USO DE IMAGENS HÍBRIDAS NA CARACTERIZAÇÃO DAS METÁSTASES DE CÂNCER DE MAMA.

Publicado em 04/08/2021 - ISBN: 978-65-5941-292-1

Título do Trabalho
USO DE IMAGENS HÍBRIDAS NA CARACTERIZAÇÃO DAS METÁSTASES DE CÂNCER DE MAMA.
Autores
  • Emilly Rodrigues Porto
  • ROBERTA BIANCA LOURENCONE LINDENBERG
Modalidade
Resumo expandido
Área temática
Biomedicina
Data de Publicação
04/08/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/conigran2021/364293-uso-de-imagens-hibridas-na-caracterizacao-das-metastases-de-cancer-de-mama
ISBN
978-65-5941-292-1
Palavras-Chave
Câncer de mama, diagnóstico, doença, exames, metástase.
Resumo
Introdução: O câncer de mama é uma das principais causas de morte de mulheres em todo o mundo. O Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), órgão do Ministério da Saúde, oferece as estimativas de casos novos de incidência de câncer para todos os anos. Estimam-se que 66.280 casos novos de câncer de mama, para cada ano do triênio 2020-2022. Esse valor corresponde a um risco estimado de 61,61 casos novos a cada 100 mil mulheres, ocupando a primeira posição mais frequente em todas as Regiões brasileiras (INCA, 2020a). A idade, assim como em vários outros tipos de câncer, é um dos fatores de risco para o câncer de mama feminino. As taxas de incidência aumentam rapidamente até os 50 anos e, posteriormente, esse aumento ocorre de forma mais lenta. Outros fatores de risco estabelecidos incluem aqueles relacionados a fatores endócrinos ou relativos à história reprodutiva da mulher (menarca precoce, primeira gravidez após os 30 anos; nuliparidade - não ter tido filhos; e uso de contraceptivos orais e de terapia de reposição hormonal pós-menopausa, especialmente se por tempo prolongado), história familiar de câncer da mama, alta densidade do tecido mamário, obesidade, urbanização e elevação do status socioeconômico, entre outros (CONITEC, 2018). O diagnóstico do câncer de mama deve estar ancorado em um tripé: exame clínico, exame de imagem e análise histopatológica. Já o prognóstico depende da extensão da doença (estadiamento), assim como das características do tumor. Quando a doença é diagnosticada no início, o tratamento tem maior potencial curativo. Quando há evidências de metástases (doença a distância), o tratamento tem por objetivos principais prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida. O tratamento varia de acordo com o estadiamento da doença, suas características biológicas, bem como as condições da paciente (idade, status menopausa, comorbidades e preferências). O tratamento local se baseia em cirurgia, radioterapia e reconstrução mamária. O tratamento sistêmico aborda a quimioterapia, a hormonioterapia e a terapia biológica (INCA, 2020b). O câncer de mama pode ser invasivo ou não invasivo de acordo com sua relação com a membrana basal. As neoplasias não invasivas da mama são amplamente divididas em dois tipos principais, carcinoma lobular in situ (CLIS) e carcinoma ductal in situ (CDIS) (KITAMURA et al., 2019). Na metástase, as células cancerosas se separam de onde se formaram (câncer primário), viajam pelo sangue ou pelo sistema linfático e formam novos tumores (tumores metastáticos) em outras partes do corpo. O tumor metastático é o mesmo tipo de câncer do tumor primário, porém as células tumorais sofrem mudanças estrutural e funcional (NIH, 2017). O câncer de mama metastático é definido como a presença de doença que acomete outros sítios além da mama, da parede torácica e das cadeias regionais homolaterais de drenagem linfática. Sabe-se que a disseminação da doença metastática pode ocorrer através da via linfática, via sanguínea ou por extensão direta (CONITEC, 2018). A detecção precoce da doença metastática pode prevenir essas complicações e, portanto, pode melhorar qualidade de vida e também sobrevivência. Estudos de imagem são úteis para identificar o envolvimento ósseo e complicações, para orientar a biópsia para confirmação histológica, e para avaliar a resposta à terapia (SHARMA et al., 2012). Numerosas modalidades de imagem podem ser usadas para o estadiamento do câncer de mama avançado. Apesar da cintilografia óssea e a TC serem os exames mais utilizados, outros incluindo PET (tomografia por emissão de prótons), RM e varreduras híbridas também são usadas. A imagem multimodal é amplamente usada clinicamente para estadiamento da doença. No entanto, todos os cânceres são doenças potencialmente sistêmicas e técnicas de imagem de corpo inteiro, como imagem híbrida de corpo inteiro (PET-CT e / ou PET-RM) ou imagem de RM de corpo inteiro são cada vez mais realizados para refletir isso (PESAPANE et al., 2020). Objetivos: Um preciso estadiamento do câncer de mama é fundamental para orientar o tratamento e otimizar o resultado do paciente, e os exames de imagem podem fornecer informações sobre a presença, extensão e distribuição de doença metastática. Com isso, o objetivo do presente estudo será revisar e discutir a literatura sobre a utilização de exames de imagem para detecção de metástases de carcinoma de mama. Materiais e métodos: Este trabalho foi composto de uma revisão narrativa da literatura, sendo realizado por pesquisa bibliográfica sobre o tema abordado (MARTINS, 2018). Para a seleção dos artigos foram utilizadas as bases de dados de acesso eletrônico: Scielo, Google Acadêmico, PubMed e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Para a pesquisa, utilizei as seguintes palavras-chave: câncer de mama; mamografia; metástase; imagens híbridas e as correspondentes em inglês. Artigos pesquisados em português e inglês, publicados nos anos de 2003 a 2020. No critério de inclusão, o material pesquisado é sobre o tema desta revisão. E no critério de exclusão possui artigos publicados anteriormente ao ano de 2003 e que não abordem o estadiamento do câncer de mama. Resultados e discussão: O carcinoma invasivo de mama é definido como um grupo de tumores epiteliais malignos caracterizados por invadir o tecido adjacente e ter marcada tendência à metástase a distância. A grande maioria desses tumores é derivada das células da unidade ducto- -lobular terminal da mama, que são as células cuboidais luminais secretoras e as células mioepiteliais e/ou basais. Caracterizam-se como neoplasias heterogêneas, com vários subtipos patológicos e diferentes aspectos histológicos, além de apresentações clínicas diversas com variações de respostas ao tratamento (MARTINS et al., 2017). Existem diferentes tipos de câncer que correspondem aos vários tipos de células do corpo. Se o câncer tem início em tecidos epiteliais tais como a pele ou mucosas ele é denominado carcinoma. Se começa em tecidos conjuntivos como osso, músculo ou cartilagem é chamado de sarcoma. Se acaso as células apresentarem uma grande velocidade de multiplicação e capacidade de invadir tecidos e órgãos distantes é o que se chama de metástases (SOUZA, 2016). A importância do diagnóstico precoce do câncer consiste em evitar o processo de metástases e, consequentemente, contribuir para melhor prognóstico. Neste sentido, os exames frequentemente propostos visam a analisar os locais mais acometidos por metástase a distância no câncer primário da mama, sendo em 51% dos casos o osso, seguido de 17% para o pulmão, 16% para o cérebro e 6% para o fígado (MARTINS et al., 2017). Atualmente existem diversas técnicas consolidadas para a detecção e avaliação do câncer de mama, dentre elas incluem-se o diagnóstico por imagem, como a mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética e os diversos tipos de biópsia, como a biópsia por agulha fina, agulha grossa ou mamotomia. Mamografia: Utilizada para rastreamento e detecção precoce de câncer de mama no mundo inteiro, a mamografia mostrou-se capaz de diminuir o índice de mortalidade decorrente da neoplasia, uma vez que é o único método capaz de visualizar as microcalcificações que representam os primeiros sinais radiológicos da neoplasia. Deve ser realizada anualmente a partir dos 40 anos em todas as mulheres assintomáticas. Em caso de histórico familiar ou outros fatores de risco, deve ser feito mais cedo, conforme orientação médica (CURA, 2021). Ultrassonografia: Na forma de diagnóstico utilizando-se a ultra-sonografia das mamas que ajuda na caracterização diferencial das lesões, pode-se observar como é sua forma, orientação, margem, tecido circunjacente, ecotextura entre outras. Esta forma é o principal método associado a mamografia e ao exame físico na detecção e no diagnóstico das doenças mamarias, em que seu uso vem crescendo ao longo dos anos na prática clínica (CHALA; BARROS, 2007). Ressonância Magnética (RM): Indicada para estabelecer o estadiamento da neoplasia em pacientes com as mamas densas. Com excelente acurácia para visibilização de nódulos, pode também contribuir com o planejamento cirúrgico, pois permite identificar se existem outras áreas da mama acometidas pela doença e não identificadas na biópsia. Não deve ser usada para rastreamento em pacientes assintomáticas, em função do índice elevado de falsos-positivos. Para rastreamento, é recomendada apenas em pacientes com histórico familiar e outros fatores de risco (CURA, 2021). Radiografia: O famoso raio-x também pode ser uma forma de detectar o câncer. Afinal, este exame de imagem ajuda a identificar alterações nos ossos, pulmão e coluna, por exemplo (TESLA, 2021). Tomografia computadorizada: A tomografia computadorizada não costuma ser utilizada na rotina, mas pode ser útil em situações específicas, pois é capaz de detectar lesões mamárias e, muitas vezes, fornecer acesso seguro e efetivo a elas (A.C. CAMARGO, 2019). Tomografia por emissão de prótons (PET scan): O Pet Scan é um exame sofisticado cuja função é rastrear sinais da presença de células do câncer de mama em órgãos distantes das mamas (metástases). Portanto, é feito em substituição aos exames de estadiamento (exames bioquímicos, Rx ou tomografia de tórax, US de abdome e cintilografia óssea). Ele não precisa ser feito, mas é uma opção alternativa aos exames tradicionais do estadiamento (CÂNCER DE MAMA BRASIL, 2021). Cintilografia óssea: Esse exame pode mostrar se a doença se disseminou para os ossos. O exame pode mostrar todos os ossos do corpo ao mesmo tempo e pode diagnosticar pequenas áreas de disseminação da doença não visualizadas num raio X (ONCOGUIA, 2020). Conclusões: Os exames de imagem são importantes para identificar qual a proporção das complicações, sendo essencial para o resultado da biópsia. A mamografia é o exame mais comum para diagnóstico de câncer de mama, onde pode-se ver localizada uma irregularidade nos tecidos do seio ou axila. Na ultrassonografia das mamas é possível visualizar os nódulos e suas espessuras. A ressonância magnética mostra anormalidades em tecidos moles (mamas). Para o estadiamento do câncer de mama e suas metástases, são utilizados alguns exames como: cintilografia óssea, TC, PET, varreduras híbridas, trazendo um resultado preciso. Referências bibliográficas A.C. CAMARGO CANCER CENTER. Outubro Rosa: tomografia computadorizada é uma aliada na biópsia da mama. Disponível em: < https://www.accamargo.org.br/sobre-o-cancer/noticias/outubro-rosa-tomografia-computadorizada-e-uma-aliada-na-biopsia-da-mama >. Acesso em: 23 mar. 2021. CÂNCER DE MAMA BRASIL. Exames para avaliar a extensão da doença na mama. Disponível em: < https://www.cancerdemamabrasil.com.br/exames-para-avaliar-a-extensao-da-doenca-na-mama/ >. Acesso em: 23 mar. 2021. COMISSÃO NACIONAL DE INCORPORAÇÃO DE TECNOLOGIAS NO SUS (CONITEC). Diretrizes Diagnósticas e Terapêuticas do Carcinoma de Mama. Relatório de recomendação. 2018. Disponível em: < http://conitec.gov.br/images/Consultas/Relatorios/2018/Relatorio_DDT_CarcionomadeMama_Julho_2018.pdf>. Acesso em: 10 set. 2020. 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Acesso em: 30 out 2020. NATIONAL CANCER INSTITUTE (NIH). Metastasis. 2017. Disponível em: <https://www.cancer.gov/publications/dictionaries/cancer-terms/def/metastasis>. Acesso em: 08 set. 2020. PESAPANE, F. et al. Imaging diagnosis of metastatic breast câncer. Insights Imaging. 2020. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7297923/pdf/13244_2020_Article_885.pdf>. Acesso em: 10 set. 2020. SHARMA, P. et al. Cintilografia óssea no câncer de mama: valor agregado do SPECT-CT híbrido e seu impacto no tratamento do paciente, Comunicações de Medicina Nuclear, v. 33, p. 139-47, 2012. Disponível em: <https://journals.lww.com/nuclearmedicinecomm/Abstract/2012/02000/Bone_scintigraphy_in_breast_cancer___added_value.4.aspx>. Acesso em: 10 set. 2020. SOUZA, S. L. O. Avanços da Terapia Moderna no Tratamento do Câncer de Mama. Disponível em: < https://www.unirv.edu.br/conteudos/fckfiles/files/Avancos-da-terapia-moderna-no-tratamento-do-cancer-de-mama.pdf >. Acesso em: 14 mar. 2021. TESLA DIAGNÓSTICO POR IMAGEM. Exames de imagem ajudam a detectar câncer. Disponível em: < https://teslaimagem.com.br/exames-de-imagem-ajuda-a-detectar-cancer/ >. Acesso em: 23 mar. 2021.
Título do Evento
2º CONIGRAN - Congresso Integrado UNIGRAN Capital 2021
Título dos Anais do Evento
Anais do 2º CONIGRAN - Congresso Integrado Unigran Capital
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

PORTO, Emilly Rodrigues; LINDENBERG, ROBERTA BIANCA LOURENCONE. USO DE IMAGENS HÍBRIDAS NA CARACTERIZAÇÃO DAS METÁSTASES DE CÂNCER DE MAMA... In: Anais do 2º CONIGRAN - Congresso Integrado Unigran Capital. Anais...Campo Grande(MS) Unigran Capital, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/conigran2021/364293-USO-DE-IMAGENS-HIBRIDAS-NA-CARACTERIZACAO-DAS-METASTASES-DE-CANCER-DE-MAMA. Acesso em: 28/04/2025

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