TRAJETO ANATÔMICO DO NERVO RADIAL E POSSÍVEIS LESÕES CAUSADA PELA COMPRESSÃO DOS SEUS RAMOS

Publicado em 30/12/2020 - ISBN: 978-65-5941-071-2

Título do Trabalho
TRAJETO ANATÔMICO DO NERVO RADIAL E POSSÍVEIS LESÕES CAUSADA PELA COMPRESSÃO DOS SEUS RAMOS
Autores
  • Camila Martins Neto
Modalidade
Comunicação oral (Resumo expandido)
Área temática
Educação Física
Data de Publicação
30/12/2020
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/conigran2020/247891-trajeto-anatomico-do-nervo-radial-e-possiveis-lesoes-causada-pela-compressao-dos-seus-ramos
ISBN
978-65-5941-071-2
Palavras-Chave
nervo radial, plexo radial, nervo interósseo posterior, compressão
Resumo
Introdução: O Nervo Radial, é uma continuação do cordão posterior do Plexo Braquial, consiste de fibras nervosas de C5 a T1. Este é um nervo motor, inervando o tríceps, supinadores do antebraço e extensores de punho, dedos e polegar. Próximo à Arcada de Frohse subdivide-se em mais dois ramos: o nervo interósseo posterior e o sensitivo radial anterior, há vários locais de compressão deste grande nervo, mas o que venho apresentar neste resumo são os mais comuns a ser identificados. O NR é considerado o maior ramo do PB. Por ter uma característica que nenhum outro nervo do PB tem, todas as origens de raízes nervosas para sua formação e devido a dificuldade em compreender sobre a sua localização e de seus ramos, resolvi desenvolver este trabalho para obter uma visão geral sobre o nervo. Objetivos: Descrever o trajeto anatômico do Nervo Radial. Destacar possíveis lesões causadas pela compressão dos seus ramos. Mostrar características para identificação de tais lesões. Metodologia: Esta pesquisa tem como natureza básica, com objetivo de descrever o trajeto do maior nervo do Plexo Braquial. Uma pesquisa bibliográfica por artigos que apresentasse qualquer relação entre o PB com a formação do nervo radial e a descrição da anatomia de seus ramos, além de lesões por compressão do nervo. Excluídos artigos que não tinham relação ao dito anterior e também aqueles com pesquisa em animais. Os 33 artigos pesquisados foram lidos e separados, restando 12. Os artigos usados na revisão, seguiram os seguintes critérios de escolha: aqueles relacionados às palavras-chave “plexo braquial”, “compressão nervo radial”, “nervo radial”, “ compressão interósseo posterior”, “anatomia nervo radial” nas plataformas: Revista Brasileira de Ortopedia, Scielo e Google Acadêmico. Resultados: O nervo radial é o maior ramo do plexo braquial, origina-se do cordão posterior do PB através das raízes de C5 a T1, (FERNANDES, 2012). Localizado atrás da artéria axilar, dirige-se distalmente no braço rodeando o úmero da face posterior para a lateral, (ALMEIDA et al., 1997). Ao alcançar a linha úmero-radial, ou túnel radial segundo Fernandes (2012), divide-se em dois ramos terminais: sensitivo anterior e motor posterior. Antes de cruzar o úmero posteriormente, através do sulco espiral ou radial, o NR emite três ramos: n. Cutâneo posterior do braço, n. Cutâneo lateral inferior do braço e n. Cutâneo posterior do antebraço (FERNANDES, 2012). De acordo com ele, o nervo radial é menos trivial ocorrer compressões que o n. mediano e o n. ulnar. Entretanto, é o mais frequente envolvido em traumas do braço, geralmente durante fraturas. A neuropatia compressiva mais comum do nervo radial e seus ramos envolve o nervo interósseo posterior (NIP) quando ele passa entre duas porções do músculo supinador sob um espesso arco fibroso conhecido como arcada de Frohse (AF). O ramo para o músculo supinador sai antes da AF, já os demais ramos emergem após a Arcada de Frohse, (TERRA et al., 2016). O túnel radial é uma estrutura músculo aponeurótica que se estende desde o epicôndilo lateral do úmero até a borda distal do músculo supinador (MS). O MS é composto por duas cabeças, super?cial e profunda, o NIP posiciona-se entre elas. (CAETANO et al., 2019) O NIP, tem seis sub-ramos os quais são responsáveis pela inervação dos músculos extensores dos dedos, do extensor próprio do indicador, do extensor longo e curto do polegar, do abdutor longo do polegar, do supinador e do extensor ulnar do carpo, TERRA et al., 2016) (FERNANDES, 2012).A compressão do NR em seu ramo interósseo posterior, nesta localização é também conhecida como síndrome do túnel radial ou síndrome do supinador (FERNANDES, 2012). Outras literaturas dividem em duas síndromes diferentes, a SIP apresenta início insidioso, frequentemente não diagnosticado, dor no antebraço e punho, fraqueza nos movimentos e punho. Exame objetivo mostra lesão crônica quando há atrofia do compartimento dos extensores do antebraço, extensor do punho com desvio radial, e incapacidade de extender o polegar e as articulações metacarpofalangicas dos outros dedos (MENDONÇA et al., 2017). A STR é a neuropatia compressiva do N.R. e de seu ramo interósseo posterior no Túnel Radial. Excluem-se as formas paralíticas que são denominadas síndrome do interósseo posterior, (SOUZA, 1997). Mendonça et al. (2017), fazem a abordagem clínica da STR, como neuropatia compressiva do IP apenas com dor, sem disfunção motora ou sensitiva. Pode apresentar sintomas de dor dorsal do antebraço proximal e fraqueza muscular, pela dor, não pela desenervação muscular. Em exame objetivo apresenta dor despertada em arco de supinação e testes provocativos (teste de extensão resistida do dedo e teste da supinação resistida) também ajudam na identificação da síndrome. A compressão do nervo radial superficial é geralmente advinda das atividades repetitivas que requerem prono supinação do antebraço ou flexão de punho. (MENDONÇA et al., 2017) Discussão: O PB é composto pelos ramos anteriores dos nervos espinhais de C5 a T1, cujas raízes nervosas são responsáveis pela inervação sensitiva e motora do membro superior. (CUNHA et al., 2020). O nervo radial é o maior ramo do PB, origina-se do cordão posterior do plexo através das raízes C5 a C8 e algumas vezes T1 (FERNANDES, 2012) Origina-se do tronco posterior do PB, recebe fibras nervosas de raízes de C5 a T1. (ALMEIDA et al., 1997). Estudos mais antigos incluem as raízes de T1 na formação do nervo radial. Estudos mais recentes não concordam com essa afirmação, como Kendall, F. e Kendall, E. (2007) apud Lucio e Mejia (2016) que diz, o NR se origina do PB, sendo o maior ramo deste, as divisões posteriores de todos os três troncos, compostas de fibras desde C5 atéC8 (porém não T1), unem-se para formar o cordão posterior, a seguir, se dividem e se unem novamente em ramos que se tornam nervos periféricos. Após ramifica-se nos nervos axilar e radial. Localizado inicialmente atrás da artéria axilar, dirige-se distalmente no braço rodeando o úmero da face posterior para a lateral. Ao alcançar a linha úmero-radial divide-se em seus dois ramos: anterior e posterior. (ALMEIDA et al., 1997). Ainda antes de cruzar o úmero posteriormente, através do sulco espiral ou radial, o nervo radial emite três ramos sensoriais. (FERNANDES, 2012) A característica de mão caída na paralisia do nervo radial, é típico em compressões prolongadas proximais (uso de muletas), na goteira espiral do úmero (paralisia do sábado à noite- dormir em cima do braço), também ocorre sedação, coma e pressão externa sobre o NR e na compressão do NIP, geralmente na arcada de Frohse, passagem desse nervo no músculo supinador. A lesão do IP não proporciona déficit sensitivo. Tais condições proporcionam neuropraxia compressiva e tendem a ser reversíveis, pois não há lesão axonal e sim mielínica. (JÚNIOR et al., 2017); (FERNANDES, 2012). O ramo sensitivo do nervo radial foi identificado no terço médio do antebraço entre os tendões do braquiorradial (BR) e extensor radial longo do carpo na maioria das dissecações em um estudo realizado por Folberg et al. (2009), das 23 dissecações apenas 6 foi identificado um tendão acessório do BR, ocasião em que o ramo surgia entre os dois tendões do BR. Imediatamente antes de se inserir no supinador, o NIP distribui ramos para o extensor curto radial do carpo e supinador, na borda inferior deste músculo, se divide em dois ramos, um para o extensor ulnar do carpo, extensor comum dos dedos e extensor próprio do dedo mínimo e outro para abdutor longo do polegar, extensor curto do polegar e extensor do indicador e termina por um ramo sensitivo, no dorso dos ossos do carpo e é por isso que a compressão do NIP pode causar dores (SOUZA, 1997). A neuropatia compressiva mais comum do nervo radial e seus ramos envolve o NIP. quando ele passa entre as duas porções do músculo supinador sob a AF (FERNANDES, 2012). O ramo motor profundo passa entre as duas cabeças do músculo supinador, em direção ao dorso do antebraço no qual passa a se chamar nervo interósseo posterior, (LUCIO; MEJIA, 2016). Fernandes (2012) relaciona a síndrome do Túnel Radial com a compressão do NIP por se tratarem da mesma localização e caracteriza a síndrome como da massa muscular extensora que costuma irradiar ainda mais em direção distal do antebraço e aproximadamente acima do cotovelo. Como não há nervo sensitivo afetado, não ocorrem parestesias. O encarceramento do NIP pode ser uma causa do cotovelo de tenista crônico e refratário (LUCIO; MEJIA, 2016). Mendonça et al. (2017), classifica as neuropatias compressivas do nervo radial em compressão do nervo radial superficial e síndromes do interósseo posterior e do Túnel Radial. As compressões no ramo superficial podem ser causadas por atividades repetitivas que requerem prono supinação do antebraço ou flexão de punho. E no ramo motor, ocorre na Arcada de Frohse por micro traumas, alterações inflamatórias, traumas, lesões ou iatrogenias. Com início insidioso e não diagnosticado, tem sintomas de dores no antebraço e punho e fraqueza nos movimentos dos dedos e punho. O teste de resistência do terceiro dedo ou teste do dedo médio é utilizado para diagnóstico da síndrome do nervo interósseo posterior com a epicondilite lateral. Se o paciente referir dor na região lateral do antebraço, na saída dos extensores então o teste é positivo para a síndrome (SOUZA, 1997). Na compressão do ramo interósseo posterior na Arcada de Frohse. O local de compressão é palpado estando o paciente com o antebraço relaxado e pronado. A AF se localiza a quatro dedo de largura, distalmente ao epicôndilo lateral. O dedo indicador do examinador exerce pressão neste local reproduzindo a dor (FERNANDES, 2012) Conclusões: O Nervo Radial tem origem do tronco posterior do plexo braquial, formado por raízes de C5 a C8. E é considerado o maior nervo do plexo. Localizado inicialmente atrás da artéria axilar, dirige-se distalmente no braço rodeando o úmero da face posterior para a lateral, antes de cruzar o úmero, o nervo irradia três ramos sensoriais. Ao alcançar a linha úmero-radial divide-se em seus ramos sensitivo anterior e motor posterior. As lesões de compressão mais comuns ocorrem no nervo interósseo motor posterior, que são as síndromes do IP e do Túnel Radial, supinador, causando dores na região lateral do antebraço, saída para os extensores. As compressões no ramo superficial podem ser causadas por atividades repetitivas no antebraço e punho. A paralisia de sábado a noite ocorre com a compressão prolongada do nervo a nível axilar e se caracteriza pela posição da mão caída (paralisia da mão). Referências: ALMEIDA, Saulo Fontes et al. Conduta no tratamento de pacientes portadores de paralisia radial. Revista Brasileira de Ortopedia, São Paulo, v. 32, n. 3, p. 211-215, mar. 1997. CAETANO, Edie Benedito et al. Estudo anatômico da inervação do músculo supinador para reinervar o nervo interósseo posterior. Revista Brasileira de Ortopedia, [s.l.], v. 54, n. 03, p. 253-260, maio 2019. Georg Thieme Verlag KG. http://dx.doi.org/10.1055/s-0039-1692459. FERNANDES, José Heitor Machado. Semiologia Ortopédica Pericial. Rio Grande do Sul: Pdf, 06/01/2012. 308 slides, color. FOLBERG, Celso Ricardo et al. Estudo morfológico do ramo Superficial do nervo radial: the superficial branch of the radial nerve: a morphologic study. : THE SUPERFICIAL BRANCH OF THE RADIAL NERVE: A MORPHOLOGIC STUDY. Revista Brasileira de Ortopedia, São Paulo, v. 44, n. 1, p. 69-74, 02/2009. LUCIO, Marcela Alves; MEJIA, Dayana Priscila Maia. Tratamento na compressão do nervo radial com mobilização neural. 2016. 12 f. Tese (Doutorado) - Curso de Fisioterapia em Traumato-ortopedia Com ênfase em Terapias Manuais, Faculdade Ávila, Manaus, 2016. MARTINS JÚNIOR, Carlos Roberto et al. Semiologia Neurológica. Rio de Janeiro: Revinter Ltda, 2017. MENDONÇA, Nuno Correia et al. SÍNDROMES COMPRESSIVOS DO MEMBRO SUPERIOR. Amadora: Pdf, 2017. 55 slides, color. Cunha MR, Dias AA, Brito JM, Cruz CS, Silva SK. Estudo anatômico do plexo braquial de fetos humanos e sua relação com paralisias neonatais do membro superior. einstein (São Paulo). 2020;18:eAO5051. http://dx.doi.org/ 10.31744/einstein_journal/2020AO5051 SOUZA, Paulo Roberto GonÇalves de. Tratamento cirúrgico da síndrome do túnel do carpo e síndrome do túnel radial: relação com os esforços repetitivos. Revista Brasileira de Ortopedia, São Paulo, v. 32, n. 5, p. 377-382, maio 1997. TERRA, Bernardo Bacellos et al. Fratura da Cabeça do Rádio Associada a Lesão do Nervo Interósseo Posterior. Revista Brasileira de Ortopedia, São Paulo, v. 51, n. 6, p. 725-729, jul. 2016.
Título do Evento
CONIGRAN 2020 - Congresso Integrado UNIGRAN Capital
Cidade do Evento
Campo Grande
Título dos Anais do Evento
Anais do CONIGRAN 2020 - Congresso Integrado UNIGRAN Capital
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

NETO, Camila Martins. TRAJETO ANATÔMICO DO NERVO RADIAL E POSSÍVEIS LESÕES CAUSADA PELA COMPRESSÃO DOS SEUS RAMOS.. In: Anais do CONIGRAN 2020 - Congresso Integrado UNIGRAN Capital. Anais...Campo Grande(MS) UNIGRAN Capital, 2020. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/conigran2020/247891-TRAJETO-ANATOMICO-DO-NERVO-RADIAL-E-POSSIVEIS-LESOES-CAUSADA-PELA-COMPRESSAO-DOS-SEUS-RAMOS. Acesso em: 26/04/2025

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