MEGACOLON TÓXICO POR COMPLICAÇÃO DA RETOCOLITE ULCERATIVA: UM RELATO DE CASO.

Publicado em 04/11/2021 - ISSN: 2675-8563

Título do Trabalho
MEGACOLON TÓXICO POR COMPLICAÇÃO DA RETOCOLITE ULCERATIVA: UM RELATO DE CASO.
Autores
  • Caroline Funger Badia de Souza
  • Desyreê Mello Vital Angelo
  • Adriano Calsavari
Modalidade
Relato de Caso
Área temática
Exemplo de Área Temática
Data de Publicação
04/11/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/scunifasefmp2021/402462-megacolon-toxico-por-complicacao-da-retocolite-ulcerativa--um-relato-de-caso
ISSN
2675-8563
Palavras-Chave
Megacólon, Retocolite, Gastroenteropatia
Resumo
INTRODUÇÃO: A retocolite ulcerativa (RCU) é uma doença crônica e inflamatória do cólon (intestino grosso), que pode evoluir para Megacólon tóxico caso haja resistência ao tratamento clínico e em algumas situações, o agente causador é desconhecido. O caso relatado e literaturas revisadas demonstram a importância da discussão sobre essa complicação originada da (RCU), além de ajudar no aprendizado e aperfeiçoamento do enfermeiro no juízo crítico perante a clínica dos pacientes. RELATO DE CASO: C.C. 44 anos, sexo masculino, sem comorbidades crônicas presentes, nega etilismo, tabagismo, uso de drogas ilícitas e medicamentos regulares, há cerca de um ano apresentou dor em quadrante inferior do abdômen, tipo cólica, associada a hiporexia, perda ponderal e episódios esporádicos de hematoquesia. Devido aos sinais e sintomas, paciente procurou Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde foi orientado a procurar um especialista. Em junho de 2021, apresentou uma piora importante e foi internado após proctologista identificar presença de pus e sangue durante exame clínico. C.C. permaneceu 12 dias internado em UPA, realizando tratamento com ciprofloxacino e metronidazol, enquanto aguardava exame de colonoscopia, que evidenciou erosões profundas, lineares com edema e enantema, sendo realizado biópsia com resultado de retocolite ulcerativa interrogada. Após o agravo, C.C. foi transferido para Hospital Alcides Carneiro e permaneceu internado na Clínica Médica Masculina por 26 dias realizando intervenção terapêutica com antibióticos, antifúngicos, analgesia, coagulante e corticoide. No 20° dia de internação, apresentou piora em seu quadro geral, e sua dieta oral foi zerada, sendo necessário uso de sonda nasogástrica por distensão abdominal. Foram realizados exames de imagens para acompanhar a evolução do quadro de Megacólon Tóxico, e realizado exames laboratoriais que demonstraram uma queda da série vermelha, sendo necessárias algumas transfusões de concentrados de hemácias. A possibilidade de realizar uma retossigmoidoscopia foi cancelada pois não se demonstrava benéfica ao paciente. Não havendo melhoras, foi solicitado vaga para Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que foi cedida no 26º dia de internação. Durante esse período na UTI, C.C continuou apresentando quadro de enterorragia, sendo necessárias mais infusões de concentrados de hemácias, e de acordo com seu déficit nutricional, a instalação da Nutrição Parenteral (NPT). Foi acrescentado reposição de vitaminas e solicitado transferência para serviço de referência especializado. Após 10º dia, paciente apresentou melhora no seu quadro geral, incluindo redução significativa de enterorragia, e recebendo alta para enfermaria. No setor de Clínica Médica Masculina, foi incluído em sua terapia medicamentosa Infliximabe, e evolução da dieta via parenteral para dieta via oral. No dia 26/08, o paciente recebeu alta hospitalar, com a orientação de retorno para finalizar o ciclo de administração do infliximabe, podendo assim, retornar para seu lar após 50 dias de internação, sem mais sinais de enterorragia e demais queixas. DISCUSSÃO: De acordo com Revista de Coloproctologia (2008), a RCU acomete diferentes classes, idades, sexo e nacionalidade. Os sintomas são crises de diarreia intensa com sangue de duração intermitente, associadas á cólicas em região hipogástrica, presença de muco nas fezes, mal-estar geral, febre, anemia, anorexia e perda ponderal (MDS, 2020). A origem exata da RCU é idiopática. Uma das possíveis causas é um distúrbio do sistema imunológico, onde as células da mucosa do colón e do reto atacam o próprio organismo (BRASIL, 2002). O diagnóstico é realizado através da história clínica, exames laboratoriais, exames endoscópicos (colonoscopia ou retossigmoidoscopia). O tratamento é realizado com anti-inflamatórios esteroides e não esteroides, antibióticos, imunossupressor, corticoides e analgésicos, incluindo manejo dietético e em alguns casos intervenção cirúrgica. Quando a distensão colônica é superior a 6cm, associado sinais de toxemia que são: distensão abdominal, confusão mental, temperatura axilar < 38,5°c, frequência cardíaca superior a 120 batimentos por minuto, leucocitose maior que 10.500 mm³ e anemia com hemoglobina abaixo do valor de normalidade pelo menos 60%, classificamos como Megacólon. O diagnóstico é feito a partir da suspeita clinica, e confirmado por meio de exame radiológico. A tomografia computadorizada de abdômen também auxilia na confirmação diagnostica. O plano terapêutico inclui medidas de suporte como: hidratação, correção de distúrbios hidroeletrolíticos, da anemia, suporte nutricional, jejum, sonda nasogástrica, antibioticoterapia em amplo espectro, corticoterapia endovenosa, inibidores de bomba de próton endovenoso e profilaxia de trombose (SOBRADO,2016). CONSIDERAÇÕES FINAIS: O caso relatado e a literatura apresentada trazem para discussão a importância de um traçado terapêutico eficaz numa situação complexa que é o megacólon tóxico, que quando bem executada pode oferecer um bom prognóstico ao cliente. É de suma importância o suporte terapêutico da equipe, pois a aceitação da doença e do tratamento influencia diretamente no prognóstico do paciente, elevando sua autoestima e incentivando a adesão ao tratamento. As principais intervenções de enfermagem é a estimulação do paciente ao autocuidado, a prática da educação em saúde, onde visa auxiliar o mesmo a compreender e aceitar o seu processo de adoecimento. Outra medida trata-se da assistência direta ao paciente, junto a equipe multidisciplinar, englobando tais cuidados como: controle de analgesia, alivio de sintomas, controle adequado da hidratação e integridade da pele. O cuidado não envolve apenas o fazer, mas também o entender. Compreender suas dores, desconfortos, medos e angustias frente ao diferente também é cuidar. Nunca devemos subestimar a fala do paciente e suas queixas. A empatia é fundamental para o resultado final que buscamos frente às ações escolhidas.
Título do Evento
XXVII Semana Científica UNIFASE/FMP
Cidade do Evento
Petrópolis
Título dos Anais do Evento
Anais da Semana Científica
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SOUZA, Caroline Funger Badia de; ANGELO, Desyreê Mello Vital; CALSAVARI, Adriano. MEGACOLON TÓXICO POR COMPLICAÇÃO DA RETOCOLITE ULCERATIVA: UM RELATO DE CASO... In: Anais da Semana Científica. Anais...Petrópolis(RJ) Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/SCUNIFASEFMP2021/402462-MEGACOLON-TOXICO-POR-COMPLICACAO-DA-RETOCOLITE-ULCERATIVA--UM-RELATO-DE-CASO. Acesso em: 25/04/2025

Trabalho

Even3 Publicacoes