O CUIDADO À MULHER NO PUERPÉRIO: POSSIBILIDADES DE INTERVENÇÃO NA CLÍNICA MÃE-BEBÊ

Leticia Brodoloni

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Trabalho

Título do Trabalho

O CUIDADO À MULHER NO PUERPÉRIO: POSSIBILIDADES DE INTERVENÇÃO NA CLÍNICA MÃE-BEBÊ

Autores

Leticia Brodoloni

Modalidade

Minicurso

Área temática

5. SAÚDE MENTAL: UM OLHAR SOBRE AS DIVERSAS FORMAS DE EXISTIR: 5.5 Quadros clínicos disfuncionais, formas de sofrimento e propostas de intervenção.

Data de Publicação

23/12/2022

País da Publicação

Brasil

Idioma da Publicação

Português

Página do Trabalho

https://www.even3.com.br/anais/cgtrio22/521186-o-cuidado-a-mulher-no-puerperio--possibilidades-de-intervencao-na-clinica-mae-bebe

ISBN

978-85-5722-491-9

Palavras-Chave

Gestalt-terapia, maternidade, puerpério

Resumo

O puerpério pode ser vivido como um momento de crise constitutiva, permeado por grandes mudanças hormonais, físicas e emocionais. Esta clínica é marcada por vicissitudes, que demandam uma modalidade específica de cuidado. A chegada de um bebê, compreendida como um processo singular, não linear e imprevisível, transforma de forma significativa o campo familiar, requerendo que novas formas de ajustamentos sejam criadas a fim de retomar a homeostase. Novas e complexas figuras emergem no campo vivencial da mulher: apreensão diante da nova responsabilidade, dúvidas sobre a capacidade de cuidar de um bebê, ressignificação de seu lugar no mundo e identidade, reorganização dos papéis sociais, reacomodação da relação conjugal, entre outras. Esse momento pode ser vivenciado como uma grande possibilidade de contato e integração com partes alienadas de si, como um momento de desamparo e fragilidade, seja pelo contato com situações inacabadas, seja por uma fratura que presenciamos atualmente na dimensão comunitária. Uma das marcas da contemporaneidade é a fragilidade dos vínculos, o que nos faz pensar em qualidades relacionais efêmeras e descartáveis, que podem comprometer a qualidade do suporte ambiental, oferecido durante este período O nascer, para além do aspecto biológico, inclui a questão relacional como fundamento. Ao se tornar mãe, a mulher passa por um nascimento, da condição de ser por si, para ser pelo outro, necessitando uma qualidade de heterossuporte, que oferte acolhimento neste novo momento, possibilitando reasseguramento e confiança para a emergência das novas necessidades desta mulher. Em nossa prática clínica testemunhamos que na atualidade, o puerpério tende a ser visto como uma experiência radicalmente da mulher, perdendo de vista a dimensão comunitária, de compartilhamento, cuidado e presença. Assim, a possibilidade de a mulher acessar as próprias necessidades tende a acontecer a partir de figuras opacas, contribuindo para confusão e impedimento da devoção e entrega, aspectos fundamentais e necessários para a satisfação das necessidades do bebê. Objetivos: O minicurso tem por objetivo proporcionar uma apresentação e reflexão acerca do contexto vivencial do puerpério assim como sensibilizar e dar início a instrumentalização clínica necessária para o atendimento as necessidades emocionais das puérperas, a partir dos referenciais da Gestalt-terapia, contribuindo tanto para o cuidado da mulher como para o fortalecimento dos laços afetivos mãe-bebê. Serão percorridos os fundamentos epistemológicos e conceitos fundamentais que sustentam Gestalt-terapia, sendo este curso acessível para participantes com nível básico de conhecimento na abordagem gestáltica. Método: Realização e apresentação de pesquisa qualitativa abordando vivência do puerpério, formação de laços afetivos, reconfigurações e reorganizações do campo organismo-ambiente, com apresentação de estudo de casos múltiplos. Discussão: O nascimento de um bebê inaugura uma nova fase na vida da mulher e da família. Para que a mulher possa atender as necessidades de cuidado e heterossuporte do bebê, tanto em suas necessidades básicas como de confiança e segurança, precisa contar também com um suporte ambiental, que possa ofertar nesta nova vivência cuidado e acolhimento. Os laços afetivos estabelecidos entre a mãe e seu bebê são fundamentais para que, a partir do heterossuporte ofertado pela mãe e campo familiar, a criança possa constituir sua subjetividade e seu amadurecimento, compreendido por Perls, Hefferline e Goodman (1997) como a transição do suporte ambiental para o autossuporte. Estas vivências iniciais irão permear o desenvolvimento socioemocional durante as etapas de vida posteriores, sendo fundamentais para promoção de saúde do campo familiar e prevenção de adoecimentos. Conclusão: O trabalho pretende apresentar os benefícios da intervenção clínica precoce no cuidado à mulher no puerpério e como estes são fundamentais para bem-estar e saúde mental da família.

Título do Evento: VIII Congresso de Gestalt-terapia do Estado de Rio de Janeiro
Cidade do Evento: Rio de Janeiro
Título dos Anais do Evento: Anais do Congresso de Gestalt-terapia do Estado do Rio de Janeiro: existências anônimas - a Gestalt-terapia ocupando espaços de resistência
Nome da Editora: Even3
Meio de Divulgação: Meio Digital

Como citar

BRODOLONI, Leticia. O CUIDADO À MULHER NO PUERPÉRIO: POSSIBILIDADES DE INTERVENÇÃO NA CLÍNICA MÃE-BEBÊ.. In: Anais do Congresso de Gestalt-terapia do Estado do Rio de Janeiro: existências anônimas - a Gestalt-terapia ocupando espaços de resistência. Anais...Rio de Janeiro(RJ) Hotel Windsor Guanabara, 2022. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/CGTRIO22/521186-O-CUIDADO-A-MULHER-NO-PUERPERIO--POSSIBILIDADES-DE-INTERVENCAO-NA-CLINICA-MAE-BEBE. Acesso em: 29/04/2025