PERIFERIA É PERIFERIA - ANÁLISE DA MANIFESTAÇÃO DO RACISMO E VIOLÊNCIA NO FILME “CIDADE DE DEUS” (2002)

Publicado em 26/09/2021 - ISBN: 978-65-5941-340-9

Título do Trabalho
PERIFERIA É PERIFERIA - ANÁLISE DA MANIFESTAÇÃO DO RACISMO E VIOLÊNCIA NO FILME “CIDADE DE DEUS” (2002)
Autores
  • Letícia Duarte da Silva
  • Lais Hildebrando Fischer
  • Tamires Dias Dos Santos
Modalidade
Comunicação Oral
Área temática
GT 09 | Vazar a tela: cinema, política e desobediências
Data de Publicação
26/09/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/sbpp/382177-periferia-e-periferia---analise-da-manifestacao-do-racismo-e-violencia-no-filme--cidade-de-deus-(2002)
ISBN
978-65-5941-340-9
Palavras-Chave
Periferia brasileira, necropolítica, racismo, violência e subjetividade.
Resumo
A análise do longa-metragem Cidade de Deus (2002) revela a conjuntura de uma periferia do Rio Janeiro durante os anos 70 e 80, onde o cenário retratado se aplica para as demais periferias do século XXI, que seguem os mesmos moldes desta produção cinematográfica. Estabelecem-se as inter-relações dos fenômenos racismo e violência na subjetividade de pessoas negras em contexto de periferia, marcados ao longo do filme, caracterizando a análise da comunidade Cidade de Deus e de dois personagens, refletindo, assim, sobre os seus comportamentos e desenvolvimento psicossocial. O racismo estrutural e a violência estão enraizados nas estruturas do Brasil, devido ao longo processo de escravização e colonização. O filme representa um retrato de extrema importância que revela a realidade da sociedade brasileira, evidenciando o abandono e exclusão social que ocorrem de forma sistemática nas favelas, e que são marcadas pela pobreza e pelo crescimento da violência. No Brasil, o retrato das periferias, em 2021, é de uma política de morte, em que os mais afetados tem cor e classe social, e estão em condições de extrema vulnerabilidade ao sofrerem com o abandono e violência de um Estado consonante com a necropolítica, que promove mortes em larga escala, pois “a soberania é a capacidade de definir quem importa e quem não importa, quem é descartável e quem não é” (Mbembe, 2018, p.41). Portanto, a narrativa presente nesse longa-metragem vaza os limites da tela ao se demonstrar como um relato político e verdadeiro da vulnerabilidade das periferias. Assim, essa produção tem como objetivo principal a reflexão sobre a manifestação do racismo estrutural e suas dimensões, e a violência que se configura como central na vida dos moradores da periferia. Sitou-se o racismo estrutural e a violência como potentes categorias de análise comportamental, pois a consciência a respeito dessas temáticas é fundamental para colaborar com debates e possibilidades de um país mais igualitário. A construção histórica do Brasil, enquanto nação, se deu a partir de processos que violam direitos humanos elementares de acesso à vida e dignidade humana de pessoas negras, e esses processos se reinventam no pós-abolição, no qual o encarceramento e genocídio em massa da população negra por parte do Estado escancaram a necropolítica que determina quais corpos estão marcados para morrer e viver em condições precárias (Lima, et al., 2020). Cidade de Deus (2002) escancara a importância urgente de contestar sobre as questões de violência e racismo estrutural e suas relações com outros marcadores sociais brasileiros, propondo ferramentas para a construção de um novo cenário nas periferias. Por fim, o nome deste trabalho advém da música “Periferia é Periferia” do grupo de rap brasileiro Racionais MC’s, evidenciando que a música, o cinema, e a arte em geral, extrapolam os limites das telas e da ficção, e puramente da ideia da arte à serviço do belo, e apresentam-se como elementos fundamentais de denúncia e crítica de problemas sociais estruturantes, colaborando para construir uma transformação das estruturas sociais, objetivando a proteção de direitos humanos, justiça social e um mundo mais igualitário.
Título do Evento
XI Simpósio Brasileiro de Psicologia Política | Ofensivas anti-democráticas, colonialidade, experiências de subjetivação política e a crise da democracia no Brasil
Título dos Anais do Evento
Anais do XI Simpósio Brasileiro de Psicologia Política
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SILVA, Letícia Duarte da; FISCHER, Lais Hildebrando; SANTOS, Tamires Dias Dos. PERIFERIA É PERIFERIA - ANÁLISE DA MANIFESTAÇÃO DO RACISMO E VIOLÊNCIA NO FILME “CIDADE DE DEUS” (2002).. In: Anais do XI Simpósio Brasileiro de Psicologia Política. Anais...Belo Horizonte(MG) Online, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/sbpp/382177-PERIFERIA-E-PERIFERIA---ANALISE-DA-MANIFESTACAO-DO-RACISMO-E-VIOLENCIA-NO-FILME--CIDADE-DE-DEUS-(2002). Acesso em: 26/04/2025

Trabalho

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