O ERÓTICO EM CENA: UMA ANÁLISE DO FILME "LOVE"

Publicado em 22/03/2021 - ISBN: 978-65-5941-128-3

Título do Trabalho
O ERÓTICO EM CENA: UMA ANÁLISE DO FILME "LOVE"
Autores
  • Isadora Marchioni
  • MARIA CRISTINA CANDAL POLI
Modalidade
Resumo apresentação oral padrão
Área temática
Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH)/Psicologia
Data de Publicação
22/03/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/jgmictac/316490-o-erotico-em-cena--uma-analise-do-filme-love
ISBN
978-65-5941-128-3
Palavras-Chave
psicanálise; erotismo; pornografia; cinema.
Resumo
O diretor argentino Gaspar Noé é conhecido por criar filmes que testam as barreiras daquilo que é aceitável no cinema. Seu quarto longa-metragem, Love (2015), partiu de seu desejo em ver o amor retratado como algo extasiante, doloroso e viciante. No filme, o personagem principal Murphy é acordado na manhã de ano novo por um telefonema da mãe de sua ex-namorada, Electra, preocupada, em busca da filha. A partir daí, o espectador é levado em uma jornada não-linear pelas lembranças de Murphy sobre seu relacionamento com Electra e pelo triângulo amoroso formado com sua atual companheira, mãe de seu filho. O personagem principal é um americano estudante de cinema em Paris, que em certo momento do filme profere que “[eu] quero fazer filmes que sejam de sangue, esperma e lágrimas.” A frase é um retrato conciso da trama do filme, que causou polêmica em festivais por conter cenas de sexo explícito e não-simuladas. Essa reação nos leva a perguntar quais seriam os limites entre um filme que usa do erótico, e um filme pornográfico? O que compõe o erotismo? Para Bataille (1987), existe o erotismo dos corpos, dos corações e o erotismo sagrado, e o sentido do erótico é dado pelo interditos que o barram, como a descontinuidade dos seres e a própria noção da morte. Já a pornografia, de acordo com Hunt (1999), tem o seu campo de batalha travado nas zonas limítrofes entre o secreto e o revelado, o oculto e o evidente. Podemos perceber, a partir dessas duas conceituações, uma primeira separação entre os conceitos. O erótico está presente na interrupção dos corpos, enquanto a pornografia não admite ruptura (HAN, 2017); ela simula uma plenitude de gozo, um sexo ininterrupto que sempre atinge um ápice de satisfação. No filme, conforme acompanhamos a história de Murphy e Electra, vemos que existe uma pornografização do sexo conforme a relação também vai se degradando; a retirada do afeto abre espaço para a espetacularização dos corpos. Neste trabalho, pretendo trabalhar em cima desses dois campos de expressão do sexo, o erótico e o pornográfico, estabelecendo uma diferenciação entre ambos e mostrando, a partir de exemplos retirados do filme, como o conceito psicanálitico de desejo não existe a partir de uma satisfação oferecida por um objeto real (PONTALIS, LAPLANCHE, 2001), mas sim da sua relação com a fantasia, articulando-se com o inconsciente. BATAILLE, Georges. O Erotismo. Porto Alegre: L&PM, 1987. HAN, Byung-Chul. Sociedade da transparência. São Paulo: Vozes Limitada, 2017. HUNT, Lynn. A invenção da pornografia: obscenidade e as origens da modernidade. São Paulo: Hedra, 1999. PONTALIS, Jean-Baptiste; LAPLANCHE, Jean. Vocabulário da psicanálise. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
Título do Evento
XLII Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural (JICTAC 2020 - Edição Especial) - Evento UFRJ
Título dos Anais do Evento
Anais da Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

MARCHIONI, Isadora; POLI, MARIA CRISTINA CANDAL. O ERÓTICO EM CENA: UMA ANÁLISE DO FILME "LOVE".. In: Anais da Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural. Anais...Rio de Janeiro(RJ) UFRJ, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/jgmictac/316490-O-EROTICO-EM-CENA--UMA-ANALISE-DO-FILME-LOVE. Acesso em: 26/04/2025

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