RELATO DE CASO: MANEJO DA QUEIMADURA ELÉTRICA NA CRIANÇA E SUAS REPERCUSSÕES

Publicado em - ISSN: 2675-8563

Título do Trabalho
RELATO DE CASO: MANEJO DA QUEIMADURA ELÉTRICA NA CRIANÇA E SUAS REPERCUSSÕES
Autores
  • Júlia Trindade Meneses
  • Bruna Dexheimer Da Silva Jardim De Melo Barreto Koenigsdorf
  • Lucca Machado Dias Lima
  • Letícia Dorneles pinto saldanha
  • Mariana Ventura Soares Neves
  • Eneida Quadrio De Oliveira Veiga
Modalidade
Relatos de Caso
Área temática
SAÚDE E BEM-ESTAR
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/scunifasefmp2023/720471-relato-de-caso--manejo-da-queimadura-eletrica-na-crianca-e-suas-repercussoes
ISSN
2675-8563
Palavras-Chave
Choque elétrico, queimadura elétrica, alta tensão
Resumo
Introdução: A lesão elétrica é definida como o dano tecidual causado pela corrente elétrica que atinge o indivíduo, podendo sofrer transformação em energia térmica e evoluir com queimadura elétrica. As consequências dessa lesão variam de acordo com a voltagem que atinge o indivíduo. As lesões por baixa tensão elétrica, usualmente menores que 600V, raramente cursam com queimadura de pele e alterações cardiovasculares e pode ser feito manejo ambulatorial após avaliação clínica. No entanto, acidentes envolvendo alta tensão elétrica (>600V), necessariamente todos os pacientes precisam ser internados para avaliar a extensão de lesões renais, cardiovasculares e nervosas. O diagnóstico de lesões elétricas geralmente é clínico, aliado a anamnese, sendo a conduta direcionada para cada caso, a depender do tipo de queimadura sofrida. ? Relato do caso: Escolar, 10 anos, masculino, branco, previamente hígido, sofreu acidente por queimadura elétrica ao tentar arremessar um fio metálico, através da janela de sua casa, e o mesmo atingiu fiação de alta tensão. O escolar refere dor de moderada intensidade em queimação na mão direita e região esternal com sangramento ativo associado, então buscando imediatamente o pronto socorro onde foi realizado primeiro atendimento com assepsia das lesões, monitorização, hidratação e após ser certificada a estabilização do paciente, este foi transferido à enfermaria pediátrica do Hospital Alcides Carneiro, em Petrópolis - RJ. Ao exame paciente estava orientado, com lesão cortante e queimadura de 3o grau em base do 1o ao 3o quirodáctilo, bordas cauterizadas, e com a presença de bolhas, além de duas lesões ovaladas de queimadura de 3° grau na região do esterno e ambas com 3 cm x 5 cm. Apresentava, ainda, vestimenta com buracos correspondentes às regiões de saída da descarga elétrica. Exame cardiovascular e sistêmico sem alterações. Durante a internação hospitalar, foram avaliadas alterações em marcadores de lesão tecidual, especialmente musculares; cardiológicas; eletrolíticas. Destes, os marcadores de lesão tecidual obtiveram os resultados mais significativos, tendo CK (1794 U/L); CK-mb (70,5 U/L); LDH (742U/L) como máximas. Eletrocardiograma, ecocardiograma e radiografia de tórax, sem alterações. Após 2 semanas de internação evoluiu com melhora clínica e laboratorial, recebendo alta hospitalar com retorno frequente para troca de curativo, sendo encaminhamento ainda para cardiologia, cirurgia plástica e ambulatório de pediatria. ? Discussão: O requisito básico de toda anamnese nos postos de emergência médica é definir 3 pontos cruciais: tipo de corrente, caminho da corrente e tempo de duração do contato. O caso acima descrito retrata uma lesão por fio elétrico de alta tensão, e portanto, de alta gravidade. Estima-se que a taxa de mortalidade desse evento no Brasil chegue a 0,2% ao ano, onde 15% dessas crianças podem evoluir a óbito. É importante lembrar que em ordem crescente, a resistência dos tecidos são: nervos, vasos sanguíneos, pele, músculo e ossos. Isto auxilia na estimativa de danos teciduais e prediz a avaliação clínica, e necessariamente todos os pacientes submetidos a corrente de alta tensão devem ser internados para monitorização dos sistemas renal( insuficiência aguda renal), cardiovascular (corrente contínua (DC) cursa com assistolia, enquanto a corrente alternada (AC) tem maior probabilidade de causar fibrilação ventricular), muscular (síndrome compartimental,Coagulação Intravascular Disseminada -CIVD), e neurológico (paresia, parestesia, paralisia motora, lesão de plexo braquial e até mesmo convulsões). Apesar de todos os fatores de risco, local e extensão da saída da corrente elétrica, o paciente em questão não apresentou quaisquer alterações cardíacas, respiratórias, hidroeletrolíticas ou renais durante o período, tendo apenas marcadores de lesões musculares como troponina, CK e CK-MB elevados por um curto período e hipoestesia no local da ferida. Suas lesões no torso necessitaram ser desbridadas, sendo realizada a remoção deste tecido morto e desvitalizado, o que é peça chave no tratamento efetivo do local lesado pela corrente elétrica. A sobrevida nestes casos depende do tratamento intensivo imediato e o resultado funcional, do tratamento a longo prazo, necessitando por vezes de cirurgia reconstrutora. O esquema terapêutico proposto pela equipe de enfermagem do HAC com uso de gaze aliada a AGE(ácidos graxos essenciais), Vitaminas A e E, propiciou uma cicatrização mais rápida e efetiva, pois auxiliaram na revitalização da pele e auxílio no crescimento do tecido de epitelização. ? Conclusão: O caso descrito acima é de suma relevância na prática clínica e para toda comunidade acadêmica no geral, vide sua raridade em cenários práticos, e as repercussões que porventura podem ser negligenciadas em uma situação como esta. Sendo assim, é esperado que seja feita uma investigação extensa no paciente acometido por corrente elétrica em alta tensão, buscando alterações sistêmicas. Além disso, a ótima evolução clínica do escolar neste caso deve ser contemplada, uma vez que dentre os poucos relatos descritos na literatura, a maioria tem consequências mais severas para o paciente. Portanto, é perceptível que a terapêutica utilizada desempenhou papel importante para mitigar os efeitos da corrente elétrica no corpo, especialmente no fechamento das feridas e no prognóstico do paciente.
Título do Evento
XXIX Semana Científica UNIFASE/FMP
Cidade do Evento
Petrópolis
Título dos Anais do Evento
Anais Semana Científica
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

MENESES, Júlia Trindade et al.. RELATO DE CASO: MANEJO DA QUEIMADURA ELÉTRICA NA CRIANÇA E SUAS REPERCUSSÕES.. In: . Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/SCUNIFASEFMP2023/720471-RELATO-DE-CASO--MANEJO-DA-QUEIMADURA-ELETRICA-NA-CRIANCA-E-SUAS-REPERCUSSOES. Acesso em: 24/04/2025

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