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Apresentação
Sociedade, Estado e o Público:
formação e ação por caminhos democráticos
em contextos de crise
Agravadas pela pandemia do Novo Coronavírus, as crises sanitária,
política e humanitária que enfrentamos têm impactado as populações, a
administração pública e as políticas públicas, afetando países em diferentes
estágios de desenvolvimento. No Brasil, onde não possuímos memória ou
repertório sobre enfrentamento de uma pandemia com estrondosa expansão e
consequências, vivemos um momento de reflexão e necessidade de ação sobre: os
papéis e limites do Estado, mercado e sociedade civil; a estrutura e
funcionamento do sistema de proteção social; a capacidade de atendimento do
sistema de saúde; o papel das universidades e da ciência; relações
interfederativas; a crise política e o papel das lideranças políticas e dos
gestores públicos e sociais; as relações de checks and balances entre
Executivo, Legislativo e Judiciário; os modelos de cooperação e
governança intersetorial; as distopias vividas pela sociedade; os valores
sociais e o sentimento republicano dos brasileiros; entre outras
questões.
O processo de quarentena e de isolamento social nos colocou várias
ambiguidades. Ao mesmo tempo que diminui riscos, vulnerabilidades e danos
pessoais e sociais, pode gerar outros que afetem aspectos físicos,
psicoemocionais, econômicos e financeiros. A complexidade da crise aumenta
quando compreendemos que ficar em casa é alternativa que pode ser viável para
aqueles que possuem moradia e vida relativamente estável. Mas, como o
Estado deve agir com relação àqueles cidadãos mais vulneráveis e em maior
situação de risco, na busca por também protegê-los socialmente e garantir suas
vidas? Quais ações públicas são necessárias para a proteção dos profissionais
que atuam na saúde, assistência social, segurança e outros serviços públicos
essenciais? Quais as respostas da sociedade civil frente aos desafios impostos
pela pandemia? Mais além: como as demais ações públicas seguem em curso, apesar
dos novos constrangimentos decorrentes dos impactos da crise sanitária?
Em meio a essas gravidades insurgentes, o Campo de Públicas reitera seu
cerne de propósitos, considerando as mediações democráticas necessárias nas
relações entre Estado e sociedade para enfrentar as incertezas decorrentes das
crises e, ainda, visando formar futuros gestores e analistas sociais e de
políticas públicas de excelência, capazes de desenhar novos caminhos para
responder às aspirações do público.
Muitos são os dilemas colocados para a Administração Pública. Porém,
respeitando o ethos republicano e dos princípios democráticos, reside a
prioridade da busca para a garantia da vida da população. Em 2020, cursos de
graduação e pós-graduação do Campo de Públicas estiveram com aulas e atividades
suspensas ou com atividades na modalidade remota, respeitando as medidas
de isolamento social. Embora os eventos presenciais de interesse da nossa
comunidade acadêmica tenham sido adiados, os processos de formação continuam,
pois vão além das instituições de ensino e de espaços presenciais.
No atual contexto, em 2021, reafirmamos o compromisso da ANEPCP com seu
IV Encontro Nacional de Ensino e Pesquisa do Campo de Públicas (ENEPCP), que
ocorreu de modo 100% virtual, sem perder de vista a profundidade do debate
científico, acadêmico e tecnológico, associada ao acolhimento e cuidado com
todes participantes do evento. Foi um grande evento em termos
quantitativos e qualitativos que reuniu:
- 1435 participantes (sendo 912 autores/as, 225
avaliadores/as),
- 546
submissões de trabalhos, sendo:
- 440
resumos expandidos submetidos a 25 Sessões Temáticas;
- 354 resumos expandidos
aprovados para apresentação em 87 sessões virtuais;
- 80 Teses, Dissertações
e TCC para o Prêmio Augusto Tavares;
- 25 produtos submetidos
à Mostra DTEI;
- 46 obras artísticas
apresentadas no Sarau Campo de Públicas;
- 27
mesas redondas;
- 02
conferências (sendo uma internacional
Os Anais do IV
Encontro Nacional de Ensino e Pesquisa do Campo de Públicas, soma-se a série de
publicações bianuais da ANEPCP que reúnem os trabalhos
completos que foram apresentados nas Sessões Temáticas do evento e
autorizados pelos autores(as). Aqui reunimos trabalhos que, certamente, traz
uma atualização ao estado da arte da produção científica e tecnológica do Campo
de Públicas e que expressão diferentes temáticas em torno da formação e ação
por caminhos democráticos e republicanos por caminhos democráticos em contextos
de crise.
Edgilson Tavares de Araújo
Doraliza Monteiro Abranches
(Coordenação Geral do IV ENEPCP)
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Responsável
Secretaria do Departamento de Gestão de Políticas Públicas da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Gestão de Políticas Públicas, Universidade de Brasília (GPP/FACE/UnB), Campus Darcy Ribeiro
CEP: 70910-900
Site: http://www.anepcp.org.br/
Contato: anepcp@gmail.com
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