OZONIOTERAPIA NO TRATAMENTO DE INFECÇÕES FÚNGICAS

Publicado em 04/08/2021 - ISBN: 978-65-5941-292-1

Título do Trabalho
OZONIOTERAPIA NO TRATAMENTO DE INFECÇÕES FÚNGICAS
Autores
  • Luana Harumi Toome
  • PAULO RICARDO DE SOUZA MORAES
Modalidade
Resumo expandido
Área temática
Biomedicina
Data de Publicação
04/08/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/conigran2021/362553-ozonioterapia-no-tratamento-de-infeccoes-fungicas
ISBN
978-65-5941-292-1
Palavras-Chave
Fungos; Tratamentos; Ozonioterapia.
Resumo
INTRODUÇÃO: O Reino Fungi é um grupo de organismo heterotróficos, unicelulares e pluricelulares, onde suas estruturas são unicelulares ou filamentosas. As células fúngicas possuem algumas organelas que não estão presentes em outras, como os corpos de Wöroning, além de serem mutinucleadas, binucleadas e até anucleadas. (SANTOS, 2015). As diversidades de espécies de fungos com variáveis, porem existe algumas espécies de fungos que são capazes de provocar infecções na pele humana, chamada como micoses. Embora as infecções fúngicas sejam classificadas em cinco grandes grupos: micoses superficiais, cutâneas, subcutâneas, sistêmicas e oportunistas, dar-se-á atenção especial às micoses superficiais e cutâneas (Taborda, 2017). A micose cutânea é uma doença causada por um grupo de fungos denominados dermatófitos classificados em três gêneros de fungos filamentosos: Trichophyton, Microsporum e Epidermophyton. A doenças dermatofitoses aparecem nas estruturas queretinizadas, como pelos, unhas e pele. São microrganismos que se infiltram em tecidos humanos e que, de forma gradativa, passam a degenerar sua estrutura, devido a sua extraordinária plasticidade, serem cosmopolitas, heterótrofos (precisam de fontes de alimento, pois não sintetizam o seu próprio), e contam com representantes macroscópicos”. (SHOENLEIN-CRUSIUS & DE PAULA, 2004). Levando-se em conta que alguns fungos podem causar infecções cutâneas denominadas micoses, um tratamento eficaz contra elas se torna altamente recomendável, haja vista que, em determinadas situações aumentam rapidamente e em grandes áreas do corpo. Na terapêutica dessas infecções são usados os agentes antifúngicos, que podem apresentar elevada toxidade e/ou elevado custo ((MOROSINI, 2019)), o que ocasiona uma busca por alternativas mais eficientes e com teor tóxico baixo para o tratamento das micoses. A Ozonioterapia é um tratamento alternativo, onde o valor do tratamento é mais acessível e os resultamos favoráveis no tratamento de pessoas acometidas por fungos. O Ozônio é um gás (ponto de ebulição de -111º C) presente em pequenas concentrações em toda atmosfera. A quantidade total de ozônio atmosférico em qualquer local é expressa em termos de unidades Dobson (UD), equivalente à espessura de 0,01 mm de ozônio puro, com a densidade que ele possuiria se estivesse submetido à pressão do nível do mar (1,0 atm) e a 0º C de temperatura (CIRINO & SOUZA, 2008). Por ser extremamente oxidante e instável, o ozônio retorna à sua forma molecular de oxigênio com facilidades, tornando-se um grande potencializador da cicatrização e reparação tecidual. Para uso na área da saúde precisa ser sintetizado através de geradores específicos. A maioria dos geradores com finalidade medicinal no mercado utiliza o efeito corona para a produção da mistura gasosa oxigênio-ozônio (BAQUES apud ANDRADE, 2019). Silva et. al. (2007) esclarecem que no processo do efeito Corona, ele é gerado por uma descarga elétrica em um tubo de inox que chamamos de reator de ozônio. Através deste tubo, aplica-se uma descarga elétrica juntamente com um fluxo de ar gerando assim o gás ozônio, um gás com alto poder oxidante, o que apresenta melhor eficiência é o produzido por oxigênio puro. A ação bioquímica do ozônio é muito rápida devido a sua reatividade quando em contatos com o sangue (BOCCI et al., 2011). Tem a capacidade de penetrar no organismo, proporcionando uma melhora na oxigenação e consequentemente do metabolismo, contribuindo para a eliminação de produtos tóxicos produzidos pelo catabolismo celular e para a regulação dos mecanismos de defesa imunológica, além do efeito imuno modulador (HADDAD, 2006). A sua administração pode ser feita por via subcutânea (SC), intramuscular (IM), Intradiscal, intracavitária, intravaginal, intrauretral, vesical e por auto-hemoterapia ozonizada (BOCCI et al., 2011). Para se aplicar a ozonioterapia é necessário um aparelho de ozônio medicinal, que prepara misturas específicas de oxigênio e ozônio que variam conforme a patologia a ser tratada, e pode ser feita com a insuflação de gás em regiões corporais do¬entes ou com aplicação tópica de óleos ozo-nizados, água ozonizada, e o gás de ozônio. (DUARTE, 2020). Na sua ação microbicida, o microrganismo é morto devido à ruptura ou desintegração da membrana da parede celular, levando à dispersão dos conteúdos da célula, pois cada microorganismo tem uma sensibilidade diferente em relação ao ozônio. Ele ataca as membranas e os constituintes das paredes de diversas células e também o conteúdo da célula. Tanto o ozônio molecular como os radicais livres produzidos pelo seu colapso têm um papel importante neste processo (BARREIROS, et. al., 2006). Sobre sua regulamentação, a ABOZ – Associação Brasileira de Ozonioterapia se pronuncia publicamente e afirma que o fato de sua prática não ser permitida amplamente, há uma privação da população brasileira de se beneficiar de uma técnica que já é exercida em mais de 50 países. (BRASIL, 2017). A definição da ozonioterapia no Brasil é mencionada a partir da Portaria nº 702 de março de 2018. Nela incluem-se novas práticas na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) que em sua estrutura iniciada em 2006 tinha incorporada 5 (cinco) modalidades de práticas integrativas, tendo acrescentadas em 2017 mais 14 (catorze) modalidades e em 2018 mais 10 (dez). (BRASIL, 2018, s.n.). A minha intenção foi mostrar a importância de tratamentos alternativos em tratamentos fúngicos. OBJETIVOS: Compreender a ação do ozônio no tratamento de doenças fúngicas; analisar a estrutura fúngica e as formas de infecção na pele humana. METODOLOGIA: Os materiais utilizados foram obras bibliográficas atuais e renomadas, assim sendo via métodos de pesquisa bibliográfica e documental. Para tanto, selecionaram-se artigos dispostos no universo on line (Scielo Book, UNESP, USP, Saudecomozonio.com, Scielo), em que tem a ozonioterapia como descritores. Logo, foram elencados artigos e obras que a aborda como parte de tratamentos cutâneos, como as micoses. RESULTADOS: Sob a ótica dos artigos lidos e analisados, nota-se que a ozonioterapia é uma excelente alternativa no meio cientista e na área médica, quando se leva em conta o tratamento de doenças fúngicas. Situações em que ocorreram situações adversas com resultados não satisfatórios foram mínimas e não representam em suma, uma negatividade no uso do ozônio. Casos de insucesso no tratamento com a ozonioterapia não foram constatados nos artigos lidos e tomados como base. DISCUSSÕES: Os fungos não possuem sistemas de tamponamento antioxidante e o estresse causado pelo O3 não pode ser controlado, tornando-os frágeis. A ozonioterapia não fornece ozônio ou ozonídeos em quantidades suficientes para atuar diretamente contra os microorganismos. Os efeitos microbicidas à distância se devem às mudanças metabólicas sinalizadas e deflagradas pelos ozonídeos e à produção de ozônio, como biomolécula, por neutrófilos ativados e catalisada por anticorpos específicos. (OLIVEIRA JUNIOR & LAGES, 2012). Assim, afirma-se que os resultados obtidos evidenciaram uma forma de tratamento antifúngico altamente eficaz e em consonância com os aspectos legais que o regem. A ozonioterapia pode ser considerada como uma alternativa eficiente e de baixo custo, com aplicação relativamente menos trabalhosa quando comparada a outros tratamentos (SILVA, 2018). O que nos permite afirmar que a ozonioterapia desencadeia uma gama de mecanismos que possibilitam a normatização da oferta de oxigênio por vários períodos de tempo, o que garante a correção de infecções, a cicatrização mais rápida e a redução do estresse oxidativo. No entanto, Anzolin & Bertol (2018) levantam a hipótese de que o mecanismo de ação do ozônio não é totalmente conhecido, visto que os estudiosos que utilizam a ozonioterapia, se preocupam principalmente em conhecer a dose terapêutica sem buscar entender como o ozônio atua no sistema biológico. Isto deixa transparecer que a preocupação maior da área cientista não é exatamente como o ozônio age no organismo e sim em que quantidade surte o efeito esperado. Sobre esta preocupação, as mesmas autoras chamam a atenção para o fato de que é incorreto pensar que o ozônio penetra por meio da pele e/ou mucosas e permaneça nas células, pois logo após a aplicação, o ozônio deixa de existir. Ou seja, o ozônio reage com ácidos graxos poli-insaturados, antioxidantes, compostos tióis, como glutationa e albumina e, dependendo da dose, também reage com carboidratos, enzimas, DNA e RNA. Todos esses compostos atuam como doadores de elétrons e sofrem oxidação. (ANZOLIN & BERTOL, 2018). No entanto, esclarecem que o uso do ozônio pode trazer resultados negativos em situações específicas. Ou seja, desvantagens estão relacionadas à possibilidade de oxidação em excesso, geração de radicais livres, e peroxidação de lipídios alterando a permeabilidade da membrana, resultando em lesão celular ou eventual morte celular. Além disso, o ozônio pode causar risco de embolia se for injetado diretamente pela via intravenosa. Pode também provocar sensação de queimadura nos olhos, dificuldade em respirar e efeitos como rinite, náuseas, vômitos, problemas cardíacos, problemas no trato respiratório e irritação. Mas, mesmo com tais contatações, isso não desqualifica o poder do ozônio no tratamento de doenças fúngicas (ANZOLIN & BERTOL, 2018). De acordo com Silva et. al. (2018), no que se refere a tratamentos de micoses fúngicas, a ozonioterapia demonstra total eficácia. Podendo ser utilizada em diversas patologias, tais: dermatomicoses, infecções bacterianas, osteomielites, feridas infectadas, entre outras. Assim, pode-se afirmar que a ozonioterapia pode ser considerada como uma alternativa altamente eficiente além de fácil aplicação e, ainda, de baixo custo quando confrontada com outros tratamentos. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os resultados obtidos por meio do levantamento bibliográfico utilizado nesta pesquisa evidenciaram que, de forma geral, a ozonioterapia representa em uma oportunidade de garantir um tratamento menos oneroso aos pacientes, mais eficaz em termos de recuperação de tecidos cutâneos e, por fim, menos agressivo ao paciente quando se leva em conta o tempo mínimo para que demonstre efeitos positivo. O fato de o referido tratamento já está sendo utilizado no Brasil de forma integrativa favorece sua integralidade daqui há alguns anos. Assim, mais estudos e mais publicações da área médica beneficiam a propagação da ozonioterapia e a valorização de seus resultados. REFERÊNCIAS ANZOLIN, Ana Paula. BERTOL, Chalise Dallazen. Ozonioterapia como terapia integrativa no tratamento da osteoporose: uma revisão sistemática. 2018. Disponível em acesso em 1 de março de 2021. BARREIROS, André L. B. 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Título do Evento
2º CONIGRAN - Congresso Integrado UNIGRAN Capital 2021
Título dos Anais do Evento
Anais do 2º CONIGRAN - Congresso Integrado Unigran Capital
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

TOOME, Luana Harumi; MORAES, PAULO RICARDO DE SOUZA. OZONIOTERAPIA NO TRATAMENTO DE INFECÇÕES FÚNGICAS.. In: Anais do 2º CONIGRAN - Congresso Integrado Unigran Capital. Anais...Campo Grande(MS) Unigran Capital, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/conigran2021/362553-OZONIOTERAPIA-NO-TRATAMENTO-DE-INFECCOES-FUNGICAS. Acesso em: 28/04/2025

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