CONFLITOS DO USO RELIGIOSO EM ESPAÇO PROTEGIDO: O CASO DA RESERVA BIOLÓGICA DO TINGUÁ

Publicado em 14/02/2024 - ISBN: 978-65-272-0268-4

Título do Trabalho
CONFLITOS DO USO RELIGIOSO EM ESPAÇO PROTEGIDO: O CASO DA RESERVA BIOLÓGICA DO TINGUÁ
Autores
  • Gisele Silva de Medeiros
  • Thaís Salatiel de Azevedo
  • Suyane Moraes da Silva
Modalidade
Resumo/Trabalho completo - Apresentação oral
Área temática
Eixo 2: (Geo)Políticas do Meio Ambiente, Gestão de Recursos e Sustentabilidades
Data de Publicação
14/02/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/ivcongeo/670300-conflitos-do-uso-religioso-em-espaco-protegido--o-caso-da-reserva-biologica-do-tingua
ISBN
978-65-272-0268-4
Palavras-Chave
Uso religioso, unidade de conservação, conflitos socioambientais.
Resumo
A Reserva Biológica do Tinguá está localizada na região metropolitana do Estado do Rio de Janeiro, entre a Região Serrana e a Baixada Fluminense. Abrange uma área de 24.812 hectares, nos municípios de Nova Iguaçu (que concentra a maior parte da área), Duque de Caxias, Petrópolis e Miguel Pereira (ICMBio, 2014). Situada próximo da capital do Estado, a Unidade de Conservação está em meio a uma região densamente populosa. (IBGE, 2018). É um dos maiores fragmentos de mata atlântica contínua e preservada do país e tem como seu atributo especialmente protegidos os mananciais de água que abastecem parte da Baixada Fluminense. Uma reserva biológica em normais gerais não é permitida a visitação a qualquer título e as atividades humanas devem ser limitadas à pesquisa, ao monitoramento e à fiscalização, exercidas somente em casos especiais (SNUC, 2000). Desta forma, o objetivo desse trabalho é compreender o conflito ambiental decorrente do uso religioso na Reserva Biológica do Tinguá e pontuar os impactos socioambientais decorrente dessa prática. Sabemos que a prática religiosa de subir montes para orar ocorre em toda a região metropolitana do Rio de Janeiro, segundo a Santos (2014) esse tipo de prática é bem difundido no meio pentecostal. Na subida ao monte ocorrem manifestações dos dons do Espírito Santo, tais como: falar em línguas estranhas (glossolalias), curas divinas, o modo acalorado de realização das orações e a ousadia no ato de pregar a bíblia. Os conflitos entre os grupos religioso e os gestores de áreas protegidas não são recentes, visto que na medida em que avança a discussão sobre a preservação dos recursos naturais eles se tornam ainda mais acirrado, surgindo a necessidade de análise do conflito e das percepções ambientais dos atores sociais como uma forma de compreender interesses, motivações e pontos de vistas envolvidos na problemática. O caso da REBIO do Tinguá se tornou latente após provocação pelo Ministério Público Federal no ano de 2020, considerando que o trânsito de pessoas interior das áreas sensíveis configura um risco real à qualidade da produção de água que é captada e distribuída pela para uma população estimada de 1.120.00 habitantes (CEDAE, 2017). Neste contexto, o ICMBio no ano de 2021 iniciou processo para identificar o perfil dos visitantes que acessam a região da Boa Esperança. A equipe de campo realizou três atividades de campo a fim de aplicação de questionários pré-estruturado. Todos os questionários foram aplicados a noite, considerando que naquela localidade o trânsito para peregrinação é majoritariamente noturno e principalmente aos fins de semana (madrugada de sábado). Normalmente os religiosos chegam à região em grupo e após abordagem e identificação o questionário é aplicado na líder do grupo. Na compilação dos dados dos questionários já aplicados foi possível verificar que 100% dos religiosos que foram abordados pela equipe de pesquisa informou ter ciência que a região onde realizam suas práticas religiosas é uma área de preservação ambiental, entre outras informações sistematizadas como tempo de permanência, motivação, meio de locomoção entre outras perguntas. Outro fator relevante que a equipe do ICMBio envolvida nessa ação de campo, não se identificou como órgão gestor, fator que intimidar os religiosos de manifestarem sua prática ou até mesmo se disponibilizar a responder o questionário. A pesquisa continua em andamento, porém com as informações já obtidas é possível afirmar a necessidade urgente de articulação e interlocução entre os grupos religiosos e poder público em relação ao uso desses espaços fundamentados nas diretrizes da Educação Ambiental. A sensibilização sobre a importância da proteção da REBIO do Tinguá como unidade de conservação que tem como premissa a manutenção de áreas prístinas dos ambientes, ou seja, livres ou com baixo impacto de atividades humanas também é necessária. Estudos técnicos que apontem possíveis áreas contíguas ou no entorno onde esse tipo de prática possa ser compatibilizado e reconhecido como área para prática religiosa também devem ser objeto de atenção pelo poder público.
Título do Evento
IV Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território (CONGEO)
Cidade do Evento
São Paulo
Título dos Anais do Evento
Anais do Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território - CONGEO
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

MEDEIROS, Gisele Silva de; AZEVEDO, Thaís Salatiel de; SILVA, Suyane Moraes da. CONFLITOS DO USO RELIGIOSO EM ESPAÇO PROTEGIDO: O CASO DA RESERVA BIOLÓGICA DO TINGUÁ.. In: Anais do Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território - CONGEO. Anais...Sao Paulo(SP) USP, 2023. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/IVCONGEO/670300-CONFLITOS-DO-USO-RELIGIOSO-EM-ESPACO-PROTEGIDO--O-CASO-DA-RESERVA-BIOLOGICA-DO-TINGUA. Acesso em: 30/04/2025

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