ANESTESIA TOTAL INTRAVENOSA EM CÃO SUBMETIDO À TROCLEOPLASTIA: RELATO DE CASO

Publicado em 27/01/2021 - ISSN: 2237-4949

Título do Trabalho
ANESTESIA TOTAL INTRAVENOSA EM CÃO SUBMETIDO À TROCLEOPLASTIA: RELATO DE CASO
Autores
  • Laiza Rodrigues dos Santos
  • Alyandara Caruso Bittencourt
  • Gustavo Nunes de Santana Castro
Modalidade
Resumo expandido
Área temática
Anestesiologia
Data de Publicação
27/01/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/samvet2020/320505-anestesia-total-intravenosa-em-cao-submetido-a-trocleoplastia--relato-de-caso
ISSN
2237-4949
Palavras-Chave
TIVA, cirurgia ortopédica, canino, analgesia
Resumo
ANESTESIA TOTAL INTRAVENOSA EM CÃO SUBMETIDO À TROCLEOPLASTIA: RELATO DE CASO ¹SANTOS, Laiza Rodrigues dos; ²BITTENCOURT, Alyandara Caruso; ³CASTRO, Gustavo Nunes de Santana ¹Graduanda em Medicina Veterinária da UNESA; ²Graduanda em Medicina Veterinária da UFRRJ; ³Doutorando do PPGMV/UFRRJ Palavras chave: TIVA, cirurgia ortopédica, canino, analgesia Introdução A anestesia total intravenosa (TIVA) é cada vez mais utilizada na rotina clínica de pequenos animais, apresentando vantagens que, de acordo com Zacheu (2004), são o emprego facilitado, uma vez que não são necessários equipamentos específicos, e diminuição dos efeitos colaterais cardiovasculares, com redução das catecolaminas circulantes. Além disso, há também desvantagens, uma vez que não há indicação do uso em animais com comprometimento hepático e renal, pois os fármacos passam por um processo de biotransformação e são eliminados do organismo, além de haver a necessidade do uso de uma bomba para cada fármaco utilizado (OLIVEIRA et al., 2006). A luxação de patela, uma anomalia que ocorre regularmente nos joelhos dos cães, consiste no deslocamento patelar em relação a sua posição anatômica normal na tróclea femoral, podendo ser congênita, acometendo principalmente cães de raças toy e miniatura, ou traumática, acometendo qualquer raça. Essa afecção é comum na traumatologia e ortopedia veterinária, sendo o tratamento cirúrgico o mais preconizado para correção. Dessa forma é necessário que haja um protocolo anestésico eficaz para que o transoperatório e o pós-operatório sejam seguros para o paciente, uma vez que cirurgias ortopédicas são correlacionadas a estímulos dolorosos moderados a intensos (JOHNSON; HULSE, 2005). Este trabalho tem como objetivo relatar o uso de TIVA em canino filhote, submetido a cirurgia ortopédica. Relato de caso Um canino, fêmea, sem raça definida, de cinco meses, pesando 7,9 kg, ASA 2 foi submetido à cirurgia de trocleoplastia. Ao dar entrada no hospital veterinário com queixa de claudicação do membro posterior direito, o animal foi encaminhado para realização de exame radiográfico do membro no qual foi constatado luxação de patela grau 4, sendo necessário o procedimento cirúrgico corretivo. Durante a avaliação pré-anestésica a paciente estava com comportamento alerta, mucosas normocoradas, escore corporal 3, ausculta cardíaca e pulmonar normais, pulso com frequência normal, nível de consciência pleno e escore de dor moderado. Trinta minutos antes do início do procedimento foi aplicada a medicação pré-anestésica, acepromazina (0,05mg/kg) e morfina (0,5mg/kg) via intramuscular, atingindo sedação de grau 2, segundo Biermann et al. 2012. A indução foi realizada 10 minutos antes do início da cirurgia, utilizando fentanil (2,5 mcg/kg), cetamina (0,5mg/kg), lidocaína (2 mg/kg) e propofol (2 mg/kg), todos por via intravenosa. A manutenção anestésica ocorreu por via total intravenosa, no qual foi utilizado infusão contínua fentanil (2,5 mcg/Kg/h), cetamina (0,5 mg/Kg/h), lidocaína (2,0 mg/Kg/h) e propofol (0,05 mg/Kg/h). A intubação foi realizada para o fornecimento de oxigênio e manutenção de vias respiratórias, no qual utilizou-se o circuito respiratório Baraka. Durante todo o processo o animal foi monitorado, sendo avaliados os parâmetros frequência cardíaca e respiratória, pressão arterial sistólica, pressão arterial média, pressão arterial diastólica, saturação de oxigênio e capnografia, e não tiveram nenhuma intercorrência ou alterações significativas, mantendo o paciente estável durante todo o tempo. A recuperação ocorreu tranquilamente e 10 minutos depois do fim da cirurgia, o animal já estava extubado e ativo, tendo alta anestésica. Para o controle da dor pós-operatória foi realizado tramadol (5 mg/kg), dipirona (25 mg/kg) e cetoprofeno (1 mg/kg), todos por via subcutânea. Discussão Em cirurgias ortopédicas de rotina, normalmente, opta-se pelo uso da anestesia inalatória associada ao bloqueio locorregional, uma vez que essa técnica permite que o animal recupere da anestesia mais rapidamente, e sem alterações cardiovasculares e hemodinâmicas importantes. Os bloqueios regionais são recursos extremamente valiosos na prática da anestesiologia veterinária, no qual vários procedimentos podem e são realizados somente com a analgesia das técnicas de anestesia local. A analgesia epidural, por exemplo, com fármacos opióides e anestésicos locais é importante no controle da dor e bem estar do animal. O bloqueio local promove analgesia local ou um bloqueio de condução nervosa, além disso normalmente os compostos são potencialmente menos tóxicos que os anestésicos gerais, possuem maior duração, são mais seletivos e menos custo. Uma alternativa segura é a TIVA, que apesar da depressão respiratória dose-dependente, permite um plano anestésico adequado, com uma recuperação anestésica satisfatória e diminuído risco de náusea e vômitos no pós-operatório. A administração concomitante de vários analgésicos durante a anestesia total intravenosa é útil para aumentar a analgesia intra e pós operatória. Infusões contínuas em doses baixas de cetamina, lidocaína, opióides (fentanil) e suas associações são descritas como adjuvantes à anestesia total intravenosa. De modo que quando se utiliza esses fármacos a dose de anestésico injetável pode ser reduzida de modo significativo. Pacientes pediátricos apresentam reserva orgânica limitada, menor capacidade de responder a um desafio ou mudança fisiológica e necessidade de doses reduzidas de alguns anestésicos e analgésicos quando comparados com animais adultos jovens e idosos. A fisiologia dos filhotes resulta em diferenças na farmacocinética e farmacodinâmica, contribuindo para uma resposta alterada aos fármacos. Isso resulta em maior risco de complicações durante a anestesia, o que exige uma criteriosa administração de anestésico e o monitoramento contínuo. Pacientes filhotes possuem o sistema renal e hepático com suas respectivas funções imaturas, o que leva a duração prolongada dos fármacos com depuração renal e hepática, portanto, o tempo de recuperação pode ser prolongado. Embora haja poucos estudos referente a TIVA em filhotes, essa técnica vem crescendo na rotina anestésica veterinária e tem se mostrado eficaz. Conclusão O uso de TIVA é uma excelente opção anestésica e uma alternativa ao uso da anestesia inalatória associada aos bloqueios locorregionais. Desta forma, configurando uma anestesia balanceada, no qual associa-se fármacos para que ao potencializarem os efeitos desejáveis, os efeitos indesejáveis sejam diminuídos pela diminuição das doses necessárias. Logo, nota-se que o uso de TIVA é uma excelente técnica e maiores estudos científicos trarão mais segurança para o seu uso em filhotes. Referências Bibliográficas BIERMANN, K.; HUNGERBUHLER, S.; MISCHKE, R.; KASTNER S. Sedative, cardiovascular, haematologic and biochemical effects of four different drug combinations administered intramuscularly in cats. Veterinary Anaesthesia and Analgesia. v. 39, n 2, p. 137-150, 2012. DOMENEGHETTI, M.L; MARCHIONI, G.G; CARVALHO, C.D.G. Anestesia em cães neonatos: revisão de literatura e relato de dois casos. Revista Científica de Medicina Veterinária. n. 25, 2015. JOHNSON, A. L.; HULSE, D. A. Fundamentos da cirurgia ortopédica e tratamento de fraturas. Cirurgia de pequenos animais, v. 2, p. 823-899, 2005. OLIVEIRA, F. A.; OLESKOVICZ, N.; DE MORAES, A. N. Anestesia total intravenosa em cães e gatos com propofol e suas associações. Revista de Ciências Agroveterinárias, Lages, v. 6, n. 2, p. 170-178, dez. 2007. ZACHEU, J. Avaliação da associação de propofol e de cloridrato de alfentanil na manutenção anestésica por infusão contínua em cães pré-medicados com acepromazina, 2004, 146p. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia de Botucatu, Universidade Estadual Paulista, Botucatu.
Título do Evento
VI SAMVET 2020 - Semana Acadêmica da Pós-Graduação em Medicina Veterinária - SamVet / VI Mostra de Trabalhos da Medicina Veterinária
Título dos Anais do Evento
Anais SamVet 2020
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SANTOS, Laiza Rodrigues dos; BITTENCOURT, Alyandara Caruso; CASTRO, Gustavo Nunes de Santana. ANESTESIA TOTAL INTRAVENOSA EM CÃO SUBMETIDO À TROCLEOPLASTIA: RELATO DE CASO.. In: Anais SamVet 2020. Anais...Seropédica(RJ) UFRRJ, 2020. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/SamVet2020/320505-ANESTESIA-TOTAL-INTRAVENOSA-EM-CAO-SUBMETIDO-A-TROCLEOPLASTIA--RELATO-DE-CASO. Acesso em: 15/01/2025

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