A PERMANÊNCIA E AS CONSEQUÊNCIAS DO IDEAL DE BELEZA NO SÉCULO XXI: UMA ANÁLISE COM ALUNOS DA GRADUAÇÃO

Publicado em 30/12/2020 - ISBN: 978-65-5941-071-2

Título do Trabalho
A PERMANÊNCIA E AS CONSEQUÊNCIAS DO IDEAL DE BELEZA NO SÉCULO XXI: UMA ANÁLISE COM ALUNOS DA GRADUAÇÃO
Autores
  • Débora Teixeira da Cruz
  • Annie Caroline Flores Vieira
  • Beatriz Araujo Vieira
Modalidade
Comunicação oral (Resumo expandido)
Área temática
Psicologia
Data de Publicação
30/12/2020
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/conigran2020/270202-a-permanencia-e-as-consequencias-do-ideal-de-beleza-no-seculo-xxi---uma-analise-com-alunos-da-graduacao
ISBN
978-65-5941-071-2
Palavras-Chave
Psicologia social, Ideal de beleza, Identidade
Resumo
Em contraste com uma formação estática, a construção da beleza carrega em si os valores histórico-culturais da sociedade que a cria e a transforma. Com o desenvolvimento dos veículos de comunicação, os conteúdos criados pela mídia obtiveram maior amplitude, alcançando assim a grande massa populacional sobre a qual foram depositados os significados construídos em privilégio de uma determinada classe, cujo intuito se verifica na padronização e comercialização do belo. As influências midiáticas e suas intenções ocultas; ridicularização manifesta não só nos grupos sociais físicos, mas também nas redes sociais, motivada pela visão estereotipada; e o adoecimento e desenvolvimento dos transtornos alimentares. A presença de padrões em nossa cultura, a partir de uma manifestação social, tornou-se um ponto importante de observação e discussão. Dentro dessa perspectiva, apresenta-se o ideal de beleza, a visão individual e social de cada sujeito. Trazendo a fala de Ciampa (2003) para o contexto da sociedade atual, entende-se que a construção da identidade individual recebe influências externas com base em determinados valores e padrões comportamentais, cuja vigência se baseia nas ideologias propagadas cultural e historicamente. A partir disso, a Psicologia Social entende que “a consciência individual do homem só pode existir nas condições em que existe a consciência social” (LEONTIEV, p. 88, 1978). É através desse processo que o indivíduo passa a entender como o ambiente em que vive pode favorecer ou prejudicar seu desenvolvimento. Com sua perspectiva fundamentada na teoria sócio-histórica, o presente estudo do tipo vertical tem como objetivo investigar as construções do ideal de beleza e sua permanência na sociedade brasileira do século XXI, bem como suas possíveis implicações na vida dos sujeitos, como para transtornos psicológicos, especialmente os Transtornos Alimentares (TA), como a Bulimia e a Anorexia Nervosa (AN). Tendo em vista o contexto atual de pandemia pelo novo coronavírus, estendeu-se a coleta de dados na plataforma virtual do Google Forms, de modo a ser realizada entre os meses de dezembro de 2019 a Junho de 2020, por meio de questionário online configurado em seções quantitativas e qualitativas. Trata-se de um estudo transversal, qualitativo e quantitativo, cujo desenvolvimento foi realizado com acadêmicos da Unigran Capital de ambos os sexos, sendo eles alunos do primeiro, segundo e último ano dos cursos de Arquitetura e Urbanismo, Direito, Educação Física, Estética e Cosmética, Nutrição e Psicologia, regularmente matriculados no período matutino, estando eles na faixa etária de 17 a 35 anos de idade. As investigações da percepção da imagem corporal e do comportamento alimentar tiveram como instrumentos de busca questionários autoaplicáveis, respondidos individualmente, os quais foram apresentados aos acadêmicos participantes após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Após a análise dos dados quantitativos, e verificando-se nestes uma propensão ao desenvolvimento dos transtornos alimentares, será feito contato posteriormente com estes os acadêmicos, para que estes sejam indicados a um acompanhamento psicológico, o qual será realizado através do Núcleo de Psicologia (NPU) da Unigran Capital. Diante de seu caráter quali-quantitativo, foram utilizados como instrumentos a escala de silhuetas de Stunkard, adaptada por Kakeshita (2008), bem como o Body Shape Questionnaire (BSQ) para mensuração dos níveis de insatisfação e distorção com a imagem corporal, somados a duas questões abertas, propostas para validar ou refutar as hipóteses que incluíam críticas de grupos sociais como fontes propagadoras do ideal de beleza vigente na sociedade hodierna. Participaram do processo 58 acadêmicos da Unigran Capital, sendo 51 do sexo feminino e 07 do sexo masculino. A média geral das idades foi 25,14, correspondendo o curso de Arquitetura e Urbanismo à idade média de 19 anos, Direito com 18 anos, Ed. Física com idade média de 34,45, Estética e Cosmética com 22,25 anos, Nutrição com 30 e Psicologia com média de 27,39. Em análise conjunta aos resultados obtidos, foi verificada a existência de incoerências na fala de alguns participantes quando comparadas aos números descritos pelas escalas citadas acima, sinalizando para uma possível negação entre a forma como realmente me vejo e o modo como me apresento ao mundo externo a mim, refletida na incoerência de dados obtidos pela Escala de silhuetas e o BSQ. Um comparativo realizado entre o IMC Real, calculado por meio dos dados individuais de peso e altura dos participantes, e aplicados separadamente a silhueta indicada no estudo de Kakeshita (2008), o qual atribui a cada silhueta um IMC calculado, foi verificado como média feminina o IMC Real de 24,75, enquanto a média de IMC das silhuetas escolhida pelas participantes como sua foi de 27,88, evidenciando uma distorção da imagem corporal acima da forma atual em 90% das mulheres e 28% dos homens. Nestes, observou-se a proximidade dos resultados, visto que a média de IMC Real calculada foi de 25,39, e da forma como se veem, 25,35. No BSQ, por sua vez, 49% das mulheres apresentaram ausência de distorção, 35% distorção leve, 03% moderada e 11% apresentaram alta distorção, enquanto 71,5% dos homens apresentaram ausência de distorção e, 28,5%, distorção leve. Entre os casos de leve a moderado, foi observado que 07% das mulheres já fizeram uso de laxantes para emagrecer e 09% já induziram vômitos com essa finalidade. Entre os cursos, verificou-se que 75% dos estudantes de Estética e Cosmética apresentaram alguma distorção pelo BSQ, de leve a alta, seguidos por 42% de Psicologia e 28% de Nutrição, indicando uma maior vulnerabilidade para o desenvolvimento de Transtornos Alimentares, caracterizados pelo medo excessivo de engordar, impulsionando o indivíduo a recorrer a práticas purgativas ou alterações cirúrgicas, apresentadas pelo percentual de 1,96% dos participantes no presente estudo. Diante das hipóteses de apologia atual do “culto ao corpo perfeito”, impulsionada pela indústria da beleza, e o bullying como um instrumento propagador do padrão de beleza vigente, foi constatado seu papel preditivo para o desenvolvimento de transtornos alimentares, visto que 64,7% dos participantes responderam “SIM” a questão sobre já terem recebido algum apelido, sendo que destas, 4 ocorreram na adolescência e 7 na infância; 10 na escola e 15 por familiares, sendo alguns vivenciados tanto em âmbito escolar quanto familiar. alguns em ambos os ambientes. Na pergunta 2, 45 pessoas responderam que “NÃO”, sendo que 1 disse que não se compara, mas “tenta mudar o corpo”; 1 que gostaria de ter as condições físicas e financeiras”; 1 que apesar de não se comparar, “se identifica com o desejo”. 17 responderam que “sim”, 1 disse que com modelos; 1 que ao ver fotos em rede social; e 2 pessoas destacaram que “nunca” vão alcançar o “padrão ideal”. 5 disseram que “às vezes”, sendo que 1 disse que “consegue controlar”. AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION et al. DSM-5: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Artmed Editora, 2014. CAMARGOS, C. N.; MENDONÇA, C. A.; DUARTE, S. M. "Beleza é algo relativo, depende de quem a contempla" - seria o conceito de beleza unicamente uma questão de opiniões?. Saude soc, v. 18, n. 3, 2009. Censo 2016. Situação da cirurgia plástica no Brasil: Análise Comparativa dos anos de 2014 e 2016. Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Disponível em: <http://www2.cirurgiaplastica.org.br/wp-content/uploads/2017/12/CENSO-2017.pdf>. Acesso em: 20 de maio. 2019. LANE, S. T. M. O que é psicologia social. Brasiliense, 2017. LANE, S. T. M.; CODO, V. Psicologia social: o homem em movimento. 1988. LANE, S. T. M.; SAWAIA, B. B. Novas veredas da psicologia social. EDUC, 1994. LAUS, M. F.; MOREIRA, R. de C. M.; COSTA, T. M. B. Diferenças na percepção da imagem corporal, no comportamento alimentar e no estado nutricional de universitárias das áreas de saúde e humanas. Rev. psiquiatr. Rio Gd. Sul, Porto Alegre, v. 31, n. 3, p.192-196, Dez. 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-81082009000300009&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 20 maio. 2019. LEITE, I. T. R.; LIMA, M. Recriando o corpo feminino: sedução, fantasia e ideal de beleza. 2006. LEONTIEV, A. N.; DUARTE, M. D. O desenvolvimento do psiquismo. 1978. MIRANDA, S. F. Identidade sob a perspectiva da psicologia social crítica: revisitando os caminhos da edificação de uma teoria. Revista de Psicologia, v. 5, n. 2, p. 124-137, 2014. Acesso em 22 de Maio de 2019. MORENO, R. A beleza impossível: mulher, mídia e consumo. Editora Ágora, 2008. MORGAN, C. M; VECCHIATTI, I. R.; NEGRAO, A. B. Etiologia dos transtornos alimentares: aspectos biológicos, psicológicos e sócio-culturais. Rev. Bras. Psiquiatr., São Paulo, v. 24, supl. 3, p. 18 a 23 de dezembro de 2002. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462002000700005&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 31 de out. 2018. SANTOS, M. O. S. dos. A tirania da magreza feminina. Revista digital, n. 119, 2008. Disponível em : <http://desaliene-se.blogspot.com/2011/10/tirania-da-magreza.html> SCUTTI, C. S. et. al. O enfrentamento do adolescente obeso: a insatisfação com a imagem corporal e o bullying. Revista da Faculdade de Ciências Médicas de Sorocaba, v. 16, n. 3, p. 130-133, 2014. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/alcar/noticias-dos-nucleos/artigos/A%20CONSTRUCaO%20DO%20IDEAL%20DE%20BELEZA%20FEMININA%20EM%20COMERCIAIS%20DE%20TELEVISaO.pdf>. Acesso em: 21 de maio. 2019. SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE. Distúrbio alimentar ameaça 77% das jovens de SP. São Paulo, 2014. Disponível em: <http://www.saude.sp.gov.br/ses/noticias/2014/janeiro/disturbio-alimentar-ameaca-77-das-jovens-de-sp>. Acesso em: 22 maio. 2019. SILVEIRA, M. R.; GERA, Maria Zita Figueiredo. A Interferência do Bullying no Desenvolvimento Humano. In: Anais do IV Congresso de Iniciação Científica do Uni-FACEF. 2010.
Título do Evento
CONIGRAN 2020 - Congresso Integrado UNIGRAN Capital
Cidade do Evento
Campo Grande
Título dos Anais do Evento
Anais do CONIGRAN 2020 - Congresso Integrado UNIGRAN Capital
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

CRUZ, Débora Teixeira da; VIEIRA, Annie Caroline Flores; VIEIRA, Beatriz Araujo. A PERMANÊNCIA E AS CONSEQUÊNCIAS DO IDEAL DE BELEZA NO SÉCULO XXI: UMA ANÁLISE COM ALUNOS DA GRADUAÇÃO.. In: Anais do CONIGRAN 2020 - Congresso Integrado UNIGRAN Capital. Anais...Campo Grande(MS) UNIGRAN Capital, 2020. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/conigran2020/270202-A-PERMANENCIA-E-AS-CONSEQUENCIAS-DO-IDEAL-DE-BELEZA-NO-SECULO-XXI---UMA-ANALISE-COM-ALUNOS-DA-GRADUACAO. Acesso em: 24/04/2025

Trabalho

Even3 Publicacoes