QUADRO CLÍNICO E MANEJO DA PRÉ-ECLÂMPSIA E ECLÂMPSIA NO CONTEXTO DA EMERGÊNCIA: UMA REVISÃO DE LITERATURA.

Publicado em 08/04/2024 - ISBN: 978-65-272-0395-7

DOI
10.29327/1390041.3-12  
Título do Trabalho
QUADRO CLÍNICO E MANEJO DA PRÉ-ECLÂMPSIA E ECLÂMPSIA NO CONTEXTO DA EMERGÊNCIA: UMA REVISÃO DE LITERATURA.
Autores
  • Letícia Alcântara Da Silva
  • Lorena Sampaio Da Silva Dos Santos
  • Karen Rocha dos Santos Xavier
  • Laiane De Santana Gama
  • Laiana de Jesus Vieira
Modalidade
Resumo expandido
Área temática
Emergências obstétricas e ginecológicas
Data de Publicação
08/04/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/traumaemergencia/792136-quadro-clinico-e-manejo-da-pre-eclampsia-e-eclampsia-no-contexto-da-emergencia--uma-revisao-de-literatura
ISBN
978-65-272-0395-7
Palavras-Chave
Pré-eclâmpsia, Eclâmpsia, Emergência.
Resumo
QUADRO CLÍNICO E MANEJO DA PRÉ-ECLÂMPSIA E ECLÂMPSIA NO CONTEXTO DA EMERGÊNCIA: UMA REVISÃO DE LITERATURA. RESUMO A pré-eclâmpsia é o desenvolvimento de hipertensão arterial após a 20ª semana de gravidez, normalmente em pacientes previamente normotensa, juntamente com níveis significativos de proteinúria. Entende-se que essa patologia apresenta um espectro de grande viabilidade clínico-patológica, no qual pode ser classificada desde a pré-eclâmpsia até a eclâmpsia. Diante desse cenário, cabe aos profissionais da saúde, principalmente em um atendimento de emergência, ficarem atentos ao quadro clínico e aos fatores de risco da paciente. Já dentre os critérios de gravidade, a eclâmpsia é definida como episódios principais de convulsões durante a gestação, com exceção de epilepsia e outras doenças convulsivas pré-existentes. Em relação ao manejo clínico, a pré-eclâmpsia deve ser tratada durante o período gestacional com medicamentos anti-hipertensivos. Entretanto, se não surtir efeito significativo, o tratamento conservador é indicado. PALAVRAS-CHAVE: Pré-eclâmpsia. Eclâmpsia. Emergência. ÁREA TEMÁTICA: Emergências obstétricas e ginecológicas. INTRODUÇÃO A pré-eclâmpsia é o desenvolvimento de hipertensão arterial após a 20ª semana de gravidez, normalmente em pacientes previamente normotensa, juntamente com níveis significativos de proteinúria maior ou igual a 300 mg em urina de 24h. Embora essa descrição seja considerada clássica, a presença de proteína na urina não é obrigatória para o seu diagnóstico (ALVES, 2019). Portanto, o diagnóstico da condição deve ser considerado se a hipertensão permanecer após a 20ª semana, atrelada a presença de repercussões sistêmicas ou disfunção de órgãos específicos (como trombocitopenia, disfunção hepática, insuficiência renal, edema pulmonar agudo, risco iminente de eclâmpsia ou eclâmpsia), independente da ausência de proteinúria associada. A combinação de pressão alta com sinais de placentação anormal, como restrição do crescimento fetal e/ou alterações no fluxo sanguíneo detectadas por exames dopplervelocimétricos, também deve levantar suspeitas de pré-eclâmpsia (Peraçoli JC et al., 2018). Esse distúrbio é considerado como uma manifestação de alto risco, necessitando de um cuidado específico para as gestantes, uma vez que todas as pacientes com tal manifestação podem, de forma inesperada, evoluir com quadros graves. Cabendo aos profissionais da saúde, principalmente em um atendimento de emergência, ficarem atentos ao quadro clínico e aos fatores de risco da paciente, como a primiparidade, gestação múltipla, hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus tipo 1 e 2, história familiar, gestação molar, doenças renais, doenças auto-imunes, obesidade e idade materna avançada (FEDERAL, 2019). METODOLOGIA Trata-se de uma revisão da literatura, feita a partir da seleção de vários artigos referentes às emergências hipertensivas na gestação, com ênfase para na pré-eclâmpsia. Para sua elaboração, foram realizadas buscas nas bases de dados Scientific Eletronic Library Online (SciELO), Nacional Library of Medicine, Google Acadêmico e PubMed, com a combinação de descritores, palavras chave e operadores booleanos individuais a cada uma das bases de dados. A seleção foi realizada com base na leitura do título e do resumo, a partir da qual foram selecionados artigos nos idiomas português e inglês publicados entre 2008 e 2021, além do Protocolo de Pré-eclâmpsia/Eclâmpsia da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e do Protocolo de Atenção à Saúde: Síndromes Hipertensivas na Gestação - Manejo na Emergência do Governo do Distrito Federal. Posteriormente, foi realizada a leitura integral dos artigos para construção da revisão de literatura. REFERENCIAL TEÓRICO A pré-eclâmpsia pode ser classificada como pré-eclâmpsia com sinais ou sem sinais de gravidade, a depender dos sinais e sintomas que acompanham essa doença, assim como dos exames laboratoriais e ultrassonográficos da gestante que possibilitem exibir o comprometimento importante de órgãos-alvo. Entretanto, essa categorização pode induzir ao erro através de uma conduta ineficaz, uma vez que, o fato da paciente ter sido previamente classificada com pré-eclâmpsia sem sinais de gravidade pode atrasar o tratamento urgente como também ao afirmar que uma paciente apresenta o diagnóstico de pré-eclâmpsia grave, em alguns casos pode levar à antecipação do parto de maneira inadvertida e até mesmo desenvolver qualquer alteração patológica provocada na gestante pela má conduta. (Peraçoli JC et al., 2020). Diante disso, entende-se que esta doença apresenta um espectro de grande viabilidade clínico-patológica, no qual pode ser classificada desde a pré-eclâmpsia até a eclâmpsia (Carmo WR et al., 2008). Dentre os critérios de gravidade, a eclâmpsia é definida como episódios principais de convulsões durante a gestação, com exceção de epilepsia e outras doenças convulsivas pré-existentes, com a aparição da tríade sintomática: edema, hipertensão e proteinúria, presente em gestantes com pré-eclâmpsia (Alves, 2013; Carmo WR et al., 2008). Por isso, é fundamental que seja identificada rapidamente nas hipóteses médicas e assim criteriosamente abordada, visto que a pré-eclampsia/eclampsia é um destaque em alta incidência na morbimortalidade (Carmo WR et al., 2008). Os principais parâmetros clínicos e laboratoriais a serem tratados e monitorados são a presença de crise ou emergência hipertensiva de pressão arterial quando PAS ? 160 ou PAD ? 110 mmHg, confirmada em pelo menos duas tomadas, com intervalo de seis horas, preferencialmente após período de repouso e com a paciente sentada. Além disso, pode estar associado ou não a proteinúria de 5 g ou mais em urina de 24 horas; oligúria ou diurese menor do que 400 mL por dia; sintomatologia de iminência de eclâmpsia, ou seja, cefaléia, dor epigástrica e transtornos visuais; cianose e edema pulmonar. Portanto, a propedêutica laboratorial para diagnóstico de pré-eclâmpsia dependerá da situação de cada caso e das possibilidades disponíveis. Com isso, para exames laboratoriais poderá ser solicitado hemograma completo com contagem de plaquetas, proteinúria de fita e/ou de 24 horas, ureia e creatinina, urina tipo I, ácido úrico, perfil hemolítico (DHL), enzimas hepáticas (TGO e TGP) e bilirrubinas totais e frações. (Peraçoli JC et al., 2020; Alves, 2013). Diagnóstico diferencial entre pré-eclâmpsia e hipertensão arterial sistêmica (HAS) crônica, quando está relacionado à hipertensão arterial e a presença de proteinúria sendo manifestada pela primeira vez em uma primigesta após a 20ª semana da gestação, o diagnóstico é dado a pré-eclâmpsia. Assim, na ausência de proteinúria, este diagnóstico pode ser fundamentado na presença de cefaléia, turvação visual, dor abdominal ou exames laboratoriais alterados como plaquetopenia, elevação de enzimas hepáticas, comprometimento renal ou edema pulmonar e distúrbios visuais ou cerebrais, como cefaleia, escotomas ou convulsão (Febrasgo, 2018; Kahhale S et al., 2018). No que concerne ao manejo clínico, a pré-eclâmpsia deve ser tratada durante o período gestacional com medicamentos anti-hipertensivos. Todavia, se não surtir efeito significativo, o tratamento conservador, ou seja, realizar o parto prematuro, é indicado. A retirada prematura da criança deve ser feita analisando questões relacionadas a idade gestacional, a saúde materna e a saúde da criança. Na IG inferior a 24 semanas, a interrupção gestacional é adotada se o quadro clínico da pré-eclâmpsia for grave e estiver gerando sinais de deterioração em detrimento dos benefícios para a mãe e feto. Na IG = 24 semanas e < 34 semanas a cesárea também deve ser realizada em relação ao mesmo quadro clínico , sempre observando os riscos da prematuridade. Já na IG entre 34 a 37 semanas, apesar do risco da prematuridade ser menor, ele ainda existe, por isso, a cesariana deve ser indicada também se houver mais bônus do que ônus para a mãe e bebê. A via de parto escolhida depende do quadro clínico e da situação do colo uterino. O parto transpélvico é sempre o mais desejado, haja vista os seus benefícios. Desse modo, quando o quadro de pré -eclâmpsia é grave e descontrolado, bem como associado com colo uterino com nenhuma dilatação ou insuficiente, a via de parto abdominal é indicada. Se a vitalidade fetal sofre riscos, a cesariana também é indicada. Já em casos da criança termo com o quadro clínico da pré-eclâmpsia estável e o colo uterino encontra-se fechado, recomenda-se o uso de medicamentos e procedimentos ( a exemplo da sonda de Foley) para a realização do parto vaginal bem sucedido. Em relação ao manejo e tratamento emergencial da eclâmpsia, cada hospital adota uma conduta de acordo com os seus protocolos. Apesar disso, de maneira geral, tem-se o uso do sulfato de magnésio como droga de escolha. A sua dose deve ser realizada em quantidade adequada ( 4 a 7 mEq/L), a fim de evitar intoxicações. Esse medicamento pode ser utilizado durante o trabalho de parto, durante o parto e puerpério. Após a administração do medicamento, deve-se avaliar a presença do reflexo patelar, frequência respiratória e débito urinário da gestante. Caso haja alteração em alguns desses parâmetros, o remédio deve ser suspenso. CONSIDERAÇÕES FINAIS As síndromes hipertensivas estão associadas a condições potencialmente graves, podendo trazer consequências não somente para a gestante, mas também para o feto. É importante o monitoramento das gestantes durante o pré natal, em suma, aquelas que apresentam um risco aumentado para o desenvolvimento da doença. Por isso, reconhecer os principais sinais e sintomas como edema, proteinúria, hipertensão e convulsão dentro do contexto social da gestante é crucial para o diagnóstico e manejo assertivo do quadro. Diante disso, as medicações anti-hipertensivas têm sido fundamentais para a continuidade da gestação. Todavia, diante do cenário de urgência e emergência as particularidades das instituições se enquadram em protocolos, no qual vão guiar o manejo mais adequado para a paciente porém, o tratamento definitivo só é possível com a interrupção da gravidez quando a placenta é finalmente removida. PRINCIPAIS REFERÊNCIAS ALVES, Eliane. Emergências hipertensivas na gravidez. Rev. Bras Hipertens, v. 20, n. 4, p. 173-179, 2013. CARMO, WR et al. Eclâmpsia: abordagem ao diagnóstico e à conduta. Revista Médica de Minas Gerais, 2008. Chappell LC, Cluver CA, Reino J, Tong S. Pré-eclâmpsia. Lanceta. 24 de julho de 2021; 398(10297):341-354. DOI: 10.1016/S0140-6736(20)32335-7. EPub 2021 27 de maio. PMID: 34051884. FEBRASGO. Pré-eclâmpsia nos seus diversos aspectos. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2017 [citado 2020 set 18]. FEDERAL, GOVERNO DO DISTRITO. Síndromes Hipertensivas na Gestação–Manejo na Emergência, 2019. KAHHALE S, Francisco RPV, Zugaib M. Pré-eclampsia. Pré-eclampsia. Rev Med (São Paulo). 2018 mar.-abr.;97(2):226-34. PERAÇOLI JC, Borges VT, Ramos JG, Cavalli RC, Costa SH, Oliveira LG, et al. Pré-eclâmpsia/ eclâmpsia. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo); 2020.
Título do Evento
III CONGRESSO NACIONAL DE TRAUMA E MEDICINA DE EMERGÊNCIA
Título dos Anais do Evento
Anais do III Congresso Nacional de Trauma e Medicina de Emergência
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
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