OS LIMITES DO FISICALISMO

Publicado em 05/12/2018 - ISSN: 2176-3968

Título do Trabalho
OS LIMITES DO FISICALISMO
Autores
  • Luiza Franco
Modalidade
Prorrogado envio de Resumo até dia 09/10/2018
Área temática
Ontologia e Epistemologia
Data de Publicação
05/12/2018
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/humanitaspucprfilo/119918-os-limites-do-fisicalismo
ISSN
2176-3968
Palavras-Chave
Mente, Cérebro, Dualismo, Fisicalismo, Qualia
Resumo
Os limites do fisicalismo, seja na pesquisa neurocientífica, seja no projeto da Inteligência Artificial, estão especialmente relacionados à questão da subjetividade, como o problema dos qualia. Neste aspecto, John Searle tem se destacado como um dos principais teóricos que identifica as insuficiências do fisicalismo. Partindo do pressuposto de que o mundo é composto por objetos físicos e também por seres dotados de consciência, abre-se a possibilidade de defesa de um possível dualismo, questão fulcral no debate da filosofia da mente. A interação entre duas possíveis entidades forma o cerne do problema mente-corpo: como é possível que haja uma causalidade da mente, de natureza diferente do físico, no mundo físico? Ou ainda, de que forma se dá a relação entre a mente e o cérebro? Uma questão amplamente discutida, mas que ainda carece de resolução. O cérebro é físico, químico e biológico, composto por partículas físicas, ou seja, é possível conhecer a neurofisiologia do cérebro, mas este, talvez, possui uma mente dotada de estados mentais, ou qualia, como dores, crenças, desejos, a qual não é explicada em termos físicos. Portanto, como partículas não inteligentes de matéria produzem inteligência ou sentimentos que são subjetivos? Ou seja, de que forma o cérebro trabalha para causar estados mentais conscientes, mesmo que as sinapses dos neurônios não sejam, eles próprios, conscientes? Searle não concorda com as tradições dominantes do estudo da mente, tanto a monista materialista quanto a dualista psicofísica. Ele considera a consciência um fenômeno mental principal, e apresenta uma nova proposta para o estudo dos fenômenos mentais. Searle considera incoerente a negação de fatos óbvios das experiências individuais, no caso, os estados mentais. Por isso considera que o materialismo, mesmo possuindo uma forte tradição na ciência, é contra intuitivo, porém é a mais bem aceita, uma vez que os filósofos temem cair em algo que possa ser confundido com o dualismo cartesiano. Sendo assim, qualquer ideia que reconheça os fatos óbvios de nossa existência passa a ser considerada próxima do mentalismo e, consequentemente, suspeita. Searle defende que a concepção de que a consciência e os estados mentais existem e desempenham um papel causal nos comportamentos não está necessariamente relacionada ao dualismo cartesiano. O autor afirma que somos conscientes, temos desejos e esses fenômenos mentais são reais, mas os filósofos materialistas, como Dennett e Churchland, não aceitam que alguém possa aceitar os fatos óbvios sobre os estados mentais sem aceitar o cartesianismo que tradicionalmente acompanhou o reconhecimento desses fatos. O objetivo de Searle é demonstrar que esta concepção está equivocada, pois afirma que alguém pode descrever de forma coerente os fatos da mente sem endossar qualquer categoria cartesiana. Para Searle, o fato de algo ser mental não o torna oposto ao físico, pois o mesmo entende que a consciência é uma propriedade mental e, portanto física, do cérebro, no sentido em que a liquidez é uma propriedade de sistemas de moléculas. Se o cérebro for afetado, a mente também o será: quem beber uma garrafa de vinho, certamente ficará com a percepção visual alterada, entre outras alterações de sensações. Portanto, se algo físico como o álcool pode afetar o cérebro e consequentemente os estados mentais, seria possível afirmar que o cérebro exerce influência sobre a mente. Os neurônios e as sinapses, ou descargas elétricas, são fenômenos biológicos, objetivos e observáveis, mas a forma como causam os estados mentais, subjetivos, ainda não é completamente conhecida. Essa é a base do famoso problema dos qualia.
Título do Evento
Congresso Humanitas | Filosofia
Cidade do Evento
Curitiba
Título dos Anais do Evento
XVI Congresso de Filosofia Contemporânea da PUCPR: O Futuro das Humanidades
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

FRANCO, Luiza. OS LIMITES DO FISICALISMO.. In: XVI CONGRESSO DE FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA DA PUCPR - O FUTURO DAS HUMANIDADES. Anais...Curitiba(PR) pucpr, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/humanitaspucprfilo/119918-OS-LIMITES-DO-FISICALISMO. Acesso em: 24/04/2025

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