EDUCAÇÃO ESPECIAL: A LUDICIDADE NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZADO

Publicado em 04/02/2020 - ISBN: 978-85-5722-415-5

Título do Trabalho
EDUCAÇÃO ESPECIAL: A LUDICIDADE NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZADO
Autores
  • Silvinha De Melo Fonsêca
  • Márcia Aparecida da Silva Oliveira Julião
  • Antônio Gabriel Figueiredo da Silva
  • Maria Adriana Da Silva Santos
Modalidade
Artigo Científico
Área temática
Educação
Data de Publicação
04/02/2020
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/amplamentecursos/236179-educacao-especial--a-ludicidade-no-processo-ensino-aprendizado
ISBN
978-85-5722-415-5
Palavras-Chave
EDUCAÇÃO ESPECIAL, LUDICIDADE, ENSINO-APRENDIZADO
Resumo
INTRODUÇÃO A ludicidade é uma importante forma de trabalhar no processo de ensino-aprendizagem na Educação Especial, com ela a criança pode representar suas sensações e emoções através das atividades lúdicas. Partindo desse pressuposto, o presente trabalho de conclusão de curso, para obtenção do título de Pós-graduação em Atendimento Educacional Especializado, da Faculdade do Maciço do Baturité - FMB, tem por finalidade apresentar estudos realizado através de pesquisas intitulado “A ludicidade no processo de ensino-aprendizado na Educação Especial”, objetiva analisar qual a importância de utilizar essa método para contribuir na aprendizagem e no desenvolvimento da criança com necessidades especiais, momento em que alicerça-se todo o desenvolvimento e aprendizagem do indivíduo. O presente estudo tem por objetivo apresentar a ludicidade no processo de ensino-aprendizado na educação especial, como também contribuir na valorização da identidade e autonomia da criança; fornecer subsídios para futuras pesquisas e dar ênfase a inclusão de alunos portadores de necessidades especiais no ambiente escolar, no intuito de mostrar sua importância no processo de aprendizagem. O método para a construção deste artigo foi utilizado à pesquisa bibliográfica mediante o método descritivo. De acordo com Vergara (2007), pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral. Na atualidade, se fala muito no assunto de inclusão das crianças com necessidades especiais, porém o que se vê é que o poder público não oferece condições suficiente para as escolas, e menos ainda para os professores para fazer o processo de inclusão, de modo que o aluno sinta-se de fato integrado ao ambiente escolar. A inclusão é para As instituições escolares, na qualidade de responsável pela formação do cidadão, são de vital importância acompanhar e participar das mudanças da sociedade. Trabalhar com o lúdico é de suma importância para o processo de aprendizagem da criança. A brincadeira deve ser uma base de formação essencial no desenvolvimento da criança, em seus aspectos motor, afetivo e psicológico, ofertando possibilidades para através dos jogos, atividades lúdicas, a criança se conscientize sobre o próprio corpo. É através dessas atividades lúdicas que elas desenvolvem aptidões observadoras com o meio social. Para uma melhor compreensão deste artigo, dividimos em três partes, organizadas da seguinte forma: no primeiro capítulo: trata-se da parte introdutória, contendo uma visão geral do trabalho em questão; em seguida apresentamos o desenvolvimento do trabalho onde descreve: as políticas e leis que norteiam a educação especial; a inclusão no ambiente escolar; um reflexo sobre a ludicidade; a importância da ludicidade no processo de ensino- aprendizagem na educação especial e a importância dos jogos no processo de aprendizagem. E na terceira parte apresentamos nossas considerações finais, fazendo uma reflexão sobre a construção do trabalho, suas contribuições para nossa formação pessoal e profissional e, acima de tudo, sua relevância para profissionais da área em futuras pesquisas. 1. POLÍTICAS E LEIS QUE NORTEIAM A EDUCAÇÃO ESPECIAL A Educação Especial no Brasil se deu início no período imperial, quando D. Pedro II construiu o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, em 1854, hoje intitulado Instituto Benjamin Constant e o Imperial Instituto dos Surdos-Mudos, em 1857, hoje, nomeado Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES. A origem desses Institutos foi muito importante para dar assistência aos portadores de deficiências, entretanto, os espaços não atendiam à toda a demanda brasileira. Com isso, os atendimentos ocorreram de maneira isolada, abrandando mais às deficiências visuais e auditivas. Com o passar do tempo, surgiram mais instituições no país, com diversos atendimento especializado em vários ramos de deficiência, como a deficientes físicos e mentais. Após muitas lutas ao longo dos anos, os alunos com necessidades especiais tiveram seus direitos garantidos. Para que esses direitos fossem alcançados foi preciso muitas manifestações da sociedade e do mundo em geral que não toleravam mais a exclusão dos portadores de necessidades na sociedade. Segundo Soares (2010), em meio a manifestações nacionais e internacionais foi que se deram inícios as mudanças, onde se começava a ver o deficiente como ser, como qualquer outro na sociedade, que possui limites tanto leves como severas, mas, independentemente das limitações, devem ser respeitados por todos e possuir seus direitos garantidos perante a lei. Soares (2010) destaca ainda que aconteceram diversas situações a favor da inclusão do deficiente, entre os quais, a organização de congressos internacionais que foram de suma importância para se discutir os movimentos em favor dos portadores de necessidades especiais. Desses movimentos três, foram fundamentais e divulgadas, que poiaram as conquistas para todos os indivíduos, livre de terem ou não alguma deficiência, sendo ela motora, sensorial, intelectual. Com esses encontros originou-se às seguintes declarações: a Declaração Universal dos Direitos do Homem (1948); Declaração Mundial de Educação para Todos (1990); e a Declaração de Salamanca (1994). A Declaração Universal dos Direitos do Homem não é tida exatamente como uma lei, no entanto, estabelece direitos a humanidade, independente dos aspectos de sua nacionalidade, religião, cor, sexo, política e de certa forma mais abrangente que esclarece em um documento oficial os direitos comuns para todos os cidadãos, inclusive o direito de educação para todos, incluindo assim, as crianças que tem alguma deficiência. No que diz respeito à Declaração Mundial de Educação para Todos, criada nos anos 90 comunica que: "garante educação para todos independente das possíveis dificuldades ou limitações que o sujeito apresente". Segundo Miranda (2003 apud SOARES, 2010, p. 7). A Lei n. 9394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) garante aos portadores de necessidades especiais os seguintes direitos nos artigos citados abaixo: Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais: I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades; II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados; III - professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns; IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora; (Brasil, 2005, p.18). De acordo com os artigos citados, compreendemos que as adaptações curriculares se constituem em medidas ou conjuntos de medidas que buscam flexibilizar e adequar o currículo geral, tornando-o apropriado à especificidade dos alunos com necessidades especiais. São intervenções educacionais necessárias que permitem ao aluno melhorar sua situação e relacionamento na escola, para que possam obter sucesso nos processos de aprendizagem e nos direitos dessa modalidade de ensino. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), também dispõem; Art. 53 que "criança e o adolescente têm direito à educação, visando o pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho assegurando-lhes: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino. (BRASIL,1990, p. 14). Assim, na rede regular de ensino, deve ter serviços de apoio para as crianças portadoras de necessidades especiais, pois são crianças que necessitam de instruções, de instrumentos, de técnicas e de equipamentos especializados. Deve existir também, profissionais qualificados para o atendimento e recursos, de acordo com suas necessidades. As leis ou políticas que são direcionadas a assegurar os direitos dos portadores de deficiência são importantíssimas, pois esses direitos foram todos alcançados com grande lutas e perseverança, com grande esperança de uma sociedade justa e que esses direitos fossem assegurados para todos. Aconteceram grandes conferências internacionais para que houvesse a inclusão de pessoas com algum tipo de deficiências nas escolas púbicas ou privadas foram pensadas e repensadas nas escolas sejam elas públicas ou privadas. Para que esses direitos sejam realmente concretizados o ambiente escolar é o melhor ambiente para se começar, por ser um lugar democrático, pois idealizamos como um espaço de socialização, reflexão, aprendizagem. Assim, a escola pode ser considerada como um local que se pode trabalhar para que as diferenças e diversidades sejam aceitas e respeitadas por todos. 1.1 A inclusão no ambiente escolar Durante décadas a sociedade em geral observou, a completa marginalização das pessoas com necessidade especial, elas viviam nas ruas, foram aprisionadas em asilos, em suas casas por não serem aceitas pela própria família, já estiveram em escolas especial, onde a convivência em sociedade estava muito distante para ser considerada uma convivência social igualitária. No entanto, graças as grandes lutas e manifestações de pessoas com deficiência, familiares e organizações esse cenário cada vez mais, vem sendo modificado, visto que é um direito garantido pela lei e Diretrizes e Bases da educação nacional (Lei n9.934/96), que afirma a oferta da educação especial que se inicia na Educação infantil até o fundamental. Segundo Sassaki (1997); a igualdade entre as pessoas é o valor fundamental quando tratamos de escolas para todos. Podemos encará-los de vários ângulos, mas em todo o sentido da igualdade não se esgota no indivíduo, expandindo as considerações para aspectos da natureza política, social, econômica. (P, 167). Nessa perspectiva as instituições escolares necessitam se renovar para que sejam capazes de confirmar que todos as crianças possam ter acesso ás oportunidades educacionais e sociais ofertada pela escola, proibindo à marginalização dessas crianças na área educacional, pois estamos vivendo numa era onde escolas são capazes de apresentar momentos de transformação para que assim, possam atender a todos sem distinção, com o objetivo de satisfazer as necessidade básica da aprendizagem de todos as crianças, jovens e adultos devem estar em condições de aproveitar as oportunidades educativas voltadas para satisfazer suas necessidades básica. 1.2 Um reflexo sobre a ludicidade A brincadeira é um excelente recurso pedagógico para o aprendizado na formação da personalidade do ser humano. Do ponto de vista criativo, a prática de brincar está focalizado na busca do “eu”, manifestando a criatividade, a imaginação e o desenvolvimento das habilidades do indivíduo. Segundo Vygotsky (1991), acontece uma relação mútua, onde a criança desenvolve-se em um cenário de interação social, quando as informações ou experiências são internalizadas, assim reorganiza as ações sobre os objetos, reformulando o plano interno e resultando em transformações mentais. Perante esta colocação, identificamos que a convivência social e sua interpretação, são questões essenciais para desenvolvimento do ser humano. As possibilidades de trabalhar a ludicidade são bem maiores do que do lazer, podendo assim relacionar também ao prazer, pois não está preso há um tempo definido. Valle (2008) ressalta que: Ludicidade é envolver-se numa atividade, utilizando objetos, em geral brinquedos, que trazem prazer à criança. Neste contexto, o papel do professor seria ajudar o aluno a aprender novos conteúdos com o uso de estratégias e atividades prazerosas. O brincar é uma ação que está presente em todos os períodos do desenvolvimento. Os objetos que despertam o interesse lúdico mudam dependendo da fase em que o ser humano se encontra. Valle (2008, p. 10) De acordo com a citação supracitada, percebemos que o brincar pode encorajar e proporcionar o despertar nas crianças no qual são sugeridas atividade sem que a brincadeira a ser desenvolvida não tenha somente o brincar por brincar, mas o aprender através das brincadeiras. Assim, as brincadeiras podem ser para exercer o corpo, a mente, incentivando a criatividade e ao aprendizado plenamente aos indivíduos denominados para o conhecimento através do lúdico. Como expressa Ferreira (2007): Brincar é uma necessidade básica assim como é a nutrição, a saúde, a habitação e a educação, brincar ajuda a criança no seu desenvolvimento físico, afetivo, intelectual e social, pois, através das atividades lúdicas, a criança forma conceitos, relaciona ideias, estabelece relações lógicas, desenvolve a expressão oral e corporal, reforça habilidades sociais, reduz a agressividade, integra-se na sociedade e constrói seu próprio conhecimento. Ferreira (2007, p. 124). Assim pode-se perceber que as brincadeiras são ações positivas ao desenvolvimento infantil, possibilitando sua socialização, interação, e o desenvolvimento integral, o que permite facilidades mediante sua aprendizagem. 1.3 A importância da ludicidade no processo de ensino-aprendizagem na Educação Especial Desde os primórdios da humanidade já se tinha registro sobre o brincar, tal fato pode ser visto nas pinturas rupestres, nas danças, nas manifestações de alegria. Já nos dias de hoje percebe-se a brincadeira de várias maneiras, nos esportes, nos jogos, nas danças, no teatro e até na política. (Santos,2000). Evidentemente que, nas últimas décadas, temos avançado imensamente quando se falam na defesa dos direitos da pessoa com necessidades educativas especiais. Saímos das convenções de dó e piedade, perpetuadas por muitos séculos, para as convenções da indiferença e exclusão, chegando ao desenvolvimento histórico-cultural defendido por distintos pesquisadores da área (MOREIRA, 2012). A ludicidade é a forma que muitas instituições escolares estão se reinventando para receber e ajudar seus alunos a imaginarem o mundo de um modo mais acolhedor e, ao mesmo tempo, compreenderem que as brincadeiras são grandes aliadas na aprendizagem. De acordo com Vygotsky (1991) o brincar ajuda as crianças a se enxergarem como fazendo parte do mundo e as ajuda a descobrir infinitas possibilidades de conhecimento. O lúdico está cada vez mais sendo utilizado no campo escolar. Para avaliar a eficiência da ludicidade em sala de aula, é de suma importância perceber como os atores da educação estão conduzindo a ludicidade em sala de aula, além de observar a receptividade e avanço das crianças perante esta ferramenta. Os jogos no espaço escolar têm o papel de auxiliar a criança de ordenar suas ações e de vencer as repetições, além de ajudá-la a passar por diferentes oportunidades de ações. Para Vygotsky (1991), a criança, ao brincar, percebe o jogo como uma realidade utilizando regras de comportamento socialmente constituídas. De acordo com Aroeira (1996), quando a criança brinca, ela age indiferente ao que está vendo, antes ela passa a lidar com uma situação imaginária. Com isso, compreende-se que as atividades lúdicas são muito importantes para uma saúde física, mental, social. Tanto mexe com o estado emocional como o intelectual do dos indivíduos. Pois, sabemos que é pela brincadeira que a criança retrata seu universo, se reinventa, recicla suas emoções e satisfaz sua necessidade de conhecer. É pelo brincar que a criança vai se socializando com o mundo que a cerca, na troca com o outro, vai se constituindo como sujeito. De acordo com Nhary (2006), as atividades lúdicas são fundamentais no desenvolvimento do sujeito que possua ou não algum tipo de limitação, no decorrer das atividades lúdicas todos são tidos como capacitados de realizar a atividade coletivamente, dentro das suas habilidades físicas, intelectuais, sociais. Segundo Oliveira (1984), as atividades lúdicas favorecem o envolvimento dos alunos nas atividades escolares facilitando os avanços no seu processo de aprendizagem como também no seu desenvolvimento intelectual e motor. Assim, o aluno especial é incluído pelo movimento lúdico. Sabendo que o mais importante com estas atividades é o prazer de poder estar junto com o próximo, é o prazer usufruir do movimento como brincadeira e como aprendizado. Para Kishimoto (2003), o trabalho pedagógico poderá utilizar os jogos educativos como recurso didático-pedagógico, promovendo a aprendizagem e desenvolvendo todas as potencialidades e habilidades nos alunos. Porém, o jogo deve ser praticado d e uma forma construtiva e não como uma série de atividades sem sentido, tendo como objetivos o desenvolvimento de capacidades físicas e intelectuais, não esquecendo a importância da socialização. Consideramos que o processo de ensino-aprendizagem no âmbito escolar fazendo uso de atividade lúdica se transforma num elemento motivador e facilitador, fazendo com que as crianças com necessidades especiais consigam compreender os conteúdos, vivenciem valores e atitudes de maneira prazerosa e divertida. A ludicidade é um recurso pedagógico fundamental, desde que seja visto como meio de socialização ou como uma maneira de estimular na criança o interesse pela leitura e escrita, a formação do seu autoconceito positivo, e assim havendo um desenvolvimento integral do educando. Assim, brincar é uma necessidade básica que ajuda no desenvolvimento físico, afetivo, intelectual e social. Santos destaca que: As atividades lúdicas possibilitam fomentar a "resiliência", pois permite a formação do autoconceito positivo. As atividades lúdicas possibilitam o desenvolvimento integral da criança, já que através destas atividades a criança se desenvolver efetivamente, convive socialmente e opera mentalmente; O brinquedo e o jogo são produtos de cultura e seus usos permitem a inserção da criança na sociedade; Brincar é uma necessidade básica assim como é a nutrição, a saúde, a habitação e a educação; Brincar ajuda a criança no seu desenvolvimento físico, afetivo, intelectual e social, pois, através das atividades lúdicas, a criança forma conceitos, relaciona ideias, estabelece relações lógicas, desenvolve a expressão oral e corporal, reforça habilidades sociais, reduz a agressividade, integra-se na sociedade e constrói o seu próprio conhecimento; O jogo é essencial para a saúde física e mental; O jogo simbólico permite à criança vivências do mundo adulto e isto possibilita a mediação entre o real e imaginário. (SANTOS, 2000 p. 20). De acordo com a citação do autor, as atividades lúdicas são indispensáveis a criança para a apreensão dos conhecimentos musicais, do desenvolvimento cognitivo, além de possibilitarem o desenvolvimento da percepção, da imaginação, das fantasias e de sentimentos, onde jogos e brincadeiras podem ser uma maneira prazerosa de experimentar novas situações e quando damos valor a esses tipos de atividades, podemos perceber como uma elas são imprescindível para a criança, pois por meio dela, o educando pode praticar suas habilidades de criar e recriar numa riqueza e numas diversidades de experiências que lhes são oferecidas. Perante isso, a atividade lúdica pode ajudar na melhoraria do processo de aprendizagem do aluno com necessidades especiais e sua inclusão no ambiente escolar. A ludicidade sempre deve estar inserida dentro do espaço da salas de aula, compreendemos que é neste lugar que se torna um espaço de encontro de pessoas com suas particularidades, numa etapa em que estão descobrindo muitos conhecimentos, relacionado a vida e o mundo, iniciando uma jornada que irá marcar imensamente a sua história, as inter-relações entre as pessoas, seus sentimentos, afetos e sonhos, carecem ser autênticos, buscando a superação da separação e do isolamento. 1.4 Importância dos jogos no processo de aprendizagem Segundo Piaget (1996), o desenvolvimento do jogo está relacionado aos processos puramente individuais e de símbolos inerentes à estrutura mental da criança e que só por ela podem ser explicados. Assim como no desenvolvimento infantil, o autor observa o desenvolvimento do jogo de forma espontânea, ou seja, a medida que as novas formas de estruturas são organizadas vão surgindo outras transformações nos jogos que, por seu lado, por mediação de um processo denominado assimilação, vão se integrando ao desenvolvimento do sujeito. Para Piaget (1978), a formação de estruturas mentais desenvolve a aquisição do conhecimento e, nessa lógica, a brincadeira, em posição do processo assimilativo, colabora do conteúdo da inteligência, igual à aprendizagem e também é entendida uma como conduta livre, espontânea, onde a criança pode expressar-se por sua escolha e pelo prazer que que a brincadeira lhe oferta. Deste modo, ao apresentar atos lúdicos, a criança comprova o nível de seus estágios cognitivos e elabora conhecimentos de acordo com seu nível de desenvolvimento. Através do brincar, a criança desperta sua imaginação, criando novas possibilidades de aprendizagem, de fato, neste estágio, ela tem a autonomia de criar, imaginar e através da ludicidade que a criança expressa seus desejos e representa o mundo dos adultos. Através do faz de conta, ela desenvolve a imaginação, idealizando um mundo real ao criar situações. Os jogos e as brincadeiras são procedimentos metodológicas que possibilitam uma aprendizagem sólida através de atividades práticas. Os Parâmetros Curriculares Nacionais dizem que: No jogo, mediante a articulação entre o conhecimento e o imaginado, desenvolvem- se o autoconhecimento – até onde se pode chegar – e o conhecimento dos outros – o que se pode esperar e em que circunstâncias. (...) Por meio dos jogos as crianças não apenas vivenciam situações que se repetem, mas aprendem a lidar com símbolos e a pensar por analogia (jogos simbólicos): os significados das coisas passam a ser imaginados por elas (BRASIL, 1997, p. 90). Segundo o autor supracitado, os jogos são elementos que compõem o desenvolvimento do pensamento, além de ser um meio de conhecimento de mundo para a criança, sua transformação acontece acompanhando e interagindo com o próprio desenvolvimento da inteligência. Os jogos tem seus significados a partir do ponto de vista da criança para a do adulto, mesmo incluída no universo do adulto, a criança constrói seu próprio universo, onde, por meio daquilo que cria em suas brincadeiras, organiza suas relações. Parafraseando Piaget (1978), o desenvolvimento da criança necessita passar pela ação lúdica e seu meio de aprendizagem deve ser equilibrado, pois esses tipos de atividades permite a representação do imaginário, a obtenção de regras e a apropriação do conhecimento. A brincadeira é um processo de vínculos entre a criança e o brinquedo e entre as crianças e com os adultos, constituindo-se como um dos aspectos provocante para contribuir no desenvolvimento global da criança. O brincar no âmbito educativo deve ser rico em seu universo pedagógico, se os parâmetros de educação formal não alcançam a toda nação, então deve-se investir em novos caminhos. Brincando, a criança conquista autoestima, autonomia e criatividade, elementos primordiais para a inclusão de alunos com AEE. Através de atividades lúdicas que advêm as experiências inteligentes e reflexivas e, com base nesse processo, se constrói o conhecimento. Vygotsky (1998) enfatiza com muita clareza esse processo ao declarar que a transformação da criança de um estágio de desenvolvimento para outro irá depender das necessidades que a criança manifesta e os incentivos que são capazes para colocá-la em ação, sabendo que a criança entretém certas necessidades no brinquedo. Ainda em consonância com a teoria de Vygotsky, a aprendizagem do individuo ocorre em dois níveis: o nível do desenvolvimento real, onde a criança é capaz de desempenhar por si própria, sem precisar da ajuda do outro e o nível de desenvolvimento potencial, onde aquilo que a criança realiza precisa do auxilio de outra pessoa. Compreendemos que os jogos são mecanismos que podem e devem ser aproveitados na escola como um método pedagógico, pois além de fortalecer regras de comportamento, o jogo age na zona de desenvolvimento proximal, isto é, a criança consegue realizações numa situação de jogo, no qual ainda não é capaz de compreender numa situação de aprendizagem formal, pois a criança não produz significados a partir dos conteúdos de aprendizagem sozinhos, porém consegue numa situação de interação, onde os educadores têm um papel fundamental. As brincadeiras por mais simples que seja, são motivos estimulantes ao desenvolvimento cognitivo, social e afetivo da criança com necessidades especiais. Pelo brincar, a criança tem oportunidades de praticar suas funções psicossociais, vivenciar desafios, investigar e conhecer o mundo de maneira genuína e espontânea. Piaget (1978) considera ser determinante a prática lúdica, para que o desenvolvimento infantil seja harmônico, pois esse tipo de atividade proporciona a manifestação do imaginário, a aquisição de regras e a apropriação do conhecimento. Vygotsky (1997, p.12) afirma que: “uma criança com deficiência não é simplesmente menos desenvolvida que outra da sua idade, mas é uma criança que se desenvolve de outro modo”. Na concepção de Piaget (1978), o desenvolvimento do conhecimento é um processo espontâneo, ligado ao desenvolvimento do corpo, do sistema nervoso e das funções mentais. O corpo docente deve organizar sua prática pedagógica, planejando suas ações, sempre está atento as brincadeiras, interagindo e ofertando sempre novos no contexto, pois o educador deve ser ciente que geralmente as situações de aprendizagens são provocadas por eles e como proporcionar as crianças com necessidades educacionais momentos de conhecimentos prazerosos. O jogo deve ser visto como um meio pedagógico indispensável, mas o professor inclusivo deve fazer uso de uma metodologia não padronizada com diversos recursos inovadores. Seu trabalha o será produtivo sendo que realizado em grupo, buscando coletivamente resultados e caminhos pedagógicos. Em consonância com Vygotsky (1998), a arte de brincar é de grande ajuda para crianças com necessidades educativas especiais a desenvolver-se e a comunicar-se com seus próximos e com consigo mesma, pois compreendemos que o aprendizado é uma conduta humana próprio de cada pessoa e, se aprender é uma prática individual, ao contrário disso, ensinar é uma ação coletiva, onde se espera que o docente ofereça a todas as crianças sem nenhuma exceção a um mesmo conhecimento. Diante do exposto, as ideias fundamentadas de Piaget (1996) e Vygotsky (1987), podemos dizer que os jogos, os brinquedos, as brincadeiras e sua relação com o desenvolvimento e a aprendizagem, há anos, vêm sendo estudados no campo científico, como um recurso que pode auxiliar no desenvolvimento cognitivo da criança. Dentro destes referenciais teórico citado até o momento, podemos afirmar que a criança tem o direito de vivenciar situações enriquecedoras por meio dos jogos, utilizando recursos pedagógicos. Desta forma, fundamentar a importância do ensino lúdico principalmente quando falamos de alunos com necessidades educativas. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com base na revisão bibliográfica elaborada, podemos analisar a importância dos jogos pedagógicos no apoio as crianças com necessidades especiais. As atividades lúdicas mostram a gravidade deste mecanismo como uma base pedagógica para o ensino e de aprendizagem, com a perspectiva de execução em sala de aula, ficando provado que o jogo estimula o interesse, a motivação e o envolvimento do integrante com a atividade, interações positivas nas relações interpessoais. Propor atividades lúdicas para crianças com AEE, será de suma importância na contribuição do desenvolvimento, irá ajudar na sua coordenação motora, suas habilidades visuais e auditivas e seu raciocínio criativo, pois os jogos em geral tornam-se um momento rico de relações entre as pessoas, é no brincar que elas representam sua compreensão do mundo real, manifestam seus sentimentos, sendo uma atividade primordial para seu desenvolvimento. O aprendizado das crianças com necessidades especiais é de fundamental importância para o seu desenvolvimento social, cultural, cognitivo e emocional. Portanto, cabe ao educador fazer uso de metodologias e práticas que favoreçam a desenvolver suas habilidades, respeitando às limitações de cada criança para que de fato ocorra o ensino-aprendizado das mesmas. Diante do que foi estudado e analisado, compreendemos que os profissionais da educação têm que fazer uso da questão de planejar e utilizar metodologias de maneira que atenda às necessidades de ensino e aprendizagem das crianças que apresentam alguma necessidade diferenciada. Procurando sempre diversas alternativas para trabalhar com o desenvolvimento da aprendizagem de todas as crianças. Assim, irá contribuir com a instituição escolar na evolução e nas transformações escolares, mesmo que seja pouco, mas já é um grande passo para que a inclusão escolar aconteça de fato. REFERÊNCIAS AROEIRA, M.; SOARES, M.; MENDES, R. Didática de pré-escola: vida e criança: brincar e aprender. São Paulo: FTD, 1996. Brasil, Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei Federal nº8069/90 de 13/04/90. , Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394/ 1996. , Secretaria de Educação Especial Deficiência Mental – Erenice Natália Soares Carvalho. – Brasília: SEESP, 1997, p. 97. FERREIRA, L. 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Título do Evento
EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO CONTINUADA NA CONTEMPORANEIDADE
Título dos Anais do Evento
Anais Educação e Formação Continuada na Contemporaneidade
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

FONSÊCA, Silvinha De Melo et al.. EDUCAÇÃO ESPECIAL: A LUDICIDADE NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZADO.. In: Anais Educação e Formação Continuada na Contemporaneidade. Anais...Natal(RN) Evento on-line - Amplamente Cursos, 2019. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/Amplamentecursos/236179-EDUCACAO-ESPECIAL--A-LUDICIDADE-NO-PROCESSO-ENSINO-APRENDIZADO. Acesso em: 25/04/2025

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