecimento das GastronomiaS. Com uma programação diversificada e rica em temas relevantes, o evento incluiu visitas técnicas, palestras, mesas redondas e oficinas práticas, destacando a importância da integração cultural e a valorização das tradições alimentares brasileiras.
Durante o 4º Enpegastro, foram realizadas diversas visitas técnicas com o intuito de proporcionar experiências práticas e enriquecedoras aos participantes, destacando a cultura alimentar e o ensino de gastronomia de Fortaleza.
No primeiro dia ocorreu a visita ao Mercado São Sebastião. Liderada por Uiara Maria Oliveira Martins e Nayane Honorato, essa visita explorou um dos maiores centros de abastecimento de hortifruti, carnes e peixes de Fortaleza, com uma rica história que remonta ao século XIX. Os participantes tiveram a oportunidade de conhecer os ambientes do mercado, ouvir histórias dos comerciantes mais antigos e vivenciar a cultura alimentar cearense. A visita foi concluída com um tradicional almoço no mercado, conduzida pela professora Uiara Martins, que desenvolve um projeto sobre o patrimônio cultural e alimentar do mercado.
No período da tarde foi realizada a visita técnica à Escola de Gastronomia Social Ivens Dias Branco. Essa visita apresentou a primeira instituição pública de gastronomia social do Brasil, com foco na valorização da cultura alimentar. Os participantes conheceram as instalações da escola e discutiram conceitos de cultura alimentar, gastronomia social e sustentabilidade, interagindo com profissionais envolvidos no debate da política cultural e na produção de alimentos.
No segundo dia foi realizada uma visita dupla, à Embrapa Agroindústria Tropical e ao Curso de Gastronomia da UFC. Conduzida pelos estudantes de mestrado em gastronomia da UFC, Vinicius Quintino Lavor Andrade e Tereza Carlas da Nóbrega Araújo Garcez, a visita começou na Embrapa Agroindústria Tropical, onde os participantes conheceram laboratórios de pesquisa e desenvolvimento de alimentos. Eles receberam explicações sobre os projetos em andamento e as contribuições da Embrapa para o setor agroindustrial. A visita continuou no Curso de Gastronomia da UFC, com um tour pelas salas de aula, horta pedagógica, cozinhas experimentais e demais dependências, incluindo uma apresentação sobre os programas de estudo, atividades práticas e projetos de pesquisa desenvolvidos pela instituição.
No primeiro dia de palestras, iniciamos com a mesa redonda Redescobrimento a partir da História Não Contada do Brasil, com as palestrantes Carolinne Melo, Natália Viviane Santos de Menezes e Natália Tatanka, coordenada pelo professor Rafael Queiroz Gurgel do Amaral. Esta roda de conversa destacou as perspectivas indígenas e africanas na formação da culinária brasileira, enfatizando a necessidade de reconhecer e valorizar essas influências históricas frequentemente negligenciadas.
Em seguida pudemos ver a oficina Técnicas e Utensílios Culinários Autóctones, com a professora e pesquisadora Uiara Martins, e o pesquisador Joélho Caetano, do Quilombo Conceição dos Caetanos, e coordenada pela professora Mattu Macedo. Na oficina que explorou as técnicas e os utensílios culinários tradicionais, foram elaboradas tapiocas e grolados com goma de tapioca fermentada, proporcionando um mergulho nas práticas autóctones e na valorização do patrimônio cultural culinário regional.
Em seguida, foi apresentada a Roda de Conversa - Tesouros nacionais: sustentabilidade da cadeia produtiva dos alimentos tradicionais, com a participação emocionante dos professores José Arimatea Barros Bezerra, Ariza Maria Rocha e Uiara Maria Oliveira Martins, e dos pesquisadores Graco Alves Rodrigues e Jurandi Alves, que trouxeram uma riqueza que é produzida no sertão, serra e praias cearenses.
O primeiro dia finalizou com a roda de conversa “As pesquisas da Escola de Gastronomia Social Ivens Dias Branco: metodologia, política pública e cultura alimentar”, onde foi apresentada a Escola de Gastronomia Social Ivens Dias Branco e o seu Laboratório de Criação, pela pesquisadora Vanessa Moreira, coordenadora de cultura alimentar e pesquisa da escola. Foram apresentadas as pesquisas desenvolvidas na 6ª Edição do Laboratório de Criação dos pesquisadores Thiago Tavares, que propôs o desenvolvimento do Mapa da Cultura Alimentar do Ceará, e Joélho Caetano, que desenvolveu um sorvete a base de mandioca com um crocante de farinha de mandioca, coco, manteiga da terra e rapadura.
No segundo dia iniciou com a roda de conversa Políticas Públicas de Valorização da Alimentação Brasileira, que contou com a presença de Iury de Melo, do Mercado AlimentaCE, Eveline de Alencar Costa, professora da UFC e representante do CONSEA, e Adelle Azevedo, da Associação para o Desenvolvimento Local Co-produzido, e como coordenadora a professora Alessandra Pinheiro de Goes Carneiro. A discussão focou nas políticas públicas voltadas para a promoção e valorização da alimentação brasileira, abordando questões de segurança alimentar e inclusão social.
O encerramento se deu com a roda de conversa Perspectiva Histórico-Crítica sobre a Alimentação e Gastronomia no Brasil, coordenada pela professora Adriana Camurça Pontes Siqueira, e com as falas da professora Lourence Alves, da UFBA, e da pesquisadora, poeta e escritora Taís Machado, que também fez o lançamento do livro Um Pé na Cozinha. Esta roda de conversa lançou luz sobre a história crítica da alimentação no Brasil, proporcionando uma reflexão sobre as transformações e influências culturais ao longo dos séculos.
O ENPEGASTRO proporcionou um espaço de integração entre pesquisadores, estudantes e profissionais, estimulando o intercâmbio de ideias e a colaboração entre diferentes áreas e regiões. As discussões promoveram a valorização das diversas influências culturais que compõem a gastronomia brasileira, reforçando a importância de preservar e celebrar essa diversidade.
O evento incentivou a consolidação de pesquisas na área gastronômica, fortalecendo a rede de pesquisadores e contribuindo para o crescimento acadêmico e profissional dos participantes.
A ênfase na sustentabilidade e na valorização das técnicas tradicionais destacou a importância de práticas alimentares responsáveis e de preservação do patrimônio cultural.
Em suma, o 4º ENPEGASTRO foi um evento crucial para o fortalecimento da pesquisa em gastronomia no Brasil, promovendo uma rica troca de saberes e contribuindo para a valorização e preservação das tradições culinárias brasileiras.
Prof. Dr. Paulo Henrique Machado de Sousa
Universidade Federal do Ceará
Coordenação Geral Local do Enpegastro
Palavras da Coordenação Científica
Na quarta edição do Encontro de Pesquisa em Gastronomia do Brasil tivemos uma grande (e boa) surpresa: mais que o dobro de submissões de resumos expandidos em relação à média das edições anteriores. Ao todo, 209 trabalhos foram submetidos a avaliações por pares às cegas no IV ENPEGASTRO, o que representa 254% a mais se comparado à edição de 2023.
Esse cenário, à princípio, nos sinalizou maior necessidade de atenção quanto à qualidade dos conteúdos que chegavam ao evento e, claro, quanto à demanda de trabalho inesperada. Mais uma vez, fomos surpreendidos, dessa vez com a evidente melhoria dos trabalhos em vários aspectos: de redação científica, de coerência teórico-metodológica e de contribuição para o campo.
Surpreendeu-nos também a diminuição na proporção de resumos reprovados, o que coaduna com a nossa premissa sobre a qualidade dos trabalhos, representando apenas 11% do total de submissões nesta edição. Na maior parte desses casos, o motivo relatado pelos avaliadores foi a não adequação quanto ao uso do template do resumo do evento.
Dos trabalhos aprovados, realizamos a divisão em Sessões de Apresentação de Trabalhos (SATs) conforme as proximidades temáticas dos textos. Ao todo, os 188 trabalhos aprovados foram apresentados de forma online e síncrona em 15 diferentes SATs, sendo alguns deles ainda organizados em dois períodos. Ficamos felizes em perceber que a proposta temática central desta edição (Decolonialidades, Biomas brasileiros e Povos originários: novos (necessários) olhares para as Gastronomias) se desdobrou em SATs e discussões que nas edições anteriores não tiveram espaço ou interesse (ou pouco espaço e/ou interesse) no próprio campo, como foi o caso de “Biomas e territórios brasileiros”, “Agroecologia, Gastronomia social e Alimentação escolar” e “Dimensões da sustentabilidade na Gastronomia”, “Decolonizar?” e “Povos originários”. Soubemos que os debates ocorridos especialmente nestes SATs foram extremamente profícuos.
Também chamou a nossa atenção a força de temas que antes estavam reprimidos e/ou diluídos em outros SATs nas edições anteriores, sendo eles: Confeitaria, Extensão, Bebidas e Turismo e cultura alimentar. Esses novos SATs demonstram uma tendência do campo de se expandir para novos temas ou, em outro sentido, convidar pesquisadores com expertises em outros temas a dialogar com e sobre os saberes das Gastronomias do Brasil.
Ainda nesta edição, propusemos a possibilidade de sociabilizar os trabalhos por meio de apresentações em formato de banner na programação presencial do evento. No total, 60 banners foram expostos em uma grande sala juntamente com as nossas merendas. E uma vez mais nos surpreendemos com a alegria e entusiasmo que essa atividade proporcionou às autoras e aos autores em oportunizar o diálogo sobre seus resultados frente a frente com os demais colegas do campo presentes.
De forma a incentivar as autoras e os autores a apresentarem os seus trabalhos também no formato de banner, decidimos que iríamos realizar uma menção honrosa para um trabalho de cada categoria de submissão, a saber: Extensão universitária, Trabalho de Conclusão de Curso, Profissionais docentes e/ou pesquisadores(as), Doutorandos e mestrandos, Grupo de pesquisa e Profissionais da área. Listo aqui os trabalhos selecionados pela comissão na mesma sequência das categorias:
A partir da experiência da Coordenação científica dessa edição, podemos dizer que o ENPEGASTRO se consolidou como um (senão o) evento científico mais relevante que pretende tratar das pesquisas sobre as Gastronomias sem fronteiras epistemológicas entre os campos de saberes. O ENPEGASTRO se demonstrou um evento com força centrípeta (no sentido de convidar e acolher) para diálogos, debates e discussões das Gastronomias.
Como Coordenador científico em mais uma edição, e em nome de toda a Comissão organizadora, agradeço ao conselho e à comissão científica, aos alunos que nos deram apoio na execução da parte científica, a todas e todos as avaliadoras e avaliadores, mediadoras e mediadores e às autoras e autores por acreditarem e confiarem no trabalho que desenvolvemos em mais uma edição do ENPEGASTRO.
Até a próxima edição!
Prof. Dr. Rafael Ferro
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Coordenação Científica do Enpegastro
{{item.denominacao}} |
Responsável
Para mais informações, favor entrar em contato via e-mail: enpegastro@gmail.com
Acesse também o site do evento em: https://enpegastro.gastronomia.ufrj.br/
{{'Não existem edições anteriores' | translate}}