MOVIMENTOS FEMINISTAS NA AMÉRICA LATINA COMO REDES TRANSNACIONAIS: A VOZ DE MULHERES E A VIOLÊNCIA POLÍTICA

Publicado em 25/11/2022 - ISBN: 978-65-5941-910-4

Título do Trabalho
MOVIMENTOS FEMINISTAS NA AMÉRICA LATINA COMO REDES TRANSNACIONAIS: A VOZ DE MULHERES E A VIOLÊNCIA POLÍTICA
Autores
  • Thais Fascina Albacete
Modalidade
Trabalho avulso
Área temática
Feminismos, Gênero e Sexualidade
Data de Publicação
25/11/2022
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/spabri2022/504656-movimentos-feministas-na-america-latina-como-redes-transnacionais--a-voz-de-mulheres-e-a-violencia-politica
ISBN
978-65-5941-910-4
Palavras-Chave
Movimentos Feministas Transnacionais; Perspectiva Feminista nas Relações Internacionais; Movimentos Sociais Globais; Mulheres e Política; Violência Política Contra Mulheres na América Latina;
Resumo
O trabalho tem o objetivo central de entender as características, os campos de atuação e a influência além das fronteiras dos movimentos transnacionais feministas na América Latina como força política na participação de mulheres nos espaços de poder. O pano de fundo parte da realidade de uma estrutura social machista baseada no patriarcado, que subordina a mulher ao homem. Neste sentido, enquanto mulheres lutam por mais voz na política, a realidade traz como uma das consequências principais as violências direcionadas à questão de gênero nos espaços de poder, historicamente dominados por homens. Assim, o trabalho busca entender como os movimentos feministas transnacionais, como o ‘Ni Una Menos’, se organizam em redes e influenciam a luta por espaço na política na região. Para isso, é necessário entender o contexto histórico das teorias das Relações Internacionais até o surgimento das perspectivas feministas. A partir de uma pesquisa bibliográfica, a atuação crescente do chamado ‘estallido feminista’ na região e a cobertura da imprensa, espera-se compreender as plataformas de ações locais e internacionais desses movimentos potencializados a partir do uso da internet, que abre espaço para discussão, trocas de ideias e os transforma em uma ferramenta política potente. Sendo assim, o trabalho se divide da seguinte maneira: na primeira sessão, apresenta-se esse contexto histórico dos grandes debates das teorias das Relações Internacionais. A segunda parte evidencia a importância da análise de gênero no cenário internacional para compreender desigualdades globais. Por último, analiso os movimentos feministas transnacionais na América Latina. É importante dizer que a violência política direcionada a mulheres é um fenômeno global. Mas, então, por que a América Latina é o objeto de estudo deste trabalho? Porque algo acontece aqui e se destaca de outras regiões do mundo. Explico: a América Latina é palco de efervescência social e política na esteira de protestos e o impulso de movimentos feministas crescentes, que levantam pautas cruciais, entre elas, a participação de mulheres nos espaços de poder. Sobre este tema, de acordo com o Inter-Parliamentary Union (IPU), a América está acima da média mundial com a maior representação de mulheres nos Congressos e Parlamentos. O índice é puxado pelos países latino-americanos que nos últimos anos aprovaram leis de paridade política e por campanhas para que mais mulheres sejam eleitas. É justamente na América Latina que esse tema se torna um debate público, principalmente por conta de movimentos e bancadas feministas. A Bolívia, por exemplo, foi o primeiro país latino-americano a criar uma lei, em 2013, que reconhece e criminaliza a violência política contra mulheres. O último país a aprovar uma legislação nesta linha foi o Brasil, no ano passado. Instrumentos para o fim dessa violência tem sido uma das discussões centrais na região. Porém, em uma sociedade assolada pelo machismo e pelo patriarcado, o assunto não é consenso - nem entre homens e muito menos entre mulheres. O resultado das diversas formas de violência é o silenciamento na política. Ou seja, não adianta lutar pela eleição de mulheres se elas não têm voz nos espaços de poder. O trabalho tem o objetivo de responder às seguintes perguntas de pesquisa: quais fatores explicam a aprovação de leis contra a violência política de gênero na Bolívia e no Brasil? Por que, apesar da violência política de gênero ser um fenômeno global, o tema está sendo discutido sobretudo na América Latina? Como as legislações do Brasil e da Bolívia definem a violência política de gênero e como ela é definida e experimentada por políticas de diversos perfis em ambos os países? Este cenário de efervescente debate e solidariedade transnacional na América Latina, tanto em temas como a participação política de mulheres e a violência política contra mulheres, se desenvolve, principalmente, devido ao compartilhamento de uma mesma realidade, experiências e lutas entre os movimentos feministas. Esses grupos se fortaleceram em redes sociais e outros espaços virtuais, e a aproximação revela o reconhecimento mútuo das próprias opressões. O resultado reafirma a importância do marco teórico e análise dos métodos propostos por Valentine M. Moghadam, em “Transnational Feminist Activism and Movement Building” (2015), quando apresenta os movimentos transnacionais feministas e a emergência deles em um mundo complexo e patriarcal. Foi a atuação em rede desses movimentos que fortaleceu a conexão por meio de canais de participação pública, com a inclusão da sociedade, para debates e a tomada de consciência.
Título do Evento
Seminário de Pós-Graduação da Associação Brasileira de Relações Internacionais
Cidade do Evento
São Paulo
Título dos Anais do Evento
Anais do Seminário de Graduação e Pós-graduação em Relações Internacionais
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

ALBACETE, Thais Fascina. MOVIMENTOS FEMINISTAS NA AMÉRICA LATINA COMO REDES TRANSNACIONAIS: A VOZ DE MULHERES E A VIOLÊNCIA POLÍTICA.. In: Anais do Seminário de Graduação e Pós-graduação em Relações Internacionais. Anais...São Paulo(SP) IRI-USP, 2022. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/spabri2022/504656-MOVIMENTOS-FEMINISTAS-NA-AMERICA-LATINA-COMO-REDES-TRANSNACIONAIS--A-VOZ-DE-MULHERES-E-A-VIOLENCIA-POLITICA. Acesso em: 30/04/2025

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