O TRANSUMANISMO E A AMEAÇA DE “NEUTRALIZAÇÃO METAFÍSICA DO HOMEM”

Publicado em 05/12/2018 - ISSN: 2176-3968

Título do Trabalho
O TRANSUMANISMO E A AMEAÇA DE “NEUTRALIZAÇÃO METAFÍSICA DO HOMEM”
Autores
  • Leonardo Nunes Camargo
Modalidade
Prorrogado envio de Resumo até dia 09/10/2018
Área temática
Ética e Filosofia Política
Data de Publicação
05/12/2018
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/humanitaspucprfilo/123405-o-transumanismo-e-a-ameaca-de-neutralizacao-metafisica-do-homem
ISSN
2176-3968
Palavras-Chave
Transumanismo, Homem, Mortalidade.
Resumo
O objetivo desta comunicação é apresentar de que forma a sinergia entre filosofia e ciência ameaçam a integridade do ser humano levando a aquilo que Hans Jonas chamou de “neutralização metafísica do ser humano” (TME , 49). Na contemporaneidade, o transumanismo se tornou o movimento filosófico e cultural responsável pelas mudanças em nossa constituição psicofísica que serão capazes de transcender nossas limitações naturais. A promessa utópica da tecnologia de superar nossos aspectos biológicos (como o envelhecimento e a morte), se tornou um perigo a medida que atrelamos tais desejos a interesses políticos e econômicos. No entanto, precisamos lembrar que é da própria natureza do homem buscar formas de melhorar sua qualidade de vida. Na sua reinterpretação do fenômeno vida Hans Jonas nos diz que a vida vem se afirmando diante do não ser desde seu desprendimento da matéria inerte, e consequentemente, luta para se manter, mesmo ameaçada constantemente pelo risco de morte. Então é próprio da vida buscar se adaptar a diferentes condições e a desenvolver mecanismos de sobrevivência que neguem a morte a fim de superá-la. Com a espécie humana não é diferente, uma das principais características de sobrevivência que a natureza conferiu ao ser humano foi a habilidade técnica. Com esta, o ser humano conseguiu enfrentar os perigos e desafios contidos na natureza e assim manter sua existência. No entanto, como elemento constituinte da existência, a técnica se tornou uma ameaça quando, aliada ao conhecimento da biotecnologia, nanotecnologia, ciências da informação e ciências cognitivas, pretendem reconfigurar e manipular geneticamente a vida. Fato é que após as crises niilistas dos séculos XIX e XX perdemos a “imagem” que define o que é o ser humano, desse modo, é essencial apelar para um uso responsável dessas novas tecnologias, além da prudência. Nunca na história humana estivemos tão próximos de “tomar as rédeas de nossa própria evolução” (TME, 50), podemos ser os criadores da existência da espécie humana futura, podemos redesenhar e resignificar a vida a partir de nossos interesses e desejos, a questão é: estamos preparados para isso? Precisamos realmente modificar geneticamente a espécie? Para os transumanistas, não há dúvidas de que com o desenvolvimento da tecnologia e da ciência ocorridas nas últimas décadas, a possibilidade de combater o envelhecimento e superar a morte é apenas uma questão de tempo. Muitos acreditam que nas próximas duas décadas já teremos humanos vivendo acima dos 150 anos, hoje uma das indústrias que mais crescem nos EUA são os de criogenia, há projetos políticos que discutem a possibilidade de tornar a criogenia acessível a toda população, sem contar do investimento bilionário de empresários para que se consiga superar a morte. Sobre saber se precisamos modificar nossa espécie, para os transumanistas nossa condição natural é limitada e imperfeita, somos os únicos seres vivos que não precisam acompanhar a lenta adaptação e os pequenos avanços da natureza para a nossa espécie, podemos nós mesmos realizar essas modificações graças à tecnologia e a ciência, e assim, direcionar nossa evolução. De acordo com a Declaração Transumanista de 1998, se podemos melhorar e aprimorar nossa constituição psicofísica temos o dever (moral) de realizá-las, a fim de evitar a dor e o sofrimento. No entanto, não se trata apenas de evitar a dor e o sofrimento de pessoas debilitadas, o transumanismo propõe suas modificações a todos os seres humanos. A modificação genética de um ser humano tem várias implicações, uma delas é: quando manipulamos um ser vivo, além de não podemos realizar testes previamente em outros humanos, caso aconteça algum erro, as próximas gerações daquele indivíduo sofrerá os principais danos. Por isso, o debate acerca do transumanismo se estende principalmente ao futuro da humanidade. Vivenciamos a parte da história na qual se discute os interesses das gerações futuras, mas é preciso perguntar: como será a existência das pessoas que viverem mil anos? Viver tanto tempo seria uma benção ou um fardo? APOIO FINANCEIRO: CAPES
Título do Evento
Congresso Humanitas | Filosofia
Cidade do Evento
Curitiba
Título dos Anais do Evento
XVI Congresso de Filosofia Contemporânea da PUCPR: O Futuro das Humanidades
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

CAMARGO, Leonardo Nunes. O TRANSUMANISMO E A AMEAÇA DE “NEUTRALIZAÇÃO METAFÍSICA DO HOMEM”.. In: XVI CONGRESSO DE FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA DA PUCPR - O FUTURO DAS HUMANIDADES. Anais...Curitiba(PR) pucpr, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/humanitaspucprfilo/123405-O-TRANSUMANISMO-E-A-AMEACA-DE-NEUTRALIZACAO-METAFISICA-DO-HOMEM. Acesso em: 26/04/2025

Trabalho

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