COVID-19: EXAMES DE IMAGEM E EXAMES RT-PCR NO DIAGNÓSTICO DA DOENÇA

Publicado em 04/08/2021 - ISBN: 978-65-5941-292-1

Título do Trabalho
COVID-19: EXAMES DE IMAGEM E EXAMES RT-PCR NO DIAGNÓSTICO DA DOENÇA
Autores
  • ADRIANA ARCE FRETES
  • Eurito Do Carmo Nery
Modalidade
Resumo expandido
Área temática
Biomedicina
Data de Publicação
04/08/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/conigran2021/362000-covid-19--exames-de-imagem-e-exames-rt-pcr-no-diagnostico-da-doenca
ISBN
978-65-5941-292-1
Palavras-Chave
COVID-19, SARS COV-2, Corona vírus
Resumo
Introdução: Com a pandemia do COVID-19, decretada em março de 2019, diversos tipos de exames foram disponibilizados para diagnosticar a doença. Para detectar a COVID -19, dois tipos de exames estão disponíveis: os chamados RT-PCR e o sorológico, contudo para a maior confiabilidade dos resultados, não basta ter os testes em mãos: é preciso saber a hora certa de aplicar e em qual situação. No método de Giraldi et al. (2020), a tecnologia de diagnóstico COVID -19 enfatiza a importância de alcançá-la por meio da correlação entre dados clínicos, testes sorológicos (IgM e IgG) atributos da biologia molecular como a Reação em cadeia da Polimerase em Tempo Real (RT-PCR) e uso de ferramentas de imagem como radiologia, tomografia computadorizada e ultrassom. Embora os achados tomográficos mais comuns em COVID-19 se sobreponham àqueles encontrados em infecções pulmonares causadas por outros agentes (especialmente outros vírus), e dada a gravidade da doença nos últimos meses, o diagnóstico ideal deve ser passado por RT-PCR, é vital que os médicos e imagenologistas entendam as manifestações mais comuns da imagem COVID-19 de modo que possam contribuir para o diagnóstico precoce reduzindo assim as consequências de doenças e mortalidade. Objetivos: Compreender a relevância da associação de exames de imagem de lesões pulmonares por Sars Cov-2 e os exames RT-PCR em pacientes, no manejo da COVID-19. Metodologia: Trate-se de uma de Revisão de Literatura de caráter exploratório para a qual foram selecionados materiais por meio de buscas nas bases de dados Scielo, Pubmed e Lilacs, utilizando-se os descritores Corona Vírus, COVID-19 e SARS-Cov-2, RT-PCR. Os critérios de inclusão englobaram estudos publicados entre os anos de 2019 e 2021, com temas relacionados à tratativa do assunto, em língua portuguesa e inglesa. Os critérios de exclusão abrangeram estudos fora da data especificada, em outras línguas que não o português e o inglês e que não fizessem parte da tratativa do assunto. Além disso, foram utilizados como fontes materiais oferecidos pelo governo federal, relacionados ao assunto tratado; bulário do teste abordado na pesquisa e sites oficiais de instituições confiáveis que se relacionem ao tema. Resultados: Atualmente, as respostas de anticorpos contra SARS-CoV-2 permanecem pouco compreendidas e a utilidade clínica do teste sorológico ainda não está clara (TANG et al., 2020). Embora a detecção de IgM e IgG por ELISA seja positiva ainda no quarto dia após o início dos sintomas, níveis elevados desses anticorpos são produzidos na segunda e terceira semanas da doença (SETHURAMAN; JEREMIAH; RYO, 2020). Observou-se que desde o início, o nível de anticorpos IgM aumenta; 2 semanas após o início dos sintomas, tanto IgG quanto IgM estão presentes e seus níveis começam a diminuir após a quarta semana. Ainda, que o IgM é notoriamente inespecífico e, como leva semanas para desenvolver respostas IgG específicas, é improvável que a detecção sorológica desempenhe um papel ativo no gerenciamento de casos, com o diagnóstico/confirmação de casos tardios de COVID-19 ou determinando a imunidade dos profissionais de saúde sendo as exceções (TANG et al., 2020). Vale ressaltar que a maioria dos imunoensaios para SARS-CoV-2 tem como alvo principal as proteínas imunogênicas: proteína S (pico), que é a proteína viral mais exposta; e proteína do nucleocapsídeo (N), que é abundantemente expresso durante a infecção (LEE et al., 2020). Normalmente, a maioria dos anticorpos é produzida contra a proteína mais abundante presente no vírus (N), portanto, os testes que detectam anticorpos para N seriam os mais sensíveis, contudo, o domínio de ligação ao receptor da proteína S (RBD-S) é a proteína de fixação do hospedeiro e os anticorpos para RBD-S seriam muito específicos e espera-se que sejam neutralizantes (TO et al., 2020). Nesse caso, o uso de um ou de ambos os antígenos para detecção de IgG e IgM resultaria em alta sensibilidade (SETHURAMAN; JEREMIAH; RYO, 2020). Diferentemente dos testes sorológicos, a maioria dos testes moleculares, são realizados em laboratório especializado, com equipamentos de última geração e equipe altamente qualificada, o que limita seu uso, sendo dentre os testes moleculares, os esfregaços nasofaríngeos (swab), considerados as amostras padrão para a detecção de SARS-CoV-2. Loeffelholz; Tang (2020) descrevem que, além dos swabs, o uso de amostras do trato respiratório inferior (escarro ou lavado brônquico) e swabs orofaríngeos como alternativas para melhorar a biossegurança dos profissionais de saúde, apontando como vantagem deste método, o mesmo ser quantitativo e altamente específico. Um estudo comparativo da sensibilidade dos testes SARS-CoV-2 RT-PCR desenvolvidos por Charité (Alemanha), HKU (Hong-Kong), China CDC (China), US CDC (Estados Unidos) e Institut Pasteur, Paris (França) mostraram que todos os ensaios de RT-PCR tiveram um bom desempenho para detecção de SARS-CoV-2, mas os autores apontaram que os ensaios de RdRp Institut Pasteur (IP2, IP4), N China CDC e N1 US CDC foram os mais sensíveis (ETIEVANT et al., 2020). Resultados de diferentes protocolos de RT-PCRs mostraram variação em seu desempenho dependendo dos primers e sondas. Sendo que, resultados falso-negativos ocorreram principalmente devido à extração inadequada de ácido nucléico; amostra de baixa qualidade; carga viral baixa; tempo de coleta de amostra; armazenamento, transporte e manuseio incorretos de amostras; e inibição de PCR. O uso de primers específicos determina a alta especificidade do RT-PCR, não podendo ser excluída a possibilidade de falso-positivos. Nesse sentido, um controle de amostras negativas deve ser introduzido em cada RT-PCR. Uma tomografia computadorizada (TC) de tórax pode ser usada como uma ferramenta diagnóstica complementar que permite aos médicos detectar com eficácia a infecção por COVID-19 em vários casos falso-negativos de RT-PCR. A repetição dos testes pode ser particularmente importante se o paciente tiver um quadro clínico de pneumonia viral, história de exposição e / ou achados radiográficos (TC ou ressonância magnética) compatíveis com pneumonia por COVID-19 (TANG et al., 2020). O achado mais comum é o de múltiplas opacidades em vidro fosco, por vezes de morfologia arredondada, predominando na periferia dos lobos pulmonares e em suas regiões posteriores, frequentemente nas bases. Na maioria dos casos, é bilateral e multilobar, podendo evoluir para padrão de pavimentação em mosaico (crazy paving) e coalescer em consolidações com a evolução da infecção. Nas vias aéreas, linfonodos, as escavações, as consolidações lobares, os nódulos ou mesmo o predomínio peri-hilar das alterações não são comuns. Quando esses resultados estão presentes, há uma superinfecção ou, ainda, um diagnóstico alternativo deve ser aventado (SIMPSON et al., 2020). A radiografia pode ser usada para monitorar pacientes internados, inclusive na UTI, porque é um método de inspeção amplamente utilizado, rápido e barato, embora a inspeção seja menos detalhada, pode ser mais frequente (às vezes diariamente) da extensão do envolvimento pulmonar na doença. Foi demonstrado que indivíduos assintomáticos podem apresentar achados pulmonares (dissociação clínica radiológica), mas a frequência é menor que a de pacientes sintomáticos, e geralmente as opacidades em vidro fosco são menos comprometidas e dominantes. Ao contrário, os pacientes sintomáticos frequentemente apresentam achados pulmonares, com predomínio de consolidações e maior extensão do acometimento parenquimatoso (INUI et al., 2020). Mesmo que evidenciado várias manifestações, predomina o padrão de opacidades em vidro fosco nos primeiros 4 dias após o início dos sintomas. Entre o 5º e 8º dia o grau de comprometimento pulmonar aumenta, com pavimento em mosaico e consolidações. Entre o dia 9º e o 13º geralmente ocorre um pico dos achados tomográfico, e a consolidação é dominante, e após o 14º dia do início dos sintomas, a consolidação começa a ser reabsorvido o padrão de pavimentação em mosaico tende a regredir, porém podem persistir opacidades em vidro fosco. No entanto, a opacidade do vidro fosco pode persistir e a resolução do resultado geralmente é relativamente lenta, leva cerca de 30 dias, sendo descritas alterações cicatriciais no parênquima pulmonar (PAN et al., 2020). A pandemia do COVID-19 demonstrou ao meio científico a imprescindibilidade da adoção de novas condutas de diagnósticos clínicos. Considerando os padrões radiológicos detectados nos pacientes infectados e os desafios envolvendo a realização da transcriptase reversa seguida pela RT-PCR em larga escala e em tempo hábil, o desenvolvimento de novas de técnicas que norteadoras para diagnóstico e tratamento dos pacientes. Nesse contexto, foram desenvolvidos dois sistemas léxicos para descrever os achados tomográficos da COVID-19: CO-RADS e o COVID-RADS. O primeiro possibilita avaliar casos suspeitos de COVID-19 por achados tomográficos subdivididos de zero a seis, sendo zero a incapacidade avaliativa por artefatos de imagem; de um a cinco: uma escala gradual que resulta em achados típicos (vidro fosco e consolidação periférica) como alta suspeita (categoria cinco); e seis semelhante ao BI-RADS seis, indica COVID-19 confirmado. Já o COVID-RADS abrange os principais achados da TC, graduado em cinco categorias subdividas em três níveis de suspeita: baixa, moderada e alta, sendo que a última representa achados típicos de vidro fosco associado a consolidações periféricas e bilaterais, o que converge para alta probabilidade de infecção por Sars-CoV-2 (SALEHI, S. et al. 2020; PROKOP, M. et al. 2020). Conclusão: Conclui-se que a combinação entre os exames de RT-PCR e exames de imagem se fazem essenciais, considerando que um melhor entendimento sistemático das alterações pulmonares decorrentes da patologia, facilita a interpretação dos exames, norteia o diagnóstico atrelado à clínica e ao laboratório e, por consequência disso, a adoção de medidas terapêuticas precoces, reduzindo assim as consequências da doença e a mortalidade, visto que facilita o acompanhamento da progressão da infecção durante a internação. Ademais, a compreensão, interpretação e aplicabilidade corretas do RT-PCR, bem como dos novos padrões diagnósticos de imagem, como a proposta CO-RADS e COVID-RADS, por exemplo (e como este esquema se difere das diretrizes publicadas anteriormente sobre a notificação de casos COVID-19), são de grande relevância, para evitar a categorização incorreta e ajudar no controle da doença, visto que a precisão diagnóstica oferecida ao serem aplicados ambos os métodos possibilita uma melhor comunicação entre os profissionais de saúde atuantes na linha de frente do combate ao COVID-19, prevenindo novas infecções, além de aumentar as chances de desfechos positivos. Referências: ETIEVANT, S. et al. Performance Assessment of SARS-CoV-2 PCR Assays Developed by WHO Referral Laboratories. J. Clin. Med. 2020, 9, 1871. GIRALDI, T.; et al. Protocolo de uso de Ultrassonografia Point of Care (POCUS) no atendimento inicial do COVID-19. ABRAMED, versão 2/2020 atualizada em 25/05/2020. Disponível em: http://abramede.com.br/wp-content/uploads/2020/05/POCUS_COVID_19_ABRAMEDE_2.10.pdf Acesso em: 02 set. 2020. INUI, S. et al., Chest CT Findings in cases from the Cruise Ship “Diamond Princess” with Coronavirus Disease 2019 (COVID-19). published online ahead of print, 2020 Mar 17]. Radiol Cardiothorac Imaging. 2020;2(2) https://doi.org/10.1148/ryct.2020200110 LEE, C. Y. et al. Serological Approaches for COVID-19: Epidemiologic Perspective on Surveillance and Control. Front Immunol 2020; 11:879. LOEFFELHOLZ, M. J.; TANG, Y. W. Laboratory diagnosis of emerging human coronavirus infections - the state of the art. Emerg Microbes Infect 2020; 9(1):747-756. PAN, F. et al. Curso de tempo de alterações pulmonares na TC de tórax durante a recuperação da doença por coronavírus 2019 (COVID-19). Bibl. Nac. Medicina. Radiologia Junho de 2020; 295 (3): 715-721. doi:10.1148 / radiol.2020200370. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32053470/. Acesso em: 22 ago. 2020. PROKOP, M. et al. CO-RADS: A Categorical CT Assessment Scheme for Patients Suspected of Having COVID-19-Definition and Evaluation. Radiology, v. 296, n. 2, p. E97–E104, 2020 SALEHI, S. et al. Coronavirus disease 2019 (COVID-19) imaging reporting and data system (COVID-RADS) and common lexicon: a proposal based on the imaging data of 37 studies. European Radiology, v. 30, n. 9, p. 4930–4942, 2020. 2. SETHURAMAN, N.; JEREMIAH, S. S.; RYO, A. Interpreting Diagnostic Tests for SARS-CoV-2. JAMA 2020 SIMPSON, S. et al. Radiological Society of North America Expert Consensus Statement on Reporting Chest CT Findings Related to COVID-19. Society of Thoracic Radiology, he American College of Radiology, and RSNA. Radiol Cardiothorac Imaging. 2020;2(2). Disponível em: https://pubs.rsna.org/doi/full/10.1148/ryct.2020200152. Acesso em: 20 ago. 2020. TANG, Y. W.et al. The Laboratory Diagnosis of COVID-19 Infection: Current Issues and Challenges. J Clin Microbiol 2020. TO, K. K.. et al. Temporal profiles of viral load in posterior oropharyngeal saliva samples and serum antibody responses during infection by SARS-CoV-2: an observational cohort study. Lancet Infect Dis 2020; 20(5):565-574 WHO. Advice on the use of point-of-care immunodiagnostic tests for COVID-19. In. GENEBRA; 2020. WOLFEL, R. et al. Virological assessment of hospitalized patients with COVID-2019. Nature 2020
Título do Evento
2º CONIGRAN - Congresso Integrado UNIGRAN Capital 2021
Título dos Anais do Evento
Anais do 2º CONIGRAN - Congresso Integrado Unigran Capital
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

FRETES, ADRIANA ARCE; NERY, Eurito Do Carmo. COVID-19: EXAMES DE IMAGEM E EXAMES RT-PCR NO DIAGNÓSTICO DA DOENÇA.. In: Anais do 2º CONIGRAN - Congresso Integrado Unigran Capital. Anais...Campo Grande(MS) Unigran Capital, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/conigran2021/362000-COVID-19--EXAMES-DE-IMAGEM-E-EXAMES-RT-PCR-NO-DIAGNOSTICO-DA-DOENCA. Acesso em: 26/04/2025

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