O DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM: UMA REFLEXÃO CRÍTICA SOBRE A EDUCAÇÃO INFANTIL COMO APORTE EPISTEMOLÓGICO

Publicado em 04/02/2020 - ISBN: 978-85-5722-415-5

Título do Trabalho
O DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM: UMA REFLEXÃO CRÍTICA SOBRE A EDUCAÇÃO INFANTIL COMO APORTE EPISTEMOLÓGICO
Autores
  • Silvinha De Melo Fonsêca
  • Márcia Aparecida da Silva Oliveira Julião
  • Antônio Gabriel Figueiredo da Silva
  • Marileyde Leôncio de Moura Aguiar
Modalidade
Artigo Científico
Área temática
Educação
Data de Publicação
04/02/2020
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/amplamentecursos/236177-o-desenvolvimento-da-aprendizagem--uma-reflexao-critica-sobre-a-educacao-infantil-como-aporte-epistemologico
ISBN
978-85-5722-415-5
Palavras-Chave
Educação infantil, educação, reflexão.
Resumo
INTRODUÇÃO Considerando que a Educação Infantil é uma etapa relevante na medida em que proporciona na criança desenvolver-se integralmente em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social. Pois esta necessita de orientação adequada de maneira que possibilite uma aprendizagem saudável e significativa. Para que a aprendizagem aconteça na Educação Infantil é necessário que se institua em um ambiente onde o ajustamento afetivo seja a condição primordial. Portanto, a criança deverá sentir-se segura, acolhida e protegida por todos envolvidos no seu processo de aprendizagem; e para tanto é necessário que a família, comunidade e escola estejam sempre presentes. Dessa forma, a aprendizagem pode acontecer na interação com outras pessoas, sejam elas adultas ou crianças, percebe-se que as crianças começam a adquirir as habilidades de raciocínio verbal, elas necessitam de uma instrução reflexiva, ou seja, uma aprendizagem mediada por um adulto, que faz com que elas reflitam sobre o próprio pensamento. A formação da criança é influenciada através das trocas sociais, ou seja, através da interação com o meio que a criança vai se desenvolvendo, consequentemente com as práticas educacionais à qual irá ser submetida. Caso não ocorra a interação entre o indivíduo e o meio, o desenvolvimento ficará defasado, devido à falta de situações propícias ao aprendizado. De acordo com Oliveira (1995, p. 58) [...] essa importância que Vygotsky dá ao papel do outro social no desenvolvimento dos indivíduos cristaliza-se na formulação de um conceito específico dentro de sua teoria, essencial para a compreensão de suas ideias sobre as relações entre desenvolvimento e aprendizado: o conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal - ZDP. Nesse sentido, faz-se necessário a relação entre o desenvolvimento e a aprendizagem está atrelada ao fato de o ser humano viver em meio social, sendo este a alavanca para estes dois processos, um caminhando ao lado do outro. Para uma melhor compreensão do processo de ensino aprendizagem. A criança aprende com mais facilidade aquilo que lhe é concreto, pois o abstrato não lhe chama muita atenção, nesta fase a emoção do conhecimento novo lhe transmite novas habilidades. O processo de ensino-aprendizagem na educação infantil é de suma importância para o estudo de comportamento. Aprende-se melhor e mais de pressa se houver interesse pelo assunto que se está estudando. Para que a criança obtenha uma aprendizagem com sucesso ela precisa estar motivado a ponto de empenhar-se a aprender. Para tanto podemos perceber que tanto o aprender como o ensinar andam juntos. Ainda segundo Fernández (2001, p.29), “entre o ensinante e o aprendente, abre-se um campo de diferenças ou se situa o prazer de aprender.” A relação ensino-aprendizagem é um sistema complexo, pois envolve fatores sociais, políticos e econômicos que contribuem para a dinâmica na sala de aula. Dessa forma, torna-se fundamental a existência da educação infantil à medida que tem o caráter de complementar à educação recebida da família. 1. CONTEXTUALIZANDO A EDUCAÇÃO INFANTIL A história da educação infantil deve-se assim associar o surgimento da mesma em decorrência da história da produção e da reprodução da vida social de nosso país. Os fundamentos da educação infantis tanto sociais, morais, econômicas, culturais e políticos da sociedade antiga foram sendo superados desde a instauração da sociedade moderna no século XVI. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9.394/96) regulamenta a Educação Infantil, definindo-a como primeira etapa da Educação Básica e indicando como sua finalidade o desenvolvimento integral da criança de zero a seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. Vale ressaltar que foi no início do século XVII, que surgiram as primeiras preocupações com a educação das crianças pequenas, onde essas preocupações foram resultantes de reconhecimento e valorização que elas passaram a ter no meio em que viviam. Apesar de uma grande parcela da população infantil continuar sendo educada segundo a antiga prática de aprendizagem; o surgimento de sentimento de infância provocou mudanças no quadro educacional. O Brasil, até a primeira metade do século XIX, não apresentava um local onde as crianças podiam ficar, uma vez que cabia a família a incumbência da sua educação. Com o passar do tempo e com a ida da mulher para o mercado de trabalho ficou a cargo das creches o papel de educar as crianças. Após a primeira guerra mundial o Movimento das Escolas Novas apareceu e tinha como objetivo ter uma aprendizagem feita pelas experiências da criança ao invés de decorar conteúdo. Além disso, esse movimento era contra a concepção que a sociedade atribuiu à escola como só uma preparação para a vida; o movimento queria que a visão da criança e seus interesses também fossem levados em conta para construir uma escola que estivesse compromissada com a aprendizagem das crianças. A Educação Infantil teve sua origem quando foi questionado, na sociedade, o papel da criança e como esse papel seria desenvolvido. Oliveira (2005.p.204), nos mostra que autores como Erasmo e Montaigne pensavam numa educação para as crianças na qual se valorizava a própria criança e associava-se seu aprendizado ao jogo. Piaget também contribui com a Educação Infantil e assim como Wallon também acreditava que o ambiente onde o indivíduo estava inserido auxiliava no desenvolvimento e construção do conhecimento. Só então a Educação Infantil ganhou uma dimensão mais ampla dentro do sistema educacional e a criança foi vista como alguém capaz de criar e estabelecer relações, um ser sócio histórico, produtor de cultura e inserido nela e que, portanto, não precisa apenas de cuidado, mas está preparado para a educação. De acordo com Cabral, (1987, p. 45), o princípio de globalidade, um dos pressupostos básicos da teoria sistêmica é que toda e qualquer partem de um sistema está relacionado com as demais partes, e a mudança em alguma delas provocará transformações nas demais e consequentemente afetará o sistema total. Desta forma, a criança precisa envolver-se em um ambiente escolar de modo a sentir-se acolhida e protegida em todos os sentidos, para que seja possibilitado seu desenvolvimento em sua totalidade, sem descaracterizar suas origens no seu processo de aprendizagem, e para tanto é necessário que a família, comunidade e escola estejam sempre presentes. 2. UM NOVO OLHAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL A Educação Infantil vem passando por transformações no Brasil, especialmente nesses 20 anos. Já se sabe que as crianças pequenas devem ser estimuladas a adquirir autonomia na solução de problemas, mas para isso é preciso dar espaço e liberdade a elas para explorar o mundo ao seu redor. À medida que as crianças começam a adquirir as habilidades de raciocínio verbal, elas necessitam de uma instrução reflexiva, ou seja, uma aprendizagem mediada por um adulto, que faz com que elas reflitam sobre o próprio pensamento. Diante de muitas expectativas dessa natureza, a educação infantil permite que as crianças sejam pensadores sistêmicos, trabalharem em equipe e a construam visões compartilhadas com outros, e, quanto mais cedo isso acontecer melhor é para o desenvolvimento delas. De acordo com Coelho (1999, p. 12) As mudanças de estratégias de ensino podem contribuir para que todos aprendam. Em alguns casos, as estratégias de ensino não estão de acordo com a realidade do aluno. Á pratica do professor em sala de aula é decisivo no processo de desenvolvimento dos educandos. Esse talvez seja o momento do professor rever a metodologia utilizada para ensinar seu aluno, através de outros métodos e atividades ele poderá detectar quem realmente está com dificuldade de aprendizagem, evitando os rótulos muitas vezes colocados erroneamente, que prejudicam a criança trazendo-lhe várias consequências, como a baixa- estima e até mesmo o abandono escolar. “O que é ensinado e aprendido inconscientemente tem mais probabilidade de permanecer. A Educação Infantil deve orientar o trabalho pedagógico através do desenvolvimento da autonomia, ou seja, instruir a criança sobre a capacidade de construir suas regras e meios de ação, esta construção não se esgota ao completar seis anos de idade, frente às características do desenvolvimento infantil. A escola e os profissionais da educação como um todo precisam aprimorar suas atitudes e práticas para realizarem tais atividades relacionadas à ludicidade no desenvolvimento da aprendizagem e construção do saber. Sabemos que educar é ajudar as crianças a desenvolver aprendizagens que podem ocorrer tanto das atividades planejadas pelo professor, decorrentes das ações pedagógicas intencionais, como também decorrentes das brincadeiras. Ou seja, a educação ocorre em todos os momentos que se convive com as crianças. Como aponta Freire, (1996) “estamos em constante processo de aprendizagem durante toda a nossa existência”. De acordo com Kishimoto (1994, p.13) [...] no contexto cultural e biológico as atividades são livres, alegres e envolve uma significação. É de grande valor social, oferecendo possibilidades educacionais, pois, favorece o desenvolvimento corporal, estimula a vida psíquica e a inteligência, contribui para a adaptação ao grupo preparando para viver em sociedade, participando e questionando os pressupostos das relações sócias. Desta forma, o professor poderá promover a educação de uma forma mais tranquila e equilibrada, proporcionando às crianças momentos de construção do conhecimento por meio de atividades com intenções pedagógicas. A escola precisa de uma visão mais aberta, mais ampla, mais interativa e comunicativa com os princípios da nova política educacional, para que possa agir com coerência e consistência diante das mudanças paradigmáticas. A elaboração dos conceitos pelas crianças irá depender da diversidade, não só quantitativa, mas especialmente, qualitativa, das experiências interacionais que vivenciará nos espaços institucionais nos quais se encontrar. (MACHADO, 2010, p.39). Nesse sentido, o processo de aprendizagem é desencadeado a partir da motivação. Esse processo se dá no interior do sujeito, estando, entretanto, intimamente ligado às relações de troca que o mesmo estabelece com o meio, principalmente, seus professores e colegas. Com isso, os educadores, enquanto mediadores do conhecimento devem oportunizar o crescimento da criança de acordo com seu nível de desenvolvimento, oferecendo um ambiente de qualidade que estimule as interações sociais, um ambiente enriquecedor de imaginação, onde a criança possa atuar de forma autônoma e ativa, fazendo com que venha a construir o seu próprio processo de aprendizagem. Trata-se da formação do profissional crítico-reflexivo, na qual o professor é ajudado a compreender o seu próprio pensamento e a refletir de modo crítico sobre sua prática, (LIBÂNEO, 2003, p.76). Conforme Rocha (1999, p.98) diz que A formação de professores de educação infantil deve estar voltada para prepara profissionais aptos a estimular o desenvolvimento social, cognitivo e afetivo das crianças, a compreensão dos profissionais dos diferentes momentos de aprendizagem das características próprias dos alunos das diversas etapas da educação básica, domínio dos conhecimentos básicos das áreas contempladas nos conteúdo. A Educação Infantil que desejamos é aquela que tem seu espaço e tempo preservado, planejado e construído no cotidiano infantil. É aquele que percebe a criança como sujeito principal do planejamento e da efetivação da proposta pedagógica. Deste modo, considerando que a educação infantil, é a base dos conhecimentos da criança, e primordial para o desenvolvimento das etapas subsequentes de sua vida escolar, faz-se necessário uma nova abordagem acerca desse assunto. 3. O PAPEL DO PROFESSOR NO PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM O professor deve ser um mediador e encarar a Educação Infantil como um período de adequação ao mundo fora de casa, de entrosamento com as outras crianças, um período que deve ser focado em canções, brincadeiras e desenvolvimento da coordenação motora, e não como uma etapa para a alfabetização. Percebe-se que está nas mãos do professor o sucesso do aprendizado escolar, uma vez que no convívio escolar o professor é o adulto do processo e o aluno carece das suas orientações para bem construir o saber sistematizado, e ter acesso ao elemento que lhe será útil para o resto da vida, Meirelles (2010, p. 48) vem tornar fundamentada essa compreensão quando diz que Num país como o Brasil, a escola tem um papel fundamental para garantir o contato com os livros, desde a primeira infância: manusear as obras encontra-se com as ilustrações e começa a descobrir o mundo das letras. É nas salas de educação infantil que o professor deve apresentar os diversos gêneros a turma. Nessa fase o que importa é deixa-se levar pelas histórias sem nenhuma preocupação em ensinar leitura. Este deve estar proporcionando um ambiente agradável e acolhedor com atividades lúdicas e prazerosas as quais supram o processo de separação vivido pela criança, e que estimule a sua individualidade e socialização, dessa forma o professor irá conquistar a confiança da criança e consequentemente facilitará o processo de adaptação e socialização da mesma. Dessa forma Freire (1996, p. 29) diz que (...) o que há de pesquisador no professor não é uma qualidade ou uma forma de ser ou de atuar que se acrescente à de ensinar. Faz parte da natureza da prática docente a indagação, a busca, a pesquisa. O de que se precisa é que, em sua formação permanente, o professor se perceba e se assume, porque professor, como pesquisador. Assim, o professor consciente de sua ação, exerce uma função fundamental de facilitador na construção de saberes e no processo de transformação social através de uma prática educativa envolvente. O papel do professor é de mediador, de estimulador, de incentivador, é alguém que auxilia os educandos a criar um espaço no quais professores e alunos trazem suas experiências e tem a oportunidade de reaproveitá-las, trocá-las e expandi-las. Assim, o professor deve investigar o domínio que cada criança possui, bem como as dificuldades, para então poder organizar sua proposta de ensino. Trata-se da formação do profissional crítico-reflexivo, na qual o professor é ajudado a compreender o seu próprio pensamento e a refletir de modo crítico sobre sua prática, (LIBÂNEO, 2003, p.76). O professor é a base fundamental de qualquer que seja o processo de ensino- aprendizagem. Ele é considerado o responsável em repassar conhecimentos aos alunos. Segundo Tosi (2013, p.24), ele "... é a pessoa habilitada, especializada e contratada para sistematicamente, passar para o aluno um conjunto de conhecimentos que o tempo e a experiência selecionaram da cultura universal e diz respeito a nossa vivência cultural”. Portanto, espera-se muito do professor e, muitas vezes eles se sentem sobrecarregados para cumprir uma missão tão complexa e exigente. Freire (2014, p.45) acreditar que (...) O que importa, na formação docente, não é a repetição mecânica do gesto, este ou aquele, mas a compreensão do valor dos sentimentos, das emoções, dos desejos, da insegurança para ser superada pela segurança, do medo que, ao ser educado, vai gerando a coragem. É preciso ter um olhar bastante atento para as necessidades dessas crianças, para a partir daí, saber como trabalhar com elas. Na educação infantil não é diferente, o educador precisa saber que ensinar não é só transferir conhecimento, mas mostrar na sua prática escolar que a educação merece um tratamento sério e dedicado. Na educação infantil, o educador é aquele que caminha junto com as crianças, observando/registrando, discutindo e refletindo sobre suas ações e sobre seus modos de expressão. Assim, ele rompe com a educação centralizada somente no adulto e passa a ter a criança como foco, adotando, então uma postura não só de observador, mas também de investigador das várias maneiras de se viver a infância. A formação da identidade da criança está em construção e, cabe ao educador ajudar nessa formação. A partir daí entra em ação a prática pedagógica enquanto função social e política. Nesse caso, o aluno é visto como um ser concreto, que necessita de cuidados para futuramente exercer sua cidadania. A formação em serviço é bastante valiosa se o professor souber valorizar e perpetuar essa construção de conhecimentos que pode ser aplicada na prática como opção de mudança de estratégia em sala de aula. O professor, principalmente de educação infantil, não reflete teoricamente sobre as possibilidades das crianças em termos de estágios de desenvolvimento. Nessa faixa etária a criança precisa aprender brincando, os jogos lúdicos são bastante importantes no desenvolvimento da aprendizagem da criança. 4. O ENSINAR E APRENDER ATRAVÉS DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL O professor que brinca junto com seus alunos proporciona aos mesmos diferentes oportunidades de ampliar o conhecimento e de interagir com outros colegas. Nesta interação o ambiente se torna fértil para que a criança sinta, pense, expresse e dê significado às relações que permeiam sua vida, tornando o processo ensino-aprendizagem menos penoso e mais prazeroso. Zanluchi, (2005, p. 89), reafirma que, “Quando brinca, a criança prepara-se a vida, pois é através de sua atividade lúdica que ela vai tendo contato com o mundo físico e social, bem como vai compreendendo como são e como funcionam as coisas”. .O que se observa na prática é que, a criança entendendo que a partir daquele momento é que ela vai começar a aprender, quando na verdade, a aprendizagem se dá de forma natural, ao longo de nossas vidas estamos sempre aprendendo. Assim Góes (2008, p. 37) afirma ainda que (...) a atividade lúdica, o jogo, o brinquedo, a brincadeira, precisam ser melhorado, compreendidos e encontrar maior espaço para ser entendido como educação. Na medida em que os professores compreenderem toda sua capacidade potencial de contribuir no desenvolvimento infantil, grandes mudanças irão acontecer na educação e nos sujeitos que estão inseridos nesse processo. Portanto, a brincadeira é de fundamental importância para o desenvolvimento infantil na medida em que a criança pode transformar e produzir novos significados. Nas situações em que a criança é estimulada, é possível observar que rompe com a relação de subordinação ao objeto, atribuindo-lhe um novo significado, o que expressa seu caráter ativo, no curso de seu próprio desenvolvimento. Para Vygotsky (1998, p.191.), “o educador poderá fazer o uso de jogos, brincadeiras, histórias e outros, para que de forma lúdica a criança seja desafiada a pensar e resolver situações problemáticas, para que imite e recrie regras utilizadas pelo adulto”. Sabemos que existem muitas formas, jeitos e instrumentos para que as crianças brinquem, por isso, a importância do educador está sempre sintonizada nas atitudes das crianças. Segundo OLIVEIRA (2005, p.204) Considerando a criança um agente ativo de seu processo de desenvolvimento, o professor infantil faz a mediação entre ela e seu meio, utilizando os diversos recursos básicos disponíveis: o próprio espaço físico da creche ou pré-escola com seu mobiliário, equipamentos e materiais, as tarefas e instruções propostas e, particularmente, sua maneira de se relacionar com a criança: como a observa, apoia, questiona, responde-lhe, explica-lhe, dá-lhe objetos e a consola. Com isso, é possível entender que o brincar auxilia a criança no processo de aprendizagem. Ele vai proporcionar situações imaginárias em que ocorrerá no desenvolvimento cognitivo e facilitando a interação com pessoas, as quais contribuirão para um acréscimo de conhecimento. É de extrema importância que o professor também participe e que proponha desafios em busca de uma solução e de participação coletiva, o papel do educador neste caso será de incentivador da atividade. É importante criar uma parceria entre escola, família e criança a fim de explicitar os benefícios do ato de brincar na educação infantil, visto que além de deixar as crianças mais alegres, possibilita o desenvolvimento de habilidades físicas, motoras, cognitivas, etc. A brincadeira transmite a criança uma forma de interação ao mundo que ela ainda não conhece tipo o ambiente escolar. A partir do momento que a criança sai de seu seio familiar ela tem que se sentir acolhida de forma segura. E a brincadeira é um recurso que se bem utilizado ela pode ser uma ótima ferramenta, esse processo de aquisição ao meio escolar, pois a brincadeira é uma fonte natural que as crianças se sentem mais interagidas e seguras no novo meio. Por isso o educador é a peça fundamental nesse processo, devendo ser um elemento essencial. Educar não se limita em repassar informações ou mostrar apenas um caminho, mas ajudar a criança a tomar consciência de si mesmo, e da sociedade. E quando o educador dá ênfase às metodologias que alicerçam as atividades lúdicas, percebe-se um maior encantamento do aluno, pois se aprende brincando. Carneiro e Dodge (2007, p.201) afirmam que Ao estimular as crianças durante a brincadeira, os pais tornam-se mediadores do processo de construção do conhecimento. Também, ao brincar com os pais, as crianças podem se beneficiar de uma sensação de maior segurança e liberdade para exploração, além de se sentirem mais próximas e mais bem compreendidas, o que pode contribuir para o melhor desenvolvimento de sua autoestima e independência. Dessa forma, a brincadeira já não deve ser mais atividade utilizada pelo professor apenas para recrear as crianças, mas como atividade em si mesma, que faça parte do plano de aula da escola. Pois, de acordo com Vygotsky (1998, p.191), “é no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva”. Partindo desse pressuposto que devemos rever novas práticas, ou seja, não tirarmos as práticas antigas que funcionavam como educativas e pôr à tona agora com embasamento e objetividade para obter resultados. Brincando, a criança vai construindo os alicerces da compreensão e utilização de sistemas simbólicos como a escrita, assim como da capacidade e habilidade em perceber, criar, manter e desenvolver laços de afeto e confiança no outro. De acordo com Freire (1997, p. 44) Compreender a atividade infantil capacita o professor a intervir para facilitar o desenvolvimento da criança. Isso contribuiria para reforçar a ideia de que a escola, na primeira infância, deve considerar as estruturas corporais e intelectuais de que dispõem as crianças, utilizando o jogo simbólico e as demais atividades motoras próprias da criança nesse período. É importante observar que, no brincar as crianças tornam-se agentes de sua experiência social, estabelecem diálogos, organizam com autonomia suas ações e interações, construindo regras de convivência social. CONSIDERAÇÕES FINAIS O desenvolvimento deste artigo oportunizou o conhecimento de que, na Educação Infantil, o processo de ensino-aprendizagem se dá de forma prazerosa em que os alunos envolvam-se em atividades mediadas pela ação do professor e, assim, sintam-se-se atraídos para a construção de novos conhecimentos. Assim, entendemos que Educação Infantil constitui-se em um espaço de aprendizagem que busca favorecer o desenvolvimento de habilidades psicomotoras, sócio-afetivas e intelectuais da criança. Muitos são os estudos que vêm sendo realizados a respeito da infância, ocasionando novas concepções em relação ao desenvolvimento da criança e, principalmente, à forma como ela constrói seu conhecimento. Os movimentos podem gerar emoções e ser representados neles, facilitando sua aprendizagem. A criança pode indicar estados emocionais, partindo dos movimentos por elas executados, e que devem ser levados em consideração no contexto da sala de aula. Dessa forma, é necessária a busca de se conhecer melhor como se processa o desenvolvimento das crianças, não basta, portanto, tentar entender a criança a partir do nosso ponto de vista, mas buscar, a compreensão de sua própria perspectiva. Diante de todas as informações contidas nesse estudo, pode-se concluir que, é importante mencionar que na educação infantil é fundamental o papel do professor para aprendizagem da criança, para que através do trabalho pedagógico, se aprende brincando na sala de aula, podem ser consideradas como atividades sociais privilegiadas de interação específica e fundamental que garantem a interação e construção do conhecimento da realidade vivenciada pela criança. REFERÊNCIAS BRASIL. Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Lei Federal nº 9.394/96, 2. Ed. Rio de Janeiro, 1999. CARNEIRO, Maria Ângela Barbato e DODGE, Janine J. A descoberta do brincar. São Paulo: Melhoramentos, 2007, p.201. CABRAL, Álvaro; NICK, Eva. Dicionário Técnico de Psicologia. São Paulo: Cultrix, 1987, p.45. COELHO, Maria Teresa. Problemas de aprendizagem. Editora Ática, 1999, p.12. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1996, p.29. FREIRE, P. Política e educação. São Paulo: Cortez, 1997, p.44. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Editora Paz e Terra. 2014, p.45. FERNANDEZ, Alicia. Os idiomas do Aprendente: Análise de modalidade ensinantes, em famílias, escolas e meios de comunicação. Porto Alegre: Artmed, 2001, p.29. KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogos Infantis: O Jogo, a Criança e a Educação. 7 Edição, Petrópolis, RJ: Vozes, 1994,p.13. GÓES, Lucia Pimentel – Introdução à literatura infantil e juvenil. 2. Ed. São Paulo: Pioneira, 2008, p.37. LIBÂNEO, J. C. Adeus professor, adeus professora? Novas exigências educacionais e profissão docente. São Paulo: Cortez, 2003, p.76. MACHADO, M. L. de A. Educação Infantil e socioiteracionismo. In: OLIVEIRA, Z. M. R. de. Educação Infantil: muitos olhares, São Paulo: Cortez, 2010, p.39. MEIRELES, Cecília. Olhinhos de gato. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2010,p.48-51. OLIVEIRA, Zilma Ramos de. Educação Infantil: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 1995, p.58. OLIVEIRA, Zilma Ramos de. Educação Infantil: Fundamentos e Métodos. (Coleção Docência em Formação) 2ª Edição. São Paulo: Cortez, 2005, p.204. PIAGET, J. Seis estudos de Psicologia. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1981, p.56. ROCHA, E.A.C.A. A pesquisa em educação infantil no Brasil: Trajetória recente e perceptiva de consolidação de uma pedagogia. Florianópolis: Núcleo de publicação, 1999, p.98. TOSI, Maria Raineldes. Didática geral: um olhar para o futuro. 4ª ed. - Campinas SP. Editora Alínea, 2013, p.24 VYGOTSKY, Lev Semenovich. A formação social da mente. 6. Ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998, p.191. ZANLUCHI, Fernando Barroco. O brincar e o criar: as relações entre atividade lúdica, desenvolvimento da criatividade e Educação. Londrina: O autor, 2005, p.89.
Título do Evento
EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO CONTINUADA NA CONTEMPORANEIDADE
Título dos Anais do Evento
Anais Educação e Formação Continuada na Contemporaneidade
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

FONSÊCA, Silvinha De Melo et al.. O DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM: UMA REFLEXÃO CRÍTICA SOBRE A EDUCAÇÃO INFANTIL COMO APORTE EPISTEMOLÓGICO.. In: Anais Educação e Formação Continuada na Contemporaneidade. Anais...Natal(RN) Evento on-line - Amplamente Cursos, 2019. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/Amplamentecursos/236177-O-DESENVOLVIMENTO-DA-APRENDIZAGEM--UMA-REFLEXAO-CRITICA-SOBRE-A-EDUCACAO-INFANTIL-COMO-APORTE-EPISTEMOLOGICO. Acesso em: 24/11/2024

Trabalho

Even3 Publicacoes