Anais da Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural

“ESTUPRO CULPOSO”? UMA ANÁLISE DAS NARRATIVAS SOBRE O CASO MARIANA FERRER NA IMPRENSA ONLINE E NO TWITTER.

Publicado em 22/03/2021 - ISBN: 978-65-5941-128-3

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Título do Trabalho
“ESTUPRO CULPOSO”? UMA ANÁLISE DAS NARRATIVAS SOBRE O CASO MARIANA FERRER NA IMPRENSA ONLINE E NO TWITTER.
Autores
  • Carlos Eduardo Barros Pinto
  • Debora Salles
  • Charbelly Estrella
  • Giulia Vitoria Araujo Costa
  • Bruno Mauricio Mattos Martins
  • Maria Diniz
  • Renato Beaklini Taborda França
  • Beatriz Valiante Dominguez
  • Samantha Pinto do Nascimento
  • ROSE MARIE SANTINI DE OLIVEIRA
Modalidade
Resumo apresentação oral padrão
Área temática
Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH)/Comunicação
Data de Publicação
22/03/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/jgmictac/318596-estupro-culposo-uma-analise-das-narrativas-sobre-o-caso-mariana-ferrer-na-imprensa-online-e-no-twitter
ISBN
978-65-5941-128-3
Palavras-Chave
estrupro culposo, contas automatizadas, social media, agenda melting
Resumo
O julgamento sobre a denúncia de estupro apresentada pela catarinense Mariana Ferrer repercutiu diversos debates na imprensa e nas mídias sociais por todo o país após a publicação de uma reportagem que associava a sentença ao termo “estupro culposo” (ALVES, 2020). Este trabalho busca desenvolver um estudo das narrativas sobre o tema que circularam pela internet brasileira a partir da publicação dessa reportagem. Através de uma parceria entre o grupo de pesquisa NetLab e a startup Twist Systems, foram coletados dados de dois diferentes tipos de mídia online: (i) 214 reportagens em sites de notícias; (ii) 4,2 milhões de publicações no Twitter. Foram selecionados na amostragem apenas conteúdos relacionados aos temas de gênero e diversidade sexual, publicados entre os dias dois e seis de novembro de 2020. Com os dados dos sites de notícias e do Twitter foi feita uma análise volumétrica para identificar, em cada um dos dois universos: o volume de publicações, as palavras mais frequentes, as entidades mais citadas, e os sites e perfis que mais repercutiram sobre o tema. Avaliamos então o percentual de automação nas redes do Twitter. Foi observada a evolução dos volumes de dados em ambos os universos ao longo do tempo no período analisado. Do ponto de vista qualitativo, a amostra foi submetida a uma análise das narrativas mais presentes, a fim de mapear os principais atores, perspectivas e disputas de sentido em cada universo. No Twitter houve grande apoio orgânico a Mariana Ferrer. No dia dois de novembro, o volume de tweets sobre o tema foi de 29,9 mil, evoluindo para 3,1 milhões no dia três, 758,4 mil no dia quatro, 186,7 mil no dia cinco e 98,4 mil no sexto dia do mês. A hashtag #justiçapormariferrer foi a mais popular na amostra, com um pico de 243.139 tuítes no dia três de novembro. Contudo, nos dias subsequentes a pauta foi desviada para o debate em torno das reações do colunista Rodrigo Constantino ao caso, que ofuscou a discussão a respeito do julgamento em si. Notamos ainda que a #cytotec (medicamento associado ao aborto) se destacou entre os termos disseminados por bots, impulsionada por 85,7% de postagens automatizadas, comparada com uma média de 35,1% na rede geral. Bem menos expressiva, a evolução do volume de reportagens nos sites de notícias foi de 28 notícias no dia dois, 36 no dia três, 42 no dia quatro, 49 no dia cinco e 56 no sexto dia de novembro. A cobertura de imprensa foi marcada pela presença do debate sobre o caso de forma bem mais constante e com foco na perspectiva jurídica, além de referências a outros episódios de violência contra mulheres e aos impactos da questão de gênero nas eleições estadunidenses que ocorreram no mesmo período. Em um cenário de mídias digitais em rede, este estudo de caso ilustra a ideia de um agendamento intermídia (MCCOMBS, 2005), em que os conteúdos em um tipo de mídia, como foi o caso da reportagem do The Intercept e do vídeo de Rodrigo Constantino, podem influenciar e ser influenciados pelos conteúdos de outras mídias, como o caso do Twitter. Referências ALVES, Schirlei. Julgamento de influencer Mariana Ferrer terrmina com sentença inédita de 'estupro culposo' e advogado humilhando jovem. The Intercept Brasil, 03 de novembro de 2020. Disponível em: <https://theintercept.com/2020/11/03/influencer-mariana-ferrer-estupro-culposo/>. Acesso em: 28 de nov. 2020. MCCOMBS, Maxwell. A Look at Agenda-setting: past, present and future. Journalism Studies, v. 6, n. 4, p. 553- 557, 2005. Disponível em: <https://doi.org/10.1080/14616700500250438>. Acesso em: 28 de nov. 2020.
Título do Evento
XLII Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural (JICTAC 2020 - Edição Especial) - Evento UFRJ
Título dos Anais do Evento
Anais da Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

PINTO, Carlos Eduardo Barros et al.. “ESTUPRO CULPOSO”? UMA ANÁLISE DAS NARRATIVAS SOBRE O CASO MARIANA FERRER NA IMPRENSA ONLINE E NO TWITTER... In: Anais da Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural. Anais...Rio de Janeiro(RJ) UFRJ, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/jgmictac/318596-ESTUPRO-CULPOSO-UMA-ANALISE-DAS-NARRATIVAS-SOBRE-O-CASO-MARIANA-FERRER-NA-IMPRENSA-ONLINE-E-NO-TWITTER. Acesso em: 25/04/2025

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