IDENTIDADE NACIONAL NA FRONTEIRA: O CASO DAS CIDADES GÊMEAS DE CORUMBÁ (BR) E PUERTO QUIJARRO (BO)

Matheus Valadares; Gloria Maria Vargas

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Trabalho

Título do Trabalho

IDENTIDADE NACIONAL NA FRONTEIRA: O CASO DAS CIDADES GÊMEAS DE CORUMBÁ (BR) E PUERTO QUIJARRO (BO)

Autores

Matheus Valadares
Gloria Maria Vargas

Modalidade

Resumo/Trabalho completo - Apresentação oral

Área temática

Eixo 3: Fronteiras e Limites em Múltiplas Escalas

Data de Publicação

14/02/2024

País da Publicação

Brasil

Idioma da Publicação

Português

Página do Trabalho

https://www.even3.com.br/anais/ivcongeo/675961-identidade-nacional-na-fronteira--o-caso-das-cidades-gemeas-de-corumba-(br)-e-puerto-quijarro-(bo)

ISBN

978-65-272-0268-4

Palavras-Chave

Fronteira Brasil-Bolívia, Identidade nacional, Corumbá

Resumo

Das fronteiras que o Brasil compartilha com seus vizinhos sul-americanos, a que divide com a Bolívia é a maior, possuindo uma extensão de 3.423 km. Ela abrange áreas dos estados brasileiros do Acre, Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Já no lado boliviano ela abarca áreas dos departamentos de Beni, Pando e Santa Cruz. Os dois países possuem uma longa história de iniciativas de integração, fazendo parte de organizações multilaterais, como o Comitê Intergovernamental Coordenador dos Países da Bacia (CIC), a Associação Latinoamericana de Integração (ALADI), a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), a União de Nações Sul-americanas (UNASUL) e o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL), entre outras (MARTINS; CARNEIRO, 2020), além de serem signatários do Acordo para permissão de residência, estudo e trabalho a nacionais fronteiriços brasileiros e bolivianos. Ao longo da fronteira brasileiro-boliviana existem cinco conjuntos de cidades gêmeas, sendo que a conurbação formada por Corumbá, Puerto Quijarro e duas outras cidades vizinhas é a mais populosa e importante em termos socioeconômicos. A importância de se estudar as cidades gêmeas se deve ao fato de que estas constituem áreas prioritárias para políticas públicas voltadas à fronteira. Sendo caracterizadas por materializar o contato entre regimes jurídicos diferentes, bem como o encontro de línguas, culturas e povos distintos (MACHADO, 2005). A análise dessas regiões por meio da Geografia Política requer que sejam levadas em consideração diferentes escalas, tais como a municipal, a estadual, a federal, dentre outras. De acordo com Machado (2005), as regiões de fronteira têm configurado, nos últimos tempos, espaços de múltiplos significados, e são complexos de coexistências, complementaridades e conflitos num processo de transformação permanente. A referida autora lembra que a maior parte das regiões de fronteira se encontram distantes e por vezes isoladas dos centros de decisão de seus respectivos países. As dificuldades de transporte e comunicações fazem parte, com muita frequência, da realidade dessas localidades. Fato que pode ser explicado tanto pela função de barreira que tais regiões exercem, como, em alguns casos, pelo menor peso de suas economias. Por sua vez, Albuquerque (2016) afirma que na fronteira há uma sobreposição de costumes e de culturas onde ocorre o contato entre identidades nacionais distintas. Nesse sentido, cabe ressaltar, que a identidade nacional pode ser definida tanto como uma identificação individual, quanto uma forma de identidade coletiva. Todavia, para o autor a fronteira deve ser pensada como zona de contato entre dois Estados soberanos, configurando um espaço relacional que produz diferenças nacionais contrastivas. No caso da fronteira Brasil-Bolívia, as identidades brasileira e boliviana deixam de ser vistas como permanentes e podem ser olhadas a partir das perspectivas da Geografia Política e da Geografia Cultural, sendo percebidas como fenômenos dinâmicos, marcados por elementos difusivos tanto contrastantes quanto complementares das expressões culturais. Cabe destacar que as cidades gêmeas de Corumbá e Puerto Quijarro configuram aglomerações urbanas separadas pelo limite internacional, mas apesar disso, trabalhos acadêmicos e mesmo acordos bilaterais têm estabelecido Puerto Suárez (um município vizinho) como a localidade fronteiriça vinculada a Corumbá (SILVA, 2012; BRASIL, 2009), ao invés de Puerto Quijarro. Contudo, Corumbá e Puerto Quijarro compõem uma paisagem específica, com uma dinâmica particular, caracterizada por interações sociais e econômicas intensas, bem como por conflitos decorrentes de diferenças culturais e políticas. Ambas constituem um nó importante de redes de distribuição de mercadorias do Cone Sul em virtude de sua posição geográfica. Por outro lado, sua localização no bioma Pantanal é um fator limitador de diversas atividades econômicas e ao mesmo tempo potencializa uma maior aproximação entre as populações dos países vizinhos, desafiando as exigências das políticas nacionais (SILVA, 2012). Dessa forma, o presente trabalho objetiva aferir como se expressam as identidades nacionais no contexto das cidades gêmeas de Corumbá e Puerto Quijarro. Trabalhamos com a hipótese de que em casos de fronteira com vários Estados nacionais, se constrói um novo tipo de identidade, que estamos chamando de identidade fronteiriça. Em relação à metodologia, trata-se de uma pesquisa qualitativa, de cunho exploratório, pautada em análise bibliográfica e documental, enriquecida com trabalho de campo.

Título do Evento: IV Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território (CONGEO)
Cidade do Evento: São Paulo
Título dos Anais do Evento: Anais do Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território - CONGEO
Nome da Editora: Even3
Meio de Divulgação: Meio Digital

Como citar

VALADARES, Matheus; VARGAS, Gloria Maria. IDENTIDADE NACIONAL NA FRONTEIRA: O CASO DAS CIDADES GÊMEAS DE CORUMBÁ (BR) E PUERTO QUIJARRO (BO).. In: Anais do Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território - CONGEO. Anais...Sao Paulo(SP) USP, 2023. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/IVCONGEO/675961-IDENTIDADE-NACIONAL-NA-FRONTEIRA--O-CASO-DAS-CIDADES-GEMEAS-DE-CORUMBA-(BR)-E-PUERTO-QUIJARRO-(BO). Acesso em: 26/04/2025