COMO A BÍBLIA TORNOU-SE UM LIVRO: A INFLUÊNCIA DOS INTERESSES DA MONARQUIA NO PROCESSO DE ESCRITA DA BÍBLIA.

Publicado em 05/02/2019 - ISBN: 978-85-5722-185-7

Título do Trabalho
COMO A BÍBLIA TORNOU-SE UM LIVRO: A INFLUÊNCIA DOS INTERESSES DA MONARQUIA NO PROCESSO DE ESCRITA DA BÍBLIA.
Autores
  • Aldonir Costa
Modalidade
PRORROGADO ENVIO DE RESUMOS ATÉ DIA 09/10
Área temática
Temas Bíblico-Hermenêuticos
Data de Publicação
05/02/2019
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/humanitaspucprteo/123378-como-a-biblia-tornou-se-um-livro--a-influencia-dos-interesses-da-monarquia-no-processo-de-escrita-da-biblia
ISBN
978-85-5722-185-7
Palavras-Chave
Palavra de Deus. Fundamentalismo. Império.
Resumo
Três grandes momentos marcaram o processo da redação da Bíblia: 1- A reformas do rei Ezequias (+ 700 a.C.); 2- As reformas do rei Josias (+ 600 a.C.); e 3- As reformas do sumo sacerdote Esdras (+ 400 a.C.). Os dois primeiros momentos são patrocinados, impostos e profundamente atrelados aos interesses da monarquia, no pré-exílio. E o último serve de marco legal para o estabelecimento da Teocracia Sacerdotal em Jerusalém no pós-exílio. Logo esse trabalho procurará evidenciar como essa associação aos poderes oficiais influenciou os textos bíblicos, especialmente inscrevendo no texto sagrado teologias exclusivistas e violentas. O estudo desse tema permite ver o quanto a leitura fundamentalista pode ser perigosa. Esse trabalho, a partir de uma abordagem crítica, buscará fornecer pistas para o entendimento do conceito de “Palavra de Deus” que não seja promotor de violências, hierarquias e exclusão, mas que traga liberdade ao ser humano. Com isso perceberemos a influência da associação com o poder na elaboração da Bíblia Hebraica, e as consequências dessa associação na Teologia da Revelação e da Inspiração, e especialmente na elaboração da Teologia e na Doutrina da “Palavra de Deus”, e buscaremos fornecer elementos que permitam uma Teologia da Bíblia como “Palavra de Deus” que não seja promotora de discriminação, exclusão e outras violências. Para isso foi demarcado os contextos e as situações socioeconômicas que marcaram os três grandes momentos da redação da Bíblia Hebraica: As reformas dos reis Ezequias e Josias, e a instituição da Teocracia pelo sacerdote Esdras, pesquisando nos textos elaborados nestes momentos, especialmente no Pentateuco e na Historiografia Deuteronomista, a formação do conceito “Palavra de Deus” atribuído a um texto escrito e as funções sociais que desempenhou nestes contextos associados a mandamentos de Deus. Sendo assim podemos visualizar a possível vinculação entre a elaboração do conceito monoteísta judaico-cristão de Palavra de Deus e da teologia da revelação e projetos de dominação imperial, no tempo de Israel e na história do cristianismo. Assim sintetizamos o estudo e evidenciamos elementos que permitiram uma releitura descolonizada e descolonizadora do conceito Palavra de Deus e da teologia da revelação. Foi realizada a leitura do livro “Como a Bíblia tornou-se um livro”. “A textualização do Antigo Israel” de William Schniedewind, publicado pela editora Loyola, que trata sobre a presença de muitos textos violentos e incitadores de violência e exclusão na Bíblia, e o uso que determinadas leituras correntes cristãs fazem destes textos, ainda hoje usando-os como “Palavra de Deus” para legitimar atitudes discriminatórias, hierarquizadoras, excludentes e violentas em nome de Deus, propagadas por correntes fundamentalistas em nossa sociedade. Com isso Perguntamos; o conhecimento dos processos e dos contextos em que a Bíblia foi elaborada nos permitiriam leituras e espiritualidades que nos humaniza e nos liberta e seja respeitosa frente aos diferentes? Para responder essa questão, fizemos em um primeiro momento da pesquisa a leitura de livros do Pentateuco e da Historiografia Deuteronomista, pesquisando as informações contidas nesses textos sobre o surgimento e a formação do conceito “Palavra de Deus” atribuído num texto escrito. No momento seguinte a pesquisa procurou analisar os textos que apresentam de alguma maneira o conceito “Palavra de Deus” como um texto escrito, perguntando pela época e pelos contextos em que surgem tais textos, e pelas funções deles esperadas em tais contextos; bem como visualizar a possível vinculação entre a elaboração de tais conceitos com projetos de dominação imperial, no tempo de Israel. Deste modo os resultados deste trabalho podem servir, também, de base para novas pesquisas sobre o desenvolvimento do conceito judaico-cristão de Palavra de Deus dentro da história do cristianismo e sua relação com a cadeia de impérios associados à expansão do cristianismo no planeta. As constatações desse trabalho são ainda bastante preliminares, mas já apontam para a conclusão de que somente a partir das reformas de Ezequias, Josias e Esdras, é que haverá em Israel textos escritos constituídos oficialmente como “Palavra de Deus”. E isso deverá ter sérias implicações, pois tais textos instituídos como “Palavra de Deus” certamente tiveram funções muito importantes na legitimação das reformas realizadas e impostas pelos reis Ezequias, Josias e também pelo sacerdote Esdras na instituição da Teocracia em Judá no pós-exílio (Esd 7,25-26). E foram importantes especialmente porque essas reformas carregaram alto grau de violências. E uma vez inscritas em um texto sacralizado, podem possibilitar leituras e práticas violentas, alimentando espiritualidades intolerantes. Sabendo-se, portanto, desses contextos, dos sujeitos e dos interesses por trás desses textos, pode-se realizar então releituras que humanizam retirando, assim, desses textos seu pretenso caráter de “Palavra de Deus” de valor e jurisdição universal e em todo o tempo. É preciso desprender-se dessa formulação de “Palavra de Deus” para poder encontrar a Palavra de Deus encarnada em Jesus Cristo que nos humaniza. A “palavra de Deus” não deve ser usada com ideologias que trazem no fundo interesses e poder, mas sim como via de solidariedade, respeito humano e a prática da caridade, a qual se compadece dos mais necessitados e busca meios para reintegrá-los na sociedade, buscando garantir o direito da dignidade humana e que garanta o verdadeiro valor evangélico que põe em pratica valores como o da vida e que realmente seja Palavra de Deus a qual relata que: “Eu vim para que tenham a vida e a tenham em abundância.” (Jo 10,10).
Título do Evento
Congresso Humanitas | Teologia
Cidade do Evento
Curitiba
Título dos Anais do Evento
I Congresso Humanitas: I Congresso Internacional do PPGT e XIII Congresso de Teologia PUCPR
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

COSTA, Aldonir. COMO A BÍBLIA TORNOU-SE UM LIVRO: A INFLUÊNCIA DOS INTERESSES DA MONARQUIA NO PROCESSO DE ESCRITA DA BÍBLIA... In: I Congresso Humanitas: I Congresso Internacional do PPGT e XIII Congresso de Teologia PUCPR. Anais...Curitiba(PR) PUCPR, 2019. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/humanitaspucprteo/123378-COMO-A-BIBLIA-TORNOU-SE-UM-LIVRO--A-INFLUENCIA-DOS-INTERESSES-DA-MONARQUIA-NO-PROCESSO-DE-ESCRITA-DA-BIBLIA. Acesso em: 29/04/2025

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