NEUROARQUITETURA APLICADA EM AMBIENTES PSIQUIÁTRICOS

Publicado em 03/01/2023 - ISBN: 978-85-5722-522-0

Título do Trabalho
NEUROARQUITETURA APLICADA EM AMBIENTES PSIQUIÁTRICOS
Autores
  • Giovanna Hatsuko Domingos Irei
  • Renata Benedetti Mello Nagy Ramos
Modalidade
Resumo expandido
Área temática
Arquitetura e Urbanismo
Data de Publicação
03/01/2023
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/conigran2022/502674-neuroarquitetura-aplicada-em-ambientes-psiquiatricos
ISBN
978-85-5722-522-0
Palavras-Chave
Ambientes psiquiátricos; Neuroarquiteura; Arquitetura hospitalar
Resumo
(i) Introdução: Problemas de saúde mental têm se tornado cada vez mais comuns em todo o mundo. Conforme um relatório publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2017, a ansiedade afetava 18,6 milhões de brasileiros, correspondendo a 9,3% da população, caracterizando o Brasil como país mais ansioso de todo o mundo. Entretanto, de acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) 2022, os quadros de ansiedade e depressão obtiveram um aumento de 25% no primeiro ano de pandemia, sendo decorrente em especial pela experiência traumática dos estados de luto, isolamento social, situação de dificuldade financeira e complicações com a doença. A crise sanitária iniciada no Brasil em fevereiro de 2020 terá seus impactos físicos e psicológicos notados por muitas gerações, contudo, pode ser minimizada com apoio especializado e por meio da neuroarquitetura, no qual os ambientes são analisados e projetado para contribuir na melhora do indivíduo. (ii) Objetivo: Analisar como a neuroarquitetura contribui com a humanização de ambientes hospitalares, em especial no que se refere ao de atendimento psicossocial. (iii) Metodologia: A abordagem da pesquisa possui caráter qualitativo, de natureza básica e utiliza a revisão bibliográfica e exploratória (GIL, 2008). De acordo com Minayo (2001, p.21), a "abordagem qualitativa trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes", o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis. Portanto, a metodologia auxiliará no embasamento teórico a partir da análise do contexto histórico, reforma psiquiátrica e a influência que o espaço gera no estado psicológico do indivíduo. (iv) Resultados e discussão: A reforma psiquiátrica no Brasil surgiu a partir da necessidade de ambientes adequados para pessoas que se encontravam em vulnerabilidade psicossocial, visto que até então, os indivíduos que apresentassem transtornos psíquicos eram retidos em locais insalubres e seu tratamento não era realizado de forma apropriada, ou melhor, completamente inapropriada. Portanto, visando nomear o local destinado aos cidadãos que foram amplamente excluídos do convívio social, surge o termo manicômio a partir do século XIX, no qual, posteriormente, foi renomeado para hospital psiquiátrico, com o intuito de trazer dignidade para com os pacientes. Deste modo, com a evolução social, os espaços também foram modificados, logo, acompanhando os avanços e amplos questionamentos. Com o encerramento dos manicômios se abriu espaço para o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), no qual trouxeram novas modalidades assistenciais, em seu funcionamento e espaço físico, dado que, a área da saúde mental está em constante modificação, pois os ambientes tendem a serem menos segregadores e mais acolhedores, deste modo, segue as normativas do Sistema Único de Saúde (SUS), propiciando acompanhamento, reinserção do indivíduo na sociedade e, se necessário, a sua devida internação (PAIVA, 2020). Diante do apresentado, a neuroarquitetura quando aplicada em ambientes psiquiátricos, é utilizada como método para a criação de espaços confortáveis, a partir da análise sensorial, correspondendo aos princípios biofílicos, cromáticos, luminosos e entre outros fatores que estimulam de maneira benéfica e tragam o devido bem-estar ao usuário, explorando os cinco sentidos do corpo humano no espaço, no qual correspondem ao olfato, paladar, tato, visão e audição. Portanto, essas representações aplicadas na arquitetura e urbanismo se dão a partir da emoção sentida ao vislumbrar algo, ao tocar um objeto, ao sentir um aroma em que o deixe confortável, ao ouvir algo que possa trazer um amplo conforto, deste modo, as sensações geradas pelos ambientes acarretam experiências únicas. Decorrente da migração para a zona urbana e o desenvolvimento populacional, os indivíduos estiveram sujeitos a outro método de vida, no qual passou a conter menos espaços verdes e mais informações, deste modo ocasionando o estresse cognitivo, logo, os jardins terapêuticos ou jardins de cura surgem com o intuito de proporcionar conforto e auxiliar na recuperação do paciente, a partir da utilização de plantas como lavanda e erva cidreira, visto que possuem propriedades medicinais. Tendo em vista que as cores acarretam sensações, a psicologia das cores surge com o intuito de compreender como o cérebro reage aos estímulos captados. Em ambientes hospitalares a cor branca é utilizada devido a sua fácil percepção a sujeiras e por transmitir a sensação de limpeza, deste modo, também possibilita a comunicação visual, no qual quando utilizado de maneira correta geram o conforto a partir de sua harmonia cromática. Buscando compreender o impacto das formas curvas e lineares no cérebro humano, o psicólogo Oshin Vartanian coordenou uma pesquisa, no qual os pacientes eram analisados neurologicamente através do tomógrafo, a partir de imagens que eram mostradas. Desta forma, notou-se que o conforto pelos elementos sinuosos se dá por meio de traços neurológicos, visto que tais formas parecem menos ameaçadoras (KINDLE, 2013). Com o objetivo de mesclar o moderno com a natureza, agregando ao bem-estar dos pacientes, os ambientes devem ser projetados a partir da análise da colorimetria, composições curvilíneas, biofilia e de acordo com as atividades a serem realizadas, visto que há o estímulo por meio da autonomia e independência do paciente, ocasionando a melhora o sistema cognitivo, afetivo, psicomotor e perceptivo (HELLER, 2012). (v) Considerações Finais: A investigação iniciada a partir da percepção da inexistência de clínicas psiquiátricas humanizadas para atender indivíduos em situação de vulnerabilidade emocional, teve uma breve apresentação de seu contexto histórico, no qual a temática delimita-se a importância de ambientes humanizados e integração de espaços, favorecendo o desenvolvimento pessoal, acarretando o bem-estar físico e afetivo dos pacientes, por meio da neuroarquitetura e biofilia, compreendendo como a utilização de cores, texturas, materiais, composição de mobiliário do ambiente e vegetação. Referências GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2008. HELLER, Eva. A psicologia das cores. Edição Padrão. São Paulo. Editora Gustavo Gili (GG), 2012. KINDLE, Mariana. Casa Vogue. 2013. MINAYO, M. C. D. S. O desafio da pesquisa social. Teoria, método e criatividade. 18 ed. Petrópolis, 2001, p. 21. PAIVA, Andrea. NeuroArquitetura e Empatia: combustível da criação. São Paulo: Neuroau, 2020. Disponível em: <https://www.neuroau.com/post/neuroarquitetura-e-empatia-combust%C3%ADvel-da-cria%C3%A7%C3%A3o> Acesso em: 27 de março. 2022. OMS. Depression and Other Common Mental Disorders, 2017. OPAS. Pandemia de COVID-19 desencadeia aumento de 25% na prevalência de ansiedade e depressão em todo o mundo. Organização Pan-Americana da Saúde. 2022.
Título do Evento
3º CONIGRAN - Congresso Integrado UNIGRAN Capital 2022
Cidade do Evento
Campo Grande
Título dos Anais do Evento
Anais do 3º CONIGRAN - Congresso Integrado da UNIGRAN Capital 2022.
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

IREI, Giovanna Hatsuko Domingos; RAMOS, Renata Benedetti Mello Nagy. NEUROARQUITETURA APLICADA EM AMBIENTES PSIQUIÁTRICOS.. In: Anais do 3º CONIGRAN - Congresso Integrado da UNIGRAN Capital 2022.. Anais...Campo Grande(MS) Rua Abrão Júlio Rahe, 325, 2022. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/conigran2022/502674-NEUROARQUITETURA-APLICADA-EM-AMBIENTES-PSIQUIATRICOS. Acesso em: 26/04/2025

Trabalho

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