A GUERRA HÍBRIDA CONTRA A VENEZUELA: A COBIÇA DOS EUA AO PETRÓLEO DO PAÍS E A MANIPULAÇÃO DA OPINIÃO PÚBLICA.

Publicado em 14/02/2024 - ISBN: 978-65-272-0268-4

Título do Trabalho
A GUERRA HÍBRIDA CONTRA A VENEZUELA: A COBIÇA DOS EUA AO PETRÓLEO DO PAÍS E A MANIPULAÇÃO DA OPINIÃO PÚBLICA.
Autores
  • Juliana Costa De Morais
  • Marcos Mesquita de Souza Gomes
Modalidade
Resumo/Trabalho completo - Apresentação oral
Área temática
Eixo 5: Integração Regional, Regionalismo e Novos Espaços de Cooperação e Conflito Internacional
Data de Publicação
14/02/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/ivcongeo/675868-a-guerra-hibrida-contra-a-venezuela--a-cobica-dos-eua-ao-petroleo-do-pais-e-a-manipulacao-da-opiniao-publica
ISBN
978-65-272-0268-4
Palavras-Chave
Venezuela. Guerra híbrida. Estados Unidos
Resumo
A guerra híbrida tem sido uma estratégia usada pelos EUA contra a Venezuela que objetiva derrubar o governo venezuelano, não alinhado aos interesses das grandes petrolíferas estadunidenses, que influenciam a política externa dos EUA. Segundo Martin (2019), a estratégia envolve ciberataques, sabotagem financeira e comercial, fake news, manipulação do judiciário, pressão diplomática extra institucional, manipulação de grupos violentos e uso de forças regulares. A importância geopolítica do petróleo vai além da segurança energética, abrangendo uma questão de segurança nacional. O petróleo é um recurso estratégico para definir a configuração do poder mundial, do ponto de vista militar. O acesso às jazidas tem sido uma questão central nas estratégias das potências desde a Segunda Guerra (VITTO, 2019). A partir do governo Chávez, com a falta de acesso ao petróleo venezuelano por parte das petrolíferas estadunidenses, os EUA voltaram sua política externa para o ataque contínuo à Venezuela. Assim, passaram a fazer uso da guerra híbrida por meio, sobretudo, da imprensa ocidental, objetivando criar uma imagem negativa do chavismo, demonizando seus líderes. O departamento do tesouro americano também passou a impor medidas para criar o caos econômico na Venezuela (RODRIGUES, 2019). As reservas de petróleo constituem um elemento primordial da economia venezuelana, sendo as maiores do mundo. Dessa forma, a compreensão da situação econômica do país desde 2010 requer uma análise sobre essas reservas e sobre a cobiça das petrolíferas estadunidenses, como Chevron e ExxonMobil, que têm grande influência na política externa dos EUA (RODRIGUES, 2019). A facilitação do acesso às jazidas venezuelanas traria lucros maiores a essas empresas, contudo, isso não é de interesse da Venezuela, visto que os recursos naturais, nas mãos de empresas estrangeiras, iriam abalar a soberania nacional e o futuro do país. O comportamento do governo estadunidense em relação às reservas de petróleo venezuelanas é resultado de uma postura imperialista adotada como política externa direcionada aos países latino-americanos. trata-se da construção de um império por meio da extensão da autoridade de um Estado soberano (EUA) sobre outros Estados (os países da América Latina), através de conquista territorial, política ou militar, criando uma relação na qual os países conquistados contribuem com recursos para o conquistador e se tornam dependentes dele, beneficiando economicamente o último (CLARK, 2003). Após assumir o poder no país, Hugo Chávez passou a adotar uma postura visando frear os interesses dos EUA sobre a exploração dos recursos venezuelanos. Com isso, os estadunidenses passaram a executar a guerra híbrida, tornando a Venezuela o primeiro exemplo desse novo modal de guerra, como assinala Martin (2019). Corroborando este entendimento, em 2015, o governo Obama declarou a Venezuela uma “ameaça à segurança nacional dos EUA”, justificativa apresentada para intensificar as sanções econômicas já impostas ao país, visando desestabilizar e provocar a derrocada do chavismo. Após a Guerra Fria, todos os líderes políticos dos EUA promoveram guerras convencionais e não convencionais, financiaram ditaduras e apoiaram grupos opositores em diversas regiões do globo, sempre com o pretexto de tornar o mundo “safe for democracy”. Mas aí cabe uma pergunta: Que democracia? Onde quer que os EUA intervenham, a democracia constituiu-se de bombardeios, destruição, terror, massacres, caos e catástrofes humanitárias. Os fatos ao longo da história sempre mostraram que os EUA e as grandes potências capitalistas jamais entraram em guerra pela democracia e pela liberdade, para proteger civis ou direitos humanos, mas somente para defender suas necessidades e interesses econômicos e geopolíticos, seus interesses imperiais (BANDEIRA, 2022). Na guerra híbrida imposta à Venezuela, os EUA impuseram sanções políticas e econômicas e passaram a manipular a opinião pública internacional através da disseminação de informações falsas pela mídia ocidental que corromperam a imagem do governo Maduro, abalando sua legitimidade perante a comunidade internacional, entre outras consequências. No Brasil, a grande imprensa reproduz os conteúdos na mídia ocidental fazendo com que a opinião pública nacional tenha uma visão negativa dos líderes venezuelanos, não entendendo o que ocorre no vizinho setentrional. Devido à desinformação acerca do tema, o presente artigo se propõe a analisar o contexto geoeconômico e geopolítico deste. Dessa forma, inicialmente, o texto aborda a dependência econômica da Venezuela em relação ao petróleo. Em seguida é apresentado o conceito de guerra híbrida e a forma com que os EUA a executam. Por fim, são analisados os impactos desta última na opinião pública brasileira. No tocante à metodologia, este trabalho configura uma pesquisa qualitativa, pautada em análise bibliográfica e documental, sob a ótica das Relações Internacionais e da Geografia Política.
Título do Evento
IV Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território (CONGEO)
Cidade do Evento
São Paulo
Título dos Anais do Evento
Anais do Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território - CONGEO
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

MORAIS, Juliana Costa De; GOMES, Marcos Mesquita de Souza. A GUERRA HÍBRIDA CONTRA A VENEZUELA: A COBIÇA DOS EUA AO PETRÓLEO DO PAÍS E A MANIPULAÇÃO DA OPINIÃO PÚBLICA... In: Anais do Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território - CONGEO. Anais...Sao Paulo(SP) USP, 2023. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/IVCONGEO/675868-A-GUERRA-HIBRIDA-CONTRA-A-VENEZUELA--A-COBICA-DOS-EUA-AO-PETROLEO-DO-PAIS-E-A-MANIPULACAO-DA-OPINIAO-PUBLICA. Acesso em: 30/04/2025

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