ACULTURAÇÃO E MITO DA DEMOCRACIA RACIAL: UMA ANÁLISE MARXISTA A PARTIR DE CLÓVIS MOURA E FLORESTAN FERNANDES

Publicado em 22/03/2021 - ISBN: 978-65-5941-128-3

Título do Trabalho
ACULTURAÇÃO E MITO DA DEMOCRACIA RACIAL: UMA ANÁLISE MARXISTA A PARTIR DE CLÓVIS MOURA E FLORESTAN FERNANDES
Autores
  • Gabriel Corrêa Campos
  • JAIME ERNESTO WINTER HUGHES LEON
Modalidade
Resumo apresentação oral padrão
Área temática
Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE)/Economia
Data de Publicação
22/03/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/jgmictac/317397-aculturacao-e-mito-da-democracia-racial--uma-analise-marxista-a-partir-de-clovis-moura-e-florestan-fernandes
ISBN
978-65-5941-128-3
Palavras-Chave
Democracia racial; Aculturação; Luta de classes; Brasil
Resumo
Esta pesquisa interdisciplinar, recém-iniciada, pretende evidenciar, a partir da apreensão crítica das contribuições de Moura (1988) e Fernandes (1964), como a análise científica da formação social brasileira e da luta de classes permitem realizar nos dias atuais a necessária crítica do processo de aculturação e do mito da democracia racial, compreendendo-os como parte da ideologia da classe dominante (branca) tupiniquim e como bases daquilo que Florestan Fernandes chamaria de resistência às mudanças sociais de nossas classes dominantes. Além disso, buscaremos investigar como tais construções ideológicas operam na atualidade, em um regime de acumulação neoliberal e vigência de um governo protofascista, o qual explicitamente reitera o mito da democracia racial. Como método, utilizar-nos-emos da abordagem das controvérsias para a organização da história do pensamento econômico brasileiro tal como proposta por Malta et al. (2011), a fim de captar a processualidade e a historicidade do pensamento dos autores envolvidos, como expressão ideal das contradições materiais nas quais estavam imersos ao longo do século XX, considerando suas limitações e aproveitando aquilo que pode ser instrumentalizado para o estudo da contemporaneidade. Apesar de ser uma pesquisa muito recente, o estudo preliminar sinaliza que o racismo brasileiro é estrutural no sentido de ser funcional ao tipo de capitalismo que se aqui se formou, um capitalismo dependente e periférico. Ambos, a aculturação e o mito da democracia racial, contribuíram para justificar e reforçar a negligência da população branca diante de sua responsabilidade em resolver, ao lado dos movimentos negros, o dilema da abolição inconclusa e da integração do negro na sociedade de classes. Diante disso, a pesquisa parece apontar para o fato de que governos conservadores, como atual, e que prezam pelo desmonte de políticas públicas e das políticas afirmativas e que são complacentes com o genocídio negro reforçam o racismo brasileiro. A aculturação é um conceito antropológico utilizado para explicar como o contato permanente entre distintas culturas atua no sentido de produzir sínteses que a elas se incorporam, influenciando-as mútua ou unilateralmente. De maneira geral, conforme Moura (1988) trata-se de um conceito que ignora a situação histórico-estrutural na qual os contatos entre culturas distintas se desenvolvem. No caso brasileiro, por exemplo, o uso de tal conceito no tratamento da relação entre religiões e expressões culturais africanas e europeias é uma das chaves ideológicas do mito da democracia racial, pois afirma que o processo aculturativo teria culminado na incorporação de elementos das culturas dominadas à estrutura cultural padrão e hegemônica da sociedade, tal como - no âmbito biológico - a miscigenação teria dado origem a uma democracia racial no país. São conceitos que impõe uma falsa visão de horizontalidade das relações raciais e sociais no Brasil, em suas múltiplas expressões. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FERNANDES, F. A integração do negro na sociedade de classes: ensaio de interpretação sociológica. São Paulo: Globo, 1964 [2008]. MALTA, Maria Mello de et al. “A história do pensamento econômico brasileiro entre 1964 e 1989: um método para discussão”. In: MALTA, Maria Mello de. (coord.). Ecos do desenvolvimento: uma história do pensamento econômico brasileiro. Rio de Janeiro, IPEA/Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento, 2011, p. 23-52 MOURA, C. Sociologia do negro brasileiro. São Paulo: Ática, 1988ª.
Título do Evento
XLII Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural (JICTAC 2020 - Edição Especial) - Evento UFRJ
Título dos Anais do Evento
Anais da Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

CAMPOS, Gabriel Corrêa; LEON, JAIME ERNESTO WINTER HUGHES. ACULTURAÇÃO E MITO DA DEMOCRACIA RACIAL: UMA ANÁLISE MARXISTA A PARTIR DE CLÓVIS MOURA E FLORESTAN FERNANDES.. In: Anais da Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural. Anais...Rio de Janeiro(RJ) UFRJ, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/jgmictac/317397-ACULTURACAO-E-MITO-DA-DEMOCRACIA-RACIAL--UMA-ANALISE-MARXISTA-A-PARTIR-DE-CLOVIS-MOURA-E-FLORESTAN-FERNANDES. Acesso em: 24/04/2025

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