A EDUCAÇÃO ESTÉTICA EM ARTHUR SCHOPENHAUER

Publicado em 05/12/2018 - ISSN: 2176-3968

Título do Trabalho
A EDUCAÇÃO ESTÉTICA EM ARTHUR SCHOPENHAUER
Autores
  • Marcos Mateus Echeverria
Modalidade
Prorrogado envio de Resumo até dia 09/10/2018
Área temática
Ontologia e Epistemologia
Data de Publicação
05/12/2018
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/humanitaspucprfilo/120405-a-educacao-estetica-em-arthur-schopenhauer
ISSN
2176-3968
Palavras-Chave
Vontade. Experiência estética. Educação.
Resumo
O filósofo alemão Arthur Schopenhauer (1788 - 1860) atribuiu a estética um papel fundamental em sua filosofia. O livro III de O mundo é dedicado a sua metafísica do belo, onde este retoma a consideração do mundo como representação, porém, desta vez independente do princípio de razão. Com efeito, o belo é a forma privilegiada de conhecimento das Ideias por meio da intuição. Elas são as formas imutáveis, imperecíveis e que nunca nascem, mudam e perecem. Logo elas são os graus de objetivação da Vontade. Esta, para Schopenhauer, assume um papel fundamental em sua filosofia. O mundo manifesta-se como Vontade, pois esta se estende ao conjunto dos fenômenos e adquire, assim, um estatuto cosmológico. Através do corpo, o sujeito tem consciência de que ele mesmo é a objetivação da Vontade. Analogicamente, estende esse achado a todos os corpos do mundo, concluindo a Vontade de vida como Coisa-em-si universal que se objetiva em todos os fenômenos. Com efeito, a Vontade é cega e irracional, pois em sua objetivação traz a autodiscórdia originária dela. Ela é como algo sem meta ou finalidade, um querer irracional e inconsciente. Sendo um mal inerente à existência humana, ela gera dor e sofrimento. Neste sentido, a felicidade e o prazer são apenas momentos fugazes de ausência de dor, e não uma satisfação permanente e durável. O homem, sendo a objetivação mais perfeita da Vontade, é também o mais necessitado de todos os seres. Segue a partir daí que a vida do homem oscila, como um pêndulo, entre a dor e o tédio. Logo, viver é sofrer. Mais apesar disso, Schopenhauer afirma que podemos nos libertar da dor e silenciar a cadeia infinita das necessidades por meio da arte. De fato, é por meio da experiência estética que o homem se aniquila como Vontade e se torna um puro olho do mundo. Ele passa a ter maior consciência do mundo enquanto representação e objetivação da Vontade. Nesse sentido, o sujeito deixa de ser um individuo que conhece as coisas apenas na relação com o seu querer, e passa a conceber o mundo através da intuição, operando assim, um conhecimento claro, objetivo e desinteressado. Portanto, a arte expressa e objetiva a essência das coisas, e por esta razão, ajuda-nos a nos afastarmos da Vontade, mesmo que por um curto momento. Com efeito, o Gênio é aquele que capta as Ideias pela intuição contemplativa e as comunica através da sua obra de arte. Ele é aquele que vê um mundo amplamente mais belo e claro, porque nele a representação não é turvada pela Vontade. Apesar disto, Schopenhauer declara que são poucos os homens que conseguem realizar tal experiência com as artes, uma vez que na grande maioria dos indivíduos, os homens comuns, não são possíveis uma consideração serena e uma clara intuição das Ideias, uma vez que nestes há um estimulo maior de suas necessidades e uma relação maior com o querer. Com efeito, a educação estética tem por finalidade mostrar as possibilidades de acesso a um conhecimento claro e destituído de Vontade, onde aquele que se dispuser vivenciar uma experiência estética consiga ao menos que em pequeno grau, intuir objetivamente as Ideias e silenciar sua Vontade. O caminho proposto pelo filósofo surge a partir de algumas considerações que este faz acerca de que em todos os homens deve-se encontrar, em menores e diversos graus, um mínimo de receptividade para o belo e o sublime. Neste sentido, todos os homens compartilham, mesmo que minimamente, um pouco de genialidade, pois todos são capazes do ato contemplativo. Com efeito, a receptividade para o belo ocorre de modo mais acessível pela dita bela natureza, onde neste caso os objetos já estão dados e acomodados no tempo e espaço. A bela natureza possui essa qualidade, a qual, por conseguinte, provoca até mesmo no insensível, ao menos uma satisfação estética fugaz. Também a contemplação estética é acessível por meio das artes. Schopenhauer afirma que há uma hierarquia das artes que reproduz uma hierarquia das Ideias, a saber, em nível ascendente, a arquitetura que apresenta em suas construções as Ideias mais baixas da Vontade, em seguida, a jardinagem e a pintura paisagística, que trabalham com as Ideias do reino vegetal. Adiante se encontra a escultura e a pintura de animais, superadas pela escultura e pela pintura humana. Em seu ápice encontra-se a poesia, que consegue expor a Ideia de humanidade em seu lado mais terrível, ou seja, o da Vontade auto discordante. Porém, a mais excelsa das artes, e que se encontra a parte da hierarquia das artes, é a musica, pois nela não há cópia, mais a própria linguagem universal da Vontade. Ela expressa a tempestade de paixões e a submissão aos sentimentos em todo lugar da mesma maneira. Isso se faz possível porque ela consegue expressar os estímulos internos da nossa Vontade e reproduzi-los de modo mais puro do que qualquer outra arte. Desse modo, a música apresenta-se como a arte mais acessível e imediata ao homem. Com efeito, a educação estética para Schopenhauer consiste exatamente na familiaridade para com as artes. O filósofo recomenda, citando o exemplo da música, um constante exercício de fruição estética como o caminho pelo qual o homem pode ser educado para uma receptividade estética e assim, compartilhar um pouco da genialidade, vendo as coisas não mais na sua subjetividade e turvadas pela Vontade, mas na sua mais pura intuição possível.
Título do Evento
Congresso Humanitas | Filosofia
Cidade do Evento
Curitiba
Título dos Anais do Evento
XVI Congresso de Filosofia Contemporânea da PUCPR: O Futuro das Humanidades
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

ECHEVERRIA, Marcos Mateus. A EDUCAÇÃO ESTÉTICA EM ARTHUR SCHOPENHAUER.. In: XVI CONGRESSO DE FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA DA PUCPR - O FUTURO DAS HUMANIDADES. Anais...Curitiba(PR) pucpr, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/humanitaspucprfilo/120405-A-EDUCACAO-ESTETICA-EM-ARTHUR-SCHOPENHAUER. Acesso em: 26/04/2025

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