GEOGRAFIA ELEITORAL EM CAMPANHAS DIGITAIS: ANÁLISE DO CONTEXTO GEOGRÁFICO DA ELEIÇÃO PRESIDENCIAL BRASILEIRA, DE 2018, NO ESTADO DO PARANÁ

Publicado em 14/02/2024 - ISBN: 978-65-272-0268-4

Título do Trabalho
GEOGRAFIA ELEITORAL EM CAMPANHAS DIGITAIS: ANÁLISE DO CONTEXTO GEOGRÁFICO DA ELEIÇÃO PRESIDENCIAL BRASILEIRA, DE 2018, NO ESTADO DO PARANÁ
Autores
  • Glauber Cardoso Guimarães
  • Adilar Antonio Cigolini
  • João Paulo Vieira Batista
Modalidade
Resumo/Trabalho completo - Apresentação oral
Área temática
Eixo 6: Geografia Eleitoral e escalas de representação e participação: democracia e território
Data de Publicação
14/02/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/ivcongeo/669927-geografia-eleitoral-em-campanhas-digitais--analise-do-contexto-geografico-da-eleicao-presidencial-brasileira-de-
ISBN
978-65-272-0268-4
Palavras-Chave
Contexto geográfico, Geografia eleitoral, Campanha digital
Resumo
O objetivo deste trabalho é propor um diálogo entre o conceito de contexto geográfico elaborado por Agnew (2002) e a teoria de Santos (2020) como uma ferramenta para análises em estudos de geografia eleitoral. Para Castro (2005) o foco da geografia eleitoral está nos fatores espaciais que influenciam no comportamento eleitoral, ou conforme diz a autora “[...] as muitas condições que no território cercam a existência humana, como localização, a vizinhança, a densidade demográfica, as instituições, os equipamentos à disposição dos cidadãos etc.” (CASTRO, 2005, p. 159). Diante disso, investigamos a estrutura de antenas de telefonia e internet comparada ao desempenho eleitoral de Jair Bolsonaro no 1º turno da eleição presidencial de 2018, haja visto que consideramos como o principal meio de promoção da candidatura sua campanha digital. As campanhas digitais promoveram uma mudança no sistema de técnicas relacionadas às fontes de informação do eleitorado. Acreditamos que este tem sido o principal fator de crescimento da extrema direita e da polarização política no Brasil, tendo em vista que o uso de smartphones, celulares, tablets e etc. remodelaram o comportamento e impactaram diretamente na geografia do voto. Conforme pode-se observar na eleição de 2018, a candidatura Bolsonaro possuía poucos segundos de propaganda eleitoral em televisão e rádio, o que nos leva a crer que este não foi o principal meio de comunicação da campanha. Vitorino (2019) aponta que tal mudança se deve às flexibilizações eleitorais permitindo o impulsionamento de campanhas digitais e mostra o aumento do perfil denominado eleitor conectado. O estudo foi realizado através de pesquisa bibliográfica seguida de pesquisa documental. Para ilustrar a proposta realizamos uma teorização (AGNEW, 2002) da eleição presidencial brasileira de 2018, nos amparando no diálogo entre as obras dos autores. Como recorte para o estudo escolhemos o estado do Paraná, pois considerando que o estado está localizado na região apontada como uma das mais fiéis ao bolsonarismo, avaliamos que é melhor identificável os caminhos da sua expansão. Além disso, é o estado em que estão inseridos os autores deste estudo, pois entendemos que a análise pelo contexto geográfico exige que os estudiosos conheçam esse contexto. A partir de produções cartográficas, fizemos a comparação da distribuição de votos por município do 1º turno da eleição presidencial de 2018 com a distribuição de antenas de telefonia e internet. Dessa forma, demonstramos como a campanha Bolsonaro estava interligada com o alcance da cobertura das tecnologias digitais. Para a localização das antenas utilizamos a base de dados Teleco Inteligência em Comunicação e os dados de votos foram extraídos dos dados abertos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Entendemos que a introdução e popularização das tecnologias digitais no campo das eleições moldou um novo comportamento eleitoral por meio de valores que exaltam a individualidade, a disseminação de desinformação, a radicalização de discursos e eu-pistemologias (CESARINO, 2020), interpretações literais da realidade pautada, exclusivamente, pela experiência individual, negando o conhecimento de peritos no tema. O contexto histórico e o cenário de pouca fiscalização do novo sistema de técnicas, favoreceram a candidatura do então deputado Jair Bolsonaro. Dessa forma, sugerimos que a campanha digital de Bolsonaro se valeu de verticalidades impostas por meio da rede de telecomunicações e ao conjunto de informações com valores conservadores radicais oriundos do novo sistema de técnicas. O primeiro turno da eleição presidencial de 2018 foi o ponto de mutação para campanhas eleitorais. Com a permissão da legislação para o engajamento das campanhas em meio digital, a principal fonte de informação da candidatura Bolsonaro ocorreu em grupos de redes sociais, cuja arquitetura da rede impede a fiscalização do conteúdo pelas autoridades competentes devido a criptografia de ponta a ponta. Sugerimos que nos espaços onde a infraestrutura de telefonia era mais densa, ocorreram forças centrífugas, tendo mais alcance sobre o eleitorado e influenciando na decisão do voto. O mesmo não se deu nas zonas opacas, onde a votação em Bolsonaro não alcançou tanto sucesso e, aparentemente, foi difundida por outras fontes em que o candidato não se fortaleceu.
Título do Evento
IV Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território (CONGEO)
Cidade do Evento
São Paulo
Título dos Anais do Evento
Anais do Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território - CONGEO
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

GUIMARÃES, Glauber Cardoso; CIGOLINI, Adilar Antonio; BATISTA, João Paulo Vieira. GEOGRAFIA ELEITORAL EM CAMPANHAS DIGITAIS: ANÁLISE DO CONTEXTO GEOGRÁFICO DA ELEIÇÃO PRESIDENCIAL BRASILEIRA, DE 2018, NO ESTADO DO PARANÁ.. In: Anais do Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território - CONGEO. Anais...Sao Paulo(SP) USP, 2023. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/IVCONGEO/669927-GEOGRAFIA-ELEITORAL-EM-CAMPANHAS-DIGITAIS--ANALISE-DO-CONTEXTO-GEOGRAFICO-DA-ELEICAO-PRESIDENCIAL-BRASILEIRA-DE-. Acesso em: 29/04/2025

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