LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA – DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO

Publicado em 04/08/2021 - ISBN: 978-65-5941-292-1

Título do Trabalho
LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA – DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO
Autores
  • Giovanna Gabriella Guardati Gomez
Modalidade
Resumo expandido
Área temática
Biomedicina
Data de Publicação
04/08/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/conigran2021/358439-leucemia-linfoide-aguda--diagnostico-e-prognostico
ISBN
978-65-5941-292-1
Palavras-Chave
Leucemia Linfoide Aguda, diagnóstico, prognóstico, tratamento.
Resumo
GOMEZ, Giovanna¹; PALOZI , Rhanany.² ¹ Graduando do curso de biomedicina, Centro Universitário Unigran Capital, Campo Grande – MS, Brasil ² Docente do curso de biomedicina, Centro Universitário Unigran Capital, Campo Grande – MS, Brasil Introdução: Os leucócitos representam o principal componente do sistema imunitário e podem ser agrupados em duas categorias diferentes, os mononucleares, como os linfócitos e plasmócitos que provem da linhagem linfoide e, os monócitos que juntamente com os polimorfonucleares ou granulócitos, advém da linhagem mieloide. Quando ocorrem distúrbios na produção destas células, podemos observar dentre os diversos quadros, o desenvolvimento das leucemias, que serão classificadas em mieloide ou linfoide dependendo da linhagem celular afetada e em agudas ou crônicas. Desta forma temos quatro tipos principais de leucemias: Leucemia Linfocítica Aguda (LLA); Leucemia Mielocítica Aguda (LMA); Leucemia Linfocítica Crônica (LLC); Leucemia Mielocítica Crônica.As leucemias são popularmente chamadas de “câncer no sangue”. Sendo a segunda principal causa de morte no mundo; em 2015, causou 8,8 milhões de mortes. Quase uma em cada seis mortes no mundo se deve a essa doença. Ainda neste contexto, o número de casos novos de leucemia esperados para o Brasil, para cada ano do triênio 2020-2022, será de 5.920 casos em homens e de 4.890 em mulheres. O risco de desenvolvimento de LLA continua sendo maior em crianças menores de cinco anos, com uma redução até metade dos vinte anos e eleva-se novamente aos cinquenta anos de idade. A cada 10 casos de LLA quatro correspondem à adultos. A fisiopatologia tanto da leucemia linfoide aguda (LLA) como da leucemia mieloide aguda (LMA) são parecidas. As células malignas proliferantes deixam de responder à ação controladora dos fatores estimuladores da hematopoiese normal. Elas começam a agir independente da ação desses fatores. Com este descontrole proliferativo celular, não existe mais a formação normal das células brancas (série granulocítica e agranulocítica), vermelhas (série eritrocítica) bem como das plaquetas (série megacariocítica), tendo como principal sintoma o acúmulo dessas células em certos órgãos; como o timo, medula óssea, baço, fígado, rins, sistema nervoso central, prejudicando ou impedindo suas funções. Quanto ao diagnóstico de LLA, os primeiros achados se dão pelo hemograma. Já a confirmação se dá através da realização de outras técnicas como o mielograma, com análise morfológica complementada por imunofenotipagem por citometria de fluxo permitindo assim a caracterização do subtipo celular envolvido; a citogenética detecta a presença de alterações cromossômicas estruturais e/ou numéricas, e assim também da biologia molecular, realizado pela técnica FISH (fluorescence in situ hydridization) e PCR (reação em cadeia de polimerase), muito importantes para o direcionamento e seleção do tratamento. Objetivos: O objetivo do estudo é realizar uma análise bibliográfica das técnicas utilizadas para diagnosticar a LLA, desde a sua suspeita que pode se dar através do hemograma e/ou mielograma até a sua confirmação com as técnicas mais avançadas de biologia molecular, já que demonstraram ser importantes ferramentas de fatores prognósticos, auxiliando no direcionamento do tratamento e cura do paciente. Materiais e métodos: Trata-se de uma pesquisa de revisão bibliográfica do tipo exploratória, explicativa com base em estudos já realizados e descritos em livros e artigos científicos. Resultados e Discussão: Como dito anteriormente, no inicio as manifestações da LLA são semelhantes aos de outras doenças. Para isso, é importante estabelecer primeiramente o tipo celular envolvido de forma a determinar também o prognóstico no qual o paciente se enquadra, alinhando desta forma o tratamento mais específico. Dentre estas técnicas esta a citoquímica que utiliza protocolos como o ácido periódico – Shiff (PAS), a peroxidase e o Sudan Black B, conhecidos como sendo os ensaios mais utilizados para destacar as estruturas nas células e diferenciar assim as Leucemias linfoblásticas agudas (LLA) das não linfoblásticas agudas (LNLA). O PAS, cora o glicogênio da célula, que quando positivos nos linfoblastos, demonstram-se em formas de anéis concêntricos ou em bloco grosseiro, a reação de mieloperoxidase é negativa nas leucemias linfoides e fortemente positiva em celulas de origem mieloide. Com relação ao Sudan Black B, também pode-se dizer que apresenta-se negativo para LLA visto que cora os lipídios e componentes celulares sendo patognomônico das Leucemias Mielóides Agudas – LMA. A Classificação Franco-Americana-Britânica (FAB) divide a LLA em três subtipos morfológicos: LLA L1; LLA L2 e LLA L3. A LLA L1 apresentam linfoblastos pequenos com citoplasma escasso e nucléolo ausente, sendo uma morfologia típica do linfócito inativo. Para este subtipo não há implicações prognósticas ou genéticas. A LLA L2 seus blastos apresentam-se maiores, citoplasma excessivo, característico a um espelho de mão. A citoquímica se destaca para confirmação da LLA L2 com o PAS que apresenta-se positivo com aspecto em bloco diferençando-a de uma LMC. Atualmente a LLA L3 não é mais considerada uma LLA, mas sim como neoplasia de células B maduras, onde suas células são idênticas à do linfoma de Burkitt, sendo de tamanho médio, crescimento monótono difuso, além disso, sua cromatina é fina e em blocos, citoplasma basofílico com numerosos vacúolos lipídicos com taxa de proliferação bastante elevada. Uma vez diferenciada sua linhagem, a citogenética pela imunofenotipagem por citometria de fluxo, irá utilizar marcadores biológicos específicos identificando assim a origem das células leucêmicas, podendo ser de linhagem B ou T, onde o grupo EGIL classifica-as em subgrupos de acordo com cada marcador detectado, dividindo-os em Leucemia/linfoma linfoblástico de células B e Leucemia /linfoma linfoblástico de células T. Sendo assim, as LLA’s de linhagem B divididas em quatro estágios; B-I(Pró-B), B-II(B-comum), B-III(Pré-B) e B-IV (B-madura), do fenótipo mais imaturo para o mais maduro. A expressão do CD19, CD79a, e CD22 determina a linhagem B em sua grande maioria, sendo que CD20 pode estar expresso ou não. O subtipo Pró-B, expressa os marcadores CD19, CD79a e CD22; o subtipo B-comum, expressa o antígeno CD10; no Pré-B, observa-se a expressão da IgM (cadeia µ) citoplasmática) e no B-madura, as cadeias leves ? (Lambda) ou ? (chi) estão presentes no citoplasma e na superfície celular. As de linhagem T também foram divididas em quatro subtipos, sendo T-I (Pró-T), que expressa o CD7; T-2 (Pré-T), expressa o CD2 e/ou CD5 e/ou CD8; o T-III (T-cortical), expressa somente CD1a e o T-IV ( T-madura), com CD3 de superfície e negativo para CD1a. O grupo T apresenta um diferencial para expressar os receptores da célula T ou TCR, sendo: LLA a/ß (alfa/beta) do grupo a e LLA y/ d (gama/delta) do grupo b que expressam os Anti-TCR aß para o grupo (a) e Anti-TCR yd para o grupo (b). No campo da citogenética molecular busca-se detectar as anormalidades genéticas dos rearranjos cromossômicos, neste sentido, o sequenciamento do DNA genômico dos blastos leucêmicos se faz através da técnica FISH e considera-se o mais sensível e preciso para detectar polimorfismos gênicos, avaliando as alterações numéricas e estruturais destes blastos. O teste de PCR amplifica áreas especificas do RNA ou DNA possibilitando maior precisão para detectar e medir uma única célula leucêmica entre mais de 500 mil a um milhão de células normais. Além disso, determina a doença residual mínima (DRM) utilizada no pós-tratamento já que consegue detectar uma mínima quantidade de células cancerígenas que ainda podem permanecer no organismo. Os avanços na biologia molecular não param, dando destaque para o método SNP (do inglês “Single Nucleotide Polimorphism”) que se mostrou o mais eficaz para detectar anormalidades de base única da cadeia de bases nitrogenadas bem como a identificação de alterações do conteúdo de DNA no genoma inteiro. Ela tem sensibilidade, precisão, resolução, e capacidade de gerar múltiplos dados por amostra, além de fornecer amplificações e/ou exclusões em todos os cromossomos a partir de uma pequena quantidade de material. Também possuem uma característica única e diferenciada de caráter preditivo em pacientes que ainda não manifestaram a doença, onde pela avaliação do DNA em células de mielograma demonstram mutações que não promovem um desenvolvimento imediato das LLAs, mas ao longo de 2 a 3 anos tem a capacidade de induzir a formação de uma leucemia, o que leva a estar à frente desta morbidade que tanto acomete nossa atualidade. Esses últimos exames de citogenética molecular podem determinar os fatores prognósticos, de suma importância para determinar o tratamento: prognósticos favoráveis (I) incluem aqueles com translocações envolvendo o fator de transcrição CBF (core binding fator); prognóstico intermediário (II), grupo em que se encontra a maioria dos pacientes, apresentando cariótipo normal ou metade dele e com alterações citogenéticas; mau prognóstico (III), são aqueles com alterações específicas e complexas (com três ou mais alterações), geralmente afetando os cromossomos, um exemplo é a deleção e monossomia dos cromossomos 5 e 7. Como recurso utilizado para o tratamento da LLA a quimioterapia tem por objetivo inicial a restauração da produção normal de glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas, visto que mesmo tratando-se de uma doença dos glóbulos brancos, estes dois também sofrem alterações pela hiperproliferação de precursores leucocitários no microambiente medular. A resposta ao tratamento irá depender do prognóstico em que o paciente se enquadra. Naqueles pacientes com prognósticos desfavoráveis ou recidivos da doença podem ser levados em consideração o transplante de medula óssea (TMO). Foram encontrados no Brasil 3 protocolos de tratamento para LLA no período de 2012 a 2017. O primeiro e mais utilizado (36%) é o protocolo proposto pelo Grupo Brasileiro para o Tratamento de Leucemia Linfoide Aguda na Infância (GBTLI); na sequência, o protocolo BFM desenvolvido pelo Grupo Europeu Berlim-Frankfurt-Munster com 29,8% de utilização e por fim com 2,1% o protocolo proposto pelo St Jude (Total Therapy), desenvolvido nos Estados Unidos. Conforme a Sociedade Brasileira de Oncologia pediátrica (SOBOPE) de 2011, o GBTLI consiste em cinco etapas (fase de indução, terapia de consolidação da remissão, fase de intensificação, consolidação tardia e terapia de manutenção), mas antes que se inicie o tratamento, são considerados critérios pré-tratamento onde os testes de DRM entram em ação objetivando reduzir os riscos de recidiva e consequentemente maior êxito no tratamento. Conclusão: Com o presente artigo pode-se entender como a hematologia, a imunologia e a biologia molecular precisam andar de mãos dadas, garantindo maior precisão em seus achados favorecendo grandiosamente os pacientes e o subsequente tratamento. Referência Bibliográfica: INCA. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Câncer da criança e adolescente no Brasil: dados dos registros de base populacional e de mortalidade, 2020; DA SILVA, K.L.D.; FONTOURA, K.D. Alterações hematológicas em pacientes portadores de leucemia linfoide aguda: Diagnostico e tratamento. Revista uningá. v. 32, n. 31, jan. 2012. Disponível em: http://revista.uninga.br/index.php/uninga/article/view/1045. Acesso em: 22 ago. 2020; SMITH, O.P.;HANN, I.M. Pediatric Hematology. Clinical features and treatment of lymphoblastic leukemia. Massachusetts, 3 ed., 2006. p. 450-481. Doi.org/10.1002/9780470987001.ch20. Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1002/9780470987001.ch20. Acesso em: 25 ago. 2020; ORIOL, A.;RIBERA, J.M. Leucemia de Burkitt e linfoma en adultos. Atlas of Haematological Cytology. Barcelona, v. 129, p. 50-55, 2007. Disponível em: http://www.leukemia-cell.org/atlas. Acesso em: 02 fev. 2021; KIMBALL, J.W. PCR. Kimball's biology pages, 2014. Disponível em http://www.biology-pages.info/P/PCR.html. Acesso em: 21 ago. 2020; YILMAZ, M.; RICHARD, S.; JABBOUR, E. The clinical potential of inotuzumab ozogamicin in relapsed and refractory acute lymphocytic leukemia. Advances in Hematology, v. 6, n. 5, p. 253-261, 2015. doi: 10.1177/2040620715596715. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4556970/. Acesso em 30 ago. 2020.
Título do Evento
2º CONIGRAN - Congresso Integrado UNIGRAN Capital 2021
Título dos Anais do Evento
Anais do 2º CONIGRAN - Congresso Integrado Unigran Capital
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

GOMEZ, Giovanna Gabriella Guardati. LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA – DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO.. In: Anais do 2º CONIGRAN - Congresso Integrado Unigran Capital. Anais...Campo Grande(MS) Unigran Capital, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/conigran2021/358439-LEUCEMIA-LINFOIDE-AGUDA--DIAGNOSTICO-E-PROGNOSTICO. Acesso em: 25/04/2025

Trabalho

Even3 Publicacoes