TRANSTORNO DISSOCIATIVO DE IDENTIDADE (MÚLTIPLAS PERSONALIDADES): RELATO E ESTUDO DE CASO NA APS

karen bon limaligeiro; Thays Scapin Coca da Silva; Laura Vicari do Valle

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Trabalho

Título do Trabalho

TRANSTORNO DISSOCIATIVO DE IDENTIDADE (MÚLTIPLAS PERSONALIDADES): RELATO E ESTUDO DE CASO NA APS

Autores

karen bon limaligeiro
Thays Scapin Coca da Silva
Laura Vicari do Valle

Modalidade

Relatos de Caso

Área temática

Geral

Data de Publicação

15/12/2020

País da Publicação

Brasil

Idioma da Publicação

Português

Página do Trabalho

https://www.even3.com.br/anais/sc_fase/194655-transtorno-dissociativo-de-identidade-(multiplas-personalidades)--relato-e-estudo-de-caso-na-aps

ISSN

2675-8563

Palavras-Chave

Transtorno dissociativo, múltiplas personalidades

Resumo

INTRODUÇÃO: O caso descrito refere-se à uma paciente que é acompanhada em uma unidade de saúde da família do município de Petrópolis, com transtorno psiquiátrico de difícil e raro diagnóstico. RELATO DO CASO: Paciente, feminino, acompanha na unidade desde os 6 anos. Aos 12, iniciou dor precordial em pontada, dispneia em repouso, epigastralgia e ansiedade. Após investigação, foram descartadas causas orgânicas. Aos 14 anos, retorna com episódios de cefaleia associada a vertigem, tratada para enxaqueca com Amitriptilina e Ergotamina. Aos 16 anos apresentou irritabilidade e agressividade, sendo proposto acompanhamento multiprofissional semanal. Identificados os fatores desencadeantes do estresse: família disfuncional, autoritarismo paterno, pessimismo, prejuízo da autoimagem e autopercepção e egocentrismo. Bullying do 4º ao 9º ano escolar e sentimentos de traição de amigos e família. Praticou automutilação e tentou suicídio 3 vezes. Iniciada Fluoxetina com melhora parcial. Após algumas consultas, relatou sentir-se “capaz e empoderada”, dormindo três horas por noite sem prejuízo da função, suspenderá Fluoxetina por conta própria. Sua acompanhante descreveu episódios de agressividade que a paciente não recordava. Em consulta do matriciamento de psiquiatra, aos 17 anos, foi iniciado Ácido Valpróico. No retorno, acompanhada de uma amiga, paciente relatou melhora do padrão de sono. A acompanhante, porém, descreveu episódios de mudança de caligrafia e voz, agressividade, isolamento social, apresentando-se com outro nome, diversas vezes emitindo comandos para cometer suicídio. Há ainda a apresentação de uma terceira pessoa, alegre, positiva e comunicativa, de voz suave e amena, constantemente conflitante com a segunda. Em consulta subsequente, paciente mostra anotações feitas durante os episódios, onde verifica-sea divergência entre as caligrafias. Foi diagnosticada inicialmente com transtorno espectro bipolar em hipomania e transtorno de ansiedade dissociativa de múltiplas personalidades. Prescrita Risperidona e acompanhamento psicológico. Em reavaliação, paciente não estava em uso da medicação, as relações no colégio pioraram, bem como sua capacidade de reagir ou suportar estímulos negativos. Proposto Ácido Valpróico, porém paciente não retornou. DISCUSSÃO: Diante dos critérios diagnósticos do DSM-5 a paciente apresenta a ruptura de identidade caracterizada pela presença de dois ou mais estados de personalidade (podendo ter descontinuidade do senso de si mesma e domínio de suas próprias ações), não sendo atribuída a efeitos fisiológicos de substâncias ou outra condição médica. Alguns fatores estão relacionados a risco e prognóstico como o abuso físico e sexual, traumas, comorbidades com outros transtornos mentais. Estudos apontam a dissociação como um mecanismo de defesa. Segundo Pierre Janet, o fenômeno não teria origem proposital ou funcional, e sim a partir da experiência de emoções veementes, inclusive terror, que levariam à desorganização das funções usuais de integração das informações na consciência. Mais de 70% dos pacientes tentam suicídio, sendo comum múltiplas tentativas e autoagressão. CONCLUSÃO: Podemos inferir a importância do diagnóstico precoce e acompanhamento multiprofissional, com abordagens medicamentosas e terapia cognitivo-comportamental. Além disso, o fortalecimento do vínculo do paciente com a equipe foi fundamental para elucidar os fatores estressores e desencadeantes dos sintomas apresentados pela mesma. Somente através de uma abordagem longitudinal foi possível chegar ao diagnóstico precocemente, constituindo um fator modificador do curso, gerando melhor prognóstico. REFERÊNCIAS: AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5 ed. Artmed, 2014. NEGRO JUNIOR, Paulo Jacomo; NEGRO, Paula Palladino; LOUZA, Mario Rodrigues. Dissociação e transtornos dissociativos: modelos teóricos. São Paulo. Revista Brasileira de psiquiatria, v. 21, n 4, 1999.

Título do Evento: Semana Científica FMP/FASE
Cidade do Evento: Petrópolis
Título dos Anais do Evento: Anais da Semana Científica
Nome da Editora: Even3
Meio de Divulgação: Meio Digital

Como citar

LIMALIGEIRO, karen bon; SILVA, Thays Scapin Coca da; VALLE, Laura Vicari do. TRANSTORNO DISSOCIATIVO DE IDENTIDADE (MÚLTIPLAS PERSONALIDADES): RELATO E ESTUDO DE CASO NA APS.. In: Anais da Semana Científica. Anais...Petrópolis(RJ) Faculdade de Medicina de Petrópolis/Faculdade Arthur Sá Earp Neto, 2019. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/SC_FASE/194655-TRANSTORNO-DISSOCIATIVO-DE-IDENTIDADE-(MULTIPLAS-PERSONALIDADES)--RELATO-E-ESTUDO-DE-CASO-NA-APS. Acesso em: 25/04/2025