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O XII Congresso Brasileiro de História da Educação teve como tema "e-história da educação: acervos, fontes e territórios". O evento ocorreu pela segunda vez na cidade de Natal, em agosto de 2024, exatamente 100 anos após a criação da Associação Brasileira de Educação (ABE). Essa coincidência motivou uma reflexão profunda sobre a associação de pesquisadores e a pesquisa em educação, com ênfase especial na área da história da educação, seus acervos, fontes e territórios.

A pesquisa em História da Educação, o ofício do pesquisador, a operação historiográfica e suas interações com os movimentos de construção de acervos e arquivos digitais, que possibilitam a disponibilização, o acesso e a interpretação histórica, foram temas centrais no XII CBHE. Discutiram-se também as buscas em arquivos digitais e as tecnologias da informação mobilizadas, além das mudanças metodológicas decorrentes dessas inovações. Essas abordagens proporcionaram um espaço e um tempo distintos para a experiência do pesquisador ao lidar com a construção da empiria analítica, que sustenta as análises. Novos objetos de investigação surgiram com a ampliação do acesso a documentos, rompendo barreiras espaço-temporais e convidando a pensar em referências epistemológicas, teóricas e metodológicas para a pesquisa em História da Educação.

O tema "e-história da educação: acervos, fontes e territórios" conectou os participantes com sujeitos e formas de pensar e fazer pesquisa em história da educação no Brasil. Durante o evento, abordaram-se metodologias relacionadas a acervos e fontes, desde materiais analógicos até recursos digitais. Os participantes discutiram e compartilharam experiências sobre práticas de preservação, catalogação e utilização de acervos históricos, tanto analógicos quanto digitais, na pesquisa histórica.

O evento reuniu uma significativa quantidade de trabalhos distribuídos em diferentes modalidades. Foram submetidas 153 propostas na modalidade de Comunicação Coordenada, 692 trabalhos na modalidade de Comunicação Individual e 9 propostas de Minicursos. Esses números demonstram o grande interesse e a diversidade de contribuições acadêmicas, possibilitando debates e reflexões amplas sobre o tema central do congresso.

Além disso, exploraram-se aproximações epistemológicas como a história digital, a história pública, a história da educação transnacional e a decolonialidade. Essas perspectivas teóricas possibilitaram uma análise crítica e reflexiva sobre o papel da história da educação na era digital, a divulgação do conhecimento histórico para o público em geral, as interações transnacionais na educação e os desafios de superar paradigmas coloniais na pesquisa histórica.