A RELAÇÃO DO TRIÂNGULO DE HASSELBACH E A HERNIORRAFIA: UMA REVISÃO À LUZ DA ANATOMIA

Publicado em 23/12/2021 - ISBN: 978-65-5941-500-7

Título do Trabalho
A RELAÇÃO DO TRIÂNGULO DE HASSELBACH E A HERNIORRAFIA: UMA REVISÃO À LUZ DA ANATOMIA
Autores
  • Amanda Almeida da Luz
  • Isabelle Lima Lemos
  • Karina Bernert
  • Adriana Buechner de Freitas Brandão
  • Juliana Cristina da Silva
  • MARIANA CRISTINA STEFF BUTTENBENDER
Modalidade
Artigos Originais e Revisões (Sistemática, Integrativa e Narrativa)
Área temática
HORA CIENTÍFICA
Data de Publicação
23/12/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/caemed2021/440023-a-relacao-do-triangulo-de-hasselbach-e-a-herniorrafia--uma-revisao-a-luz-da-anatomia
ISBN
978-65-5941-500-7
Palavras-Chave
NATOMIA, HERNIORRAFIA, HÉRNIA INGUINAL.
Resumo
INTRODUÇÃO: O triângulo de Hasselbach é uma referência anatômica, delimitada por um conjunto de estruturas presentes na região inguinal, as quais possuem importância na classificação de hérnias inguinais. De forma que, tal categorização auxilia o médico na compreensão da fisiopatologia e assim direciona o tratamento da doença, da qual atualmente predomina a correção cirúrgica por herniorrafia. OBJETIVO: Evidenciar a relação e importância do conhecimento anatômico do triângulo de Hasselbach na fisiopatologia das hérnias inguinais, repercutindo na execução da herniorrafia. MÉTODO: Realizada revisão bibliográfica em livros de referência em anatomia: Moore - Anatomia Orientada para Clínica (7ª edição), Gray’s anatomia (40ª edição), Anatomia Humana da Coleção Martini (6ª edição) e Princípios de Anatomia Humana de Tortora (12ª edição). Além disso, buscou-se na base de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), valendo-se dos descritores “herniorrafia inguinal” e “anatomia”, unidos pelo operador booleano “AND” com resultado de 40 trabalhos científicos, sendo selecionados apenas 4 artigos de acordo com o objetivo desta revisão. RESULTADOS: O triângulo de Hasselbach, também conhecido como trígono inguinal, é um conjunto de estruturas anatômicas e tem como limites anatômicos: medialmente a margem lateral do músculo reto abdominal, inferiormente o ligamento inguinal ou de Poupart, e superolateralmente é limitado pelos vasos epigástricos inferiores (VEIs) - veia e artéria epigástrica inferior1,2,3,4. Tal marco localiza-se na região inguinal, a qual se estende desde a espinha ilíaca anterossuperior até o tubérculo púbico e corresponde ao local onde as estruturas entram e saem da cavidade abdominal através do canal inguinal, o que justifica a prevalência da formação de 75% de todas as hérnias abdominais nesta localidade1,2. Com predominância, as hérnias inguinais são mais comuns nos homens devido a descida dos testículos, que inicialmente se encontram na cavidade abdominal, até o saco escrotal durante o desenvolvimento fetal, isso ocorre numa fase tardia da gravidez entre a 28ª a 40ª semana de gestação. Esse evento é guiado pelo gubernáculo testicular que vai empurrando as estruturas no trajeto e formando o canal inguinal, uma estrutura complexa delimitada pelas aponeuroses dos músculos oblíquo externo, oblíquo interno e transverso abdominal; além do funículo espermático, o qual é composto de camadas de fáscias e músculos que envolvem os ductos deferentes; músculo cremaster; persistência do conduto peritoniovaginal; vasos sanguíneos - sendo eles: artérias gonadais, artéria cremastérica, artéria do ducto deferente, vasos linfáticos e o plexo pampiniforme; nervos - correspondente ao ramo genital do nervo genitofemoral, nervo para o músculo cremaster, nervos do sistema nervoso simpático. Quando não ocorre o fechamento completo deste trajeto, pode haver passagem de líquido, peritônio parietal ou vísceras através da abertura normal ou anormal da cavidade formando uma protrusão, a qual caracteriza as hérnias inguinais. Além disso, a contração vigorosa dos músculos abdominais pode aumentar a pressão abdominopélvica drasticamente e causar herniação1,3,4. Nesse viés, de acordo com a sua posição em relação ao triângulo de Hasselbach, as hérnias inguinais podem ser classificadas em indiretas ou diretas. A hérnia indireta ou congênita é o tipo mais comum nas crianças e está localizada lateralmente aos VEIs, ou seja, sua posição ocorre fora do trígono. Enquanto a hérnia direta ou adquirida, ocorre com mais frequência em adultos e se encontra localizada medial aos VEIs, portanto dentro da região delimitada pelo trígono1,2,3,4. Atualmente, o método mais usado para tratamento é a cirurgia de herniorrafia, que é uma cirurgia que tem como objetivo a correção do defeito na musculatura e/ou aponeurose responsável pelo surgimento da hérnia. Essa cirurgia pode ser realizada principalmente através de duas técnicas principais: aberta ou endoscópica5,6. De início, a cirurgia laparoscópica provocava recorrentes complicações intraoperatórias devido não só à relativa novidade da técnica, como também em consequência da mínima experiência cirúrgica com a anatomia inguinal laparoscópica, lesionando órgãos e artérias e veias intra-abdominais5. Nos dias atuais, a técnica da laparoscopia evoluiu consideravelmente tornando-se preferível, pois proporciona melhor recuperação do paciente com retorno mais ágil às atividades rotineiras e redução dos casos de dor crônica5,7. E ressecção laparoscópica permite vários tipos de intervenção e dentre as mais utilizadas estão a herniorrafia inguinal totalmente extraperitoneal (TEP) e a transabdominal pré-peritoneal (TAPP). Contudo, essa abordagem requer uso obrigatório de anestesia geral e possui custos mais elevados7,8. Cabe destacar ainda que, apesar da preferência, a cirurgia é individualizada, devendo ser projetada conforme a necessidade e a individualidade de cada paciente. Já a cirurgia aberta pode ser realizada por meio da utilização de tela em reparos cirúrgicos ou não, sendo que a utilização de telas auxilia na redução de recorrências herniarias7. A abordagem cirúrgica aberta deve ser realizada por meio da dissecção completa do trígono de maneira delicada, causando um menor trauma cirúrgico e a redução de lesões nervosas5,6,8. DISCUSSÃO: Portanto, é notável a importância do conhecimento anatômico da região inguinal de forma detalhada e minuciosa para obter sucesso na conduta terapêutica do paciente, relacionando a anatomia com a história clínica para um melhor direcionamento. Assim, a atuação cirúrgica é determinada pela habilidade de reconhecimento anatômico da região inguinal, a qual possui grande variação nos indivíduos, exigindo dedicação e experiência do cirurgião. O conhecimento dos limites anatômicos e posição dos nervos na região do músculo iliopsoas, permite uma correta manipulação cirúrgica, reduzindo a dor no processo pós-operatório. Ademais, a laparoscopia mostra mais vantagens em relação a cirurgia aberta, pois proporciona melhor recuperação pós-operatória e qualidade de vida ao paciente. CONCLUSÃO: No decorrer deste estudo observou-se que cerca de 75% das hérnias são inguinais e afetam mais homens que mulheres. Portanto, o domínio anatômico da região inguinal e o conhecimento dos limites que definem o triângulo de Hassebalch são fundamentais para reconhecer os diferentes tipos de hérnias inguinais, tendo em vista que isso corrobora a compreensão da fisiopatologia e auxilia na escolha do melhor tratamento para cada paciente. As hérnias indiretas são originadas lateralmente aos vasos epigástricos inferiores através do canal inguinal, enquanto as hérnias diretas surgem a partir de uma fraqueza da fáscia transversal e estão localizadas medialmente aos vasos epigástricos inferiores, ou seja, dentro do triângulo de Hasselbach. Com base na pesquisa apresentada, pode-se afirmar que a herniorrafia é um tratamento eficaz para a correção da hérnia inguinal, mas também é necessário um conhecimento acurado da anatomia da região inguinal e da fisiopatologia das hérnias inguinais com vistas a promover resultados satisfatórios e a melhorar a qualidade de vida do paciente. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 1. MARTINI, Frederic H.; TIMMONS, Michael J.; TALLITSCH, Robert B. Anatomia humana. 6 ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. 2. MOORE, K. L.; DALLEY, A. F.; AGUR, A. M. R. Anatomia Orientada para a Clínica. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. 3. STANDING, S. (ed.). Gray’s, anatomia: a base anatômica da prática clínica. 40. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. 4. TORTORA, G. J. Princípios de anatomia humana. 12ª. edição. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro, 2013. 5. CALLEJAS, Ernesto Casamayor et al. Fundamentos históricos del diagnóstico y tratamiento de las hernias inguinales. Revista Cubana de Cirugía, v. 58, n. 2, p. 1-22, 2019. Disponível em: http://scielo.sld.cu/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-74932019000200009. Acesso em 28 out. 2021. 6. CLAUS, Christiano Marlo Paggi; OLIVEIRA, Flávio Malcher M. de; FURTADO, Marcelo Lopes; et al. Orientações da Sociedade Brasileira de Hérnia (SBH) para o manejo das hérnias inguinocrurais em adultos. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, v. 46, n. 4, 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rcbc/a/jcS7Xv4n5GwDfKbjntW47cJ/?lang=pt. Acesso em: 22 set. 2021. 7. FURTADO, Marcelo et al. Sistematização do reparo da hérnia inguinal laparoscópica (TAPP) baseada em um novo conceito anatômico: Y invertido e cinco triângulos. ABCD. Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva (São Paulo), v. 32, 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/j/abcd/a/RLd3fG77n8MGH3Wmh37nsFK/?lang=en. Acesso em 28 out. 2021. 8. SABUNCUOGLU, Mehmet Zafer; DANDIN, Ozgur; KILIÇ, Cenk. A new anatomical approach to laparoscopic hernia repair: Triangle of dissection. Clinical Anatomy, v. 8, n. 28, p. 965-966, 2015. Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/ca.22559. Acesso em 28 out. 2021.
Título do Evento
I CAEMED - Congresso de Atualidades em Educação Médica
Título dos Anais do Evento
Congresso de Atualidades em Educação Médica: Anais
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

LUZ, Amanda Almeida da et al.. A RELAÇÃO DO TRIÂNGULO DE HASSELBACH E A HERNIORRAFIA: UMA REVISÃO À LUZ DA ANATOMIA.. In: Congresso de Atualidades em Educação Médica: Anais. Anais...Curitiba(PR) CAEMED, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/caemed2021/440023-A-RELACAO-DO-TRIANGULO-DE-HASSELBACH-E-A-HERNIORRAFIA--UMA-REVISAO-A-LUZ-DA-ANATOMIA. Acesso em: 25/04/2025

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