O DEBATE ITALIANO, NA DÉCADA DE 1950, SOBRE A RELAÇÃO DA ARQUITETURA MODERNA COM A CIDADE ANTIGA

Publicado em 27/12/2021

Título do Trabalho
O DEBATE ITALIANO, NA DÉCADA DE 1950, SOBRE A RELAÇÃO DA ARQUITETURA MODERNA COM A CIDADE ANTIGA
Autores
  • Rodrigo Espinha Baeta
  • Juliana Cardoso Nery
Modalidade
Resumo
Área temática
Eixo temático 4 – A via crítica do patrimônio: trajetórias e perspectivas - Patrimônio e valores: a perspectiva crítica; A trajetória das políticas de preservação: entre o lembrar e o esquecer; Atores e agentes do patrimônio e sua ação ao longo do tempo; Arquivos e historiografia da arquitetura: a constituição do corpus patrimonial; A emergência da cidade como objeto de preservação; Intervenções sobre o patrimônio protegido: métodos e perspectivas.
Data de Publicação
27/12/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/arqedoc2021/401888-o-debate-italiano-na-decada-de-1950--sobre-a-relacao-da-arquitetura-moderna-com-a-cidade-antiga
ISSN
Palavras-Chave
Cesare Brandi, Arquitetura e Preexistência Urbana, Movimento Moderno
Resumo
Na segunda metade da década de 1950, um animado debate balançou o cenário da crítica arquitetônica italiana, contenda amparada por três textos publicados por Cesare Brandi – cujo juízo essencial partia da premissa que a arquitetura do Movimento Moderno seria inconciliável com as cidades antigas. Consequentemente, dever-se-ia, por princípio, proibir as novas construções nos sítios históricos, relegando-as extra moenia – ou seja, para fora dos muros. A tese defendida por Brandi tinha como fundamento a ideia de que, a partir do Renascimento, e até o século XIX, haveria frequentemente uma correlação harmônica e uma continuidade natural entre os objetos arquitetônicos contemporâneos e o tecido urbano das cidades preexistentes. Isso porque, na Renascença, o arquiteto passara a projetar motivado pelo método ideal da perspectiva. Através da busca constante de reduzir o espaço visível ao plano da pirâmide óptica, o projetista procuraria enquadrar, coerentemente, o novo objeto arquitetônico às fugas perspectivas da cidade, corrigindo, inclusive, as imprecisões e falhas da massa edificada. Assim, o novo edifício poderia se acomodar ao encaminhamento oferecido pelas paredes de fachadas alinhadas e contíguas, típicas dos núcleos anteriores ao século XX – ou então servir como enquadramento de fugas perspectivas oriundas do tecido urbano preexistente, estratégias alcançadas nos mais diversos níveis de complexidade. Em outra direção, o arquiteto também poderia trazer monumentos antigos a novos planos perspectivos, sempre no sentido de transformar o espaço urbano em uma experiência artística contínua e unitária. Contudo, a arquitetura moderna refutaria terminante o espaço perspectivo no qual teria se fundado a arquitetura a partir do Renascimento. Os humanistas, ao inserirem seus novos objetos arquitetônicos nos logradouros preexistente, pensavam mais no vazio da praça, na calha da rua (como um corredor a céu aberto), do que no cheio – representado pela massa construtiva a ser edificada. Mas no contexto do Movimento Moderno o que passaria a contar seria o volume autônomo e autossuficiente da nova construção, que se tornaria, consequentemente, inconciliável com os confinados e densos cenários urbanos pré-modernos, formados prioritariamente por uma edilícia gregária e ininterrupta. Segundo o autor, “[...] a ruptura irremediável com a espacialidade perspectiva, impetrada tanto pela arquitetura racional quanto pela orgânica, tirou a possibilidade não só de qualquer conexão, mas também de qualquer contiguidade com os edifícios preexistentes.” As colocações do crítico italiano foram logo apoiadas por outros expertos nas temáticas da arquitetura, do urbanismo e da preservação; mas as contestações às suas polêmicas assertivas também foram imediatas e retumbantes, sendo as mais embasadas devidas aos arquitetos Bruno Zevi e a Roberto Pane – juízos que serão avaliados nesta comunicação.
Título do Evento
7º SEMINÁRIO IBERO-AMERICANO ARQUITETURA E DOCUMENTAÇÃO
Título dos Anais do Evento
Anais do 7º Seminário Ibero-americano Arquitetura e Documentação
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

BAETA, Rodrigo Espinha; NERY, Juliana Cardoso. O DEBATE ITALIANO, NA DÉCADA DE 1950, SOBRE A RELAÇÃO DA ARQUITETURA MODERNA COM A CIDADE ANTIGA.. In: Anais do 7º Seminário Ibero-americano Arquitetura e Documentação. Anais...Belo Horizonte(MG) ON LINE, 7. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/arqedoc2021/401888-O-DEBATE-ITALIANO-NA-DECADA-DE-1950--SOBRE-A-RELACAO-DA-ARQUITETURA-MODERNA-COM-A-CIDADE-ANTIGA. Acesso em: 27/04/2025

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