ASPECTOS FISICOS E PSICOLÓGICOS ENVOLVENDO A ESTÉTICA ÍNTIMA

Maria Juliana Fontanari de Carvalho; Ana Paula Stefanello da Silveira

Todos os Trabalhos

Trabalho

Título do Trabalho

ASPECTOS FISICOS E PSICOLÓGICOS ENVOLVENDO A ESTÉTICA ÍNTIMA

Autores

Maria Juliana Fontanari de Carvalho
Ana Paula Stefanello da Silveira

Modalidade

Resumo expandido

Área temática

Biomedicina

Data de Publicação

04/08/2021

País da Publicação

Brasil

Idioma da Publicação

Português

Página do Trabalho

https://www.even3.com.br/anais/conigran2021/365991-aspectos-fisicos-e-psicologicos-envolvendo-a-estetica-intima

ISBN

978-65-5941-292-1

Palavras-Chave

autoestima, função sexual, vulva, radiofrequência.

Resumo

Introdução: Uma imagem corporal positiva e uma maior autoaceitação da aparência física estão diretamente associadas a um melhor funcionamento sexual, tendendo a aumentar a frequência da atividade sexual, bem como aumentar a confiança no seu potencial de oferecer prazer sexual ao seu parceiro. Já a insatisfação corporal, presumivelmente induz a uma baixa autoestima, diminuição da excitação, do desejo e do prazer durante o sexo com parceiro, que pode ser facilmente corroído por sentimentos negativos e ansiedade sobre a aparência do corpo (HORVATH, 2020; VILARINHO, 2010). Observa-se uma mudança cultural no papel da mulher associado a uma crescente exposição da região genital por todo o tipo de mídia, consequentemente, aumentando a busca por uma “vagina perfeita”, levando as mulheres a buscar procedimentos que embelezem a região (SANTOS, 2014). Atualmente, muitas mulheres, removem a maioria, se não todos os seus pelos púbicos tornando a vulva mais visível contribuindo para a consciência da aparência genital, Apesar da região genital feminina ter uma ampla variação anatômica em relação as dimensões e a aparência o que impossibilita estabelecer um padrão anatômico de normalidade genital e mesmo um padrão normal de função, a insatisfação com a aparência da própria genitália pode causar uma baixa de autoestima além de afetar a função sexual e a qualidade de vida negativamente. Estes seriam um dos maiores motivos que fazem as mulheres procurarem pelas intervenções íntimas. A autopercepção do seu corpo incluindo as partes íntimas e melhora da autoestima o que acarreta uma melhora da sua função sexual consequentemente da sua qualidade de vida (LARA, 2017). A vulva designa genericamente o conjunto de estruturas que compõem a genitália externa feminina. Nela encontram-se as formações labiais, que no seu conjunto englobam o monte púbico e os grandes e pequenos lábios, pelo espaço interlabial, no qual se inclui o orifício inferior da vagina e o clitóris representando os órgãos erécteis (BALTAZAR e BARROS, 2014). O Monte Púbico é uma zona proeminente coberta por pêlos púbicos e tem o formato de triângulo invertido, possui a função de proteger a região genital além de aguentar e delimitar o movimento da uretra e do clitóris através de uma estrutura fascial que inclui os ligamentos suspensores do clitóris (BALTAZAR e BARROS, 2014). Os grandes lábios são responsáveis por grande parte da estética genital, por serem as estruturas mais visíveis da vulva (LARA, 2017) e consiste em duas proeminências cutâneas alongadas, formada por tecidos moles. Os grandes lábios circundam os pequenos lábios, e a glande do clitóris. O tecido subcutâneo dos grandes lábios é formado em sua grande parte por gordura, e sua face interna é rica em glândulas sebáceas que são responsáveis por mantê-la lubrificada. Os pequenos lábios são pregas cutâneas situadas entre os grandes lábios. A sua pele geralmente é lisa ou ligeiramente pregueada, sem pelos, pigmentada e rica em glândulas écrinas e sebáceas. A sua morfologia é muito variável no tamanho e forma, podendo estar ausentes, ser assimétricos, hiperpigmentados ou mesmo projetar-se para além dos grandes lábios hipertrofiados (BALTAZAR e BARROS, 2014). Dentre as razões da ocorrência da flacidez cutânea no órgão genital feminino, pode-se citar o fator hormonal, em decorrência da menopausa, que geralmente ocorre em mulheres de 40 a 46 anos, além de outros fatores internos e externos que causam danos a estrutura da pele, provocando o enrugamento e o envelhecimento dos tecidos. A hipertrofia e flacidez dos grandes lábios vaginais é uma alteração que traz muito desconforto as mulheres. A aparência genital pode trazer insatisfação e repercutir na atividade sexual. E daí surge a busca por tratamento cirúrgico (FEITURIA,et al, 2000). De modo geral, a diminuição dos grandes lábios envolve a remoção de parte do tecido adiposo dos dois lados, com um resultado visual positivo, porém os cirurgiões evitam esta intervenção conhecida como Labioplastia de grandes lábios, por falta de padronização da técnica operatória. É válido salientar que os grandes lábios respondem ao estímulo erótico e são imprescindíveis para o mecanismo da excitação, que pode ser prejudicado pela intervenção cirúrgica nesta área devendo o médico, ter um vasto conhecimento da anatomia desta região (LARA, 2017). O medo de várias pacientes em realizar procedimentos cirúrgicos nesta região está na possibilidade de alterações anatômicas e cicatrizes, bem como o receio da diminuição da sensibilidade e dispareunia. Como alternativa, a radiofrequência tem apresentado resultados positivos, como alternativa na~o invasiva para o tratamento da flacidez vulvar, sendo seguro, indolor e eficaz, melhorando a estética vaginal e disfunções sexuais relacionadas a flacidez do o´rga~o genital feminino, sem agredir a epiderme sendo desnecessário a cirurgia para estes casos (FEITURIA, et al, 2000). Radiofrequência é um aparelho que emite radiações no espectro eletromagnético, geralmente utiliza-se as frequências entre 0,5MHz e 1,5MHz. O mecanismo de ação se dá pela conversão da radiação eletromagnética causando um aumento de temperatura dos tecidos. A corrente gerada quando a energia passa pelos tecidos causa uma ligeira fricção ou resistência dos tecidos com passagem da radiofrequência, produzindo a elevação térmica da temperatura tissular, atingindo a epiderme, derme (causando uma desnaturação do colágeno presente, consequentemente provoca uma contração imediata das suas fibras ativando os fibroblastos), hipoderme podendo chegar nas células musculares (FEITURIA, et al, 2000; CARVALHO et al, 2011). Os eletrodos utilizados na estética íntima são: eletrodo bipolar usado em regiões menores, ideal para tratamento de cicatriz em região perineal ou região suprapúbica (especialmente pós-cesárea), e eletrodo concêntrico (monopolar) que possibilita regiões maiores, indicado para tratamento de flacidez genital (RODRIGUES, 2019). Objetivo: Avaliar o impacto físico e psicológico de procedimentos estéticos íntimos sobre a aparência vulvar, focando nos procedimentos estéticos e nas metodologias disponíveis na área da estética e saúde em geral. Materiais e Métodos: Foi realizada uma pesquisa bibliográfica sistematizada, baseada no tema aspectos físicos e psicológicos envolvendo a estética íntima. Foram utilizados como base de busca os sites Scielo, Google acadêmico, LILACS e NCBI, além da biblioteca do CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIGRAN CAPITAL. Foram aceitas publicações entre os anos de 2010 e 2021. Como critério de Inclusão, foram incluídos na pesquisa artigos que tratam de estética íntima externa da mulher, foram excluídos os artigos que utilizaram tratamentos para região interna da genitália feminina. Resultados e Discussões: O estudo demonstrou que não há uma padronização definida sobre as características físicas da genitália feminina, pois observa-se características variadas e as mesmas podem afetar negativamente a autoestima e a satisfação sexual de mulheres por acharem que possuem alterações e/ou características diferentes. Devido à grande exposição (internet, televisão, mídias impressas, etc...) muitas vezes manipuladas, a imagem mais aceita como “padrão” correspondem a uma genitália com um aspecto mais infantilizada (sem pelos, com os grandes lábios sobrepondo as demais estruturas vulvares), Vieira-Baptista (2014), que em um estudo sobre cirurgia íntima, enfatizou que o procedimento mais frequentemente oferecido é o de cirurgia de redução de pequenos lábios, e que um terço das mulheres que buscam esse procedimento o fazem devido as críticas a sua aparência. Este também é um dos principais motivos pela busca das mulheres por cirurgia íntima encontrado por Lara (2017), pois tem estreita relação com a melhora da sua função sexual e melhora da qualidade de vida, porém conclui que apesar de comum, as técnicas não são sistematizadas, não sendo possível estabelecer uma melhor técnica específica, havendo assim uma necessidade de discutir com a paciente as vantagens e desvantagens de cada técnica além das complicações de curto a longo prazo. Santos (2014), afirma que a autoestima feminina está diretamente relacionada a imagem que a mulher tem de si mesma e o incomodo com a aparência pode trazer danos aos relacionamentos interpessoais, emocionais podendo diminuir a função sexual. Em estudo realizado com uma amostra de 43 participantes com o intuito de avaliar a satisfação, as pacientes foram submetidas ao tratamento da flacidez cutânea dos grandes lábios com radiofrequência, com 76% de satisfação das mesmas. Essa satisfação com o tratamento estético na região pode ser justificada pela melhora na função sexual, por meio de uma melhora na imagem, já que pessoas que apresentam uma imagem corporal positiva expressam atitude mais favorável em relação ao sexo, além de relatar encontros sexuais mais frequentes (GOOLDMAN et. al. 2011). Estes resultados corroboram com o estudo realizado por Santos (2014), que realizou um ensaio clínico com 32 mulheres com idade entre 18 e 60 anos com queixa de flacidez cutânea nos grandes lábios. Foi utilizado 8 sessões de radiofrequência 1x por semana, e concluiu que o tratamento possui efeito positivo na função sexual, melhorando principalmente a satisfação sexual. O aumento da autoestima e da função sexual pode influenciar na resposta sexual e tornando-a mais prazerosa, este foi o resultado alcançado por Souza e Campos (2019), em um estudo de caso com 3 mulheres com flacidez cutânea de grandes lábios vulvares, utilizando 6 sessões de radiofrequência, demonstrou eficácia em sua proposta e no clareamento das hipercromias na vagina e região pélvica. Além disso, a produção de fibras elásticas contribuiu para uma melhor aparência dos grandes lábios. A melhora na aparência também foi alcançada por Cenci & Saninet (2019) e Oliveira & Barrios (2018) pois concluíram que o uso de radiofrequência para tratamento da flacidez foi eficaz, melhorando as rugas e sulcos vaginais. Conclusão: Com o presente trabalho pode-se concluir que a insatisfação com a aparência vulvar tem a capacidade de influenciar negativamente a autoestima interferindo na resposta sexual. Apesar de não haver um padrão, a busca por procedimentos visa o aspecto mais infantilizado. Os procedimentos que causam melhora na imagem corporal, proporcionam aumento de autoestima e melhora no desempenho da função sexual, principalmente na satisfação sexual. Referências Bibliográficas BALTAZAR, P.; BARROS, F.; Anatomia sexual feminina. In, BARROS, F. & FIGUEIREDO, R., Manual de Medicina Sexual: Visão Multidisciplinar, Ed. Menarini. 2014, p. 221-231. CARVALHO, G. F.; SILVA, R. M.V.; MESQUITA, J. J. T.; MEYER, P. F.; RONZIO, O. A., MEDEIROS, J. O.; NÓBREGA, M. M.; Avaliação dos efeitos da radiofrequência no tecido conjuntivo. Ver Bras Med. 2011. 68p CENCI M. V.; SALINET A.; Uso da radiação não ablativa no tratamento de flacidez em região genital feminina: estética íntima. Revista Brasileira de Estética, São Paulo, v.7, n 1, p 32-53, 2019. FEITURIA, M. A., LIMA, K. O., CANGUSSU, D. D. D., SANTANA, C. A., Descrição do uso da radiofrequência nas disfunções do assoalho pélvico an e-Revista 12 p. 2000. Disponível em: <http://periodicos.estacio.br/index.php/e-revistafacitec/issue/current> Acesso em: 10 set. 2020. GOODMAN M., FASHLER S., MIKLOS J. R., MOORE R. D., BROTTO L. A., The Sexual, Psychological, and Body Image Health of Women Undergoing Elective Vulvovaginal Plastic/ Cosmetic Procedures: A Pilot Study. The American Journal of Cosmetic Surgery. P. 219-226, 2011. HORVATH, Z.; SMITH, B. H.; SAL, D.; HEVESI, K.; ROWLAND, D.L.; Body Image, Orgasmic Response, and Sexual Relationship Satisfaction: Understanding Relationships and Establishing Typologies Based on Body Image Satisfaction. In Sexual medicine. 2020 Disponível em: < https://doi.org/10.1016/j.esxm.2020.06.008.> Acesso em: 05 set. 2020. LARA, L. A. S; Aspectos da cirurgia plástica genital (cirurgia íntima). Tópicos em Saúde Sexual. Febrasgo. Pg 76, jul. 2017. RODRIGUES, T.; Radiofrequência para estética íntima. 2019. Disponível em: https://htmeletronica.com.br/wp-content/uploads/2019/06/e-book-radiofrequencia-para-estetica-intima-htm.pdf. Acesso em: 25 mar. 2021 RONZIO, O.; MEYER, P. F.; Radiofrequência. In BORGES, F.S.; Modalidades Terapeuticas nas Disfunções Estéticas. Phorte São Paulo, 2010. P. 609-626. SANTOS, J. M. Função sexual após o tratamento com a radiofrequência em região genital feminina: ensaio clínico randomizado. 2014. 65 p. Tese (Mestrado em Tecnologia em Saúde) Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Salvador, 2014. SOUZA W. S.; CAMPOS D. C. O.; Eficácia dos tratamentos de estética íntima com radiofrequência: um estudo de caso. Mostra de fisioterapia da Unicatólica, Quixadá, v.4, n.1 2019. VIEIRA-BAPTISTA, P. “Cirurgia íntima” – tempo de impor limites. Acta Obstétrica e Ginecológica Portuguesa, Lisboa, v. 8, n. 3, p. 223-225, 2014. Disponível em: <http://www.fspog.com/fotos/editor2/04-aogp-d-14-00070.pdf>. Acesso em: 16 jan. 2021. VILARINHO, S. M. DE C. S., Funcionamento e satisfação sexual feminina. 2010. Tese (doutorado em Psicologia) Universidade de Coimbra, Coimbra, 2010. Disponível em: <Comunicação com o/a parceiro/a sexual, auto-eficácia contracetiva e satisfação sexual | | Pereira Análise Psicológica (ispa.pt)>. Acesso em: 10 jan. 2021

Título do Evento: 2º CONIGRAN - Congresso Integrado UNIGRAN Capital 2021
Título dos Anais do Evento: Anais do 2º CONIGRAN - Congresso Integrado Unigran Capital
Nome da Editora: Even3
Meio de Divulgação: Meio Digital

Como citar

CARVALHO, Maria Juliana Fontanari de; SILVEIRA, Ana Paula Stefanello da. ASPECTOS FISICOS E PSICOLÓGICOS ENVOLVENDO A ESTÉTICA ÍNTIMA.. In: Anais do 2º CONIGRAN - Congresso Integrado Unigran Capital. Anais...Campo Grande(MS) Unigran Capital, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/conigran2021/365991-ASPECTOS-FISICOS-E-PSICOLOGICOS-ENVOLVENDO-A-ESTETICA-INTIMA. Acesso em: 29/04/2025