PEDAGOGIAS CRÍTICAS E INSURGENTES: ARTICULAÇÃO ENTRE EDUCAÇÃO POPULAR E ESCOLA PÚBLICA NA “DEFESA” DE UMA DIMENSÃO AMPLIADA DE EDUCAÇÃO.

Publicado em 21/03/2023 - ISBN: 978-85-5722-679-1

Título do Trabalho
PEDAGOGIAS CRÍTICAS E INSURGENTES: ARTICULAÇÃO ENTRE EDUCAÇÃO POPULAR E ESCOLA PÚBLICA NA “DEFESA” DE UMA DIMENSÃO AMPLIADA DE EDUCAÇÃO.
Autores
  • FRANCISCO OVERLANDE
  • Aryanne Paiva da Felicidade
  • Diogo Silva do Nascimento
  • Humberto Salustriano Da Silva
  • Lourenço Cezar da Silva
Modalidade
OFICINA / MINICURSO
Área temática
Educação e Cidadania
Data de Publicação
21/03/2023
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/favela_universidadeii/506773-pedagogias-criticas-e-insurgentes--articulacao-entre-educacao-popular-e-escola-publica--na-defesa-de-uma-dimens
ISBN
978-85-5722-679-1
Palavras-Chave
Educação Popular - Escola Pública - Espaços Formativos - Periferias
Resumo
Breve Contextualização A educação popular encontra sentido pedagógico no compromisso de ir ao encontro e tornar visível a luta, os saberes, a memória, a existência dos grupos sociais historicamente subalternizados - os quilombolas, indígenas, mulheres, dos povos da selva, das periferias urbanas e favelas, dos terreiros - no desejo de oportunizar uma concepção de educação criticizadora vinculada a realidade dos sujeitos envolvidos, “todo aprendizado deve encontrar-se intimamente associado à tomada de consciência da situação real vivida pelos educandos” (FREIRE: 2019) As experiências de pedagogias Críticas-Insurgentes realizadas na educação não formal, que se faz no contexto da educação popular, como é o caso dos pré-comunitários, dos museus sociais, nos movimentos populares que atuam nas periferias e favelas das áreas urbanas do Rio de Janeiro, são propostas educativo-pedagógicas que têm se mostrado mobilizadoras de ações de enfrentamento às propostas de uma educação bancária que é a produção e reprodução de colonialidades pedagógicas em sua ação educativa. A ação educacional da Educação Popular , experiência legítima e autêntica dos movimentos sociais e populares, têm realizado “inéditos viáveis” (Freire, 1987) através de sua proposta pedagógica alinhada aos interesses das camadas populares na construção de outro projeto histórico tecida no “Quefazer” educacional dos movimentos populares e aqui apontamos para os pré-comunitários que atuam nas favelas e periferias urbanas do estado. Segundo Paludo: Esta educação, orientada para a transformação da sociedade, exige que se parta do contexto concreto/vivido para se chegar ao contexto teórico, o que requer a curiosidade epistemológica, a problematização, a rigorosidade, a criatividade, o diálogo, a vivência da práxis e o protagonismo dos sujeitos. (PALUDO, 2010: 141) Valorizar e dar relevo à importância política da educação não formal não é sinônimo de oposição ou antagonismo à escola pública, bem como reivindicar por escolarização não implica em desconsiderar ou deslegitimar as contribuições pedagógicas da educação não formal, desde que a intencionalidade política desses espaços sejam de uma prática educativa e pedagógica alinhada aos interesses das classes populares. Sendo assim, no horizonte do “inédito viável” Freireano, de uma dimensão ampliada de educação, os diferentes espaços formativos não se contrapõem, não disputam protagonismos numa lógica antagônica, mas estão contextualizados em um cenário histórico das lutas sociais em que, suas intencionalidades políticas apontam e somam numa perspectiva emancipatória pautada em perseguir outro projeto de sociedade, pautado por justiça social. A articulação dos diversos espaços formativos apontam para defesa de uma dimensão ampliada de educação, no sentido que estes espaços se enlacem em um processo de produção e criação de novas realidades históricas sob um enfoque emancipatório. (MEJIA, 2018: 123). Sendo assim, conforme ((GONZALEZ & ÁVILLA) não há oposição e/ou disputa entre esses espaços. Privilegiamos a educação não formal quando assume a dimensão crítico emancipatória das suas ações, o que é de grande relevância nesse contexto de avanço das forças conservadoras no mundo. Com isso, nos opomos àqueles que defendem que a educação não formal serve de substituta à educação formal e reiteramos nossa defesa da educação como direito público subjetivo essencial ao processo de socialização das nossas crianças e jovens. Mas reconhecemos que muitas vezes, em contextos não escolares, desperta o interesse pela educação formal nos seus participantes” (GONZALEZ, ÁVILLA, 2018) O desmonte do Estado sob uma dinâmica liberal que se materializa na retirada de direitos e de forma sistematizada aprofunda o abismo das desigualdades educacionais reforçando o discurso do fracasso da educação pública, que é o espaço legítimo de formação dos filhos e filhas da classe trabalhadora agravando o cenário totalmente antidemocrático. A defesa da escola pública como espaço de legitimação da democracia e de acesso aos diversos direitos é fundamental para enfrentar o projeto neoliberal que desregulamenta o Estado e as políticas públicas destinadas a incluir as classes populares no projeto democrático. Como realizar uma educação democrática em um ambiente social antidemocrático? Como pensar um projeto de educação que seja formadora da democracia em contraposição a projetos políticos antidemocráticos? Quando a proposta da educação crítica e radical da educação popular é articulada à perspectiva da pedagogia Contra/Anti/Decolonialidade temos uma prática pedagógica autenticamente tecida a partir e com os grupos historicamente subalternizados. A Educação Popular soma-se a pedagogia anti/contra/decolonial enquanto alternativa ético-política transformadora e engajada no desmonte das estruturas que sustentam o sistema- mundo moderno/colonial, como proposta pedagógica crítica e insurgente nos espaços escolares. Reivindicar a articulação entre educação popular de base Anti/Contra/Decolonial com a escola pública é questionar as estruturas de uma educação acrítica, prescritiva, conteudista, bancária e tradicional é abrir fissuras para a concretização de um espaço de formação e emancipação dos sujeitos envolvidos nesse processo. É o esperançar freiriano de concretizar uma escola pública voltada para os interesses das camadas populares, de uma escola de fato cidadã a partir da dinâmica da reflexão-ação, na interpretação da realidade com pensamento crítico, criadora de uma práxis libertadora a partir do contexto sociocultural dos educandos. Como afirma Libâneo (2010), “nem a negação da escola, nem o isolamento da escola em relação à vida social”. Objetivos - Oportunizar/Introduzir a discussão teórico-político sobre: a) Espaços Formativos; b) Pedagogias Críticas e Insurgentes; c) Inédito Viável; d) Escola como “lugar” de legitimação da democracia e direitos; e) Defesa de uma Dimensão ampliada de Educação. Metodologia - Encontro expositivo-dialógico Conclusão O Minicurso objetiva discutir a articulação entre espaços formativos, com centralidade na prática pedagógica crítica e insurgente nos ambientes escolares no horizonte das contribuições e sinergias pedagógicas entre educação popular e escola pública. Pensando o campo da educação como uma arena de disputa de projeto de sociedade e na perspectiva de espaços formativos como lugares de legitimação da democracia, cidadania e de uma nova cultura política. Uma escola que seja capaz de temporalizar esse estudante frente a sua realidade ampliando sua percepção de mundo e permitindo que ele construa sua autonomia em um processo de reflexão-ação frente a essa mesma realidade (FREIRE: 1979) Referências Bibliográficas FREIRE, Paulo. A Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro. Paz e Terra. 17 ed, 1987. _________________.Educação como prática de liberdade. São Paulo: Paz e Terra, 2014. ________________.Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2019 GONZALEZ, Wania Regina Coutinho; DE ÁVILA, Elaine Rodrigues. A atuação do educador social em organizações do terceiro setor. EccoS–Revista Científica, n. 48, p. 133-153, 2019. LIB NEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos para quê? 12 ed. São Paulo, Cortez, 2010, 208 p. MEJÍA, Marco Raúl . Educação e pedagogias críticas a partir do Sul: cartografias da educação popular. São Carlos: Pedro & João Editores, 2018. 315p PALUDO, Conceição. Movimentos sociais e educação popular: atualidade do legado de Paulo Freire. Leituras de Paulo Freire: contribuições para o debate pedagógico contemporâneo. Brasília: Liber Livro Editora, p. 39-55, 2010
Título do Evento
II Jornada Científica Favelades Universitáries
Cidade do Evento
Rio de Janeiro
Título dos Anais do Evento
II Jornada Científica Favelades Universitáries: Independências, Descolonização e Territórios
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

OVERLANDE, FRANCISCO et al.. PEDAGOGIAS CRÍTICAS E INSURGENTES: ARTICULAÇÃO ENTRE EDUCAÇÃO POPULAR E ESCOLA PÚBLICA NA “DEFESA” DE UMA DIMENSÃO AMPLIADA DE EDUCAÇÃO... In: II Jornada Científica Favelades Universitáries: Independências, Descolonização e Territórios. Anais...Rio de Janeiro(RJ) FIOCRUZ e UFRJ, 2022. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/favela_universidadeII/506773-PEDAGOGIAS-CRITICAS-E-INSURGENTES--ARTICULACAO-ENTRE-EDUCACAO-POPULAR-E-ESCOLA-PUBLICA--NA-DEFESA-DE-UMA-DIMENS. Acesso em: 29/04/2025

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