Título do Trabalho
MÚSICA E SAÚDE MENTAL
Autores
  • Isabela Lopes Gonçalves
Modalidade
Tema livre
Área temática
5. SAÚDE MENTAL: UM OLHAR SOBRE AS DIVERSAS FORMAS DE EXISTIR: 5.5 Quadros clínicos disfuncionais, formas de sofrimento e propostas de intervenção.
Data de Publicação
23/12/2022
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/cgtrio22/501700-musica-e-saude-mental
ISBN
978-85-5722-491-9
Palavras-Chave
Saúde mental; música; crise; fenomenologia; musicoterapia.
Resumo
O presente trabalho visa relatar a utilização da música como recurso terapêutico de intervenção na saúde mental em momentos de crise (internação), a partir de um estudo de caso – oficinas de música realizadas com pacientes de uma clínica de saúde mental no Rio de Janeiro, de outubro de 21 a junho de 22. A música é uma grande aliada no trabalho com pacientes psiquiátricos, como coadjuvante no estabelecimento de comunicação, expressão de sentimentos e conexão entre os pacientes e entre eles e a equipe. Campos (2014) propõe que a crise seja pensada sob três dimensões: laços sociais, clínica e indivíduo/sujeito. A primeira implica em observar que o sujeito da crise é social, devendo-se atentar para os aspectos objetivos (renda, trabalho, moradia e recursos disponíveis) e subjetivos (formas e a qualidade das relações humanas estabelecidas, sob um ponto de vista sistêmico) da rede dele. A dimensão clínica é a dos sintomas, diagnósticos, entendimento da gravidade e agudeza da crise e possíveis comorbidades. Já a dimensão indivíduo/sujeito compreende a pessoa em sua singularidade, "a história pessoal sempre única, o nome próprio, o romance, o drama, a tragédia da pessoa e sua família, bem como os elementos mais íntimos de sua subjetividade” (Idem). Na Gestalt-terapia, compreende-se contato como a capacidade de um organismo, “partindo de uma corporeidade intencional (alguém que é um corpo dirigido para e comprometido com a situação presente), reconhecer suas necessidades (engajado na situação) e manipular essa situação para satisfazê-las e retornar ao estado de equilíbrio. ” (Alvim, 2007). Essa corporeidade se dá na interação do organismo com o meio, o que “implica em afetar e ser afetado, ver e ser visto, sentir e ser sentido, tocar e ser tocado. ” (Ibidem). Guiada pelos conceitos acima descritos, pelos estudos como Psicóloga e pós-graduanda em Musicoterapia e minha experiência pessoal com a música (canto), propus a Oficina “Tocando sentimentos” para os pacientes internados na triagem, o “andar da crise”. A metodologia consistia em formar grupos de 1 hora de duração, no pátio ou refeitório, onde cada um escolhia uma música, a qual era ouvida por todos e quem soubesse e quisesse cantar, podia fazê-lo. Alguns instrumentos musicais ficavam à disposição para quem quisesse tocar/experimentar. Após, a pessoa explicava o motivo de tê-la escolhido e qual o sentimento ela lhe trazia. A facilitadora acolhia, comentava e abria para o grupo também se expressar. Como resultados esperados, a oficina buscava viabilizar a awareness dos pacientes, evocando emoções, sentimentos e memórias afetivas, promovendo um espaço de troca terapêutico e acolhedor. Segundo Chagas (2008, p. 51), Psicóloga que utiliza a música e o canto em seus atendimentos, “na voz do outro, o cantor, o cliente consegue expor suas feridas”. Nas oficinas, ao ouvirem as músicas, os pacientes choravam, riam, dançavam, sempre alguma emoção era despertada e podia ser acolhida e trabalhada. Mesmo com as dificuldades da diversidade de tipos e gravidade de transtornos mentais, um grupo novo se formava a cada encontro e mostrava seu potencial criativo e terapêutico. Uma música escolhida por um paciente instigava outro a participar, o relato de um estimulava uma identificação com outro, um campo se criava e se manifestava corporalmente, por meio de um gesto, um silêncio, um cruzar de braços, um passo de dança, um choro. Em síntese, a oficina de música se mostrou uma forma de intervenção potente na saúde mental, viabilizando a awareness daquelas pessoas com o momento de crise pelo qual estavam passando, possibilitando a integração de aspectos sensoriais, cognitivos e emocionais (Yontef, 1998), em uma atividade lúdica, num espaço grupal de pertencimento, no qual se sentiam acolhidos. A proponente é Psicóloga, membro da Associação de Gestalt-Terapia (AGT), pós-graduanda em Musicoterapia, sendo a Oficina um trabalho de Psicologia com olhar gestáltico, mediado pela experiência da música.
Título do Evento
VIII Congresso de Gestalt-terapia do Estado de Rio de Janeiro
Cidade do Evento
Rio de Janeiro
Título dos Anais do Evento
Anais do Congresso de Gestalt-terapia do Estado do Rio de Janeiro: existências anônimas - a Gestalt-terapia ocupando espaços de resistência
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

GONÇALVES, Isabela Lopes. MÚSICA E SAÚDE MENTAL.. In: Anais do Congresso de Gestalt-terapia do Estado do Rio de Janeiro: existências anônimas - a Gestalt-terapia ocupando espaços de resistência. Anais...Rio de Janeiro(RJ) Hotel Windsor Guanabara, 2022. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/CGTRIO22/501700-MUSICA-E-SAUDE-MENTAL. Acesso em: 26/04/2025

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