O SUPEREU EM SUA DIMENSÃO DE IMPERATIVO CATEGÓRICO

Arthur Candiota

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Trabalho

Título do Trabalho

O SUPEREU EM SUA DIMENSÃO DE IMPERATIVO CATEGÓRICO

Autores

Arthur Candiota

Modalidade

Resumo apresentação oral padrão

Área temática

Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH)/Psicologia

Data de Publicação

22/03/2021

País da Publicação

Brasil

Idioma da Publicação

Português

Página do Trabalho

https://www.even3.com.br/anais/jgmictac/318438-o-supereu-em-sua-dimensao-de-imperativo-categorico

ISBN

978-65-5941-128-3

Palavras-Chave

supereu, psicanálise, clínica psicanalítica,

Resumo

Situado no escopo da teoria da clínica psicanalítica, o presente trabalho se dedica ao tema do supereu, visando a circunscrever sua dimensão imperativa indicada por Freud e desenvolvida por Jacques Lacan, bem como o tratamento que uma psicanálise é capaz de lhe dispensar. Em 1923, no artigo “O Eu e o Isso”, Freud introduz sua segunda tópica e a instância do supereu. Definido então como herdeiro do Complexo de Édipo, o supereu seria uma gradação no eu advinda da identificação ao pai edípico - veiculador da proibição do incesto - desempenhando uma função legisladora. Logo, segundo o autor, seria responsável pela consciência moral, expressa como um “imperativo categórico”(FREUD, 1923). Além disso, Freud também aponta para outra dimensão do supereu: como “pura cultura da pulsão de morte” (FREUD, 1923), ele suscitaria o sentimento inconsciente de culpa, suposto à necessidade de punição, detectada na própria gravidade dos sintomas neuróticos que penalizam o sujeito. O supereu responderia, também, por um dos fenômenos clínicos mais desafiadores, a reação terapêutica negativa, na qual, após um aparente avanço no tratamento, o sujeito recua e torna a sofrer de maneira tão acentuada como de início - nessa dinâmica, a necessidade de punição associada à instância compareceria em destaque. Logo, o supereu é, desde sua fundação, um conceito eminentemente clínico, que responderia por um número de fenômenos neuróticos e por diversos impasses no tratamento. Dito isso, esta pesquisa busca investigar as incidências clínicas do supereu a partir da menção de Freud à noção de “imperativo categórico”, que remete à clássica formulação kantiana “age de tal modo que a máxima de tua vontade possa sempre valer ao mesmo tempo como princípio de uma legislação universal” (KANT, 1788-2008 apud DALBONE & BASTOS, 2009). Em Kant, a consciência moral - articulada segundo o imperativo categórico - diz respeito à “presença de algo de absoluto no homem” e pode ser definida, em última instância, como a pura “consciência do dever” - ou seja, trata-se de uma consciência que “manda de modo absoluto” (CARPIO, 2004). Logo, o imperativo categórico kantiano comporta uma dimensão de puro imperativo, que encontramos também na dinâmica superegóica. Disto isso, para realizar esta pesquisa teórico-clínica, nosso percurso se iniciará com a problematização em Freud da instância superegóica, suas funções e distinção em relação ao ideal de eu, com o qual permaneceu identificado durante certo tempo. Tocaremos, então, na menção de Freud ao imperativo categórico a propósito do supereu e investigaremos a significação do imperativo categórico; tudo isso à luz das pontuações iniciais de Jacques Lacan acerca do supereu, presentes em seus seminários inaugurais. Por fim, recorreremos à literatura psicanalítica contemporânea, com enfoque sobre as incidências clínicas do supereu e sobre seu tratamento, a fim de abordar alguns dos impasses mais prementes na experiência clínica da psicanálise, a partir da continuidade fundamental entre a teoria e a clínica psicanalíticas. A título de conclusão, antecipamos que uma psicanálise visa a possibilitar uma desarticulação do jugo superegóico, que comanda um sofrimento que está para-além do princípio de prazer - um gozo - e procura viabilizar a emergência do desejo na escuta do sujeito. Referências: CARPIO, Adolfo. Principios de Filosofía: una introducción a su problemática. 2° ed. 5° reimpresión. Buenos Aires: Glauco, 2004. DALBONE, Antonio; BASTOS, Angélica. Moral kantiana e ética da Psicanálise. Arq. bras. psicol., Rio de Janeiro , v. 61, n. 2, p. 1-6, ago. 2009. FREUD. S (1923) “O ego e o id”. Obras psicológicas completas de Sigmund Freud, vol. XIX. Edição Standard Brasileira, Rio de Janeiro: Imago Ed., 1996.

Título do Evento: XLII Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural (JICTAC 2020 - Edição Especial) - Evento UFRJ
Título dos Anais do Evento: Anais da Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural
Nome da Editora: Even3
Meio de Divulgação: Meio Digital

Como citar

CANDIOTA, Arthur. O SUPEREU EM SUA DIMENSÃO DE IMPERATIVO CATEGÓRICO.. In: Anais da Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural. Anais...Rio de Janeiro(RJ) UFRJ, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/jgmictac/318438-O-SUPEREU-EM-SUA-DIMENSAO-DE-IMPERATIVO-CATEGORICO. Acesso em: 28/04/2025