IMPULSO E SOFRIMENTO EM FREUD E EM SCHOPENHAUER

Publicado em 05/12/2018 - ISSN: 2176-3968

Título do Trabalho
IMPULSO E SOFRIMENTO EM FREUD E EM SCHOPENHAUER
Autores
  • Suely Poitevin
Modalidade
Prorrogado envio de Resumo até dia 09/10/2018
Área temática
Filosofia da Psicanálise
Data de Publicação
05/12/2018
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/humanitaspucprfilo/125082-impulso-e-sofrimento-em-freud-e-em-schopenhauer
ISSN
2176-3968
Palavras-Chave
Palavras chaves: Trieb, sofrimento, prazer-desprazer.
Resumo
IMPULSO E SOFRIMENTO EM FREUD E EM SCHOPENHAUER Suely Poitevin As considerações que envolvem a noção de sofrimento a partir do conceito de impulso (Trieb, pulsão, instinto) em especial na metapsicologia de Freud e na metafísica imanente de Schopenhauer, contribuem para compreensão da condição humana frente ao sofrimento inerente à existência. Freud chama de impulsos (Triebe) os representantes [Repräsentanten] de todas as forças que brotam no interior do organismo e que são transmitidas para o aparelho psíquico, através de processos que exercem uma constate pressão (Drang). É importante observar, na primeira tópica do aparelho psíquico, o conceito de impulso (Trieb) aparece ligado à noção de energia e força, sendo então “situado na fronteira entre o mental e o somático, como o representante psíquico dos estímulos que se originam dentro do organismo e alcançam a mente, como uma medida da exigência feita à mente no sentido de trabalhar em consequência de sua ligação com o corpo. Segundo Freud (1920) , a noção de sofrimento em está regulada pela quantidade de tensão desagradável que se estabelece nos processos mentais, assim como, automaticamente controlada pelo principio de prazer (Lust). Esta tensão desagradável seria o resultado de qualquer situação colocada em movimento para aumentar a quantidade de excitação presente na vida mental. Desta forma, o sentimento pertencente ao desprazer estaria relacionado a um aumento na quantidade de excitação e o prazer, a uma diminuição. Portanto, se o desprazer é o verdadeiro móvel do impulso cujo fato preponderante é o prazer de descarga, por outro lado, o impulso faz uma permanente exigência de satisfação que tende a “se reincorporar de modo disfarçado através da formação de sintomas, dos sonhos, das brincadeiras, entre outras linguagens que tornam possível a sua descarga e consequente alívio”. Lembrando que as exigências de satisfação do impulso estão relacionadas à quantidade de pressão [Drang] e de força que o conceito de impulso (Trieb) exerce, desencadeando desprazer (sofrimento) quando não são possíveis de serem satisfeitas. Segundo Freud, a finalidade [Ziel] do impulso (Trieb) é sempre satisfação que só pode ser obtida eliminando-se o estado de estimulação na fonte [Quelle] do impulso. A proposta de Freud seria distinguir os “impulsos sexuais” (sexualtriebe) sob o nome de impulsos de vida (Lebenstriebe) e os de “autoconservação ( Selbsterhaltrltngstriebe) chamados de “impulsos do Eu” (Ichtriebe) . Seria também, mostrar que no processo de desenvolvimento um impulso poderia passar pelas seguintes vicissitudes: Reversão a seu oposto. Retorno em direção ao próprio eu. Repressão. Sublimação. Propõe também na sua teoria que: o impulso encontra destinos (Schicksale) variados, que nem sempre correspondem à meta de satisfação direta. Vale ressaltar que entre o impulso e o prazer, Freud estabelece “uma relação meramente indireta ou subordinada, que passa primeiro pela situação de desprazer, o que corresponde às posições schopenhauerianas”, incluindo a noção de sofrimento . Sendo assim, na perspectiva metafísica da filosofia de Arthur Schopenhauer (1788-1860) recortamos da sua obra máxima: “O Mundo como Vontade e Representação” , publicada em 1819, a concepção de que o mundo é essencialmente Vontade e que todo sofrimento procede da Vontade. Em Schopenhauer, todo querer (Wollen) nasce de uma necessidade (Bedürfnis), portanto de uma carência (Mangel), logo, de um sofrimento (Leiden). E enquanto sujeitos do querer estamos submetidos ao ímpeto dos desejos. Portanto, ao se objetivar como corpo, “a vontade é fonte de dor e sofrimento”. Analisando então a noção de sofrimento relacionado ao conceito de impulso (Trieb), seguimos a concepção do pensamento metafísico de Schopenhauer, sobre a vontade (concretude do querer) como um impulso cego e inconsciente, sem fundamento e finalidade, sendo em si mesma, uma unidade que se objetiva na multiplicidade dos fenômenos do Mundo. Portanto, o impulso cego numa dimensão cósmica, se expressa como um impulso fundamental de vida irracional que pulsa na vida de todos os corpos orgânicos e inorgânicos do mundo, e que se apresenta em sua ânsia por viver a qualquer custo. Enquanto o impulso inconsciente, [blinde Wille), aparece como um impulso à vida [Lebenstrieb), no prazer de viver [Lebenslust), e na vitalidade [Lebensmuth]. Desta forma, Freud e Schopenhauer postulam que o sofrimento é positivo e prazer meramente negativo. Assim, para ambos autores toda vida se passa entre um impulso, um esforço, sempre renovado e com várias tentativas de amenizar os ímpetos com soluções insuficientes e difíceis de libertar.
Título do Evento
Congresso Humanitas | Filosofia
Cidade do Evento
Curitiba
Título dos Anais do Evento
XVI Congresso de Filosofia Contemporânea da PUCPR: O Futuro das Humanidades
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

POITEVIN, Suely. IMPULSO E SOFRIMENTO EM FREUD E EM SCHOPENHAUER.. In: XVI CONGRESSO DE FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA DA PUCPR - O FUTURO DAS HUMANIDADES. Anais...Curitiba(PR) pucpr, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/humanitaspucprfilo/125082-IMPULSO-E-SOFRIMENTO-EM-FREUD-E-EM-SCHOPENHAUER. Acesso em: 26/04/2025

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