A CONSTRUÇÃO DA IMAGEM FEMININA NA SOCIEDADE JAPONESA E AS IMPLICAÇÕES PARA O FEMINISMO JAPONÊS.

Publicado em 24/10/2019 - ISSN: 2595-850X

Título do Trabalho
A CONSTRUÇÃO DA IMAGEM FEMININA NA SOCIEDADE JAPONESA E AS IMPLICAÇÕES PARA O FEMINISMO JAPONÊS.
Autores
  • Camille Pilar
Modalidade
Resumo Expandido
Área temática
GT 15 - Relações Internacionais: teoria, história e poder
Data de Publicação
24/10/2019
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/spic2019/214102-a-construcao-da-imagem-feminina-na-sociedade-japonesa-e-as-implicacoes-para-o-feminismo-japones
ISSN
2595-850X
Palavras-Chave
Pós-colonialismo, Mulheres, Feminismo, Japão
Resumo
O discurso que consagra as estruturas socialmente construídas na sociedade sobre a significação do feminino e masculino, por muitas vezes não é compreendido e reexaminado no que confere a estrutura social japonesa, onde concede ao homem japonês dominância sobre a mulher. O discurso das relações de poder apresentado por Michel Foucault em História da Sexualidade (1976), fomenta uma reflexão sobre como o poder de discurso e da representação social do feminino que serve como forma para compreender toda a fragmentação da concepção identitária. Podemos compreender, que o padrão social rígido na sociedade japonesa, onde a figura feminina é marginalizada, não caberia colocar a mulher como parte integrante e necessária para a idealização de sociedade "homogênea" japonesa que deve incluir-se estudos sobre a mulher. Em O Segundo Sexo, Simone Beauvoir, explica a complexibilidade social que é se tornar mulher e as diversas subjetividades de significados de feminilidade. Como na sua notória frase: "Ninguém nasce mulher: torna-se mulher". Na sociedade japonesa não se faz diferente essa lógica, já que a sociedade impõe as mulheres determinados tipos de valores sociais e éticos. O feminismo japonês aflora a partir do momento da criação da revista "Seito", em 1911, onde mulheres escrevem contos literários voltados para o público feminino. Ela surge no auge da Restauração Meiji, onde mulheres passaram a estudar, mas mesmo com o estudo elas mantinham idealizações cada vez mais rigorosas sobre papéis e comportamentos femininos, para assim manter a estrutura da sociedade japonesa. As publicações não tinham a pretensão em aflorar ou colaborar com o movimento feminista. Porém a revista era uma afronta à moral da sociedade japonesa da época e inevitavelmente as editoras da "Seito" acabaram por se tornarem feministas japonesas pioneiras no movimento. Durante a Restauração Meji as mulheres passaram por diversas transformações, o tráfico de mulheres passou a ser restrito, as mulheres tinham permissões de solicitar divórcios, além de mulheres poderem frequentar escola primária mesmo que voltada para seus papeis na sociedade como ter aulas de corte e costura, cuidados com a casa e marido. Outras mudanças vão acontecer no papel da mulher é após a Segunda Guerra mundial, onde foi concedido a possibilidade de votar, além de uma nova constituição que garantia a igualdade de gênero. A maior crítica ao feminismo é a sua incapacidade de abranger todas as mulheres em suas diversificadas pautas, ficando sempre dominado por mulheres brancas, heterossexuais e de classe média do Ocidente, além de estar associada a uma ideia universal de opressão, esta abordagem também muitas vezes ignora aspectos culturais importantes para algumas mulheres. Muitas vezes com o propósito de fortalecer o seu discurso ele acaba salientando uma visão ocidentalizada e opressora para culturas orientais e periféricas, criando muitas vezes uma visão distorcida e estereotipada do desconhecido. Para explorar essa mulher periférica, partindo de diversos aspectos, não apenas de gênero, a Teoria Pós-colonial, dá voz a essa mulher excluída. Boaventura de Souza Santos vai colocar que a teoria pós-colonialista vai procurar entender um mundo contemporâneo através das desigualdades entre Oriente e Ocidente, Sul e Norte, criadas pelo colonialismo ao decorrer da história. Ainda que a era do colonialismo tenha acabado, ainda resiste socialmente na personalidade e no discurso do opressor. O movimento feminista japonês vai buscar por equidade de gênero por um recorte de luta anti-imperialista e patriarcal com base na Teoria Pós-colonialista, levando em consideração a raça. Existe uma busca por independência nessa luta por libertação, resgate de memórias, reconstrução da história japonesa, além do acolhimento e da aceitação dos corpos femininos não brancos, buscando sempre acabar com os estigmas sociais que prolongam essas violações de gênero.
Título do Evento
XI Simpósio de Pesquisa e Iniciação Científica - UNICURITIBA
Cidade do Evento
Curitiba
Título dos Anais do Evento
Anais do XI Simpósio de Pesquisa e Iniciação Científica do UNICURITIBA
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

PILAR, Camille. A CONSTRUÇÃO DA IMAGEM FEMININA NA SOCIEDADE JAPONESA E AS IMPLICAÇÕES PARA O FEMINISMO JAPONÊS... In: Anais do XI Simpósio de Pesquisa e Iniciação Científica do UNICURITIBA. Anais...Curitiba(PR) Centro Universitário Curitiba - UNICURITIBA, 2019. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/spic2019/214102-A-CONSTRUCAO-DA-IMAGEM-FEMININA-NA-SOCIEDADE-JAPONESA-E-AS-IMPLICACOES-PARA-O-FEMINISMO-JAPONES. Acesso em: 25/04/2025

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