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Apresentação
Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito que um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
João Cabral de Melo Neto
Ao discorrermos sobre Educação no Brasil, refletimos que, primeiramente, temos de construir o seu entendimento conjuntamente com a formação docente e as suas imbricações com o campo do ensino, assim como analisar acerca das suas limitações, obstáculos e conquistas recentes. Podemos evidenciar a existência de um longo percurso que construiu o modelo de ensino, formação docente e educação que possuímos, sendo reflexo das inúmeras escolas que as sedimentaram, tanto de matriz europeia como norte-americana, bem como do esforço na construção de uma expertise a partir dos cânones nacionais e da resistência necessária do Pensamento Decolonial.
A partir do exposto, pensamos a educação como um campo frondoso de estudo e materializamos a sua reflexão através do IV CONGRESSO NACIONAL: Educação, formação docente e direitos humanos, realizado de 09 a 12 de maio de 2023, com o protagonismo da Universidade Estadual da Região Tocantina (UEMASUL) por meio dos esforços e participações dos campi de Imperatriz, Estreito e Açailândia. Igualmente, de inúmeros professores e pesquisadores que afluíram para o êxito da realização do evento.
Buscando, portanto, uma convergência extremamente plural no seu arcabouço, o Congresso fomentou diálogos com diversas áreas sob o prisma da educação. Da pluralidade almejada, tivemos 22 Grupos de Trabalhos (GTs), trilhando caminhos diversos, por exemplo, entre a educação e a história, de igual modo com a geografia, a literatura e demais áreas temáticas. Buscando a contribuição dos outros eventos já realizados e atualizando o temário, houve a necessidade de se pensar a Educação e a formação, conectivamente, numa batalha extremamente árdua com os Direitos Humanos, sobretudo se pensarmos o Brasil como um país que colocou esta seara de estudo e a sua práxis num limbo acadêmico na última quadra histórica. Ou seja, convivemos nesse percurso com muitas lutas e inúmeras rupturas, mas vivenciamos um trabalho hercúleo para evidenciar a necessidade e a importância de refletirmos acerca dos Direitos Humanos como um dos pilares para a compreensão da educação brasileira, também dos seus possíveis avanços nos anos vindouros, caso seja melhor interpretado a sua importância na seara acadêmica.
Visando sucesso na empreitada do evento, construímos as atividades em caráter híbrido, melhor explicando, podendo ser tanto remoto, a exemplo das comunicações dos GTs, quanto construindo outras atividades ao longo do evento no modelo presencial. Esse perfil híbrido mostrou-se extremamente proveitoso, especialmente, por ser o primeiro Congresso pós-pandêmico, logo, utilizando toda a estrutura e boa aceitação do modelo remoto realizado durante a pandemia de Covid-19 e a oportunidade de sedimentar pesquisas, conhecimentos e apresentações no modo presencial. A fim de atestar o êxito do evento, além do número de GTs indicado, podemos informar que tivemos um total de 1400 inscritos, de (286) trabalhos submetidos, também, torna-se importante frisar e agradecer os inúmeros pesquisadores que se dedicaram como pareceristas e avaliadores, obviamente, sem deixar de saudar os esforços e a dedicação de 50 bolsistas e monitores, que se empenharam para atender toda a comunidade acadêmica interna e externa. Em síntese, foram várias mãos e vozes que teceram o evento, num trabalho intenso e extremamente prazeroso, como requer a forja do processo de ensinar.
Concluindo, precisamos pensar no Brasil recente, pós-pandemia, bem como nas novas quadras históricas nacionais, internacionais e suas políticas públicas voltadas para a educação, de modo a refletir o universo da sala de aula como um cenário desafiador em que temos vivido, pois mesmo imersos muitas vezes numa “teia tênue”, contudo, vamos nos acolhendo colaborativamente e solidariamente. Nesse sentido, reiteramos, como as construções coletivas sempre foram a marca da resistência e da sobrevivência da educação brasileira, portanto, torna-se também uma das marcas fundamentais presente neste e-book, visto que nasce coletivo, fortificado e buscando sempre tecer novos conhecimentos em novas manhãs de ensino.
Imperatriz/MA, 12 de maio de 2023.
César Alessandro Sagrillo Figueiredo: doutor em Ciência Política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Líder do Grupo de Estudo em Literatura, Política e Ensino (GELIPE). Desenvolve pesquisas sobre Guerrilha do Araguaia, Justiça de Transição, Literatura de Testemunho. Docente da Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT) no curso de Licenciatura em Ciências Sociais e no Programa de Pós-Graduação em Ensino de Língua e Literatura – PPGLLIT. E-mail: cesarpolitika@gmail.com
Quanto aos resumos, estão subdivididos nas áreas temáticas a seguir:
1.Educação e cultura afro-brasileira e africana
2.Alfabetização e letramento
3.Currículo, didática e avaliação
4.Educação de jovens e adultos
5.Educação matemática
6.Educação e meio Ambiente
7.Educação, multiletramentos e tecnologias
8.Educação especial inclusiva e acessibilidade
9.Educação do campo e movimentos sociais: caminhos entrelaçados pelo povo camponês
10.Educação escolar indígena no Brasil
11.Infância, crianças e educação infantil
12.Educação, gênero e sexualidade
13.História, memórias e narrativas da/na Educação
14.Gestão e políticas públicas educacionais
15.Base nacional comum curricular- BNCC e BNC Formação
16.Formação docente e o mundo do trabalho
17.Estágio supervisionado, pesquisa, extensão e inovação
18.Educação, terapias alternativas e saúde Mental
19.Ensino de literatura e práticas pedagógicas
20.Direitos humanos, ética e cidadania
21.Educação e ensino de geografia
22.Literatura de autoria feminina negra
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Responsável
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