HÁBITOS ALIMENTARES DE PEIXES-BOI MARINHOS (TRICHECHUS MANATUS) EM VIDA LIVRE E MANTIDOS SOB CUIDADOS HUMANOS NO LITORAL BRASILEIRO

Publicado em 18/03/2024 - ISBN: 978-65-272-0365-0

DOI
10.29327/1388709.10-1  
Título do Trabalho
HÁBITOS ALIMENTARES DE PEIXES-BOI MARINHOS (TRICHECHUS MANATUS) EM VIDA LIVRE E MANTIDOS SOB CUIDADOS HUMANOS NO LITORAL BRASILEIRO
Autores
  • Júlia Bastos Villela
  • Isabela Silveira Maia
  • Isabelle Passos Coelho
  • Artur Andriolo
Modalidade
Resumo
Área temática
Manejo Nutricional e Alimentar de Animais Selvagens
Data de Publicação
18/03/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/jornadagbr/756613-habitos-alimentares-de-peixes-boi-marinhos-(trichechus-manatus)-em-vida-livre-e-mantidos-sob-cuidados-humanos-no-
ISBN
978-65-272-0365-0
Palavras-Chave
Conservação ex situ, mamíferos marinhos, nutrição, reabilitação, sirênios.
Resumo
O peixe-boi-marinho (Trichechus manatus) é um mamífero aquático pertencente à ordem Sirenia, cuja distribuição abrange desde o sudeste dos Estados Unidos até o litoral norte do Brasil e é classificado como “em perigo” na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2022). A manutenção de espécimes sob cuidados humanos é necessária para reabilitação desses animais após interações antrópicas, principalmente capturas incidentais e colisões com embarcações. A correta adaptação dos hábitos alimentares da espécie nesta situação é de suma importância para o sucesso de sua reabilitação. Portanto, objetiva-se descrever os hábitos alimentares da espécie em vida livre e sob cuidados humanos de forma contrastante para auxiliar na adequação do manejo da espécie ex situ. A análise foi feita a partir da busca de artigos científicos na plataforma Google Acadêmico utilizando as palavras chave: alimentação e peixe-boi-marinho. Os peixes-boi-marinhos possuem dieta herbívora, não ruminante e com digestão fermentativa no intestino grosso (BARBOSA, 2016), alimentando-se de diversas plantas flutuantes, submersas e emergentes. Sua alimentação varia de acordo com a região em que ocorrem e época do ano, mas de uma maneira geral, no litoral brasileiro, sua dieta é composta por algas (verdes como Caulerpa prolifera, C. mexicana, C. cupressoides e C. sertularioides; pardas como Dictyopteris sp., Dictyota sp. e Sargassum sp.; vermelhas como Cryptonemia crenulata, Hypnea musciformis, Gracilaria sp. e G. domingensis), raízes e folhas de mangues (Avicennia schaueriana, Laguncularia racemosa e Rhizophora mangle) e angiospermas marinhas (Halodule wrightii). Há também relatos de consumo oportunista de peixes retirados das redes de pesca (RODRIGUES, 2018). Sob cuidados humanos, essa dieta é substituída por vegetais cultivados como couve (Brassica oleracea), alface (Lactuca sativa), repolho (Brassica oleracea var. capitata) e acelga (Beta vulgaris cicla), frutas como banana (Musa spp.) e maçã (Malus domestica), legumes como beterraba (Beta spp.), pepino (Cucumis sativus) e cenoura (Daucus carota), forrageiras utilizadas na alimentação de animais de produção, como o capim elefante (Pennisetum sp.) e algas vermelhas (BARBOSA, 2016), (RODRIGUES, 2018). Em vida livre, os peixes-boi-marinhos consomem diariamente de 5 a 10% de seu peso corporal e possuem uma taxa metabólica de 25 a 30% (RODRIGUES, 2018). Sob cuidados humanos, a alimentação sólida é aumentada gradualmente até atingir de 4 a 5% do peso vivo por dia. Porém, deve-se atentar não só ao peso dos alimentos, mas também ao valor nutricional de cada item alimentar (AQUASIS, 2016). O leite produzido pela fêmea, assim como observado em outros mamíferos aquáticos, possui alto teor de gordura. Nos recintos de aclimatação de filhotes, são utilizadas fórmulas lácteas artificiais à base de leite deslactosado ou proteína isolada de soja, dada uma restrição natural à lactose. Para atender ao alto teor de gordura, são adicionados gema de ovo, óleo de canola, coco e manteiga sem sal (BARBOSA, 2016), (RODRIGUES, 2018). Para filhotes, a dieta sólida é introduzida gradualmente a partir das primeiras semanas de reabilitação, uma vez que em vida livre são apresentados a esses alimentos nesse período (AQUASIS, 2016). Outro ponto importante é a oferta de água doce, uma vez que esses animais em vida livre ingerem água doce a partir de olhos d'água e desembocaduras de rios (BARBOSA, 2016), (RODRIGUES, 2018). Além dos estudos acerca dos hábitos alimentares em vida livre dos peixes-boi-marinhos, é de suma importância realizar a constante medição biométrica dos animais em reabilitação a fim de adaptar a alimentação fornecida de acordo com a curva de crescimento da espécie, levando em conta idade, peso e comprimento, evitando obesidade ou um baixo ganho de peso. Conclui-se que é possível disponibilizar uma dieta balanceada para peixes-boi marinhos mantidos sob cuidados humanos a partir de substituintes cultivados e alimentos comerciais, porém a reabilitação desses animais se beneficiaria de maiores estudos acerca da composição bromatológica dos alimentos consumidos em vida livre e dos alimentos possíveis de serem ofertados por humanos.
Título do Evento
X Jornada Acadêmica do GEAS Brasil
Cidade do Evento
Palhoça
Título dos Anais do Evento
Anais da Jornada Acadêmica do GEAS Brasil: medicina, manejo e conservação de animais aquáticos
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital
DOI

Como citar

VILLELA, Júlia Bastos et al.. HÁBITOS ALIMENTARES DE PEIXES-BOI MARINHOS (TRICHECHUS MANATUS) EM VIDA LIVRE E MANTIDOS SOB CUIDADOS HUMANOS NO LITORAL BRASILEIRO.. In: . Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/jornadagbr/756613-HABITOS-ALIMENTARES-DE-PEIXES-BOI-MARINHOS-(TRICHECHUS-MANATUS)-EM-VIDA-LIVRE-E-MANTIDOS-SOB-CUIDADOS-HUMANOS-NO-. Acesso em: 26/04/2025

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