RADIOFREQUÊNCIA NÃO ABLATIVA NO REJUVESNECIMENTO ÍNTIMO FEMININO: REVISÃO DE LITERATURA

Publicado em 04/08/2021 - ISBN: 978-65-5941-292-1

Título do Trabalho
RADIOFREQUÊNCIA NÃO ABLATIVA NO REJUVESNECIMENTO ÍNTIMO FEMININO: REVISÃO DE LITERATURA
Autores
  • Marcela Grisólia Grisoste
  • Vinicius Souto Maior Villasanti
Modalidade
Resumo expandido
Área temática
Biomedicina
Data de Publicação
04/08/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/conigran2021/364670-radiofrequencia-nao-ablativa-no-rejuvesnecimento-intimo-feminino--revisao-de-literatura
ISBN
978-65-5941-292-1
Palavras-Chave
radiofrequência íntima; rejuvenescimento íntimo; radiofrequência não ablativa; flacidez vulvar; colágeno íntimo.
Resumo
Introdução: A região íntima feminina, durante anos, foi cultuada como reprodução, porém, esse comportamento foi se modificando e, atualmente, as mulheres começaram a observar a sua imagem corporal e também a modificar os padrões de beleza e, especificamente, na região íntima que possui características anatômicas e funcionais individualizadas (OLIVEIRA; BAIRROS, 2018). Diante dessa situação, a vaidade feminina se torna uma realidade, pois o desejo das mulheres são influenciados pelos modelos estéticos impostos pela mídia e cultura. E, nesse contexto, surgem, com evidência, várias pesquisas na área de cosméticos e nutracêuticos e a comercialização pelas empresas influenciando a população sobre a utilização de colágeno para a melhora da pele, cabelos e unhas, e na região íntima isso se torna primordial. As regiões íntimas se diferenciam entre si por diversos motivos, o tamanho do clitóris e dos lábios, sua forma, a textura, a cor do pelo. Além disso, a própria genitália muda constantemente conforme faz frio ou calor, a fase do ciclo menstrual, a roupa que vestimos, a alimentação e a idade. O sedentarismo, o emagrecimento rápido, a pré-disposição genética, a tração excessiva e o envelhecimento fisiológico podem causar essa flacidez tissular ou cutânea da região íntima (OLIVEIRA; BAIRROS, 2018). Existem diversos tratamentos para a melhora de uma flacidez vulvar, os procedimentos invasivos e os não invasivos estão sendo desenvolvidos por empresas farmacêuticas e tecnológicas para uma melhora da saúde vaginal (DESAI, KROUMPOUZOS, SADICK, 2019). E dentre os não invasivos destaca-se as radiofrequências, consideradas métodos seguros e não invasivos para o tratamento da flacidez cutânea, e apresentam eficácia comprovada, e seus efeitos baseiam-se no aquecimento volumétrico da derme profunda, aquecendo o colágeno e as fibras elásticas (TAGLIOLATTO, 2015). Existem inúmeros tratamentos e tecnologias no mercado para o rejuvenescimento da região íntima. A inovação dessas tecnologias, independente de marcas, por meio do aquecimento produz um efeito de aperto, promovendo o estímulo de novas fibras de colágeno, além de induzir vários efeitos biológicos, que melhoram a aparência da vulva e restauram a elasticidade vaginal (ENYGMA X-ORBITAL, 2020). A procura por procedimentos para rejuvenescimento da região íntima aumentou e as mulheres têm procurado soluções para os problemas que tanto incomodam, seja na aparência estética ou na aparência funcional. A radiofrequência é um tipo de corrente de alta frequência que gera calor por conversão, atingindo profundamente as camadas tissulares, promovendo a oxigenação, nutrição e vasodilatação dos tecidos. Objetivo: O objetivo do artigo foi identificar em revisão bibliográfica o efeito do uso da radiofrequência não ablativa no tratamento da flacidez vulvar da região íntima feminina. Metodologia: Para a elaboração, foi realizada uma pesquisa bibliográfica sobre a temática, e foram incluídos artigos de periódicos nacionais e internacionais; redigidos em português e inglês; indexados em bases de dados informatizadas, entre 2010 e 2020. A busca foi direcionada por descritores indexadores como radiofrequência íntima, rejuvenescimento íntimo, radiofrequência não ablativa, flacidez vulvar e colágeno íntimo. Como critério de inclusão, foram selecionados os artigos que apresentam correlação com o tema proposto, tanto os de revisão de literatura quanto os clínicos que envolveram a utilização de radiofrequência não ablativa. Os critérios de exclusão foram os artigos que não apresentaram os critérios acima. Resultados e Discussão: A radiofrequência é uma das abordagens mais inovadoras para o tratamento de diversas disfunções estéticas e funcionais da região íntima. Ganhando popularidade significativa nos últimos anos devido à sua não invasividade, ausência de eventos adversos e resultados rápidos Os procedimentos não invasivos, em especial a radiofrequência, são bem tolerados pela maioria das pacientes porque são totalmente indolores ou causam um leve desconforto, além disso, não ocorre abstinência sexual (exceto o laser é recomendado a abstinência sexual de 3 até 15 dias) e as atividades diárias normais podem ser retomadas imediatamente (DESAI, KROUMPOUZOS, SADICK, 2019). Por apresentar um baixo risco de complicações, pode ser aplicada em qualquer fototipo de pele, baixo custo operacional, por isso tem sido considerado vantajoso em comparação com outros tratamentos estéticos não invasivos (VIEIRA, 2016). No estudo de Sekiguchi, Utsugisawa, Azekosi, et al (2013), teve como objetivo testar a eficácia a longo prazo (12 meses) por meio de 1 sessão de 30 minutos de radiofrequência monopolar aplicada em grandes lábios e especificamente na superfície da mucosa do intróito vaginal. Os autores concluíram que houve uma melhora na integridade do intróito vaginal e na satisfação sexual, através de auto relatos das participantes do estudo e também por meio das respostas do Índice de Função Sexual Feminina (FSFI) e da Escala de Distress Sexual Feminina Revisada (FSDS-R) e os Questionários de Frouxidão Vaginal e Satisfação Sexual. Um ponto a considerar é que a vulva é uma área de mucosa vascularizada, portanto pode ocorrer desconforto e para a aplicação em todos os equipamentos de radiofrequência é necessário iniciar o tratamento com potência e/ou amplitude relativamente baixa. Com o decorrer da sessão deve ser aumentado conforme a sensibilidade do paciente (TONEDERM, 2011). Os autores Gasbarro, Medini, Cataldi e et al. (2003) citam ainda que a radiofrequência atua em pelo menos 3 níveis tissulares: microcirculação, tecido adiposo e matriz intersticial. Na microcirculação, a radiofrequência estimula a micro hiperemia que consiste em superar o déficit artéria-arteríola e incrementar a velocidade do fluxo nos capilares. Além disso, a radiofrequência influencia a matriz intersticial que através do aumento da temperatura aumenta a extensibilidade das fibras do tecido conectivo com consequente melhoria do intercâmbio microcirculatório e celular. Considerando o princípio da radiofrequência aumentar a vascularização da região de grandes lábios e do introito, espera-se um aumento significativo na lubrificação vaginal devido ao local de aplicação e com isso melhorando alguns fatores internos da região íntima. O estudo de Lordêlo, Leal e Santos et al. (2014) teve como objetivo identificar o efeito da radiofrequência íntima na flacidez cutânea de grandes lábios. Participaram da pesquisa 9 mulheres que realizaram 8 sessões, sendo a aplicação 1 vez por semana durante 20 minutos de radiofrequência (temperatura de 39°C a 41°C). Na avaliação foram utilizadas as fotografias antes da primeira sessão e oito dias após a última sessão. Os resultados tanto pelos pacientes quanto pelos profissionais, foram satisfatórios. Os autores concluíram que a radiofrequência íntima é considerada um tratamento alternativo não invasivo para a flacidez de grandes lábios. O tratamento com radiofrequência em todo o canal vagina é seguro, pois o calor produzido pelas ondas eletromagnéticas não é absorvido pela melanina, sendo sua utilização segura para todos os tipos de pele e mucosas. Portanto, os autores concluem que a radiofrequência surge como uma vantagem terapêutica sem a necessidade de utilização de medicamentos na prática clínica (FROTA, PADUA, PINTO, et al. 2018). Na pesquisa de Figueirêdo (2018), o objetivo do estudo foi averiguar o efeito da radiofrequência em pacientes pós cirurgia bariátrica que apresentaram flacidez vulvar. O protocolo realizado foi de 3 sessões semanais de radiofrequência na região de grandes lábios. O equipamento utilizado foi o Spectra da marca Tonederm. Concluiu-se que a radiofrequência é um método não invasivo e que utiliza as ondas eletromagnéticas gerando um calor nas camadas cutâneas, retraindo de forma imediata o colágeno e provocando a neocolagênese e como consequente sendo um recurso eficiente para a flacidez cutânea de grandes lábios. Com base na experiência clínica obtida pelos pesquisadores da empresa Body Health (VANINA, SANCHEZ, ZAMORA, 2018), o objetivo do estudo de caso foi averiguar a eficácia do protocolo de tratamento para combater a flacidez vulvovaginal usando a nova tecnologia desenvolvida pela Body Health, o EnygmaX-Orbital. A pesquisa constou de 6 pacientes que apresentavam um grau de leve a moderado de flacidez vulvovaginal. As 6 pacientes tratadas tiveram um tratamento tolerável, sem manifestar desconforto, danos térmicos e outros efeitos adversos durante ou após o procedimento. As melhorias foram rápidas e imediatamente posteriores à sessão, evidenciadas por fotos e relatadas pela autopercepção da paciente com relação à retração do tecido obtida. O uso de da tecnologia Enygma X-Orbital tem demonstrado gerar uma notável retração tissular desde a primeira sessão, causada pelo aumento da temperatura interna (>40°C) da mucosa vulvar e vaginal. Os efeitos são mantidos com o tempo, dado à neocolagênese induzida, responsável pela tensão duradoura. Além disso, o aumento da microcirculação por um lado estimula a produção glandular, dando uma notável melhoria nos sintomas causados pela atrofia vulvovaginal, e por outro lado melhora a sensibilidade nervosa, revertendo a disfunção sexual (VANINA, SANCHEZ, ZAMORA, 2018). Podemos descrever a tecnologia Enygma X-Orbital como um método não cirúrgico para o rejuvenescimento vaginal em mulheres com flacidez vaginal e/ou sintomas associado. É um tratamento seguro e bem tolerado com um excelente perfil de monitoramento de segurança. Outras terapias minimamente invasivas presentes no mercado apresentam frequentemente efeitos adversos como sangramentos, dores e ardor, que limitam a adesão ao tratamento. O Enygma X-Orbital oferece maior segurança sobre outras radiofrequências e lasers ao gerar um aquecimento tissular irradiado e gradual, oferecendo maior segurança ao minimizar o risco de lesões térmicas (VANINA, SANCHEZ, ZAMORA, 2018). Conclusões: Através dos artigos apresentados foi possível concluir que a radiofrequência não ablativa tem se mostrado eficaz para o tratamento da flacidez tissular ou cutânea de grandes e pequenos lábios vulvares. No entanto, necessita de mais ensaios clínicos randomizados identificando as potências dos equipamentos e a comprovação não somente na flacidez vulvar, mas também na estética funcional (atrofia, incontinência urinária, frouxidão, secura vaginal e dispareunia) da região íntima. E também, como será a evolução dessa neocolagênese ao longo do tempo. Referências: DESAI, Sejal A.; KROUMPOUZOS, George; SADICK, Neil. Vaginal rejuvenation: from scalpel to wands. International Journal of Women’s Dermatology. v.5, n.2, p. 79-84, 2019. ENYGMA X-ORBITAL. Disponível em: https://www.bodyhealthbrasil.com/enygma-x-orbital/ Acesso em: 18 set. 2020. FIGUEIRÊDO, Stéphanie Geyse Dantas de. Uso da radiofrequência não-ablativa na flacidez vulvar em mulher pós cirurgia bariátrica: estudo de caso. 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LORDÊLO, Patrícia; LEAL, Mariana Robatto Dantas; SANTOS, Juliana Menezes; BRASIL, Cristina Aires; CARDOSO, Maria Clara Neves Pavie; SARTORI, Marair Gracio Ferreira. Radiofrequency in the female genital laxity: a pilot study. Revista pesquisa em Fisioterapia. v.4, n.2, p.152-159, 2014. OLIVEIRA, Fabiana Becker de; BAIRROS, Graciélle de. Tratamento realizado em uma clínica escola: efeito do uso da radiofrequência na flacidez genital feminina: um estudo caso. Florianópolis, 2018. Disponível em: http://repositorio.sc.senac.br/bitstream/handle/12345/13746/TCC%20Fabi%20e%20Grazi.pdf?sequence=1 Acesso em: 07 mar. 2021. SEKIGUCHI, Yuki; UTSUGISAWA, Yukari; AZEKOSI, Yoko; KINJO, Manami; MIHYON, Canção; KUBOTA, Yodhinobu; KINGSBERG, Sheryl A.; KRYCHMAN, Michael. Laxity of the Vaginal Introitus After Childbirth: Nonsurgical Outpatient Procedure for Vaginal Tissue Restoration and Improved Sexual Satisfaction Using Low-Energy Radiofrequency Thermal Therapy. 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Título do Evento
2º CONIGRAN - Congresso Integrado UNIGRAN Capital 2021
Título dos Anais do Evento
Anais do 2º CONIGRAN - Congresso Integrado Unigran Capital
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

GRISOSTE, Marcela Grisólia; VILLASANTI, Vinicius Souto Maior. RADIOFREQUÊNCIA NÃO ABLATIVA NO REJUVESNECIMENTO ÍNTIMO FEMININO: REVISÃO DE LITERATURA.. In: Anais do 2º CONIGRAN - Congresso Integrado Unigran Capital. Anais...Campo Grande(MS) Unigran Capital, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/conigran2021/364670-RADIOFREQUENCIA-NAO-ABLATIVA-NO-REJUVESNECIMENTO-INTIMO-FEMININO--REVISAO-DE-LITERATURA. Acesso em: 25/04/2025

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