EXTINÇÃO OPERANTE E O TÉRMINO DOS RELACIONAMENTOS ROMÂNTICOS

Publicado em 03/01/2023 - ISBN: 978-85-5722-522-0

Título do Trabalho
EXTINÇÃO OPERANTE E O TÉRMINO DOS RELACIONAMENTOS ROMÂNTICOS
Autores
  • Maria Antônia @psimariaestadulho
  • TATIANA FERREIRA ROBAINA
Modalidade
Resumo expandido
Área temática
Psicologia
Data de Publicação
03/01/2023
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/conigran2022/501634-extincao-operante-e-o-termino-dos-relacionamentos-romanticos
ISBN
978-85-5722-522-0
Palavras-Chave
Extinção operante, Relacionamento romântico, Término de relacionamento, Término
Resumo
Introdução: Quando comportamentos deixam de ser consequenciados, acabam por serem extintos. O que se define por relação amorosa se mantém ao longo do tempo por um esquema de reforçamento e, partir do momento em que algumas respostas deixam de produzir consequências reforçadoras, a probabilidade dessa classe de operantes ser emitida futuramente é reduzida, ocasionando a sua extinção. A tríade de seleção natural analítico comportamental está presente no processo de luto da separação, selecionando comportamentos de acordo com (1) filogênese, que varia as características e desenvolve o repertório inato, ou seja, aquele que nasce com o indivíduo; (2) ontogênese, determinante de comportamentos operantes, fruto da interação do organismo com o ambiente e (3) cultura, traçada por meio da prática de grupos sociais, moldando os comportamentos de acordo com o ambiente em que o organismo está inserido. O valor reforçador que o relacionamento tem está associado, entre outros fatores, a forma que o cônjuge se dispõe dentro da relação, ao tempo juntos, a forma de se relacionar estabelecida pelo casal e ao histórico de relacionamentos de ambos. Um exemplo da influência do histórico no relacionamento é o fato de que, se anteriormente o indivíduo tiver sido rejeitado, ser correspondido por um parceiro pode ser suficiente para o outro ser um reforçador potente. A quebra da relação de contingências entre respostas e consequências e a eliminação do estímulo reforçador. Podendo demorar pra ser efetivada, a extinção acaba ocorrendo de forma irregular, com aumento tanto na variabilidade comportamental como na magnitude das respostas, muitas vezes acompanhado pela eliciação de respondentes como a raiva e a frustração, sendo comuns na finalização de vários processos pessoais. A reflexão acerca do tema revisado é pouco discutida e, apesar da vasta publicação da análise do comportamento abordando extinção operante, percebe-se a escassez de publicações centradas na extinção operante em términos de relacionamento. A partir da percepção da lacuna explorando o tema na academia, foi gerado o interesse em pesquisar, revisar e analisar textos científicos que agregam academicamente e levam a compreensão de como funciona a extinção operante após o término de um relacionamento amoroso e, ainda, explicar e conceituar o processo para caracterizar e compreender os padrões comportamentais presentes nesse contexto. Metodologia: Foram selecionados e revisados artigos científicos publicados do ano 1999 até 2022, a partir da busca em periódicos de análise do comportamento, livros dentro dessa abordagem teórica e, também, artigos relacionados a relacionamentos amorosos. A partir da conceituação de termos analíticos comportamentais, a pesquisa teve enfoque em trazer resultados do que a literatura em análise do comportamento tem publicado a respeito de extinção operante em relacionamentos amorosos trazendo também a discussão com teóricos que questionam a eficácia da extinção em contextos variados. Resultados: Foram feitas pesquisas a partir das palavras-chave luto, extinção operante, relacionamento amoroso, namoro, casamento, divórcio, separação e término nos principais periódicos em análise do comportamento e psicologia trazendo reflexões e definições acerca do tema discutido, notando a escassez de publicações com esse viés. Apesar do potencial aversivo da extinção operante e do risco de colocar os comportamentos em reforçamento intermitente, os resultados são efetivos após o enfraquecimento dessas respostas. A partir do revisado na bibliografia, foi possível compreender o que é o processo de extinção operante e como ele funciona no término de um relacionamento romântico, tendo implicações diretas na forma em que o indivíduo se comporta a partir do ocorrido. o processo de extinção pode ser descrito por fases: 1) o declínio gradual da taxa de respostas e aumento progressivo do tempo sem emissão da resposta operante inicialmente reforçada; 2) aumento da variabilidade e da magnitude comportamental; 3) anulação gradual da contingência entre o operante e o reforçador. O luto e o processo de extinção se associam uma vez que os comportamentos tendem a diminuir a frequência no repertório do sujeito, ainda que haja uma dificuldade de eliminar essa classe de respostas devido a história de reforçamento. O nível cultural de seleção comportamental é o principal na seleção de comportamentos adequados para a escolha de um parceiro e, da mesma forma, para a decisão do término. A partir do histórico comportamental de cada um, selecionando comportamentos reforçadores e buscando eliminar os aversivos. A prática acaba sendo diferente da teoria e o indivíduo não consegue ter o controle absoluto do ambiente e, muito menos, dos comportamentos do outro, causando frustrações que podem levar ao término, sendo determinantes das escolhas tomadas dentro de um relacionamento e o afeto é definido dentro dos três níveis, uma vez que é necessário para a sobrevivência do ser humano e do relacionamento, afeta diretamente a forma que o indivíduo se relaciona ao longo da vida e sua topografia é marcada pela cultura e que seja possível manter o relacionamento de forma saudável é necessário estar sempre fazendo a manutenção desses comportamentos e de seus reforçadores. A extinção das respostas amorosas de um relacionamento pode começar a ocorrer antes do término de fato, tornando a separação previsível quando um dos parceiros diminui a frequência da liberação de reforçadores para respostas anteriormente reforçadas e, até mesmo, que costumava ser aversivo pois se não há a manutenção dos reforçadores, a frequência dos comportamentos se enfraquece. Considerações finais: A demora do retorno do comportamento ao nível operante em decorrência do processo de extinção, a variação comportamental intensa pode acabar apresentando respostas involuntárias, O esquema intermitente acontece quando, mesmo que involuntariamente, a manutenção do comportamento continua ocorrendo. Tendo somente algumas respostas reforçadas, com um intervalo maior entre a liberação dos reforçadores e influenciando no processo de extinção, pois a suspensão dos reforçadores não é consistente, tornando o comportamento mais frequente e aumentando a variabilidade comportamental em busca do reforço. O aumento abrupto de ocorrências de comportamento ocorre visto que, anteriormente, a classe de operantes do relacionamento produzia reforçadores e, em decorrência da operação estabelecedora de privação entrar em contato com o parceiro acaba aumentando o valor reforçador. O processo de extinção enfraquece a frequência dos comportamentos de amar, podendo ocasionar seu sumiço total depois de determinado tempo. O sujeito pode, ao variar seu comportamento, entrar em contato com reforçadores alternativos, que compensem essa ausência, um exemplo prático é quando a pessoa frequenta novos lugares, sai com novas pessoas, baixa aplicativos de relacionamento e, eventualmente supre essa necessidade romântica. Se os comportamentos em esquema de extinção estiverem sendo ignorados e sem a interferência de reforçamentos intermitentes, é provável que a eficácia do processo seja mais rápida. O processo de enfraquecimento da relação entre resposta e consequência, é descrito em três fases:¬ 1) o declínio gradual da taxa de respostas e aumento progressivo do tempo sem emissão da resposta operante inicialmente reforçada; 2) aumento da variabilidade e da magnitude comportamental e, por último, 3) anulação gradual da contingência entre o operante e o reforçador. A mudança de ambiente é muito importante para a possibilidade de extinção do comportamento de amar. Buscar novos reforçadores e aumentar o repertório comportamental tornam processo de extinção é efetivo pois enfraquece a frequência do comportamento de amar, apesar da possibilidade de se confundir com o esquema intermitente, visto que em decorrência da operação estabelecedora de privação, o contato com o antigo parceiro aumenta o valor reforçador e a variabilidade comportamental se estende. Referências: AMORIM, V. C.. Experimental analog of metacontingencies: effects of cultural consequence intermittence. 2010. 160 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2010. ANGELO, H. V. B.; GIOIA, P. S.. Aumento abrupto da razão em Metacontingências com Consequências Intermitentes. Revista Brasileira de Análise do Comportamento, [S.l.], v. 11, n. 2, dez. 2016. ISSN 2526-6551. Disponível em: <https://www.periodicos.ufpa.br/index.php/rebac/article/view/1942>. Acesso em: 27 fev. 2022. doi:http://dx.doi.org/10.18542/rebac.v11i2.1942. 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Título do Evento
3º CONIGRAN - Congresso Integrado UNIGRAN Capital 2022
Cidade do Evento
Campo Grande
Título dos Anais do Evento
Anais do 3º CONIGRAN - Congresso Integrado da UNIGRAN Capital 2022.
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

@PSIMARIAESTADULHO, Maria Antônia; ROBAINA, TATIANA FERREIRA. EXTINÇÃO OPERANTE E O TÉRMINO DOS RELACIONAMENTOS ROMÂNTICOS.. In: Anais do 3º CONIGRAN - Congresso Integrado da UNIGRAN Capital 2022.. Anais...Campo Grande(MS) Rua Abrão Júlio Rahe, 325, 2022. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/conigran2022/501634-EXTINCAO-OPERANTE-E-O-TERMINO-DOS-RELACIONAMENTOS-ROMANTICOS. Acesso em: 26/04/2025

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