CELULITE ORBITÁRIA POR MRSA: UM RELATO DE CASO

Publicado em 18/12/2020 - ISSN: 2675-8563

Título do Trabalho
CELULITE ORBITÁRIA POR MRSA: UM RELATO DE CASO
Autores
  • Clarice Espindola da Penha
  • Allan Lôbo Quintino dos Santos
  • BRUNA PEREIRA DE MENDONÇA
  • Amanda Gomes
  • RODOLFO VIEIRA HAACK
  • Ruy Alberto Kux
Modalidade
Trabalhos Científicos
Área temática
Exemplo de Área Temática
Data de Publicação
18/12/2020
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/scunifasefmp/280706-celulite-orbitaria-por-mrsa--um-relato-de-caso
ISSN
2675-8563
Palavras-Chave
Orbital Cellulitis, Methicillin-Resistant Staphylococcus aureus
Resumo
INTRODUÇÃO: Celulite orbitária é uma doença que ameaça a visão e a vida e que integra o topo da lista de preocupações da Oftalmologia. Deve ser diferenciado da celulite pré-septal que é uma infecção da porção anterior da pálpebra. Ambas as patologias podem causar dor ocular, eritema e edema palpebral, podendo confundir o diagnóstico, no entanto possuem implicações clínicas muito diferentes. A celulite pré-septal é geralmente uma condição leve que raramente leva a complicações graves, enquanto a celulite orbital pode causar perda de visão e até a morte. A celulite orbital geralmente pode ser diferenciada da celulite pré-septal por suas características clínicas (oftalmoplegia, dor com movimentos oculares e proptose) e por estudos de imagem. Tais condições são mais comuns em crianças do que em adultos, e a celulite pré-septal é muito mais comum que a celulite orbital. Antes da introdução da vacina HiB em 1985, o Haemophilus influenzae tipo B era o patógeno causador mais comum identificado em casos de celulite orbitária. Com a introdução da vacina, espécies de Staphylococcus sp. e Streptococcus sp. surgiram como os micróbios predominantes, isolados de resultados de cultura de abscessos orbitais drenados associados à celulite orbitária. Associar methicillin-resistant Staphylococcus aureus (MRSA) ao conjunto de possíveis agentes etiológicos bacterianos aumenta ainda mais o nível de gravidade, e sua importância clínica deve-se ao aumento da virulência do microrganismo, severidade da doença e a seleção adequada de antibióticos empíricos iniciais. DESCRIÇÃO DO CASO: Trata-se do relato de um paciente de 25 anos, obeso, trabalhador de lavanderia hospitalar que apresentou lesão nodular eritematosa, pruriginosa e indolor em pálpebra inferior, após trauma contuso em olho direito. Em atendimento médico inicial, foi diagnosticado e tratado como quadro de hordéolo, porém, não aderiu ao tratamento. A lesão evoluiu com dor, edema palbebral superior e drenagem espontânea de secreção purulenta, seguida de melhora parcial do quadro durante doze dias. Posteriormente evoluiu com eritema, dor e edema importante em pálpebra superior direita, resultando em fechamento ocular. Em nova busca por auxílio médico apresentou-se com flogose e quemose no olho direito, leucocitose com desvio à esquerda e marcadores inflamatórios elevados. Diante do quadro infeccioso grave, foi iniciada antibioticoterapia de amplo espectro empiricamente com piperacilina-tazobactam 4,5g, de 6 em 6 horas, vancomicina 1g, 12 em 12 horas e prednisona 60 mg/dia, via oral. Exame de Ressonância Nuclear Magnética de Crânio com contraste do início da internação evidenciou celulite orbitária, presença de áreas abscedadas contíguas, miosite e neurite, descartando acometimento meníngeo e encefálico. Durante internação evoluiu com drenagem de secreção gelatinosa, esverdeada, proveniente da pálpebra superior através de erosão superficial. A partir desse momento, o paciente apresentou melhora evolutiva do quadro álgico e inflamatório inicial, e resultado de cultura da secreção com resultado positivo para MRSA. Após 21 dias de antibioticoterapia associada à corticoterapia sistêmica, o paciente evoluiu com melhora completa de sinais flogísticos e queixas álgicas e recebeu alta com encaminhamento para ambulatório de Oftalmologia. Exame oftalmológico pré-alta do olho direito: amaurose, ptose e midríase paralítica. Fundoscopia do olho direito: nervo óptico pálido e atrófico. DISCUSSÃO: A celulite orbitária é uma infecção pós-septal e envolve os músculos e/ou gordura da órbita. Deve ser diferenciada da celulite pré-septal que é uma infecção da porção anterior da pálpebra. Nenhuma envolve o próprio globo ocular. A celulite orbitária geralmente pode ser diferenciada da celulite pré-septal por suas características clínicas (oftalmoplegia, dor aos movimentos oculares e proptose) e por estudos de imagem; nos casos em que a distinção não é clara, os médicos devem tratar os pacientes como se tivessem celulite orbitária. Ambas as condições são mais comuns em crianças do que em adultos, e a celulite pré-septal é muito mais comum que a celulite orbitária, tendo esta última a rinossinusite aguda como etiologia mais comum. CONCLUSÃO: A celulite orbitária é uma condição não habitual na faixa etária adulta e o acometimento por MRSA reforça a importância clínica do caso que, apesar do tratamento adequado, evoluiu para cegueira monocular irreversível.
Título do Evento
XXVI Semana Científica UNIFASE/FMP
Título dos Anais do Evento
Anais da Semana Científica
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

PENHA, Clarice Espindola da et al.. CELULITE ORBITÁRIA POR MRSA: UM RELATO DE CASO.. In: Anais da Semana Científica. Anais...Petrópolis(RJ) Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto, 2020. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/SCUNIFASEFMP/280706-CELULITE-ORBITARIA-POR-MRSA--UM-RELATO-DE-CASO. Acesso em: 27/04/2025

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